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UNIDADE

2

Genética e evolução

Fotografia. Um tronco de árvore com manchas esbranquiçadas e verdes. Uma parte do tronco apresenta uma região com tonalidades de verde e cinza com o formato de uma lagartixa de corpo achatado.
Lagartixa (Uroplatus sikorae) no Parque Nacional Andasibe-Mantadia, em Madagascar, África, em 2014.

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Analise atentamente a imagem. Possivelmente, você não identificou facilmente o animal que está presente nela. E essa é a dificuldade que muitos outros animais têm de enxergar a lagartixa (Uroplatus sikorae) no ambiente. Essa espécie é capaz de se camuflar no lugar em que se encontra, como no tronco de uma árvore. Tal estratégia dificulta que outros animais a enxerguem. Assim, a lagartixa consegue se esconder dos predadores e de suas presas, tendo mais chances de sobreviver. Pode parecer algo simples essa estratégia de camuflagem, mas ela certamente é importante para a manutenção dessa espécie de lagartixa no ambiente.

Iniciando a conversa

1. Cite outro animal, diferente do apresentado na imagem, que é capaz de se camuflar no ambiente.

2. Como a característica de se camuflar pode ser transmitida aos descendentes?

3. Em sua opinião, todas as características podem ser transmitidas aos descendentes? Explique.

4. Explique por que a conservação dos ecossistemas é essencial para a proteção das espécies de seres vivos no ambiente.

Respostas nas orientações ao professor.

Agora vamos estudar...

  • a hereditariedade;
  • a relação entre DNA e hereditariedade;
  • os experimentos de Mendel;
  • algumas síndromes genéticas;
  • a evolução dos seres vivos e as teorias evolutivas;
  • algumas evidências da evolução;
  • a evolução humana;
  • a diversidade biológica;
  • as unidades de conservação e a conservação do meio ambiente.

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CAPÍTULO

3 Hereditariedade

Leia o trecho da reportagem a seguir.

[...]
A terminologia mudou de raça para ancestralidade. Isso se refere a características herdadas dos pais e ancestrais de uma pessoa.
[...]
Estudos subsequentes ajudaram a verificar que a sequência base (as unidades que compõem a informação genética) no DNA humano é 99,9% idêntica, o que esvaziou completamente o argumento de encontrar um parâmetro confiável para definir raças.
[...]

BOVE, Lorenza Coppola. Racismo: como a ciência desmantelou a teoria de que existem diferentes raças humanas. BBC News Brasil, 12 jul. 2020. Disponível em: https://oeds.link/UVWMt1. Acesso em: 5 abr. 2022.

Fotografia do pescoço para cima de várias pessoas com tons de pele variados, alguns mais claros e outros mais escuros. Elas também têm quantidade e tipo de cabelo diferentes, alguns mais lisos, outros ondulados e crespos. O formato do rosto, dos olhos, nariz, e orelhas também é diferente em cada pessoa.
Pessoas de diferentes ancestralidades.

Questão 1. Ícone atividade oral. O que determina as características de cada pessoa?

Resposta: O objetivo desta questão é levantar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito dos fatores que influenciam as características humanas, como os genéticos e os ambientais.

Questão 2. Ícone atividade oral. De acordo com o trecho da reportagem, é correto afirmar que existem raças humanas? Explique.

Resposta: O objetivo desta questão é levar os alunos a refletir sobre as semelhanças e diferenças entre os indivíduos e sobre a temática de existência de raças humanas. Espera-se que eles respondam que não é correto afirmar que existem raças humanas em termos biológicos, uma vez que as diferenças genéticas entre pessoas são mínimas.

Comumente, o conceito de raças humanas é utilizado como uma forma de separar as pessoas em grupos distintos. Contudo, como podemos perceber no trecho da reportagem, não há fundamento científico para esse conceito.

A pigmentação da pele, por exemplo, é influenciada por fatores genéticos determinados por genes, os quais estão presentes em todos os seres humanos. Assim, a diferença de coloração da pele é apenas a variação de uma determinada característica em uma única espécie, a humana.

Muitas vezes, o termo raça é usado inadequadamente para segregar as pessoas de acordo com sua origem ou características físicas, podendo resultar em racismo e xenofobia. Somos diferentes uns dos outros, e essas diferenças devem ser respeitadas. Lembre-se de que o respeito é uma competência relacionada ao agir de maneira correta com o próximo, compreendendo e respeitando as diferenças, como as físicas, as culturais e as de pensamentos.

Xenofobia:
refere-se ao preconceito com relação a pessoas de outros locais, por exemplo, de outros países.

Além dos fatores genéticos, nossas características são influenciadas por fatores ambientais, culturais e sociais.

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DNA e hereditariedade

Muitas das características observadas nos indivíduos são transmitidas de pais para filhos por meio da reprodução. A transmissão das características de uma geração para outra é chamada hereditariedade. Já a Ciência que se dedica a essa área de estudo é a Genética.

Após diversos estudos, descobriu-se que o material genético do ser humano e dos demais seres vivos é o ácido desoxirribonucleico, conhecido pela sigla DNA. Esse material genético está presente nas células nucleadas que compõem o corpo humano, inclusive em seus gametas. Essas células sexuais são capazes de armazenar informações e transmiti-las dos progenitores para a sua prole por meio da reprodução. Confira a seguir.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração. Marcado com a letra A, um espermatozoide, estrutura com cabeça na extremidade direita e cauda na outra extremidade. Ele está localizado na borda da estrutura B. Marcado com a letra B, um ovócito, estrutura com duas camadas circulares no interior, onde o espermatozoide está em contato. Na sua parte externa, apresenta várias formas ovais com uma bolinha no interior. Marcado com a letra C, um zigoto, estrutura composta por uma camada ao redor de uma esfera, contendo uma bolinha em seu interior.
Representação da união de espermatozoide (A) e ovócito (B), resultando na formação do zigoto (C).

Fonte de pesquisa: MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. (Vid); TORCHIA, Mark G. Embriologia básica. Tradução: Danuza Pinheiro Bastos e Renata Scavone de Oliveira. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. p. 15.

Na reprodução humana, o espermatozoide (A) carrega o material genético proveniente do pai. Já o ovócito (B) carrega o material genético proveniente da mãe.

Ambas as células se unem na fecundação, formando o zigoto (C). Nele estão as informações dos progenitores, que correspondem ao material genético do novo indivíduo.

Após a descoberta do DNA como material genético, os cientistas investigaram a estrutura dessa molécula. Como resultado desses estudos, eles identificaram que o DNA é composto de nucleotídeos. Analise a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração. Marcado com o número 1, um círculo azul ligado por uma linha a um pentágono vermelho, que está do seu lado direito e marcado com o número 2. O pentágono vermelho também está ligado por uma linha a um retângulo verde, do seu lado direito, que está marcado com o número 3.
Representação da estrutura geral de um nucleotídeo.

Fonte de pesquisa: GRIFFITHS, Anthony J. F. et al. Introdução à genética. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 230.

Cada nucleotídeo é composto de fosfato (1), que contém o elemento químico fósforo ( P ) , de um carboidrato chamado desoxirribose (2) e de uma base nitrogenada (3), que contém o elemento químico nitrogênio ( N ) . As bases nitrogenadas do DNA podem ser de quatro tipos: timina (T), adenina (A), guanina (G) ou citosina (C).

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Na metade do século XX, vários pesquisadores tentavam compreender como os nucleotídeos estavam organizados para formar a molécula de DNA.

Por volta de 1950, o pesquisador austríaco Erwin Chargaff (1905-2002) fez alguns experimentos e concluiu que a molécula de DNA sempre contém a mesma quantidade de adenina e timina e a mesma quantidade de guanina e citosina.

Nessa época, a química britânica Rosalind Elsie Franklin (1920-1958) produziu imagens da molécula de DNA utilizando uma técnica chamada difração por raios X. Por meio dela, é possível investigar os átomos e as moléculas e produzir imagens em uma chapa fotográfica.

Com base nas descobertas de Chargaff sobre os nucleotídeos, nas anotações e imagens produzidas por Franklin, bem como nas informações obtidas dos estudos de outros pesquisadores, o cientista estadunidense James Dewey Watson (1928 -) e o cientista britânico Francis Crick (1916-2004) propuseram um modelo para a molécula de DNA.

Fotografia em preto e branco de dois homens ao lado de uma estrutura formada por hastes. O homem à esquerda aparece da cintura para cima, com cabelo curto e olhando para cima. Ele usa uma camisa branca, gravata e paletó preto. Já o homem à direita aparece dos joelhos para cima, com cabelo curto, olhando e apontando para a estrutura no centro. Ele usa uma camisa branca, gravata e paletó preto. No centro, há uma estrutura com duas hastes verticais compridas e várias hastes horizontais e diagonais menores presas a elas, formando uma estrutura em forma de escada retorcida.
James D. Watson (à esquerda) e Francis Crick (à direita), com o modelo de parte de uma molécula de DNA, em 1953.

O modelo proposto por Watson e Crick ficou conhecido como dupla-hélice e é aceito até hoje. Verifique a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de duas fitas verdes entrelaçadas, na vertical, ligadas por formas retangulares finas, formando uma estrutura em forma de escada retorcida. As fitas formam três voltas: a fita que tem duas voltas do lado direito e uma do lado esquerdo está identificada como fita 1, e a fita que têm duas voltas do lado esquerdo e uma do lado direito está identificada como fita 2. Na parte superior e inferior, entre as fitas, existem três formas retangulares finas de duas cores cada, divididas na metade, que estão conectadas às fitas 1 e 2: a primeira forma de cor amarelo com azul, a segunda de cor azul com amarelo e a terceira de cor laranja com roxo. Na parte central, nas laterais de dentro de cada fita, há formas geométricas interligadas entre si e algumas delas ligadas aos retângulos finos, que nessa porção estão representados com letras e a divisão das cores tem formatos que se encaixam. As formas geométricas presentes na parte de dentro das fitas que se interligam entre si são um círculo azul, indicado como fosfato, interligado por uma linha a um pentágono vermelho, indicado como desoxirribose. Elas se repetem ao longo de cada fita verde. Em cada pentágono vermelho também há uma linha ligando-o à extremidade de um retângulo fino. Cada cor das formas retangulares finas é indicada como uma base nitrogenada. Há quatro combinações de bases nitrogenadas presentes na parte central: timina em roxo com adenina em laranja, letra T com letra A, citosina em azul com guanina em amarelo, letra C com letra G, adenina em laranja com timina em roxo, letra A com letra T e guanina em amarelo com citosina em azul, letra G com letra C. Os formatos das bases nitrogenadas se complementam.
Representação do modelo de dupla-hélice do DNA, proposto por Watson e Crick. Note que as bases nitrogenadas adenina (A) e timina (T) são complementares, assim como guanina (G) e citosina (C).

Fonte de pesquisa: GRIFFITHS, Anthony J. F. et al. Introdução à genética. Tradução: Paulo A. Motta. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 232.

De acordo com o modelo de dupla-hélice, a molécula de DNA é formada por duas fitas (1 e 2) unidas entre si e organizadas de modo semelhante a uma escada em espiral.

As laterais das fitas são formadas pelas desoxirriboses e pelos fosfatos. As bases nitrogenadas localizam-se na região central da dupla-fita e ligam uma fita à outra. A base nitrogenada adenina (A) de uma fita sempre faz ligação com uma timina (T) da outra fita. Já a base nitrogenada guanina (G) sempre se liga a uma citosina (C).

