Lei de Murphy

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[Locutor(a)]

Lei de Murphy

[Murilo]

Olá, pessoal!

Meu nome é Murilo.

[Potira]

E o meu é Potira.

[Murilo e Potira]

Seja bem-vindo ao podcast “Matemática cotidiana”.

[Murilo]

O tema de hoje tem a ver com o fato de a Potira estar toda encharcada, não é, Potira?

[Potira]

Pois é, Murilo! Eu trouxe o guarda-chuva durante toda a semana, e não choveu nenhum dia. Só porque esqueci ele hoje, está chovendo! Me molhei inteira para chegar ao estúdio!

[Murilo]

É a Lei de Murphy!

[Potira]

Exatamente! “Se alguma coisa puder dar errado, dará.”

[Murilo]

Essa famosa frase é usada para explicar coincidências cotidianas desastrosas... Por exemplo, quando a torrada cai no chão com o lado da manteiga para baixo.

[Potira]

Ou no mercado, quando a fila em que você está anda mais devagar do que as outras.

[Murilo]

Quando cai na prova só o que você não estudou.

[Potira]

A entrega da compra pela internet que só chega quando não estamos em casa para receber...

São vários os exemplos de situações em que usamos a Lei de Murphy para explicar por que algo deu errado.

[Murilo]

Você deve estar se perguntando: De onde essa lei surgiu? Quem foi Murphy?

[Potira]

Tudo começou em 1949, quando Edward Murphy, engenheiro da Força Aérea dos Estados Unidos, participava de um projeto que testava os efeitos da desaceleração rápida em pilotos de aeronaves.

Para conseguir fazer a medição, ele construiu um equipamento que registrava os batimentos cardíacos e a respiração dos pilotos.

O aparelho foi instalado por um técnico, mas ocorreu uma pane, e Murphy foi chamado para consertá-lo. Ele percebeu então que a instalação estava toda errada. E adivinhem qual foi a frase usada nessa situação?

Isso mesmo, a famosa frase que deu origem à Lei de Murphy!

[Murilo]

A Lei de Murphy nada mais é do que a constatação de que, se existe alguma chance de algo acontecer, por menor que seja, deve ser levada em consideração, porque ela pode, sim, acontecer.

Por exemplo, não foi o fato de a Potira ter esquecido o guarda-chuva que provocou a chuva.

Se nós calcularmos quantas vezes por ano chove na nossa cidade, vamos perceber que, por menor que seja a probabilidade de chover em determinado dia, ela existe.

[Potira]

Pensando em probabilidade, quando uma torrada que tem manteiga num dos lados cai no chão, ela só poderá cair de dois modos: ou com a manteiga voltada para baixo ou com a manteiga voltada para cima.

Seria então uma chance em duas de a torrada cair com o lado da manteiga para baixo, ou seja, 50%, se fosse um evento aleatório.

Mas, na vida real, o lado com manteiga cai virado para baixo com mais frequência.

[Murilo]

Exatamente! Porque esse não é um evento aleatório, como quando atiramos uma moeda girando no ar para tirar cara ou coroa.

Nesse caso da torrada com manteiga, outras coisas precisam ser consideradas.

Sempre colocamos manteiga na parte de cima da torrada e, quando ela cai, geralmente é de cima de uma mesa, de uma de suas beiradas.

Um físico chamado Robert Matthews explicou que, quando pouco mais da metade da torrada está para fora do tampo da mesa, ela se inclina e começa a cair.

Como a mesa não é alta, não há tempo suficiente para a torrada dar uma volta completa em torno de si, ou seja, girar 360° antes de atingir o chão.

A torrada gira apenas 180°. Resultado: cai com a manteiga voltada para o chão — e lambuza o piso.

[Potira]

E, no caso de a fila que escolhemos no mercado sempre parecer a mais lenta, é preciso levar em consideração alguns fatores, como a quantidade de pessoas em cada fila, o tanto de mercadoria que cada um está comprando e a rapidez do caixa em passar as compras.

[Murilo]

Isso mesmo. Mas, pensando apenas na probabilidade, sem considerar outros fatores: se você tiver a opção de escolher entre cinco filas aparentemente iguais, e apenas uma delas seguirá mais rápido, então você tem quatro chances de errar e só uma de acertar. Ou seja: a probabilidade de fazer parte dos azarados que pegaram a fila mais lenta é maior, nesse caso.

[Potira]

Em geral, a probabilidade de um evento dar certo ou dar errado depende da quantidade de possibilidades do evento “sucesso” ou do evento “fracasso” em relação ao total.

Nós costumamos dar maior destaque aos casos em que obtemos fracasso, relacionando o ocorrido ao azar; e acabamos não dando atenção às vezes em que obtemos sucesso.

[Murilo]

Apesar de não ter base científica, a Lei de Murphy faz muito sentido quando pensamos em probabilidade.

[Potira]

Sim, quando pensamos que a probabilidade não diz respeito apenas às coisas ruins que acontecem, mas ao que é possível acontecer, seja bom, seja ruim.

[Murilo]

E a ideia da Lei de Murphy, de que em quase tudo o que fazemos existe a possibilidade de fracasso, nos ajuda a ser mais cautelosos e precavidos.

[Potira]

Espero que tenha gostado deste episódio do podcast sobre a Lei de Murphy!

Até a próxima. E, na dúvida, ande com guarda-chuva. E procure ir ao mercado em horários em que há pouca fila.

[Murilo]

Tchau, tchau. E mais: não deixe a torrada com manteiga na beirada da mesa. Você já sabe, né? Muitas coisas podem acontecer!

[Potira] [Murilo]

Hahaha!

[Locutor(a)]

Os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound e do Incompetech.

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