AOS COLEGAS PROFESSORES

Esta coleção, fruto de muitos anos de estudo, de trabalho e de pesquisa, destina-se ao segmento do 6º ao 9º ano. Ela pretende auxiliar o estudante a compreender conceitos, aprimorar o letramento científico e desenvolver competências desejáveis a qualquer cidadão.

A obra também pretende oferecer a professores e estudantes informações atualizadas e conceitualmente corretas, em uma estrutura que atenda às necessidades de quem adota o livro didático ou nele estuda.

Nesta coleção, há a constante preocupação em primar pela linguagem correta e acessível, mantendo sempre o necessário rigor conceitual. Grande esforço foi realizado na busca de dados corretos e atuais, a fim de que as convenções científicas em vigor sejam sempre seguidas na obra.

Empenhamo-nos da maneira mais intensa e comprometida possível no sentido de atender às orientações da Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê), tanto em suas disposições gerais quanto nas específicas da área de Ciências da Natureza.

O Manual do professor traz, em sua primeira parte, considerações gerais sobre a coleção. É feita a apresentação da obra (estrutura, objetos didáticos-pedagógicos e considerações sobre a avaliação) e de subsídios para que o docente possa fazer o planejamento escolar mais adequado à sua realidade local.

A segunda parte apresenta considerações específicas acerca deste volume, fornece textos de aprofundamento para os docentes e relaciona sugestões comentadas de leitura complementar para estudantes e professores.

A terceira parte consiste na reprodução do livro do estudante acrescida de orientações – que procuram ser claras e precisas destinadas aos docentes.

Agradecemos aos professores que nos têm honrado com o uso desta obra em suas edições anteriores e, com muita satisfação, apresentamos a todos esta nova edição, que traz consigo nosso sincero desejo de que possa contribuir para o ensino e o aprendizado de Ciências da Natureza em nosso país.

Os autores

SUMÁRIO

Considerações gerais sobre a coleção

Apresentação da obra cinco

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) sete

Abordagem teórico-metodológica das seções e sua relação com a BNCC nove

Subsídios para ordenações do conteúdo dezessete

Sugestão de cronograma – Unidades e capítulos – 6º ano e 7º ano dezoito

Sugestão de cronograma – Unidades e capítulos – 8º ano e 9º ano dezenove

Algumas terminologias usadas nesta obra para referência aos conteúdos vinte

Considerações sobre a avaliação vinte e um

Diferentes perfis de aprendizagem vinte e quatro

Elementos para a reflexão sobre a prática docente vinte e oito

Práticas didático-pedagógicas alinhadas ao papel de professor mediador trinta

Algumas considerações sobre inferir, propor e argumentar trinta e quatro

Visitas guiadas trinta e oito

Textos para reflexão sobre a prática docente quarenta e um

Considerações sobre este volume (7º ano)

Abordagem teórico-metodológica no desenvolvimento de habilidades e competências sessenta e dois

BNCC – Competências gerais – 7º ano sessenta e seis

BNCC – Competências específicas – 7º ano sessenta e sete

BNCC – Habilidades de Ciências – 7º ano sessenta e oito

Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) na BNCC sessenta e nove

Propostas de avaliação setenta

Aprofundamento ao professor noventa e um

Sugestão de leitura complementar para estudantes cento e treze

Sugestão de leitura complementar para professores cento e catorze

Referencial bibliográfico comentado cento e dezoito

Reprodução comentada do livro do estudante (7º ano)

Unidade A

Capítulo 1 Biodiversidade 12

Capítulo 2 Adaptação dos seres vivos 34

Capítulo 3 Diversidade da vida microscópica 52

Unidade B

Capítulo 4 Fungos 70

Capítulo 5 Animais invertebrados: principais grupos 81

Capítulo 6 Saneamento básico 102

Unidade C

Capítulo 7 Peixes, anfíbios e répteis 129

Capítulo 8 Aves e mamíferos 152

Capítulo 9 Principais biomas brasileiros 165

Unidade D

Capítulo 10 Máquinas simples 181

Capítulo 11 Temperatura, calor e efeito estufa 195

Capítulo 12 Gases da atmosfera e placas da litosfera 213

Suplemento de projetos 234

Referencial bibliográfico comentado 242

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A COLEÇÃO

Apresentação da obra

Prezado professor,

Esta coleção destina-se ao ensino de Ciências da Natureza do 6º ao 9º ano.

Entre os pressupostos envolvidos em sua elaboração, destacam-se os seguintes:

  • O ensino de Ciências da Natureza na escola fundamental deve contribuir para o aprendizado de conteúdos necessários à vida em sociedade e para o desenvolvimento das capacidades do estudante. Não há por que incluir na prática docente temas que não tenham significação imediata para o estudante, sob o argumento de que poderão vir a ser úteis no futuro, em outras etapas da escolarização.
  • Os conteúdos escolares ganham fôrça e sentido se o estudante os aprende de fórma significativa, relacionando-os com seus saberes prévios. A relação entre o conhecimento escolar e os demais conhecimentos é indispensável, e a aprendizagem de conteúdos só é significativa se o estudante souber relacioná-los com seus conhecimentos prévios, sejam eles constituídos por ideias cientificamente corretas ou não.
  • Aprender conteúdos científicos ajuda o estudante a compreender melhor o mundo em que vive e a interagir melhor com ele.
  • O aprendizado de conteúdos ocorre se forem apresentados ao estudante desafios que estejam além do que ele pode ou sabe efetivamente naquele momento, mas que ele seja capaz de vencer se for corretamente estimulado.
  • Os conhecimentos científicos contribuem para o pleno exercício da cidadania.
  • O estudante deve ser incentivado a exercer e a desenvolver suas capacidades de criação e de crítica.
  • O estudante deve ser incentivado a produzir e a utilizar variadas linguagens para expressar o conhecimento científico que adquire. Isso pode ser feito por meio de atividades como colagens, encenações, debates, simulações de comerciais para dio e tevê, elaboração de blogs, produção de textos, desenhos e cartazes.
  • A realidade local da comunidade em que o estudante vive deve ser respeitada e valorizada como precioso elemento envolvido na aprendizagem.
  • Existem muitas maneiras diferentes de relacionar o que se aprendeu. Uma delas é por meio de mapas conceituais. Há diversos mapas conceituais possíveis que envolvam determinado conjunto de ideias.
  • Outras fontes de informação são importantes, além do livro didático. Internet e biblio­tecas são exemplos de fontes de informações que os estudantes devem aprender a consultar.
  • Temas Contemporâneos Transversais (tê cê tês), pela urgência social que lhes é própria, devem permear o ensino de Ciências da Natureza.
  • O trabalho de planejamento, produção e execução da prática educativa é um atributo do professor, e um livro didático deve fornecer a ele informações relevantes, a fim de contribuir para o planejamento pedagógico e a prática docente.
  • Os diferentes tipos de conteúdos escolares conceituais, procedimentais e atitudinais , cada um com suas características particulares, merecem atenção específica no planejamento do curso. (Veja a seção Algumas terminologias usadas nesta obra para referência aos conteúdos, mais à frente, neste Manual do professor.)

O livro do estudante

Em cada um dos anos, os capítulos do livro do estudante estão agrupados em quatro unidades, cada uma com três capítulos. A estrutura dos capítulos se mantém ao longo dos quatro volumes.

Cada um deles começa com uma fotografia e com a seção Motivação. Trata-se de um momento em que o professor pode explorar concepções prévias dos estudantes para utilizá-Ias no ensino (veja mais à frente, neste Manual do professor, considerações sobre “avaliação prévia”).

Os assuntos são tratados, em seguida, na seção Desenvolvimento do tema.

Atividades de diferentes tipos são propostas ao longo dos capítulos, não apenas no seu final.

Os quadros intercalados ao conteúdo – por exemplo Reflita sobre suas atitudes, Trabalho em equipe, Tema para pesquisa, Certifique-se de ter lido direito, Para fazer no seu caderno e Para discussão em grupo – permitem trabalhar conteúdos procedimentais e atitudinais relacionados aos conteúdos conceituais que estão sendo abordados.

A seção Organização de ideias apresenta um dos possíveis mapas envolvendo conceitos tratados no capítulo. Existem diferentes mapas conceituais possíveis para um conjunto de conteúdos escolares e você pode ensinar os estudantes a construí-los por meio de um procedimento explicado mais à frente, neste Manual do professor, no quadro Como ajudar os estudantes a construir um mapa conceitual.

Em Use o que aprendeu são propostas situações em que os estudantes podem aplicar e verificar seus conhecimentos sobre os temas estudados.

A seção Explore diferentes linguagens apresenta atividades em que diferentes fórmas de expressão (cartazes, encenações, desenhos, ditados populares, piadas, textos técnicos, poemas, trechos de entrevistas, textos de internet, esquematizações, tabelas, gráficos, slogans, tirinhas e charges) podem ser interpretadas e/ou elaboradas pelos estudantes.

Os capítulos contêm ainda as seções Amplie o vocabulário! e Seu aprendizado não termina aqui, que são comentadas a seguir, neste Manual do professor.

No encerramento de cada unidade, aparece a seção Isso vai para o nosso blog!, que também será comentada adiante, neste Manual do professor.

O Suplemento de projetos, ao final do livro do estudante, contém propostas de atividades em grupos, cuja realização, a critério do professor, permite um trabalho mais aprofundado de alguns conteúdos estudados no livro.

O material destinado aos professores

O Manual do professor divide-se em três partes. A primeira delas, Considerações gerais sobre a coleção, inclui a apresentação da obra, que é comum aos quatro volumes, e oferece orientações e subsídios para que o professor possa realizar o planejamento mais adequado à sua realidade local. Essa parte contém considerações sobre: terminologias empregadas na obra, importância da avaliação e sua implementação, diferentes perfis de aprendizagem, elementos para a reflexão sobre a prática docente e orientações para a realização de visitas guiadas e estudos do meio. Também inclui textos de apoio sobre temas que requerem atenção dos educadores, como bullying, automutilação, cultura de paz, protagonismo da mulher, etnociência, entre outros.

A segunda parte, Considerações sobre este volume, apresenta quadros com as competências gerais, as competências específicas e as habilidades da Bê êne cê cê para Ciências da Natureza destinadas ao ano específico a que se destina este volume. Todas elas são contempladas neste volume, nos locais indicados nos quadros. Essa segunda parte também contém os Temas Contemporâneos Transversais contemplados, uma sugestão de cronograma bimestral, propostas de avaliação, textos complementares dirigidos aos professores (a título de aprofundamento) e sugestões bibliográficas para estudantes e docentes.