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Como estudamos anteriormente, as imagens obtidas por Rosalind Franklin e outros pesquisadores nos experimentos com raios X foram fundamentais para que Watson e Crick propusessem o modelo de dupla-hélice do DNA. Analise a foto a seguir.

Fotografia. Retrato em preto e branco da química Rosalind Elsie Franklin, dos ombros para cima, com uma mão apoiada no queixo. Ela possui cabelo curto escuro, veste uma roupa clara e usa um colar.
Retrato de Rosalind Elsie Franklin.
Fotografia. Um fundo claro com formas ovais pretas no centro, que formam um X. Na parte superior e inferior, há uma grande forma oval preta.
Imagem da molécula de DNA, obtida por Rosalind Elsie Franklin em seus experimentos com raios X, em 1953.

O padrão de bandas (em preto), observado na imagem, possibilitou identificar características sobre a estrutura da molécula de DNA. Por exemplo, o X formado pelas bandas indica a natureza helicoidal do DNA.

Glossário

O conhecimento sobre o modelo da estrutura da molécula de DNA foi importante para compreender os mecanismos envolvidos na hereditariedade.

Como estudamos, o DNA apresenta uma sequência de bases nitrogenadas. Alguns trechos dessa sequência contêm informações para a produção de moléculas que exercem papéis específicos no organismo, como as proteínas. Esses trechos de DNA são chamados genes.

As proteínas são os principais constituintes das células e participam tanto de sua estrutura quanto de seu funcionamento. Então, por conter informações relacionadas à produção de proteínas, podemos dizer que o DNA está relacionado a muitas das características dos seres vivos.

A produção das proteínas é orientada pelo DNA e auxiliada por outras moléculas, como o ácido ribonucleico, conhecido pela sigla RNA. Assim, embora as informações genéticas estejam armazenadas no DNA, o RNA é essencial para que essas informações se manifestem como características nos seres vivos.

Uma proteína consiste em uma ou mais cadeias de aminoácidos, ligados em sequência. Determinados tipos de RNA participam do processo de produção de proteínas nos seres vivos, traduzindo as informações contidas no DNA, selecionando os aminoácidos específicos e orientando a união deles.

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Questão 3. Ícone atividade oral. Analise a imagem a seguir e identifique semelhanças e diferenças entre a molécula de DNA e a de RNA.

Resposta nas orientações ao professor.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de uma fita vertical verde, torcida, formando uma estrutura em forma de escada retorcida. A fita forma duas voltas. Na parte superior, existem quatro formas retangulares finas conectadas à fita: uma laranja, uma azul, uma amarelo e uma roxa. Na parte inferior, na lateral interna da fita, há formas geométricas interligadas entre si e algumas delas ligadas aos retângulos finos, que nessa porção estão representados com letras e tem uma extremidade com formato específico. As formas geométricas presentes na parte de dentro das fitas que se interligam entre si são um círculo azul, indicado como fosfato, interligado por uma linha a um pentágono vermelho, indicado como ribose. Elas se repetem ao longo da fita verde. Em cada pentágono vermelho também há uma linha ligando-o à extremidade da forma retangular fina. Cada forma retangular fina com uma cor é indicada como uma base nitrogenada. As bases nitrogenadas são: uracila em roxo, com a letra U, citosina em azul, com a letra C, adenina em laranja, com a letra A, e guanina em amarelo, com a letra G.
Representação da estrutura da molécula de RNA.

Fonte de pesquisa: GRIFFITHS, Anthony J. F. et al. Introdução à genética. Tradução: Paulo A. Motta. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 256.

O RNA é formado por uma única fita. Além disso, ele contém o carboidrato ribose, em vez de desoxirribose, e apresenta a base nitrogenada uracila (U), em vez de timina. Também tem as bases nitrogenadas adenina (A), citosina (C) e guanina (G).

O ácido ribonucleico pode ser de diferentes tipos e ter diferentes papéis na célula, como auxiliar na produção de proteínas.

Cromossomos

O DNA presente no núcleo das células eucarióticas se encontra organizado em estruturas chamadas cromossomos. Cada cromossomo humano contém vários genes. Analise a seguir.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração. Marcada com o número 1, uma célula animal em corte composta pela membrana plasmática, citoplasma, organelas e núcleo. O núcleo é formado por uma esfera maior com uma esfera menor no seu centro. No interior da esfera maior, entre a esfera menor e o limite da esfera maior, está o marcador número 2.
Representação de célula animal em corte (imagem 1), mostrando suas estruturas internas, e detalhe do cromossomo e sua organização (imagem 2).
Ilustração. Em destaque, marcado com o número 2, um cromossomo, uma estrutura com braços em formato de 'X'. Ele é composto por filamentos, indicados como cromatina. De um dos braços, os filamentos se desenrolam em uma espiral de esferas denominadas proteínas, as quais estão enroladas por um filamento verde que é formado por duas fitas verdes entrelaçadas. As fitas verdes formam uma estrutura em forma de escada retorcida, com formas retangulares finas de duas cores que estão conectadas nas duas fitas. As fitas verdes estão indicadas como D N A e uma sequência delas é denominada gene.

Fontes de pesquisa: REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. Tradução: Anne D. Villela et al. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 100.

SADAVA, David. et al. Vida: a ciência da biologia: Constituintes químicos da vida, células e genética. Tradução: Ardala Katzfuss et al. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020. v. 1. p. 220.

A maior parte das moléculas de DNA das células eucarióticas encontra-se no interior do núcleo.

No núcleo, o DNA se associa a proteínas, formando a chamada cromatina, a qual se condensa e se organiza em cromossomos.

Os cromossomos são estruturas visíveis, principalmente durante a divisão celular, quando se encontram altamente condensadas.

Professor, professora: Comente com os alunos que na imagem da célula animal o cromossomo se encontra duplicado, processo que ocorre durante a divisão celular. Se achar conveniente, identifique com eles cada uma das cromátides desse cromossomo.

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O conjunto de informações genéticas de um ser vivo é chamado genótipo. A expressão desse genótipo resulta em certas características, como cor da pele, cor do cabelo e altura, que, nos seres vivos, correspondem ao seu fenótipo. Diferentemente do genótipo, o fenótipo pode sofrer influência de outros fatores, além dos genéticos. Podemos perceber esses conceitos no exemplo a seguir.

Fotografia. Marcadas com a letra A e B, duas moças lado a lado, ambas da barriga para cima. Elas possuem uma grande semelhança na aparência, com nariz, boca e queixo parecidos, e os olhos da mesma cor e formato. A moça marcada com a letra A tem cabelo mais longo e escuro do que a moça marcada com a letra B.
Gêmeas idênticas.

As gêmeas idênticas da imagem apresentam o mesmo genótipo, porém fenótipos diferentes.

A gêmea A tingiu os cabelos com uma coloração mais escura que a cor natural percebida na B.

A gêmea B, por sua vez, cortou o cabelo, deixando-o mais curto que o da gêmea A.

Como você pôde perceber no exemplo das gêmeas, as características como a cor do cabelo da gêmea A e o comprimento do cabelo da gêmea B não são determinadas apenas pelo genótipo, mas sofrem influência do estilo e gosto de cada uma delas.

A forma e o número de cromossomos podem variar de uma espécie para outra. Nos seres humanos, por exemplo, as células somáticas contêm 46 cromossomos organizados aos pares, ou seja, elas têm 23 pares de cromossomos. Já as células reprodutivas – o ovócito e o espermatozoide – contêm um representante de cada par, totalizando 23 cromossomos.

Glossário

Questão 4. Ícone atividade oral. Com base nos conhecimentos sobre a formação do zigoto, qual é a importância de as células reprodutivas apresentarem 23 cromossomos, e não 46 cromossomos?

Resposta: Espera-se que os alunos reconheçam que, durante a fecundação, ocorre a união do material genético do espermatozoide com o do ovócito. Desse modo, quando ocorre a fecundação, forma-se um zigoto com 46 cromossomos, garantindo, assim, a manutenção do número cromossômico da espécie.

O conjunto de cromossomos de um indivíduo é chamado cariótipo. No caso dos seres humanos, o cariótipo é de 46 cromossomos. Além disso, podemos afirmar que os seres humanos têm 23 pares de cromossomos chamados homólogos. Para cada par, um dos cromossomos homólogos vem do pai e o outro, da mãe.

Para analisar o cariótipo de um indivíduo, os cromossomos são observados com o auxílio de microscópio durante a divisão celular, porque nesse processo eles se encontram duplicados e mais condensados, facilitando sua observação.

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Analise a seguir o cariótipo da espécie humana.

Fotografia. Existem 22 pares de cromossomos numerados de 1 a 22, além dos cromossomos sexuais X e Y, totalizando 46 cromossomos. Eles estão pareados e organizados em ordem decrescente de tamanho, dispostos em 5 linhas. Os cromossomos maiores têm formato aproximadamente retangular e os menores têm formato aproximadamente arredondado. Em alguns deles é possível observar sulcos em sua superfície, que os marcam em 4 partes. O cromossomo X é bem maior em relação ao cromossomo Y.
Cariótipo de ser humano do sexo masculino. Foto obtida por microscópio e ampliada aproximadamente 7500 vezes. Colorizada em computador. Nessa imagem, os números (1 a 22) e as letras (X e Y) foram inseridos em computador para facilitar a compreensão e identificação dos pares de cromossomos homólogos. As letras X e Y identificam os cromossomos sexuais.

Após serem observados com o auxílio do microscópio, os cromossomos são fotografados e as imagens obtidas são manipuladas em computador, isolando cada um deles. Em seguida, os cromossomos homólogos são pareados e organizados em ordem decrescente de tamanho, em 22 pares de cromossomos homólogos e dois cromossomos sexuais. O par de cromossomos 1, por exemplo, é formado por um cromossomo proveniente do ovócito e um proveniente do espermatozoide, os quais originaram o zigoto. O mesmo ocorre com os demais pares. Nesse exemplo, os cromossomos sexuais são X e Y, o que determina o sexo masculino.

Os cromossomos homólogos são semelhantes na forma e no tamanho e carregam o mesmo conjunto de genes. Analise a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de dois cromossomos lado a lado. À esquerda, um cromossomo homólogo proveniente do pai, representado por um bastão vermelho cilíndrico com uma parte superior menor e uma parte inferior maior, com uma constrição entre elas. Na parte inferior há uma faixa clara indicando o alelo 'c', com um 'c' minúsculo. À direita, um cromossomo homólogo proveniente da mãe, representado por um bastão azul cilíndrico com uma parte superior menor e uma parte inferior maior, com uma constrição entre elas. Na parte inferior, na mesma altura do bastão vermelho, há uma faixa clara indicando o alelo 'C', com um 'C' maiúsculo.
Representação do par de cromossomos homólogos número 1 da espécie humana, com destaque para os genes alelos c e C.

Se um dos cromossomos do par número 1, por exemplo, tem um gene que atua na determinação da forma como os cabelos são distribuídos na cabeça, o outro homólogo deve conter um gene para essa mesma característica.

Esses genes correspondentes, que se localizam na mesma posição nos cromossomos homólogos, são chamados genes alelos.

