Eureka!

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[Locutor(a)]

Eureka!

[Keila]

Olá, ouvinte! Meu nome é Keila!

[Caíque]

E eu sou o Caíque.

Bem-vindos ao podcast “Histórias da ciência”!

[Keila]

Hoje vamos falar da história por trás da famosa expressão “Eureka!”, palavra de origem grega que quer dizer: “Encontrei!”... E assim ela passou a ser utilizada para indicar descobertas importantes ou o surgimento de grandes ideias.

[Caíque]

Keila, você já teve uma grande ideia enquanto tomava banho?

[Keila]

Hum... Que eu me lembre, não, Caíque.

[Caíque]

Certo... Eu também não me lembro de ter tido alguma ideia importante durante o banho, mas diz a lenda que foi assim que o matemático grego Arquimedes fez uma de suas grandes descobertas científicas: enquanto tomava banho em uma banheira.

[Keila]

Sim, eu conheço essa história!

[Caíque]

Conta pra gente então, Keila!

[Keila]

Além de matemático, Arquimedes foi um importante filósofo nascido em Siracusa, na Sicília, em 287 a.C. Contam-se muitas histórias sobre ele, a quem também são atribuídas muitas invenções.

[Caíque]

A história da banheira é, sem dúvida, a mais conhecida!

[Keila]

Pois é! Conta-se que, certa vez, o rei Hierão de Siracusa mandou um ourives fazer uma coroa de ouro puro. A coroa que foi entregue ao rei era totalmente dourada e tinha o mesmo peso que o ouro fornecido para sua confecção. Parecia que estava tudo certo. Porém, desconfiava-se no reino de que o ourives tivesse ficado com uma parte do ouro e que, para compensar essa parte, ele teria utilizado prata na produção da coroa.

O rei então chamou Arquimedes para resolver o problema: descobrir se a coroa era mesmo feita de ouro puro. Mas isso sem quebrá-la ou derretê-la!

[Caíque]

Situação complicada!

[Keila]

Bem complicada. Arquimedes teria, então, ido para casa pensando em como solucionar esse problema, sabendo que precisaria calcular a medida do volume da coroa. Quando foi entrar no banho, ao ver a água transbordando da banheira, conforme entrava nela, ele teve uma grande ideia, que poderia ajudá-lo a resolver a questão. Conta-se que Arquimedes ficou tão entusiasmado com a tal descoberta, que saiu da banheira e correu pelas ruas gritando: “Eureka, eureka!”. E... detalhe: ele estava sem roupa.

[Caíque]

Sem roupa? Nadinha?

[Keila]

Sem nada. Mas o que seria mais intrigante nessa história: o que ele teria descoberto, afinal?

Arquimedes percebeu que a quantidade de água que caía da banheira quando ele entrava nela tinha a mesma medida do volume que o seu corpo.

Essa descoberta ficou conhecida como Princípio de Arquimedes.

Segundo esse princípio, para determinar a medida do volume de um sólido, basta imergi-lo na água e depois medir o volume de água que foi deslocado por ele.

Como o volume de um objeto é uma grandeza que representa o espaço que esse corpo ocupa no mundo físico, quando ele é colocado dentro de um recipiente com água, vai ocupar um espaço dentro desse recipiente, fazendo o nível da água aumentar. E esse aumento representa justamente o volume desse objeto.

[Caíque]

Genial! Eu conheço um experimento simples de se fazer e que ajuda a entender esse princípio.

Com ele, dá para descobrir a medida do volume de uma pedra qualquer, dessas que a gente acha na rua, por exemplo.

[Keila]

Ah, eu fiz isso uma vez na escola! Mas explica como é, Caíque.

[Caíque]

É bem simples. A gente pega um desses copos que têm indicações em mililitros, coloca certa quantidade de água nele, mas sem encher completamente. Aí registra quantos mililitros tem. Depois põe a pedra. Quando ela estiver no fundo do copo, o nível terá aumentado. Então observamos novamente a marca no copo. Assim dá para saber qual é a diferença antes e depois de colocar a pedra no copo.

De acordo com o Princípio de Arquimedes, a medida do volume de água deslocado pela pedra será igual à medida do volume dela.

Agora vocês devem estar se perguntando: Como terminou a história da coroa do rei? Afinal, ele havia sido enganado pelo ourives ou não?

[Keila]

Após essa ideia, Arquimedes procurou o rei, que lhe entregou a mesma quantidade de ouro que tinha sido dada ao ourives. Com isso, Arquimedes poderia realizar o experimento.

Tanto o ouro como a coroa tinham supostamente a mesma densidade.Isso significa que se as massas são iguais, os volumes também deveriam ser.

Por isso Arquimedes decidiu mergulhar ambos em dois recipientes iguais, com a mesma quantidade de água.

Então, ele observou que a coroa deslocou mais água do que o ouro puro.

[Caíque]

Deixa eu ver se entendi... Se foi utilizada a mesma quantidade de ouro, digo, a mesma massa, a coroa deveria deslocar a mesma quantidade de água que o ouro puro, não?

[Keila]

Daí que veio o problema. Ou melhor, a solução! O fato de a coroa ter deslocado mais água significa que seu volume era maior. Conclusão: as densidades eram diferentes e, consequentemente, a coroa não era feita de ouro puro.

[Keila]

Por falar em densidade, acho que vale a pena relembrar o que é isso, Caíque!

[Caíque]

Sim, vamos lá! Densidade é a grandeza que relaciona a massa e o volume de um corpo ou substância. É o que determina se ele afunda ou boia na água..

No experimento da pedra, por exemplo, ela afunda porque tem densidade maior do que a da água.

[Keila]

No caso da coroa, ela afundou e deslocou mais água que o ouro puro. Essa foi a evidência de que foi misturado algum outro tipo de material, menos denso que o ouro, como a prata, por exemplo.

[Caíque]

Aposto que o rei não ficou nada feliz por ter sido enganado.

[Keila]

Essa descoberta de Arquimedes é muito importante para a física e para a engenharia, principalmente na parte de flutuação ou submersão, como é o caso dos navios, que precisam flutuar, e dos submarinos, que precisam se manter imersos no mar.

[Caíque]

Na escola, aprendemos a calcular a medida do volume de sólidos geométricos, como o cubo, o paralelepípedo, a pirâmide, o cone e o cilindro.

Para isso, usamos as fórmulas que relacionam a área da base com a altura do sólido.

No caso de um cubo, basta multiplicar as medidas de comprimento da altura, do comprimento e da largura para descobrir a medida do seu volume.

Mas, se for um sólido irregular, dá para calcular a medida do volume da forma como fizemos com a pedra. E como Arquimedes fez com a coroa.

[Keila]

Essa descoberta trouxe noções muito importantes sobre volume para o nosso dia a dia: quando vamos acrescentar gelo a um copo de suco, por exemplo, precisamos ficar atentos à quantidade a ser colocada, já que uma porção de líquido será deslocada.

[Caíque]

É por isso também que as piscinas não podem estar totalmente cheias, pois, conforme as pessoas entram nela, o volume da água vai subindo e seria um grande desperdício deixar a água transbordar.

[Keila]

Faz todo o sentido!

[Caíque]

Bem, por hoje é só. Espero que tenham gostado deste conteúdo!

[Keila]

Até a próxima e obrigada!

[Locutor(a)]

O áudio inserido neste conteúdo é da Freesound.

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