A terceira parte do Manual do professor constitui-se da reprodução do livro do estudante, acompanhada de textos destinados ao docente. Esses textos relacionam e comentam os conteúdos indicados para cada capítulo, indicam eventuais situações problemáticas inerentes ao desenvolvimento do tema e como podem ser contornadas, apresentam sugestões adicionais de atividades e fornecem as respostas de atividades do livro e comentários sobre elas.

Essa terceira parte contém também comentários específicos sobre a Bê êne cê cê – que aparecem sob o título De olho na Bê êne cê cê! –, orientações claras e precisas que contribuem para o desenvolvimento das competências gerais, das competências específicas e das habilidades de Ciências da Natureza, bem como indicações que sinalizam os momentos propícios à realização de atividades (por exemplo, pesquisas, projetos, atividades relacionadas ao vocabulário científico e uso guiado da tecnologia) e as oportunidades de dialogar com outras áreas de conhecimento.

A Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê)

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê), o ensino de Ciências da Natureza é considerado imprescindível para que os estudantes tenham uma formação que possibilite o pleno exercício da cidadania.

O documento enfatiza a necessidade da formação integral dos estudantes e a relevância dos conhecimentos científicos nesse processo, ao afirmar que, para “debater e tomar posição sobre alimentos, medicamentos, combustíveis, transportes, comunicações, contracepção, saneamento e manutenção da vida na Terra, entre muitos outros temas, são imprescindíveis tanto conhecimentos éticos, políticos e culturais quanto científicos. Isso por si só já justifica, na educação formal, a presença da área de Ciências da Natureza, e de seu compromisso com a formação integral dos alunos” (Bê êne cê cê, 2018, página 321).

Para que o ensino de Ciências não seja um apanhado de informações desprovidas de significado para os estudantes, a Bê êne cê cê dá atenção especial ao letramento científico.

Mais do que aprender conceitos, os estudantes precisam ser capacitados a compreender e a interpretar o mundo, bem como a poder interferir nele de fórma consciente, sabendo que suas ações têm consequências na vida individual e coletiva e sendo capazes de avaliar tais consequências.

De acordo com a Bê êne cê cê, os estudantes devem ser “progressivamente estimulados e apoiados no planejamento e na realização cooperativa de atividades investigativas” (Bê êne cê cê, 2018, página 322). Nesse sentido, é essencial motivar os estudantes a ser questionadores e divulgadores dos conhecimentos científicos, de modo que se construa um caminho que os leve a exercer plenamente sua cidadania.

No desenvolvimento das aprendizagens essenciais propostas pela Bê êne cê cê, é relevante que os estudantes reconheçam a Ciência como construção humana, histórica e cultural.

Entre as mudanças curriculares trazidas pela Bê êne cê cê em Ciências da Natureza está a distribuição, ao longo da Educação Básica, de conhecimentos das diferentes áreas científicas, tais como a Física, a Química, a Biologia, a Astronomia e a Geologia.

A formalização de conhecimentos de Física e Química, outrora concentrada no 9º ano em livros didáticos, passa a ser distribuída ao longo de todo o Ensino Fundamental, estando agora em progressão gradual e contínua, instrumentalizando os estudantes para uma visão mais integrada da Ciência.

O mesmo acontece com temas relacionados ao meio ambiente e ao corpo humano, fornecendo bases científicas para os estudantes desenvolverem a atenção e o cuidado com a saúde individual, coletiva e ambiental.

Nos anos finais do Ensino Fundamental (6º a 9º anos), os estudantes devem, utilizando as competências científicas desenvolvidas e demonstrando a aquisição de uma visão mais crítica e sistêmica do mundo, ser capazes de avaliar e intervir, assumindo protagonismo na escolha de posicionamentos e fórmas de atuação.

A Bê êne cê cê estabelece dez competências gerais do Ensino Fundamental e oito competências específicas da área de Ciências da Natureza. Esses dois conjuntos de competências estão transcritos integralmente a seguir. A Bê êne cê cê também estabelece habilidades de Ciências para cada ano. Elas serão apresentadas e vinculadas a este volume, mais à frente.

Competências gerais da Bê êne cê cê

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
  1. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
  2. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
  1. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
  2. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
  3. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
  4. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
  5. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
  6. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
  7. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.” (Bê êne cê cê, 2018, página 9-10.)

Competências específicas da área de Ciências da Natureza na Bê êne cê cê

1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.
  1. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
  2. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.
  3. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho.
  4. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que promovam a consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.
  5. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natureza de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética.
  6. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.
  7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.” (Bê êne cê cê, 2018, página 324.)

Abordagem teórico-metodológica das seções e sua relação com a Bê êne cê cê

Nesta edição da obra, houve intenso esforço para alinhá-la do modo mais completo possível às diretrizes da Bê êne cê cê. As diferenças no trabalho a ser realizado com as competências gerais e as competências específicas e as habilidades de Ciências da Natureza dêsse documento foram elemento norteador de variados aspectos na elaboração dos volumes.

No tocante a esse trabalho com competências expressas na Bê êne cê cê e sua relação com as seções da obra, alguns comentários nos parecem oportunos e relevantes, sendo apresentados a seguir. A articulação entre as competências e as habilidades de Ciências no volume é comentada no item Abordagem teórico-metodológica no desenvolvimento de habilidades e competências, na segunda parte deste Manual do professor.