Fonte de pesquisa: SADAVA, David. et al. Vida: a ciência da biologia: Constituintes químicos da vida, células e genética. Tradução: Ardala Katzfuss et al. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020. v. 1. p. 245.

Professor, professora: Ao abordar a imagem do cariótipo humano e dos cromossomos homólogos, comente com os alunos que a determinação do sexo biológico e a representação de alelos por meio de letras maiúsculas e minúsculas serão trabalhadas detalhadamente ainda neste capítulo.

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Os experimentos de Mendel

No século XIX, décadas antes de se conhecer a estrutura do DNA, o monge e cientista austríaco Gregor Johann Mendel (1822-1884) realizou diversos experimentos e percebeu que as características herdadas nos seres vivos são determinadas por fatores hereditários. Posteriormente, descobriu-se que esses fatores são os genes, contidos na molécula de DNA.

Mendel realizava os seus experimentos com a planta ervilha-de-cheiro (Lathyrus odoratus), uma espécie de ervilha que apresenta variações em diferentes características. Analise no quadro a seguir algumas das características estudadas por Mendel.

Ícone Objeto digital

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Características estudadas por Mendel

Característica

Possibilidades

Textura da semente

lisa

Ilustração. Representação de uma semente redonda e amarela com textura lisa.

rugosa

Ilustração. Representação de uma semente arredondada, amarela e com textura rugosa.

Cor da semente

amarela

Ilustração. Representação de uma semente redonda e amarela com textura lisa.

verde

Ilustração. Representação de uma semente redonda e verde com textura lisa.

Altura do caule

alto

Ilustração. Uma planta com caule alto, folhas verdes e ramificações. Ele possui flores roxas.

baixo

Ilustração. Uma planta com caule baixo, folhas verdes e ramificações. Ele possui uma flor roxa.

Cor da flor

branca

Ilustração. Uma flor branca.

púrpura

Ilustração. Uma flor roxa.

Cor da vagem

verde

Ilustração. Uma vagem de cor verde com formato aproximadamente cilíndrico e extremidades estreitas.

amarela

Ilustração. Uma vagem de cor amarela com formato aproximadamente cilíndrico e extremidades estreitas.

Representação de diferentes características das ervilhas-de-cheiro (Lathyrus odoratus).

Fonte de pesquisa: REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. Tradução: Anne D. Villela et al. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 270.

Além da variação das características, a espécie de ervilhas estudada por Mendel podia realizar autofecundação, ou seja, sua reprodução podia envolver gametas produzidos pela mesma planta. Por isso, em seus experimentos, Mendel promovia artificialmente a fecundação cruzada. Para isso, ele transportava os grãos de pólen, que contêm os gametas masculinos, de uma planta para outra.

Glossário

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Questão 5. Na época de seus experimentos, Mendel ainda não conhecia os genes. Escreva no caderno uma hipótese que o cientista poderia ter levantado para explicar a transmissão de características entre as plantas.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é os alunos identificarem, com base na análise da situação, a metodologia científica sendo aplicada, nesse caso a do levantamento de hipóteses que seriam posteriormente testadas. Eles podem afirmar que havia fatores hereditários sendo transmitidos de uma geração a outra e que esses fatores estariam presentes nos gametas.

A partir de agora, vamos estudar alguns dos experimentos de Mendel que auxiliaram na elaboração das leis da hereditariedade. Verifique a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração. Marcada com o número 1, a geração parental. À esquerda, há uma planta com caule alto e flores roxas. Abaixo dela, encontra-se uma semente amarela com textura lisa. À direita, há uma planta com caule alto e flores roxas. Abaixo dela, encontra-se uma semente com textura lisa. Há um 'X' entre as plantas e ao lado delas está escrito: fecundação cruzada. Marcada com o número 2, a geração F1. Há quatro plantas lado a lado, todas com caule alto e flores roxas. Abaixo de cada uma delas, encontram-se sementes amarelas com textura lisa. Ao lado das plantas está escrito: autofecundação. Marcada com o número 3, a geração F2. Há quatro plantas lado a lado, todas com caule alto e flores roxas. Abaixo de três delas, encontram-se sementes amarelas com textura lisa, e abaixo de uma delas encontra-se uma semente verde com textura lisa.
Representação de um experimento feito por Mendel, analisando as cores das sementes das ervilhas-de-cheiro.

Fonte de pesquisa: GRIFFITHS, Anthony J. F. et al. Introdução à genética. Tradução: Paulo A. Motta. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 79.

1. Mendel utilizou plantas de ervilhas-de-cheiro que produziam sementes amarelas e outras que produziam sementes verdes. Essa geração inicial é chamada geração parental.

Mendel realizou a fecundação cruzada, transferindo pólen de flores das plantas que produziam sementes amarelas para flores das plantas que produziam sementes verdes. Ele também transferiu pólen de flores de plantas que produziam sementes verdes para flores de plantas que produziam sementes amarelas.

2. Após a fecundação, Mendel observou que as sementes produzidas pelos descendentes desses cruzamentos eram todas amarelas. Esses primeiros descendentes foram chamados geração F 1 .

3. Por fim, Mendel cultivou sementes das plantas obtidas na geração F 1 e permitiu que se reproduzissem por autofecundação, obtendo a segunda geração, chamada geração F 2 . Nessa segunda geração, ele obteve sementes amarelas e sementes verdes, em uma proporção de três amarelas para cada semente verde.

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Mendel realizou experimentos semelhantes ao descrito anteriormente para analisar outras características da ervilha-de-cheiro e obteve resultados com proporções semelhantes. Para explicar seus resultados, ele propôs que essas características seriam determinadas por fatores hereditários, que passam de uma geração para outra, tendo cada planta um par desses fatores.

Utilizando a terminologia atual da Genética, poderíamos dizer que esse par de fatores analisado por Mendel são os genes alelos.

Grande parte dos seres vivos eucarióticos apresenta células com dois alelos de cada gene. Isso ocorre porque essas células apresentam um par de cada tipo de cromossomo da espécie.

Os genes alelos podem ser dominantes ou recessivos, dependendo de seu efeito na expressão de determinado fenótipo. Convencionalmente, o alelo dominante é representado por uma letra maiúscula, e o alelo recessivo, por uma letra minúscula. Dessa maneira, no caso da cor da semente ervilha-de-cheiro, o alelo dominante que determina a cor amarela será chamado A, e o alelo recessivo que determina a cor verde será chamado a.

O experimento de Mendel sobre as cores de sementes é organizado em duas etapas. Analise a primeira delas a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração. Marcadas com o número 1 e 2, a geração parental. À esquerda, com o número 1, há uma planta com caule alto e flores roxas. Abaixo dela, encontra-se uma semente amarela com textura lisa, descrita como 'A A', (Dois As maiúsculos). Marcada com o número 2, à direita, há outra planta com caule alto e flores roxas. Abaixo dela, encontra-se uma semente verde com textura lisa, descrita como 'a a', (dois as minúsculos). Há um 'X' entre as plantas. Marcada com o número 3, a geração F1. Há uma planta com caule alto e flores roxas. Abaixo dela, encontra-se uma semente amarela com textura lisa, descrita como 'A a' (um 'A' maiúsculo e um 'a' minúsculo).
Representação da primeira etapa do experimento de Mendel com ervilhas-de-cheiro produtoras de sementes amarelas e ervilhas-de-cheiro produtoras de sementes verdes.

Fonte de pesquisa: GRIFFITHS, Anthony J. F. et al. Introdução à genética. Tradução: Paulo A. Motta. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 79.

Geração parental

1. As ervilhas-de-cheiro parentais, produtoras de sementes amarelas, produzem apenas gametas com o alelo A. Gametas produzidos: A e A.

2. As ervilhas-de-cheiro produtoras de sementes verdes produzem apenas gametas com o alelo a. Gametas produzidos: a e a.

3. Quando ocorre a fecundação, os gametas produzidos se unem, formando indivíduos com os dois alelos A e a. Como o alelo A é dominante, todas as sementes produzidas em F 1 são amarelas.

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Em uma segunda etapa do experimento, as plantas obtidas no cruzamento da primeira etapa foram cruzadas entre si. Analise a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração. Marcadas com os números 1 e 2, a geração F1. Marcada com o número 1, à esquerda, uma planta com caule alto e flores roxas. Abaixo dela, encontra-se uma semente amarela com textura lisa, descrita como 'A a' (um 'A' maiúsculo e um 'a' minúsculo). Marcada com o número 2, à direita, outra planta com caule alto e flores roxas. Abaixo dela, encontra-se uma semente amarela com textura lisa, descrita como 'A' (um 'A' maiúsculo e um 'a' minúsculo). Há um 'X' entre as plantas.
Ilustração. Marcadas com os números 3, 4, 5 e 6, a geração F2. Marcada com o número 3, na esquerda superior, uma planta com caule alto e flores roxas. Abaixo dela, encontra-se uma semente amarela com textura lisa, descrita como 'A A' (Dois 'As' maiúsculos). Marcada com o número 4, na direita superior, uma planta com caule alto e flores roxas. Abaixo dela, encontra-se uma semente amarela com textura lisa, descrita como 'A a' (um 'A' maiúsculo e um 'a' minúsculo). Marcada com o número 5, na esquerda inferior, uma planta com caule alto e flores roxas. Abaixo dela, encontra-se uma semente amarela com textura lisa, descrita como 'A a' (um 'A' maiúsculo e um 'a' minúsculo). Marcada com o número 6, na direita inferior, uma planta com caule alto e flores roxas. Abaixo dela, encontra-se uma semente verde com textura lisa, descrita como 'a a' (dois 'as' minúsculos).

Representação da segunda etapa do experimento de Mendel com ervilhas-de-cheiro produtoras de sementes amarelas e ervilhas-de-cheiro produtoras de sementes verdes.

Geração F 1

1. Gametas produzidos: A ou a.

2. Gametas produzidos: A ou a.

Geração F 2

3. A união do gameta com alelo A de um indivíduo com o gameta de alelo A do outro indivíduo resulta em uma planta AA, ou seja, produtora de sementes amarelas.

4. A união do gameta com alelo A de um indivíduo com o gameta de alelo a do outro indivíduo resulta em uma planta Aa, ou seja, produtora de sementes amarelas.

5. A união do gameta com alelo a de um indivíduo com o gameta de alelo A do outro indivíduo resulta em uma planta aA, ou seja, produtora de sementes amarelas. Por convenção, escreve-se Aa.

6. A união do gameta com alelo a de um indivíduo com o gameta de alelo a do outro indivíduo resulta em uma planta aa, ou seja, produtora de sementes verdes.

Fonte de pesquisa: GRIFFITHS, Anthony J. F. et al. Introdução à genética. Tradução: Paulo A. Motta. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 79.

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Com base nos resultados de seus experimentos, Mendel formulou uma afirmação que ficou conhecida como Primeira Lei de Mendel. Utilizando os termos atuais da Genética, essa lei afirma que os alelos de um determinado gene se separam durante a meiose. Assim, cada gameta contém apenas um dos alelos de cada gene.

Algumas características dos seres humanos são transmitidas entre as gerações de maneira semelhante à cor das sementes nas ervilhas-de-cheiro, usadas por Mendel em seus experimentos. Um exemplo na espécie humana é o gene que condiciona o formato do lóbulo da orelha.