Foto de abertura do capítulo

Na abertura de cada capítulo há uma foto alusiva a algo que nele é tratado. Com essa foto, instiga-se a curiosidade do estudante, que, interessado no assunto, pode ter um aprendizado mais efetivo.

A contextualização e/ou problematização envolvendo a imagem de abertura auxilia no desenvolvimento: da competência geral 1, pois estimula os estudantes a evocar conhecimentos prévios sobre o mundo e faz uma provocação no sentido de que procurem explicar a realidade; da competência geral 2, já que procura despertar a curiosidade intelectual e incitar o desejo de conhecer a abordagem própria das Ciências da Natureza; da competência geral 3, na medida em que algumas das imagens utilizadas (geralmente fotos) remetem a aspectos artísticos e/ou culturais; e da competência geral 8, porque, em determinados casos, aborda aspectos relacionados à saúde.

As imagens utilizadas nas aberturas de capítulos, de modo geral, auxiliam no desenvolvimento da competência específica 3, pois estimulam exercitar a curiosidade para fazer perguntas e buscar respostas com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.

Miniatura da página do livro com abertura de capítulo, composta por texto e imagem.

Motivação

Após a foto de abertura, todos os capítulos contêm a seção Motivação, que contribui para a problematização inicial por meio de experimentos, textos de outros livros ou da internéti, situações cotidianas etcétera Há capítulos em que essa seção também permite desenvolver conteúdos de natureza procedimental. Você pode aproveitar essa seção, bem como a foto de abertura, para realizar a avaliação prévia (avaliação diagnóstica) dos saberes que os estudantes trazem de sua vivência pregressa.

A seção possibilita desenvolver: a competência geral 2, ao incluir textos que exercitam a curiosidade intelectual e recorrem à abordagem própria das ciências, ou ao propor atividades práticas que estimulam a reflexão e a análise crítica, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses; e a competência geral 7, quando envolve atividades que requerem argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular ideias.

Os textos e as atividades práticas que abrem um novo assunto, por meio dessa seção, também tornam propício desenvolver: a competência específica 1, conduzindo os estudantes a compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico; a competência específica 2, por estimular a compreensão de conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como o domínio de processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas; e a competência específica 5, pelo estímulo a construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista.

Miniatura da página do livro com a seção Motivação. Composta por textos e imagens.

Desenvolvimento do tema

Por se tratar da seção da obra que desenvolve as diversas temáticas de Ciências da Natureza, ela propicia o trabalho com diversos aspectos da Bê êne cê cê.

Entre outros, podemos destacar: a competência geral 1, porque estimula entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; a competência geral 2, na medida em que fomenta a curiosidade intelectual e a utilização da abordagem própria das ciências; a competência geral 3, naqueles momentos em que associa aspectos artísticos ou culturais a assuntos de cunho científico, ajudando a valorizar e fruir manifestações artísticas e culturais; a competência geral 6, ao abranger temáticas científicas também relacionadas ao mundo do trabalho e incentivar escolhas alinhadas ao exercício da cidadania, com consciência crítica e responsabilidade; a competência geral 7, posto que fornece repertório e ajuda a construir conhecimentos necessários à tomada de decisões que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta; e a competência geral 10, pelo favorecimento à ação pessoal e coletiva com autonomia e responsabilidade.

Miniatura de página do livro com a seção Desenvolvimento do tema. Composta por textos e imagens.

Em decorrência de sua abrangência, essa seção cria oportunidades para desenvolver também diversos aspectos das competências específicas de Ciências da Natureza.

Entre as diversas possibilidades, algumas das mais recorrentes são as seguintes: a competência específica 1, porque a seção possibilita compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico; a competência específica 2, já que as abordagens realizadas permitem construir conhecimentos para os estudantes terem segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, sentirem-se estimulados a continuar aprendendo e a colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; a competência específica 3, na medida em que as discussões apresentadas fornecem subsídios para analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico, como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza; a competência específica 7, uma vez que as abordagens sobre o organismo humano potencializam conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias; e a competência específica 8, posto que a construção de saberes científicos é de relevância para que se possa agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Miniatura da página do livro com a seção Desenvolvimento do tema. Composta por textos e imagens.

Use o que aprendeu e Explore diferentes linguagens

Nessas seções, são incluídas atividades que favorecem o desenvolvimento: da competência geral 1, uma vez que estimulam valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade; da competência geral 2, por requererem que os estudantes recorram à abordagem própria das Ciências da Natureza para resolver problemas e criar soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas; da competência geral 4, posto que os estudantes são conclamados a interpretar e utilizar diferentes linguagens para se expressar e partilhar conclusões; da competência geral 6, já que apresentam propostas que implicam expressar escolhas alinhadas ao exercício da cidadania, com autonomia, consciência crítica e responsabilidade; e da competência geral 7, porque incluem situações que demandam argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o consumo responsável.

As atividades propostas no Use o que aprendeu pretendem exercitar a curiosidade para buscar respostas e criar soluções com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza (competência específica 3), avaliar aplicações e implicações da ciência e de suas tecnologias (competência específica 4) e construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista (competência específica 5).

Miniatura da página do livro com a seção Use o que aprendeu. Composta por textos e imagens

A seção Explore diferentes linguagens é bastante diversa nas atividades que propõe. Diferentes competências específicas são contempladas de modos pontuais. Em caráter geral, várias atividades favorecem adquirir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas e socioambientais, desenvolvendo qualidades que permitam ao estudante/cidadão colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva (competência específica 2). Outras possibilitam interpretar e usar diferentes linguagens para se comunicar e acessar informações, e solucionar problemas das Ciências da Natureza de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética (competência específica 6).