Fotografia. Em destaque, a orelha de uma pessoa de perfil, com indicação do lóbulo solto, na parte inferior da orelha.
Orelha humana com o lóbulo solto.
Fotografia. Em destaque, a orelha de uma pessoa de perfil, com indicação do lóbulo preso ao pescoço, na parte inferior da orelha.
Orelha humana com o lóbulo preso ao pescoço.

O formato da orelha é uma característica determinada por um gene que apresenta dois alelos, os quais serão representados pelas letras B e b. O alelo B está relacionado a lóbulos das orelhas soltos, enquanto o b está relacionado a lóbulos das orelhas presos ao pescoço.

Sabendo-se o genótipo dos pais, é possível calcular a probabilidade de determinado genótipo ocorrer nos descendentes. Isso pode ser feito com o auxílio do chamado Quadrado de Punnett. Esse quadrado é um diagrama em que são inseridos os possíveis alelos presentes nos gametas dos progenitores e os possíveis genótipos resultantes desse cruzamento. Analise a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

ovócitos
Ilustração. Dois ovócitos lado a lado, apresentando duas camadas circulares no interior. Em suas partes externas, há várias formas ovais com uma bolinha dentro. O ovócito da esquerda está descrito com um B maiúsculo e o da direita com um b minúsculo.
espermatozoides
Ilustração. Dois espermatozoides lado a lado, apresentando estrutura com cabeça em uma extremidade e uma cauda na outra. O espermatozoide da esquerda está descrito com um B maiúsculo e o da direita com um b minúsculo.

Representação dos gametas produzidos pela mãe (ovócitos) e pelo pai (espermatozoides), com os respectivos alelos presentes nessas células.

Considere os progenitores com os genótipos Bb para a característica do formato do lóbulo da orelha.

Em relação a essa característica, o pai produzirá espermatozoides de dois tipos: com alelo B e com alelo b. De maneira semelhante, a mãe produzirá ovócitos de dois tipos: os que contêm o alelo B e os que contêm o alelo b.

Fonte de pesquisa: MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. (Vid); TORCHIA, Mark G. Embriologia básica. Tradução: Danuza Pinheiro Bastos e Renata Scavone de Oliveira. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. p. 11.

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Agora, analise o Quadrado de Punnett a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de um quadrado de Punnett. Na linha 1, coluna 1 está o seguinte texto: gameta masculino. Na coluna 2: uma ilustração de um espermatozoide com um B maiúsculo. Na coluna 3, a ilustração de um segundo espermatozoide com um b minúsculo. Na parte de baixo da coluna 1, linha 1, há o texto: gameta feminino. Na linha 2, uma ilustração de um ovócito com um B maiúsculo. Na linha 3, a ilustração de um segundo ovócito com um b minúsculo. Nas interseções de cada coluna com cada linha há uma possibilidade entre os gametas, com um zigoto formado, uma estrutura composta por uma camada ao redor de uma esfera, contendo uma bolinha em seu interior. Na interseção do primeiro espermatozoide com B maiúsculo e o primeiro ovócito com B maiúsculo, há um zigoto B B (dois bês maiúsculos), com a seguinte indicação: lóbulo da orelha solto. Na interseção do segundo espermatozoide com b minúsculo e o primeiro ovócito com B maiúsculo, há um zigoto B b (um B maiúsculo e um b minúsculo), com a seguinte indicação: lóbulo da orelha solto. Na interseção do primeiro espermatozoide com B maiúsculo e o segundo ovócito com b minúsculo, há um zigoto B b (um B maiúsculo e um b minúsculo), com a seguinte indicação: lóbulo da orelha solto. Na interseção do segundo espermatozoide com b minúsculo e o segundo ovócito com b minúsculo, há um zigoto b b (dois bês minúsculos), com a seguinte indicação: lóbulo da orelha preso.
Quadrado de Punnett para a característica formato do lóbulo da orelha.

Fonte de pesquisa: MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. (Vid); TORCHIA, Mark G. Embriologia básica. Tradução: Danuza Pinheiro Bastos e Renata Scavone de Oliveira. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. p. 15.

Nesse Quadrado de Punnett podemos verificar que há quatro encontros possíveis: um poderá originar um zigoto BB, dois poderão originar os zigotos Bb, e o outro originará um zigoto bb. Note que os indivíduos originados de zigotos que têm apenas alelos do tipo b apresentarão o formato do lóbulo da orelha preso ao pescoço.

Como os genótipos BB e Bb resultam em lóbulo da orelha solto, o casal tem três chances em quatro, ou seja, 75%, de que seu descendente também apresente esse formato do lóbulo da orelha. Já a probabilidade de o casal ter um descendente com o lóbulo da orelha preso ao pescoço é de uma chance em quatro, ou seja, 25%.

Como é possível verificar no Quadrado de Punnett, em relação ao formato do lóbulo da orelha, cada descendente apresentará uma combinação de dois alelos para essa característica: BB, Bb ou bb.

  • Os indivíduos que apresentam os mesmos alelos de um gene são chamados homozigotos. Neste caso, os indivíduos BB e bb são homozigotos para o formato do lóbulo da orelha.
  • Os indivíduos que apresentam alelos diferentes de um gene são chamados heterozigotos. Neste caso, os indivíduos Bb são heterozigotos para o formato do lóbulo da orelha.

O alelo B é dominante, pois precisa de uma única cópia para expressar determinada característica, seja o genótipo homozigoto ou heterozigoto. Já o alelo b é recessivo, pois expressa seu fenótipo apenas em homozigotos, ou seja, quando há duas cópias desse alelo.

Assim, a constituição de alelos que um indivíduo apresenta se refere ao seu genótipo para essa característica. No exemplo do formato do lóbulo da orelha, os genótipos são BB, Bb, bb. Já a expressão do genótipo é correspondente ao seu fenótipo, como o lóbulo da orelha solto ou preso ao pescoço.

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Atividades

Faça as atividades no caderno.

1. Analise a imagem a seguir.

Ilustração. Uma linha horizontal com uma sequência de 18 riscos verticais com letras indicadas acima deles. A sequência de letras é: A, T, T, C, C, G, G, A, T, G, C, A, G, C, C, C, A, T.
Representação de sequência de nucleotídeos de fita simples de DNA.

a) Reescreva em seu caderno a sequência de bases nitrogenadas dessa fita e, em seguida, escreva a sequência de bases nitrogenadas da fita complementar à ilustrada, para que se forme a fita dupla de DNA. Por fim, cite qual é o tipo de alteração necessária para que essa sequência de bases nitrogenadas represente uma molécula de RNA.

Resposta nas orientações ao professor.

2. Identifique o complemento correto para cada sentença apresentada na coluna da esquerda, de modo que formem afirmativas verdadeiras. Em seguida, identifique a alternativa que apresenta os pares de letras e números corretos.

A. Genótipo se refere...

B. Alelos dominantes são…

C. O fenótipo se refere…

D. Gene corresponde…

E. Alelos homozigotos são…

F. Alelos recessivos são…

G. Alelos heterozigotos são…

1. …alelos iguais de um gene.

2. …ao trecho da molécula de DNA responsável pela produção de moléculas que exercem papéis específicos no organismo, como as proteínas.

3. …ao conjunto de informações genéticas de um ser vivo.

4. …alelos diferentes de um gene.

5. …à expressão do genótipo e pode ser influenciado por outros fatores além dos genéticos.

6. …aqueles que expressam o fenótipo apenas em homozigotos.

7. …aqueles que precisam de uma única cópia para se expressar.

a) Os pares corretos são: A2, B7, C3, D5, E6, F4 e G1.

b) Os pares corretos são: A2, B7, C3, D5, E1, F6 e G4

c) Os pares corretos são: A3, B7, C5, D2, E1, F6 e G4.

d) Os pares corretos são: A3, B6, C5, D2, E4, F7 e G1.

Resposta: Alternativa c.

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3. Reescreva as sentenças no caderno substituindo os símbolos pelos termos adequados, apresentados a seguir.

fenótipo

DNA

genes

cromossomos

genótipo

nucleotídeos

proteínas

cariótipo

dupla-hélice

a) O é o material genético dos seres vivos. De acordo com o modelo aceito atualmente, essa molécula tem formato de e é composta por , os quais apresentam um carboidrato, um fosfato e uma base nitrogenada.

Resposta: DNA, dupla-hélice, nucleotídeos.

b) Com exceção dos gametas, as células humanas apresentam 23 pares de . O conjunto de todas essas estruturas em uma célula é chamado .

Resposta: cromossomos, cariótipo.

c) Alguns trechos de DNA contêm informações para a produção de moléculas que exercem papéis específicos no organismo, como as . Esses trechos são chamados e são os responsáveis por muitas das características observadas nos organismos e que são transmitidas ao longo das gerações.

Resposta: proteínas, genes.

d) O conjunto de informações genéticas de um indivíduo é chamado . Já a manifestação dessas informações genéticas, as quais podem sofrer influência do ambiente, por exemplo, é chamada .

Resposta: genótipo, fenótipo.

4. Leia o texto a seguir a respeito de um dos experimentos de Mendel.

Mendel cruzou ervilhas-de-cheiro produtoras de sementes lisas com ervilhas-de-cheiro produtoras de sementes rugosas. Na primeira geração, obteve plantas produtoras de sementes lisas. Ele prosseguiu seu experimento e permitiu a autofecundação das plantas produtoras de sementes lisas da primeira geração. Na segunda geração, Mendel obteve sementes lisas e sementes rugosas, na proporção de três sementes lisas para cada semente rugosa.

Fotografia. Marcada com a letra A, uma semente arredondada verde, com textura rugosa. Marcada com a letra B, uma semente arredondada verde, com textura lisa.
Semente rugosa (A) e semente lisa (B) de ervilha-de-cheiro.

a) A textura lisa ou rugosa da semente é uma característica determinada por um gene com dois alelos ( L e l ). Sabendo que a característica lisa é dominante, escreva os genótipos dos cruzamentos que representam o experimento de Mendel descrito no enunciado da questão. Indique a geração parental, a geração F 1 e a geração F 2 .

Resposta: Geração parental: LL × ll ; geração F 1 : L l ; geração F 2 : LL , L l e ll .

b) Com base em sua resposta ao item a, escreva o fenótipo de cada um dos genótipos apresentados.

Resposta: Geração parental: LL (sementes lisas) × l l (sementes rugosas); geração F 1 : L l (sementes lisas); cruzamento de F 1 : L l × L l (sementes lisas); geração F 2 : LL (sementes lisas), L l (sementes lisas) e l l (sementes rugosas).

c) Para explicar resultados como os apresentados nesse experimento, Mendel elaborou uma afirmação que ficou conhecida como a Primeira Lei de Mendel. Explique-a com suas palavras.

Resposta nas orientações ao professor.

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Heredograma

Para facilitar o estudo das características genéticas em uma família, é comum a construção de diagramas chamados heredogramas. Por meio deles, é possível, por exemplo, identificar o parentesco entre as pessoas de uma família e analisar as chances de um casal ter um descendente com determinadas características, como a ocorrência de uma doença hereditária.

Por exemplo, a anemia falciforme é uma doença que causa uma deformação no formato das hemácias. Essa deformação compromete o transporte de gás oxigênio no organismo.