Miniatura da página do livro com a seção Explore diferentes linguagens. Composta por textos e imagens

Use a internéti

Por sua própria proposta, essa seção oportuniza o desenvolvimento da competência geral 5, requerendo compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética para acessar informações, exercendo protagonismo no seu aprendizado.

Nesse tipo de boxe, são feitas propostas que incentivam o desenvolvimento da capacidade de empregar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para acessar informações e expandir conhecimentos, conseguindo (no caso de propostas que requeiram uma devolutiva ao docente, em formato físico ou digital, a seu critério) se expressar de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética, indo ao encontro da competência específica 6.

Miniatura da página do livro com a seção Use a internet. Composta por textos e imagens.

Reflita sobre suas atitudes

Estimula reflexões individuais e relaciona-se mais proximamente às competências gerais 7 e 10.

Favorece apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, respeitando também o outro (competência específica 7) e agir com respeito, autonomia e responsabilidade, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e ambientais (competência específica 8).

Miniatura da página do livro com a seção Reflita sobre suas atitudes. Composta por textos e imagens.

Certifique-se de ter lido direito e Para fazer no seu caderno

Boxes para propiciar a compreensão de conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza (com­petência específica 2).

Trabalho em equipe e Para discussão em grupo

O tipo de atividade proposta para Trabalho em equipe poten­cializa, em especial, o desenvolvimento: da competência geral 4, pois permite ao estudante se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo; da competência geral 9, por exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro; e da competência geral 10, uma vez que permite, ao se expressar nesse tipo de debate, exercitar autonomia, responsabilidade, flexibilidade e resiliência, pautando-se em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

O Para discussão em grupo, além dessas, potencializa também desenvolver a competência geral 6, na medida em que favorece a valorização da diversidade de saberes e vivências culturais.

Esses dois tipos de boxe incentivam analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (competência específica 3), negociar e defender ideias e pontos de vista, acolher e valorizar a diversidade de indivíduos, sem preconceitos de qualquer natureza (competência específica 5).

Miniatura da página do livro com a seção Para discussão em grupo. Composta por textos e imagens.

Tema para pesquisa

Propõe a ampliação dos horizontes de conhecimento, ajudando a desenvolver as competências gerais 1 e 5.

Da mesma maneira que o Use a internéti, aqui também existem propostas que incentivam o desenvolvimento da competência específica 6, posto que exercitam a capacidade de usar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para acessar informações e expandir conhecimentos, expressando o resultado da pesquisa de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética.

Miniatura da página do livro com a seção Tema para pesquisa. Composta por textos e imagens.

Amplie o vocabulário!

A seção Amplie o vocabulário! propicia um trabalho ativo com as terminologias mais importantes que aparecem nos capítulos.

Os estudantes discutem o significado dos principais termos estudados e elaboram, com a supervisão do professor, uma definição que se incorpora ao vocabulário da turma, uma espécie de dicionário de Ciências da Natureza criado ao longo do curso.

A critério do professor, essas definições devem ser reunidas no blog de Ciências, criado e mantido pelas equipes da turma, e/ou em cartazes, em fichas ou nas páginas finais do caderno de cada estudante. Esse trabalho participativo contribui efetivamente para a construção de conceitos e, por conseguinte, para ampliar o vocabulário dos estudantes.

A atuação conjunta para a construção de redações apropriadas para os conceitos estudados possibilita que se desenvolvam: a competência geral 1, por utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico aprendidos no capítulo; a competência geral 2, por recorrer à abordagem científica, à reflexão e à análise crítica; a competência geral 4, por exigir dos estudantes o emprego da linguagem escrita, bem como das linguagens matemática e científica, para se expressar e partilhar informações e ideias, produzindo sentidos que levem ao entendimento mútuo; a competência geral 5, posto que o resultado pode ser difundido, de fórma crítica e significativa, utilizando tecnologias digitais de informação e comunicação; e a competência geral 9, porque o debate em grupo (visando à elaboração das redações) exercita a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro.

O que é proposto nessa seção alinha-se também com o que está enunciado na competência específica 1, pois a atividade envolvendo o significado de terminologias científicas auxilia os estudantes a compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.

Miniatura da página do livro com a seção Amplie o vocabulário! Composta por textos e imagens.

Seu aprendizado não termina aqui

Essa seção convida o estudante a continuar buscando o conhecimento e desenvolvendo suas capacidades, independentemente de estar no ambiente escolar.

Situada ao final dos capítulos, essa seção propõe uma atividade facultativa e continuada que está alinhada com: a competência geral 1, no que diz respeito a entender e explicar a realidade e continuar aprendendo; a competência geral 2, por instigar o exercício da curiosidade intelectual e estimular o uso da abordagem própria das ciências, e a competência geral 6, já que, em alguns casos, abrange diversidade de saberes e vivências culturais.

Também pode contribuir, entre outras, para o desenvolvimento: da competência específica 2, por estimular a compreensão de conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como o domínio de processos, práticas e procedimentos inerentes à atividade científica; e da competência específica 5, posto que amplia repertórios, permitindo tecer argumentações embasadas em informações confiáveis e defender pontos de vista que promovam a consciência socioambiental.