Fotografia de estruturas vermelhas com formato de disco bicôncavo, indicadas com a letra A; e estruturas rosadas com formatos irregulares, indicadas pela letra B.
Hemácias normais (A) e hemácias falciformes (B). Imagem obtida por microscópio e ampliada aproximadamente 3 . 000 vezes. Colorizada em computador.

Essa doença está relacionada a um gene que apresenta dois alelos: um dominante, representado como F, e um recessivo, representado como f.

As pessoas com as constituições genéticas FF e Ff não desenvolvem a doença. Já as pessoas ff apresentam a anemia falciforme. Analise a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de um heredograma com formas geométricas, ilustrações de pessoas e linhas verticais e horizontais. Na parte de cima, do lado esquerdo, há uma linha horizontal entre duas pessoas de idade mais avançada: Antônio, com os alelos ff, dois efes minúsculos; e Zilda, com os alelos FF, dois efes maiúsculos. Da linha entre eles parte uma linha vertical que se divide em três linhas verticais através de uma linha horizontal, que chegam a uma mulher e dois homens: Alessandra, com os alelos Ff, um efe maiúsculo e um efe minúsculo; Diogo, com os alelos Ff, um efe maiúsculo e um efe minúsculo; e Flávio, com os alelos Ff, um efe maiúsculo e um efe minúsculo. Do lado direito há outra família. Há uma linha entre duas pessoas de idade mais avançada: Oscar, com os alelos FF, dois efes maiúsculos; e Mara, com os alelos ff, dois efes minúsculos. Da linha entre eles parte uma linha vertical que se divide em duas linhas verticais através de uma linha horizontal, que chegam a duas mulheres, Júlia, com os alelos Ff, um efe maiúsculo e um efe minúsculo; e Carmem, com os alelos Ff, um efe maiúsculo e um efe minúsculo. Há uma linha horizontal entre Flávio, do lado esquerdo, e Carmem, do lado direito. Da linha entre eles parte uma linha vertical que se divide em duas linhas verticais através de uma linha horizontal, que chegam a dois meninos, Lucas, com os alelos Ff, um efe maiúsculo e um efe minúsculo; e Carlos, com os alelos ff, dois efes minúsculos.
Heredograma hipotético de uma família representando a transmissão de genes relacionados à ocorrência de anemia falciforme entre seus membros.

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Questão 6. Com base no heredograma, responda aos itens a seguir.

a) Ícone atividade oral.Quem são os pais de Lucas?

Resposta: Flávio e Carmem.

b) Ícone atividade oral.Quem são os avós paternos de Lucas? E os maternos?

Resposta nas orientações ao professor.

c) Ícone atividade oral.Qual é o parentesco entre Carmem e Júlia?

Resposta: Elas são irmãs.

d) Ícone atividade oral.Quais pessoas têm anemia falciforme?

Resposta: Antônio, Mara e Carlos.

e) Ícone atividade oral.Qual é o genótipo e o fenótipo de Diogo e Alessandra?

Resposta nas orientações ao professor.

f) Ícone atividade oral.Quais integrantes da família são homozigotos?

Resposta: Antônio, Zilda, Oscar, Mara e Carlos.

g) Carlos apresenta anemia falciforme. No caderno, identifique as chances de os pais de Carlos terem outro filho, independentemente do sexo, com essa doença.

Resposta nas orientações ao professor.

Para a construção de um heredograma, como o que analisamos anteriormente, são utilizados alguns símbolos-padrão. Verifique a seguir alguns deles.

Ilustração de um quadrado branco.
sexo masculino
Ilustração de um círculo branco.
sexo feminino
Ilustração de um losango branco.
sexo desconhecido
Ilustração de figuras geométricas com coloração preta.
característica estudada
Ilustração de uma linha horizontal entre duas formas geométricas.
casamento
Ilustração de uma linha vertical se dividindo em duas linhas diagonais, na forma de um V, que estão conectadas entre si por uma linha horizontal, e chegando a formas geométricas.
gêmeos monozigóticos
Ilustração de uma linha vertical se dividindo em duas linhas diagonais, na forma de um V, e chegando a formas geométricas.
gêmeos dizigóticos

Glossário

Ilustração de uma linha vertical se dividindo em mais linhas verticais através de uma linha horizontal, e chegando a formas geométricas.
irmandade

Padrões de representação em heredogramas.

Outra característica determinada geneticamente é a forma de distribuição do cabelo. Um dos alelos do gene para essa característica pode condicionar uma distribuição em forma de V, conhecida como bico de viúva. Já o outro alelo pode condicionar uma distribuição regular do cabelo.

O bico de viúva é uma característica determinada por um alelo dominante e não está ligada ao sexo, ou seja, a probabilidade de um homem e de uma mulher apresentarem essa característica é a mesma.

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Analise a seguir as duas maneiras de distribuição do cabelo.

Fotografia do busto de um homem com cabelo curto. Na parte central e superior da testa, seu cabelo forma uma linha com formato de 'V'.
Pessoa com distribuição do cabelo conhecida como bico de viúva.
Fotografia do rosto de uma menina com cabelo longo. Na parte superior da testa seu cabelo forma uma linha circular.
Pessoa com distribuição regular do cabelo.

Para a característica de distribuição de cabelo, vamos considerar que o alelo dominante é representado pela letra C e o alelo recessivo, pela letra c. A seguir, analisaremos por meio de um heredograma como o gene dessa característica é transmitido aos descendentes.

Ilustração de um heredograma com formas geométricas e linhas. Há uma linha horizontal entre um quadrado branco, José, e um círculo preto, Josiane. Da linha entre eles parte uma linha vertical que se divide em quatro linhas verticais através de uma linha horizontal, que chegam a um quadrado preto, Alan, um quadrado branco, Jonas, outro quadrado branco, Ricardo, e um círculo preto, Daniela. Há uma linha horizontal entre Daniela e um quadrado branco do lado direito, Cláudio. Da linha entre eles parte uma linha vertical que chega a um losango branco.
Heredograma hipotético de uma família representando a transmissão de genes relacionados às diferentes formas de distribuição do cabelo entre seus membros.

Daniela e seu irmão Alan apresentam distribuição do cabelo do tipo bico de viúva. Já seus outros irmãos, Jonas e Ricardo, têm distribuição regular do cabelo.

Daniela e Alan herdaram de seu pai, José, um alelo c e de sua mãe, Josiane, um alelo C. Jonas e Ricardo herdaram um alelo c do pai e um alelo c da mãe. Daniela se casou com Cláudio, que apresenta distribuição do cabelo regular.

Questão 7. Ícone atividade oral. Quais são os genótipos e fenótipos de cada um dos membros da família de Daniela?

Resposta nas orientações ao professor.

Questão 8. Ícone atividade oral. Com base na análise do heredograma e nos genótipos dos membros da família, podemos afirmar que a condição bico de viúva é uma característica dominante ou recessiva? Justifique sua resposta.

Resposta: Espera-se que os alunos respondam que essa condição é dominante, pois o fenótipo se manifesta tanto em homozigotos (CC) quanto em heterozigotos (Cc).

Questão 9. Ícone atividade oral. Analisando o heredograma, quais são os possíveis genótipos do descendente de Daniela e Cláudio? Justifique sua resposta.

Resposta: Espera-se que os alunos respondam que ele pode apresentar os genótipos Cc ou cc, pois Daniela (Cc) pode ceder via ovócito tanto genes C quanto c para seu descendente. Já Cláudio (cc) pode ceder via espermatozoide apenas genes c.

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A análise de heredogramas pode ser auxiliada por outras ferramentas, como o Quadrado de Punnett, estudado anteriormente.

Considere que Daniela esteja grávida. Analise a seguir como ela e Cláudio podem prever qual é a probabilidade de seu filho ou sua filha apresentar distribuição de cabelo do tipo bico de viúva.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de um quadrado de Punnett. Na linha 1, coluna 1 está o seguinte texto: gameta masculino. Na coluna 2: uma ilustração de um espermatozoide com um c minúsculo. Na coluna 3, a ilustração de um segundo espermatozoide com um c minúsculo. Na parte de baixo da coluna 1, linha 1, há o texto: gameta feminino. Na linha 2, uma ilustração de um ovócito com um C maiúsculo. Na linha 3, a ilustração de um segundo ovócito com um c minúsculo. Nas interseções de cada coluna com cada linha há um zigoto formado. Na interseção do primeiro espermatozoide com c minúsculo e o primeiro ovócito com C maiúsculo, há um zigoto C c (um C maiúsculo e um c minúsculo), com a seguinte indicação: bico de viúva. Na interseção do segundo espermatozoide com c minúsculo e o primeiro ovócito com C maiúsculo, há outro zigoto C c (um C maiúsculo e um c minúsculo), com a seguinte indicação: bico de viúva. Na interseção do primeiro espermatozoide com c minúsculo e o segundo ovócito com c minúsculo, há um zigoto c c (dois cês minúsculos), com a seguinte indicação: distribuição regular. Na interseção do segundo espermatozoide com c minúsculo e o segundo ovócito com c minúsculo, há um zigoto c c (dois cês minúsculos), com a seguinte indicação: distribuição regular.
Quadrado de Punnett para a característica de distribuição do cabelo, considerando o progenitor feminino Cc e o progenitor masculino cc.

Fonte de pesquisa: MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. (Vid); TORCHIA, Mark G. Embriologia básica. Tradução: Danuza Pinheiro Bastos e Renata Scavone de Oliveira. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. p. 15.

Observando o Quadrado de Punnett, você pode perceber que Cláudio formará apenas gametas com alelo c, enquanto Daniela produzirá gametas com alelo C e gametas com alelo c.

Assim, há quatro encontros possíveis: dois originarão zigotos Cc e dois originarão zigotos cc. Ou seja, o casal tem duas chances em quatro (50%) de que seu descendente, independentemente do sexo, apresente a distribuição de cabelo do tipo bico de viúva.

Cromossomos e determinação do sexo em seres humanos

Como você estudou anteriormente, o cariótipo do ser humano é composto por 46 cromossomos, organizados em 23 pares. Destes, um par é de cromossomos sexuais, que estão diretamente relacionados à determinação do sexo biológico no ser humano.

Nos indivíduos do sexo feminino, o par de cromossomos sexuais é formado por dois cromossomos X. Já nos indivíduos do sexo masculino, observa-se um cromossomo X e um cromossomo Y. Dessa maneira, o cariótipo humano para o sexo biológico feminino pode ser representado por 46, XX. Já o cariótipo humano para o sexo biológico masculino pode ser representado por 46, XY.

A determinação do sexo biológico dos seres humanos ocorre no momento da fecundação.

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Durante a produção dos gametas, a mulher produz apenas um tipo de ovócito, que apresenta o cromossomo X. Já o homem pode produzir tanto espermatozoides com cromossomo X quanto com cromossomo Y. Analise a seguir.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

A. Ilustração. Dois ovócitos lado a lado, apresentando duas camadas circulares no interior. Em suas partes externas, há várias formas ovais com uma bolinha dentro. Cada ovócito está representado com uma letra X maiúscula abaixo dele.
B. Ilustração. Dois espermatozoides lado a lado, apresentando estrutura com cabeça em uma extremidade e uma cauda na outra. O espermatozoide da esquerda está representado com uma letra X maiúscula abaixo dele e o espermatozoide da direita está representado com uma letra Y maiúscula abaixo dele.

Representação do tipo de cromossomo sexual (X ou Y) possível em gametas produzidos por indivíduo do sexo feminino (imagem A) e do sexo masculino (imagem B).

Fonte de pesquisa: MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. (Vid); TORCHIA, Mark G. Embriologia básica. Tradução: Danuza Pinheiro Bastos e Renata Scavone de Oliveira. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. p. 15.

Assim, de maneira simplificada, podemos afirmar que o sexo biológico é determinado pelo espermatozoide que fertiliza o ovócito. Caso o ovócito seja fecundado por um espermatozoide contendo o cromossomo X, o zigoto formado será XX e dará origem a um indivíduo do sexo feminino. Já na situação de o ovócito ser fecundado por um espermatozoide contendo o cromossomo Y, o zigoto formado será XY, e o indivíduo em formação será do sexo masculino.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de um quadrado de Punnett. Na linha 1, coluna 1 está o seguinte texto: gameta masculino. Na coluna 2: uma ilustração de um espermatozoide com um X. Na coluna 3, a ilustração de um segundo espermatozoide com um Y. Na parte de baixo da coluna 1, linha 1, há o texto: gameta feminino. Na linha 2, uma ilustração de um ovócito com um X. Na linha 3, a ilustração de um segundo ovócito com um X. Nas interseções de cada coluna com cada linha há uma possibilidade entre os gametas, com um zigoto formado. Na interseção do primeiro espermatozoide com um X e o primeiro ovócito com um X, há um zigoto X X, com a seguinte indicação: sexo feminino. Na interseção do segundo espermatozoide com um Y e o primeiro ovócito com um X, há um zigoto X Y, com a seguinte indicação: sexo masculino. Na interseção do primeiro espermatozoide com um X e o segundo ovócito com um X, há um zigoto X X, com a seguinte indicação: sexo feminino. Na interseção do segundo espermatozoide com um Y e o segundo ovócito com um X, há um zigoto X Y, com a seguinte indicação: sexo masculino.
Quadrado de Punnett para determinação do sexo biológico em seres humanos.

Fonte de pesquisa: MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. (Vid); TORCHIA, Mark G. Embriologia básica. Tradução: Danuza Pinheiro Bastos e Renata Scavone de Oliveira. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. p. 15.

A união dos gametas masculino e feminino pode dar origem a zigotos XX ou XY na mesma proporção. Ou seja, a possibilidade de a fecundação resultar na formação de um zigoto XX é igual à possibilidade de formar um zigoto XY.

Assim, pode-se afirmar que a probabilidade de nascer um descendente do sexo feminino é de 50% e que a probabilidade de nascer um descendente do sexo masculino também é de 50%.

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[Não] violência contra a mulher

Como estudado anteriormente, o sexo biológico na espécie humana é determinado principalmente por um par de cromossomos sexuais, os quais estão relacionados a algumas características físicas específicas de cada um dos sexos, por exemplo. Apesar dessas e de outras diferenças, homens e mulheres têm os mesmos direitos perante a lei.

No entanto, infelizmente, não é o que se verifica em diferentes setores da sociedade. Ainda hoje, homens e mulheres não são tratados da mesma maneira em todos os lugares, tampouco são igualmente valorizados. Além disso, as mulheres podem sofrer diferentes formas de violência.

Os casos em que a violência física resulta no homicídio de uma mulher, motivado pelo fato de ela ser do sexo feminino, recebem o nome de feminicídio. Sobre esse tema, analise o gráfico a seguir.

Homicídio:
assassinato, morte intencional ou não intencional de ser humano.

Mortes caracterizadas como feminicídio em países da América do Sul (2020)

Gráfico de colunas. O eixo vertical apresenta o número de mortes, enquanto o eixo horizontal apresenta letras que representam os países. Ao lado há uma legenda apresentando a qual país se refere cada letra. Letra A: Bolívia; Letra B: Brasil; Letra C: Uruguai; Letra D: Argentina; Letra E: Paraguai; Letra F: Peru; Letra G: Venezuela; Letra H: Colômbia. Os dados são: Bolívia: 113; Brasil: 1738; Uruguai: 13; Argentina: 251; Paraguai: 36; Peru: 148; Venezuela: 122; Colômbia: 182.

Fonte de pesquisa: FEMINICÍDIO ou femicídio. Observatório de Igualdade de Gênero da América Latina e do Caribe. Disponível em: https://oeds.link/qou44d. Acesso em: 3 maio 2022.

Agora, responda às questões a seguir em seu caderno.

a) Com base nos dados do gráfico, o que podemos afirmar a respeito do feminicídio no Brasil? Junte-se a um colega, conversem sobre esses dados e o que poderia ser feito para reduzir urgentemente o número de mortes causadas por esse tipo de crime.

b) Explique como o contexto histórico, cultural, social e econômico no Brasil pode ser relacionado ao modo como a mulher é vista, tratada ou valorizada no país. Em seguida, escreva um texto no caderno sobre esse assunto.

c) Junte-se a três colegas e montem um material para conscientizar sobre a importância de combater a violência contra a mulher. Para isso, pesquisem sobre a Lei nº 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, e identifiquem os tipos de violência que as mulheres sofrem em diferentes esferas da sociedade. Em seguida, transformem esse material em um vídeo e o compartilhem nas mídias sociais.

Respostas nas orientações ao professor.

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Síndromes genéticas

Para que ocorra a formação dos gametas, algumas células presentes nos testículos e nos ovários passam por um processo de divisão celular conhecido como meiose. Como você já estudou, células com 46 cromossomos originam gametas com 23 cromossomos. Analise o esquema a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Esquema com ilustrações em sequência das 5 etapas de divisão celular. Na etapa 1, uma célula com formato de esfera, dentro, uma estrutura circular, o envoltório nuclear, com quatro filamentos, dois azuis e dois rosas, os cromossomos. Abaixo, fora do envoltório nuclear, duas estruturas com formato de pequenos tubos, com quatro pequenas linhas laterais em cada. Uma seta aponta para a etapa 2. A estrutura tem formato oval, e o envoltório nuclear está segmentado, e dentro, quatro cromossomos duplicados, com formato da letra X. Na parte inferior, os tubos pequenos se afastam e entre eles, três linhas curvas. Uma seta aponta para sequência da etapa 2. A célula está esticada, com duas regiões arredondadas nas extremidades, e a parte central entre elas estreita. Nos cromossomos há a seguinte indicação: separação dos pares de cromossomos. Há dois azuis na parte superior e dois rosas na parte inferior. Os pequenos tubos estão um em cada lado, com duas linhas passando entre eles. Cada linha passa por um par de cromossomos da mesma cor. Duas setas apontam para a etapa 3, em que há a formação de duas células iguais. Elas têm formato oval e dentro está o envoltório nuclear, com um cromossomo duplicado em forma de X azul e outro rosa. Abaixo, fora do envoltório nuclear, dois tubos pequenos e entre eles, três linhas curvas. De cada célula sai uma seta apontando para a etapa 4. Cada célula está esticada, com duas regiões arredondadas nas extremidades e a parte central estreita. As estruturas em formato de letra X passam a ter formato de letra V, ficando uma estrutura azul e uma estrutura rosa de cada lado. Em cada estrutura com formato de V está indicado: separação das cromátides-irmãs. Os tubos pequenos estão um em cada lado, com duas linhas entre eles. Cada linha passa por um par de cromossomos da mesma cor. De cada célula esticada sai uma seta apontando para duas células, com a indicação da etapa 5. Formam-se quatro células iguais, ind
Representação simplificada da divisão celular por meiose em uma célula hipotética composta por dois cromossomos.

Fonte de pesquisa: REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. Tradução: Anne D. Villela et al. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 258-259.

1. Antes de iniciar a meiose, a célula-mãe duplica seus cromossomos. Essas cópias são chamadas cromátides-irmãs e permanecem unidas uma a outra. Durante a meiose, o envoltório nuclear se desfaz.

2. Os pares de cromossomos homólogos, já duplicados, pareiam-se, ou seja, posicionam-se lado a lado. Proteínas presentes no citoplasma se ligam a cada um dos cromossomos homólogos duplicados, separando-os.

3. Ao final da primeira fase da meiose, formam-se duas células, cada uma com um dos cromossomos homólogos duplicados. Isso permite que os cromossomos homólogos de origem materna e paterna se separem em diferentes células-filhas.

4. Na segunda fase da meiose, ocorre uma nova divisão celular, na qual há separação de cada uma das cromátides-irmãs dos cromossomos duplicados.

5. Ao final da meiose, formam-se quatro células-filhas, cada uma com metade da quantidade de cromossomos da célula-mãe. Isso acontece porque cada célula-filha recebe apenas um cromossomo de cada par.

Página 90

Durante a formação dos gametas humanos na meiose, podem ocorrer algumas falhas, como a separação inadequada dos cromossomos homólogos. Essas falhas resultam em gametas com uma quantidade maior ou menor que 23 cromossomos, número que caracteriza os gametas dos seres humanos. Além disso, os cromossomos podem perder fragmentos e apresentar outras alterações em sua estrutura. Como resultado, formam-se gametas com alterações cromossômicas. Analise um exemplo a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Esquema com ilustrações em sequência da divisão celular com alterações cromossômicas. Indicado com o número 1, uma célula com formato oval, e o envoltório nuclear segmentado, e dentro, quatro cromossomos duplicados, com formato da letra X. Na parte inferior, dois tubos pequenos afastados, e entre eles, três linhas curvas. Uma seta aponta para sequência com uma estrutura indicada pelo número 2: a célula está esticada, com duas regiões arredondadas nas extremidades, e a parte central entre elas estreita. Há dois cromossomos rosas na parte superior, cada um de um lado da célula, e na parte inferior dois cromossomos azuis, ambos em apenas um lado da célula. Os tubos pequenos estão um em cada lado, com uma linha passando entre eles e os cromossomos rosas em cima. Também há uma linha na parte inferior, com os cromossomos azuis em cima, mas esta linha está ligada a apenas um dos tubos pequenos. Desta célula saem duas setas, uma apontando para cima, para a estrutura marcada com o número 3, e outra seta apontando para baixo, para estrutura marcada com o número 4. A estrutura número 3 tem formato oval, e dentro um envoltório nuclear com um cromossomo duplicado em forma de X rosa. Abaixo, fora do envoltório nuclear, dois tubos pequenos e entre eles três linhas curvas. A estrutura número 4 é parecida, porém ela possui três cromossomos duplicados em forma de X, um rosa e dois azuis. Cada uma dessas estruturas tem uma sete apontando para células marcadas com o número 5. Elas são esticadas, com duas regiões arredondadas nas extremidades e a parte central estreita. As estruturas em formato de letra X passam a ter formato de letra V. Na célula originada da estrutura número 3, há duas estruturas em forma de V rosas, uma em cada lado, da célula. Os tubos pequenos estão um em cada lado, com uma linha entre eles e as estruturas em forma de V em cima dela.  A célula originada da estrutura número 4 tem 6 estruturas em forma de V, quatro azuis e
Representação da formação de gametas com alterações cromossômicas com base em uma célula hipotética com dois cromossomos.

Fonte de pesquisa: MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. (Vid); TORCHIA, Mark G. Embriologia básica. Tradução: Danuza Pinheiro Bastos e Renata Scavone de Oliveira. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. p. 15.