Miniatura da página do livro com a seção Seu aprendizado não termina aqui. Composta por textos e imagens.

Isso vai para o nosso blog!

Essa é uma seção que aparece no encerramento de todas as unidades da obra. Para sua realização, os estudantes são divididos em equipes (de 4 ou 5 integrantes, por exemplo), e cada equipe criará e manterá um blog de Ciências da Natureza. A divisão dos participantes pode ser feita pelos próprios estudantes ou seguir o critério do professor.

Ao longo do ano, em função das reacomodações naturais no ambiente de socialização da escola, intervenções do professor podem ser requeridas para redistribuir alguns estudantes, até mesmo com a criação de novas equipes e blogs.

Essa seção estimula a pesquisa de informações em diferentes fontes, a leitura e a seleção do material que será postado pelos estudantes no blog. Propicia discussões sobre o material reunido e publicado. Desenvolve competências relativas ao acesso e ao tratamento de informações, à discussão em grupo, à cooperação e à interação social. Os temas escolhidos favorecem reflexões sobre as atitudes de cada um e podem produzir mudanças benéficas.

É importante ao docente avaliar se é conveniente haver acesso irrestrito aos blogs ou se é mais apropriado sua hospedagem em páginas de redes sociais restritas, permitindo configurar o acesso apenas a estudantes, professores e demais educadores.

Em função do formato aberto das produções culturais que as equipes de estudantes podem realizar, essa seção é uma das mais ricas no que tange a potencializar competências e habilidades. A diversidade dos temas propostos, ao longo dos volumes, também contribui para isso, pois, entre eles, há assuntos ligados aos conhecimentos científicos de Astronomia, Biologia, Física, Geologia e Química, à saúde e ao bem-estar humanos, ao meio ambiente e à relação entre ciência, tecnologia e sociedade.

Assim, a seção permite desenvolver, em maior ou menor grau, todas as competências gerais da Bê êne cê cê, principalmente: a competência geral 1, porquanto explora os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; a competência geral 4, na medida em que propõe utilizar diferentes linguagens, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo; a competência geral 5, já que requer compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva; a competência geral 9, pois, sendo uma atividade colaborativa, proporciona oportunidade para exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza; e a competência geral 10, porque incentiva agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Miniatura da página do livro com a seção Isso vai para o nosso blog! Composta por textos e imagens.

Essa seção, pela diversidade das temáticas envolvidas e das modalidades de produção cultural que os estudantes podem realizar, contribui para o desenvolvimento de muitas competências e habilidades, contemplando, ao longo dos volumes, várias das competências específicas da Bê êne cê cê. Cumpre-nos aqui destacar: a competência específica 4, por requerer avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias; a competência específica 6, já que exige utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética; e a competência específica 8, favorecendo agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Mapas conceituais

Desenvolvidos por Joseph Novák a partir de ideias relacionadas à aprendizagem significativa, de Deivid Ausubaal, os mapas conceituais são um modo de expressar graficamente re­lações entre conteúdos conceituais (fatos, conceitos e princípios). São um poderoso instrumento auxiliar da aprendizagem, por meio do qual os estudantes evidenciam diversas conexões entre o que aprenderam.

Os conceitos abordados, discutidos e compreendidos ao estudar um capítulo podem ser inter-relacionados de muitas maneiras diferentes (veja comentário sobre isso logo mais à frente). Essa seção sugere uma das possibilidades.

Sempre que julgar oportuno, convide os estudantes a explorar outros encadeamentos. O quadro Como ajudar os estudantes a construir um mapa conceitual apresenta orientações sobre como ensinar os estudantes a elaborar seus próprios mapas conceituais.

Miniatura da página do livro com a seção Organização de ideias: mapa conceitual. Composta por fluxograma.

Proposições e palavras de ligação

Consideremos as expressões lixo urbano e restos de comida, que desig­nam conceitos. Ao ouvi-las, fazemos uma imagem mental do significado de cada uma. Esses dois conceitos estão relacio­na­dos.

Ao dizer que lixo urbano contém restos de comida, ela­­bo­ramos uma proposição. Nela, “contém” atua como palavra de ligação, conexão ou enlace entre os dois conceitos. (Para elaborar uma proposição, podem ser usadas uma ou mais palavras de ligação.) Essa proposição pode ser expressa graficamente assim:

Esquema. Lixo urbano (seta para a direita) contém restos de comida.

Vantagens didáticas

Para docentes, os mapas concei­tuais ajudam a planejar o curso, a visualizar pré-requisitos e a buscar estratégias para favorecer a construção e a interligação de conceitos numa aprendizagem sig­nificativa. Será muito útil ao profes­sor elaborar seus próprios mapas conceituais considerando diferentes partes do livro, que o ajudarão a adequar o curso à realidade local.

Para os estudantes, a interpretação e a elaboração dessas representações ajudam a distinguir as informações fundamentais das acessórias. Também os auxiliam a estabelecer a relação dos conceitos mais abran­gentes com outros, deles decorrentes.

O trabalho com mapas conceituais favorece o desenvolvimento da competência geral 4, pois utiliza a linguagem científica para expressar e partilhar informações e ideias, produzindo sentidos sobre a realidade física e biológica.

A concatenação de ideias estimulada por essa seção contribui para compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza (competência específica 2) e também para analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural e tecnológico, assim como as relações que se estabelecem entre eles (competência específica 3).

Lembre-se: existem muitos mapas possíveis!