No início da meiose, os cromossomos estão duplicados (1). Por uma falha na divisão celular, um dos pares de cromossomos homólogos não se separa e eles migram para um dos polos da célula (2). Como resultado, uma das células-filhas não apresenta um dos cromossomos duplicados (3), enquanto a outra apresenta dois cromossomos duplicados de um mesmo par (4). Na segunda fase da meiose, as cromátides-irmãs se separam (5), formando quatro células-filhas, os gametas. Duas dessas células (6 e 7) não apresentam um dos cromossomos, originando gametas com 22 cromossomos, enquanto as outras duas (8 e 9) apresentam um cromossomo a mais, dando origem a gametas com 24 cromossomos.

Agora, considere a fecundação de alguns dos gametas com alteração cromossômica.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

1. Ilustração de um ovócito, uma estrutura esférica com duas camadas e, em sua superfície, formas ovais com uma bolinha dentro.
2. Ilustração de um espermatozoide, uma estrutura com uma porção arredondada em uma extremidade e uma cauda na outra.
fecundação Ilustração do espermatozoide com a extremidade arredondada em contato com as camadas do ovócito.
3. Ilustração de uma estrutura composta por uma camada ao redor de uma esfera, contendo uma esfera menor em seu interior.

Representação da formação de um zigoto de ser humano com alteração cromossômica.

Fonte de pesquisa: MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. (Vid); TORCHIA, Mark G. Embriologia básica. Tradução: Danuza Pinheiro Bastos e Renata Scavone de Oliveira. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. p. 15.

Caso um ovócito com 24 cromossomos (1), por exemplo, seja fecundado por um espermatozoide com 23 cromossomos (2), ocorrerá a formação de um zigoto com 47 cromossomos (3). Essa alteração cromossômica é transmitida para as demais células do organismo, formadas pela divisão mitótica do zigoto.

Glossário

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Após a fecundação, as alterações cromossômicas dos gametas são mantidas no zigoto e, consequentemente, em todas as células que vão compor o novo indivíduo. Quando o zigoto apresenta uma alteração no número de cromossomos, geralmente, ele não se desenvolve. No entanto, em alguns casos, dependendo de qual cromossomo sofreu alteração, o zigoto se desenvolve e origina um novo ser humano com uma síndrome genética.

A síndrome genética é uma condição identificada por um conjunto de sinais físicos e outras características resultantes da constituição genética variada. Portanto, síndromes não são doenças.

Analise a seguir algumas síndromes genéticas que ocorrem na espécie humana e a representação de seus cariótipos.

  • Síndrome de Turner ( 45 ,   X 0 ) : caracteriza-se por ser uma mulher com ausência de um cromossomo sexual (X ou Y) no genótipo. Os ovários são pouco desenvolvidos, o que resulta em esterilidade, ou seja, incapacidade de se reproduzir. Além disso, percebe-se baixa estatura, pescoço alargado e deficiência auditiva.
  • Síndrome de Klinefelter ( 47 ,   XXY ) : caracteriza-se por ser um homem com um cromossomo sexual X a mais no genótipo. Os testículos são pouco desenvolvidos, resultando em esterilidade. Além disso, as mamas são desenvolvidas e a estatura é elevada.
  • Síndrome do triplo X ( 47 ,   XXX ) : caracteriza-se pela presença de um cromossomo sexual X extra no genótipo feminino. De maneira geral, as mulheres com essa síndrome não apresentam alterações no fenótipo. Quando presentes, essas alterações incluem fertilidade reduzida e discreto comprometimento intelectual.
  • Síndrome de Patau ( 47 ,   XX ,   + 13   ou   47 ,   XY ,   + 13 ) : caracteriza-se pela adição de um cromossomo 13 no genótipo, o que pode ocorrer em ambos os sexos. O indivíduo apresenta deficiência intelectual e comprometimento da audição. Além disso, percebe-se fenda labial e/ou do palato e problemas cardíacos.
  • Síndrome de Edward ( 47 ,   XX ,   + 18   ou   47 ,   XY ,   + 18 ) : caracteriza-se pela adição de um cromossomo 18 no genótipo, o que pode ocorrer em ambos os sexos. O indivíduo pode ter malformação de diversos órgãos. Além disso, as orelhas, a mandíbula e a boca são pequenas.

Como você pôde perceber, as alterações cromossômicas podem ocorrer tanto em cromossomos sexuais como nos demais pares de cromossomos.

Palato:
porção superior da cavidade bucal que a separa da cavidade nasal e que é popularmente conhecida como "teto" ou "céu" da boca.

Questão 10.Ícone atividade oral. Explique em voz alta os cariótipos apresentados em cada síndrome genética, identificando os cromossomos autossômicos e os sexuais e comparando esses cariótipos com um cariótipo normal.

Glossário

Resposta nas orientações ao professor.

Página 92

Além das síndromes mencionadas, podemos citar a síndrome de Down. Essa condição genética é bastante conhecida e se caracteriza pela presença de um cromossomo 21 a mais no cariótipo.

Questão 11.Ícone atividade oral. Como ficaria a representação do cariótipo de uma pessoa com síndrome de Down do sexo masculino e do sexo feminino?

Fotografia. 22 pares de cromossomos numerados de 1 a 22, com exceção daquele indicado pelo número 21, que apresenta três cromossomos. Também há os cromossomos X e Y, totalizando 47 cromossomos. Os cromossomos têm tamanhos diferentes e formato de filamentos espessos, com alguns deles curvos. Eles estão pareados e organizados em ordem decrescente de tamanho. O cromossomo X é bem maior em relação ao cromossomo Y.
Cariótipo de uma pessoa do sexo masculino com síndrome de Down.

Resposta: Espera-se que os alunos citem que o cariótipo de pessoa do sexo masculino com essa síndrome é 47,   XY + 2 1 . Já o cariótipo feminino é 47, XX + 2 1 .

As pessoas com síndrome de Down apresentam um conjunto de sinais físicos, como baixa estatura e articulações frouxas, crânio e narinas mais largos, língua espessa, mãos pequenas e apenas um vinco nas palmas das mãos.

Além das condições físicas citadas, em geral, as pessoas com síndrome de Down apresentam certa dificuldade de aprendizagem ou algum comprometimento em menor ou maior grau de desenvolvimento intelectual.

Fotografia de um maestro fazendo gestos para os músicos de uma orquestra. Ele tem a cabeça grande, rosto arredondado, nariz pequeno e olhos oblíquos.
Maestro com síndrome de Down regendo uma orquestra em Yancheng, China, em 2020.

Apesar disso, as pessoas com síndrome de Down são capazes de aprender, ensinar e interagir com os outros, bem como praticar esportes, estudar e trabalhar. Sobre isso, leia o trecho de reportagem a seguir.

Chef com síndrome de Down abre restaurante em Araraquara
Bruno Sassaki faz sucesso com yakisoba e realiza sonho de abrir restaurante delivery na cidade

ROCHA, Amanda. Chef com síndrome de Down abre restaurante em Araraquara. ACidadeON Araraquara, 17 mar. 2022. Disponível em: https://oeds.link/TXySLz. Acesso em: 18 mar. 2022.

Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito ao acesso a condições adequadas para exercer seus direitos e deveres como cidadãos. Isso quer dizer que todos têm direito a educação, saúde, moradia e condições que os ajudem a superar quaisquer limitações. É dever dos governantes e de cada cidadão atentar para que isso seja garantido a tais pessoas.

Questão 12.Ícone em grupo. Converse com seus colegas se vocês consideram que as pessoas com síndrome de Down têm as mesmas oportunidades que os demais cidadãos.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é incentivar os alunos a trocar ideias sobre os direitos e a inclusão das pessoas com síndrome de Down na sociedade e se tais condições têm sido respeitadas.

Questão 13.Ícone em grupo. Conversem sobre a importância da empatia na inclusão social das pessoas com síndrome de Down.

Resposta nas orientações ao professor.

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O tema é ...

Ciência e tecnologia

Bioética: reflexão sobre a Ciência

Leia as manchetes a seguir.

Cientistas sequenciam 100% do genoma humano: Trabalho de 20 anos

Disponível em: https://oeds.link/OW6geO. Acesso em: 5 abr. 2022.

O dilema ético envolvendo a criação de bebês geneticamente editados

Disponível em: https://oeds.link/R6nzBG. Acesso em: 27 jul. 2022.

Os avanços da ciência têm ocorrido de forma muito rápida nos últimos anos. Como identificamos nas manchetes, atualmente, já é possível sequenciar o DNA de uma pessoa, bem como alterar o material genético de seres humanos em formação. Além disso, é possível prever a probabilidade de seus descendentes desenvolverem determinada doença, manipular em laboratório os genes e cromossomos de um organismo e transferir genes entre espécies diferentes — os transgênicos são um exemplo real dessa possibilidade.

Apesar de os avanços científicos gerarem muitos benefícios ao ser humano, eles colocam a ciência e os cientistas diante de questões complexas. Analise algumas delas a seguir.

Os seres humanos têm o direito de modificar o genótipo de outra espécie?

O sequenciamento genético poderia ser utilizado para excluir pessoas do mercado de trabalho?

Seria adequado selecionar artificialmente os embriões que vão se desenvolver, de acordo com as características físicas previamente identificadas por análise do material genético?

A edição de genes de um embrião ou de células reprodutoras pode resultar em efeitos inesperados nos organismos. Sabendo disso, é adequado e responsável promover essas alterações, desconhecendo seus efeitos futuros?

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de uma pessoa utilizando uma máscara que tampa o nariz e a boca e luvas grandes que cobrem as mãos e os antebraços. Ela está em frente a uma bancada, segurando um recipiente de vidro com uma das mãos e com a outra manuseando um tubo de vidro com um material vermelho dentro. Próxima a ela, na bancada, há um microscópio.
Representação de cientista em um laboratório, desenvolvendo experimentos que contribuem para o avanço científico e tecnológico.

Sendo assim, a questão principal é: como controlar a aplicação dessas tecnologias? É importante que os cientistas e a sociedade reflitam sobre aspectos éticos relacionados aos avanços das pesquisas científicas e sobre a aplicação desses conhecimentos. Essa reflexão é incentivada pela Bioética, um campo de estudo multidisciplinar que envolve áreas como Filosofia, Biologia, Medicina e Psicologia.

Página 94

A fim de facilitar a reflexão sobre o tema, cientistas da área da Bioética propuseram alguns princípios. Confira a seguir alguns deles.

Por meio da autonomia podemos escolher entre as opções ofertadas e decidir por conta própria e de maneira livre. Dessa forma, é essencial que, diante de questões relacionadas à saúde física e emocional, as pessoas recebam informações confiáveis de profissionais, para que elas possam ter autonomia em suas escolhas e estar cientes das consequências das suas decisões.

  • Beneficência: as ações devem beneficiar outras pessoas, acima dos interesses pessoais do pesquisador. Por exemplo, ao desenvolver um estudo, o cientista deve esclarecer os benefícios de sua pesquisa para a sociedade.
  • Não maleficência: não causar dano intencional a um ser vivo. Por exemplo, quando é necessário testar um medicamento, é essencial que os pesquisadores sigam normas que garantam o menor dano possível aos seres vivos submetidos aos testes.
  • Justiça: a Bioética propõe uma discussão sobre o princípio da justiça, segundo o qual devemos refletir sobre a distribuição dos benefícios de uma pesquisa ou tecnologia. Todos, independentemente de classe social, sexo ou etnia, devem ser tratados de forma justa no que se refere à tecnologia, na relação entre médico e paciente ou no desenvolvimento de pesquisas.
  • Respeito à pessoa: valorizar a autonomia de cada indivíduo, ou seja, cada pessoa tem o direito de saber o que ocorre no próprio corpo e de decidir o que fazer com ele. A opinião do indivíduo deve ser ouvida e respeitada.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de uma pessoa utilizando jaleco atrás de um balcão. Na frente dela há uma pessoa utilizando roupa colorida, com um balão de falando saindo dela e um ponto de interrogação dentro dele.
Representação do princípio do respeito à pessoa.