Eis alguns exemplos de encadeamentos (diversos outros seriam possíveis) envolvendo um mesmo conjunto de conceitos.

Três fluxogramas. O fluxograma da esquerda traz as seguintes possibilidades: Sofá (seta) pode ficar na sala de estar. Sofá (seta) tem assento e encosto. Sofá (seta) estofado com espuma (seta) revestida de tecido ou couro. O fluxograma do meio apresenta as seguintes possibilidades: Sofá (seta) pode ter acabamento em tecido ou couro (seta)  ficam ao redor da espuma. Sofá (seta) pode, por exemplo, ser usado em uma sala de estar. Sofá (seta) tem assento e encosto. O fluxograma da direita apresenta as seguintes possibilidades: Sala de estar (seta) pode ter sofá (seta) tem assento e encosto (seta) estofados com espuma (seta) envolta por tecido ou couro.

Com o seu auxílio, os estudantes adquirirão gradual desenvoltura na interpretação dos mapas mostrados no livro e, posteriormente, na elaboração dos seus próprios mapas. Um dos possíveis métodos para construir um mapa conceitual é sugerido a seguir. Oportunidades para usar essa técnica incluem as situações em que outros textos (paradidáticos, artigos etcétera) são usados para trabalhar um tema.

Como ajudar os estudantes a construir um mapa conceitual

Os passos descritos a seguir mostram uma das maneiras para elaborar um mapa com os conteúdos conceituais de um texto.

  1. Após a leitura atenta, listar os conceitos importantes, sejam eles abrangentes ou específicos. Ajuda bastante prestar atenção aos títulos, aos subtítulos e às palavras destacadas em itálico ou negrito, pois frequentemente expressam fatos, conceitos ou princípios.
  2. Agrupar os conteúdos conceituais mais fortemente relacionados.
  3. Arranjar, em ordem de importância ou abrangência, os conteúdos conceituais de cada um dêsses grupos.
  4. Escrever cada um dêsses conteúdos numa folha, den­tro de um retângulo (ou um círculo, ou uma elipse etcétera). De modo ge­ral, é conveniente que os mais abrangentes fiquem em cima, e os mais específicos, embaixo.
  5. Inter­ligar os retângulos com setas (ou apenas linhas) e escrever uma ou mais palavras de ligação que estabeleçam uma proposição.
  6. Ana­lisar o mapa para ver em que ele pode ser me­lho­rado: remanejar blocos, estabelecer relações cru­­­zadas, omitir partes menos importantes em prol da clareza, modificar a disposição para facilitar a visua­li­zação etcétera

Ao trabalhar com os estudantes essas etapas, é conveniente escrever os conteúdos concei­tuais em retângulos de papel, para que possam ser facilmente trocados de lugar.

É esperado que não haja concordância sobre a hie­rar­qui­zação e o estabeleci­mento das pro­posi­ções. No caso de equipes, fazendo cada uma o seu mapa referente a um mesmo texto, mapas bem distintos podem surgir. Não há problema nisso. A apresentação em público dêsses mapas propicia uma discussão enrique­cedora, em que conteúdos são retrabalhados, dúvidas aparecem e podem ser resolvidas.

Subsídios para ordenações do conteúdo

É do professor a prerrogativa de adaptar o uso do livro didático à realidade das suas turmas, o que se traduz no planejamento pedagógico e na sua implementação. Este Manual do professor procura oferecer subsídios para que o professor reflita a respeito dos conteúdos e opte pela sequência que mais se aplica ao seu caso. A seguir, destacamos alguns aspectos que devem ser considerados ao tomar tal decisão, a fim de assegurar encadeamentos lógicos e uma progressão didática ao longo do ano letivo.

Ao elaborar a obra, levamos em conta a assertiva da Bê êne cê cê, ao se referir às unidades temáticas e aos objetos de conhecimento, que “os critérios de organização das habilidades na Bê êne cê cê (com a explicitação dos objetos de conhecimento aos quais se relacionam e do agrupamento dêsses objetos em unidades temáticas) expressam um arranjo possível (dentre outros). Portanto, os agrupamentos propostos não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos” (Bê êne cê cê, 2018, página 330).

Todos os volumes são constituídos de quatro unidades com três capítulos cada. A grande vantagem dessa estrutura é que o professor começa seu planejamento considerando uma unidade por bimestre letivo. Se necessário, eventuais adaptações subsequentes podem alocar mais tempo naquelas unidades que, considerando a realidade local, podem demandar mais tempo. Esse tempo adicional é conseguido ao abordar com maior horizontalidade (menor profundidade) outras unidades. Além disso, também podem ser feitas alterações de sequência.

A unidade A de cada volume contém pré-requisitos para as demais, ainda que eventualmente não trate de modo explícito alguma das habilidades específicas da Bê êne cê cê. Sugere-se, portanto, que seja trabalhada no início do ano. A partir daí, existe certa flexibilidade na ordem em que as demais unidades podem ser abordadas.

Existe um quadro na segunda parte deste Manual do professor que relaciona as habilidades específicas que constam da Bê êne cê cê para a área de Ciências da Natureza e explicita os locais em que são trabalhadas neste volume. Os esquemas do item Sugestão de cronograma Unidades e capítulos, logo mais à frente neste Manual do professor, fornecem uma visão geral da distribuição de conteúdos nos quatro anos. Além disso, subsídios específicos para o planejamento de cada capítulo são encontrados na terceira parte deste Manual do professor, Reprodução comentada do livro do estudante.