Os princípios da Bioética constituem um caminho para a reflexão que deve ser feita não apenas pelos cientistas, mas também por toda a sociedade.

Agora, responda às questões a seguir no caderno.

1. Ícone em grupo. Com um colega, pensem em situações do dia a dia em que podemos utilizar os princípios da Bioética para refletir sobre nossas ações. Em seguida, elaborem um texto colaborativo relatando a reflexão que vocês fizeram.

2. Ícone em grupo. Em grupo, façam uma pesquisa sobre um assunto que desperte polêmica, como o uso de células-tronco embrionárias ou a edição genética de embriões. Identifiquem qual é a polêmica envolvida nessa questão e como a Bioética poderia contribuir para uma reflexão a respeito. Depois, apresentem as informações coletadas aos demais colegas e debatam o tema.

Respostas e instruções nas orientações ao professor.

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Atividades

Faça as atividades no caderno.

1. Leia as frases a seguir. Depois, identifique a alternativa que apresenta um conceito incorreto sobre heredograma e justifique a escolha em seu caderno.

a) Por meio de um heredograma, é possível, por exemplo, analisar a chance de certos casais terem descendentes com determinadas condições genéticas.

b) Em um heredograma, o sexo masculino é representado por um quadrado.

c) Em um heredograma, o sexo feminino é representado por um losango.

d) No heredograma, o indivíduo acometido pela característica estudada é representado pela respectiva forma geométrica preenchida com cor.

Resposta: Alternativa c. Em um heredograma, o sexo feminino é representado por um círculo, e não pelo losango, que é utilizado para representar um indivíduo com o sexo desconhecido.

2. Analise os cariótipos a seguir.

A. Fotografia. Há 22 pares de cromossomos numerados e organizados em ordem decrescente de tamanho. Eles apresentam formato de filamentos espessos, com alguns deles curvos. Ao final, há dois filamentos grandes pareados.
Cariótipo humano.
B. Fotografia. Há 22 pares de cromossomos numerados e organizados em ordem decrescente de tamanho. Eles apresentam formato de filamentos espessos, com alguns deles curvos. Ao final, há um filamento grande indicado com a letra X, e ao lado, um espaço indicado com a letra Y sem nenhum cromossomo.
Cariótipo humano.

a) Escreva a representação dos cariótipos A e B.

Resposta: Cariótipo A: 46, XX; cariótipo B: 45, X0.

b) As pessoas representadas pelos cariótipos A e B têm alguma síndrome genética? Em caso afirmativo, qual síndrome acomete cada uma delas?

Resposta: O objetivo desta questão é levar os alunos a analisar os cromossomos dos cariótipos. Espera-se que eles identifiquem, no cariótipo A, uma mulher sem síndrome genética, pois o indivíduo do sexo feminino apresenta dois cromossomos sexuais X. O cariótipo B representa a síndrome de Turner, pois se observa a presença de apenas um cromossomo sexual, o X.

3. Analise a foto e leia o texto a seguir.

Fotografia dos pés de uma pessoa, cada um com 6 dedos.
Pés de pessoa com polidactilia.

O portador de polidactilia tem dedos a mais nos pés e/ou nas mãos. Isso está relacionado a um único gene, com dois alelos, P e p, em que o alelo dominante (P) é o responsável por essa condição.

a) Marcos tem polidactilia e é homozigoto. Carolina não tem polidactilia. Qual é o genótipo desse casal para essa característica?

Resposta: Marcos: PP; Carolina: pp.

b) Carolina está grávida. Desconsiderando o sexo do descendente dela e de Marcos, quais são as chances de esse descendente ter polidactilia? Justifique sua resposta.

Resposta nas orientações ao professor.

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4. A bióloga estadunidense Nettie Stevens (1861-1912) estudava um inseto conhecido como tenébrio quando descobriu que o macho poderia transmitir dois tipos de cromossomos sexuais aos descendentes, X ou Y. A fêmea, por sua vez, transmitiria apenas cromossomos sexuais X. O genótipo XX determina o sexo feminino, e o XY, o masculino. Na época, muitos cientistas acreditavam que a determinação do sexo nesses insetos se devia a fatores ambientais.

a) Explique por que a descoberta de Stevens é uma importante contribuição para a Genética.

Resposta: Porque ela descobriu que a determinação do sexo biológico no inseto está relacionada a cromossomos sexuais, e não ao ambiente, como se pensava até então.

b) Por que é possível afirmar que a determinação biológica do sexo na espécie de inseto estudada é similar à dos seres humanos?

Resposta nas orientações ao professor.

c) Qual é a representação do cariótipo normal de um ser humano dos sexos masculino e feminino?

Resposta: Espera-se que os alunos respondam que a representação do cariótipo do sexo feminino é 46, XX. Já no caso do sexo masculino, a representação é 46, XY.

d) Na espécie humana, alguns homens e mulheres podem apresentar número de cromossomo sexual diferente daqueles que você mencionou no item c. Explique como isso pode ocorrer.

Resposta: Algumas pessoas podem ter síndromes genéticas.

5. O albinismo é uma característica hereditária relacionada a um alelo recessivo (a). Nas pessoas com albinismo ocorre a ausência do pigmento melanina no corpo. Analise o heredograma a seguir.

Há uma linha horizontal entre um quadrado preto e um círculo branco. Da linha entre eles parte uma linha vertical que chega a um quadrado branco, João. Há uma linha horizontal entre João e um círculo preto, Maria.
Heredograma hipotético de uma família com casos de albinismo.
Fotografia de uma mulher jovem, de pele clara, cabelo grande de coloração branca e sobrancelhas brancas.
Pessoa albina.

a) Quais são os genótipos e os fenótipos de João e sua família?

Resposta nas orientações ao professor.

b) Qual é a probabilidade de Maria e João terem um descendente com albinismo?

Resposta nas orientações ao professor.

c) Se o descendente de João e Maria se casar com uma pessoa homozigota dominante para o albinismo, quais são as chances de terem descendentes albinos? Justifique sua resposta.

Resposta nas orientações ao professor.

d) Considere que o descendente de João e Maria se casou com uma pessoa heterozigota para a característica do albinismo. Quais são as chances de eles terem descendentes albinos? Justifique sua resposta.

Resposta nas orientações ao professor.

Página 97

6. O nanismo é caracterizado por um crescimento inadequado que resulta em uma estatura bem mais baixa do que a esperada para os demais adultos da mesma população. Há vários tipos de nanismo. Em um deles, denominado acondroplasia, essa característica está relacionada a um gene com dois alelos: D e d. Verifique o heredograma a seguir.

Fotografia de uma pessoa de baixa estatura, com bigode, segurando uma esfera de metal apoiada no ombro com uma das mãos. Ela tem os braços e as pernas curtas, e suas pernas são arqueadas.
Atleta Abdullah Alsaif, da modalidade de arremesso de peso, durante competição em Londres, Inglaterra, em 2017. Esse atleta apresenta nanismo por acondroplasia.
Ilustração de um heredograma com formas geométricas e linhas. Do lado esquerdo, há uma linha horizontal entre um quadrado com fundo azul, com os alelos D D (dois dês maiúsculos), e um círculo branco com os alelos d d (dois dês minúsculos). Da linha entre eles parte uma linha vertical que chega a um quadrado com fundo azul, Carlos, com os alelos D d (um dê maiúsculo e um dê minúsculo). Do lado direito, há uma linha entre um quadrado com fundo azul, com os alelos D d (um dê maiúsculo e um dê minúsculo), e um círculo com fundo azul com os alelos D d (um dê maiúsculo e um dê minúsculo). Da linha entre eles parte uma linha vertical que chega a um círculo branco, Márcia, com os alelos d d (dois dês minúsculos). Há uma linha horizontal entre Carlos, do lado esquerdo, e Márcia, do lado direito.
Heredograma hipotético de uma família com casos de nanismo por acondroplasia.

Dica!

Os genótipos representados com fundo azul são de pessoas com acondroplasia.

Analisando o heredograma, julgue as afirmativas a seguir como verdadeiras ou falsas. Em seguida, reescreva as falsas em seu caderno, corrigindo-as.

a) A ocorrência de nanismo por acondroplasia é condicionada por um alelo recessivo, pois a característica se manifesta em indivíduos homozigotos, com duas cópias do alelo d.

Resposta: Falsa. A ocorrência de nanismo por acondroplasia é condicionada por um alelo dominante, pois a característica se manifesta em indivíduos heterozigotos, com apenas uma cópia do alelo D.

b) Caso Carlos tivesse irmãos, independentemente do sexo, todos teriam nanismo por acondroplasia.

Resposta: Verdadeira.

c) Desconsiderando o sexo, a chance de Carlos e Márcia terem descendentes com nanismo em razão da acondroplasia é de 75%.

Resposta: Falsa. As chances de Carlos e Márcia terem descendentes com nanismo em razão da acondroplasia são de 50 % .

d) As chances de os pais de Carlos e os de Márcia terem outros descendentes com nanismo por acondroplasia, independentemente do sexo, são as mesmas, ou seja, 50%.

Resposta: Falsa. As chances de os pais de Carlos e os de Márcia terem outros descendentes com nanismo por acondroplasia são de 100% e 75%, respectivamente.

7. A síndrome de Usher é caracterizada pela deficiência auditiva e perda progressiva da visão. Ela está relacionada a um padrão de herança autossômico recessivo, ou seja, as pessoas acometidas por essa síndrome têm duas cópias do alelo recessivo a.

a) Considere uma mulher sem síndrome de Usher cujo irmão tem essa síndrome. Ela se casou com um homem heterozigoto para essa característica. Elabore em seu caderno um heredograma que represente a família dessa mulher, determinando os genótipos e fenótipos dela, dos pais, do irmão e do marido. Para isso, considere que o pai da mulher apresenta síndrome de Usher.

Resposta nas orientações ao professor.

Versão adaptada acessível

a) Considere uma mulher sem síndrome de Usher cujo irmão tem essa síndrome. Ela se casou com um homem heterozigoto para essa característica. Determine os genótipos e fenótipos dela, dos pais, do irmão e do marido. Para isso, considere que o pai da mulher apresenta síndrome de Usher.

Resposta: A mãe da mulher é heterozigótica (Aa) para a característica, já o pai é homozigoto recessivo (aa). Portanto, ambos apresentam o gene recessivo. O irmão apresenta genótipo aa e ela é Aa.

Orientação para acessibilidade

Professor, professora: Auxilie os alunos na realização desta atividade. Para isso, elabore com eles um heredograma que represente a família da mulher citada na atividade, indicando o genótipo de cada membro da família.

b) Desconsiderando o sexo, calcule as chances de esse casal não ter filhos com a síndrome de Usher.

Resposta nas orientações ao professor.