Como comentamos anteriormente, mapas concei­tuais ajudam a planejar o curso, a visualizar pré-requisitos e a buscar estratégias para favorecer a construção e a interligação de conceitos numa aprendizagem sig­nificativa. Assim, caso o docente deseje criar novas sequências para a abordagem dos conteúdos, pode, por exemplo, elaborar seus próprios mapas conceituais envolvendo as ideias que considerar essenciais à luz da sua realidade. Então, a partir do encadeamento lógico de conceitos que estiver mais alinhado ao seu estilo pedagógico e às necessidades de seus estudantes, o docente cria a sua própria sequência para a abordagem dos capítulos.

Miniatura da página do manual do professor com quadro da BNCC.

Sugestão de cronograma • Unidades e capítulos • 6º ano

Cronogramas bimestral, trimestral e semestral sugeridos para o volume do 6º ano

Unidade

Capítulo

Bimestral

Trimestral

Semestral

A

1. Seres vivos e cadeias alimentares

1º bimestre

1º trimestre

1º semestre

2. Fotossíntese

3. Teias alimentares

B

4. Níveis de organização do corpo humano

2º bimestre

5. Ossos e músculos

2º trimestre

6. Visão

C

7. Sistema nervoso

3º bimestre

2º semestre

8. Substâncias químicas

9. Transformações químicas

3º trimestre

D

10. Atmosfera e hidrosfera

4º bimestre

11. O Planeta Terra e os recursos minerais

12. Dia e noite: regularidades celestes

Sugestão de cronograma • Unidades e capítulos • 7º ano

Cronogramas bimestral, trimestral e semestral sugeridos para o volume do 7º ano

Unidade

Capítulo

Bimestral

Trimestral

Semestral

A

1. Biodiversidade

1º bimestre

1º trimestre

1º semestre

2. Adaptação dos seres vivos

3. Diversidade da vida microscópica

B

4. Fungos

2º bimestre

5. Animais invertebrados: principais grupos

2º trimestre

6. Saneamento básico

C

7. Peixes, anfíbios e répteis

3º bimestre

2º semestre

8. Aves e mamíferos

9. Principais biomas brasileiros

3º trimestre

D

10. Máquinas simples

4º bimestre

11. Temperatura, calor e efeito estufa

12. Gases da atmosfera e placas da litosfera

Sugestão de cronograma • Unidades e capítulos • 8º ano

Cronogramas bimestral, trimestral e semestral sugeridos para o volume do 8º ano

Unidade

Capítulo

Bimestral

Trimestral

Semestral

A

1. Alimentos e nutrientes

1º bimestre

1º trimestre

1º semestre

2. Sistema digestório

3. Sistemas circulatório, linfático e urinário

B

4. Sistema respiratório

2º bimestre

5. Reprodução sexuada e reprodução assexuada em animais

2º trimestre

6. Reprodução sexuada e reprodução assexuada em plantas

C

7. Adolescência, puberdade e sistema endócrino

3º bimestre

2º semestre

8. Reprodução humana

9. Sexo, saúde e sociedade

3º trimestre

D

10. Previsão do tempo

4º bimestre

11. Lua e constelações

12. Produção e uso de energia elétrica

Sugestão de cronograma • Unidades e capítulos • 9º ano

Sugestões de cronogramas bimestral, trimestral e semestral para o volume do 9º ano

Unidade

Capítulo

Bimestral

Trimestral

Semestral

A

1. Reações químicas e Teoria Atômica de Dalton

1º bimestre

1º trimestre

1º semestre

2. Cargas elétricas e modelo atômico de Rutherford

3. Ondas eletromagnéticas e modelo atômico de Bohr

B

4. Ligações químicas

2º bimestre

5. Acústica

2º trimestre

6. Óptica

C

7. Cinemática

3º bimestre

2º semestre

8. Dinâmica

9. Gravitação

3º trimestre

D

10. Genética e hereditariedade

4º bimestre

11. Evolução dos seres vivos

12. Desenvolvimento sustentável

Algumas terminologias usadas nesta obra para referência aos conteúdos

No Ensino Fundamental, os conteúdos escolares devem estar intimamente relacionados com usos práticos e imediatos, revelando seu caráter funcional. Devem, também, propiciar ao estudante condições para que ele mesmo possa ampliar seus conhecimentos. Nas atividades escolares, os estudantes devem construir significados e atribuir sentido àquilo que aprendem, o que promove seu crescimento pessoal, contribuindo para seu desenvolvimento e socialização.

Assim, conteúdos são conhecimentos ou fórmas culturais cuja assimilação é considerada essencial para o desenvolvimento e a socialização dos estudantes.

Aprender a aprender

Os conteúdos conceituais estabelecem o fio de continuidade que encadeia os temas nesta obra. A inclusão dos conteúdos procedimentais e dos atitudinais visa ao desenvolvimento do estudante em múltiplos planos. O desenvolvimento de atitudes positivas, vinculado aos conteúdos conceituais, contribui para a vida pessoal e em sociedade. Ensinar procedimentos consiste em fazer a ponte entre o ponto de partida e o objetivo de uma sequência de ações; equivale a ensinar meios para alcançar, modos de fazer. É dotar o estudante de fórmas de agir. É ajudar o estudante a aprender a aprender.

Ao longo dos quatro volumes, alguns exercícios e atividades envolvem temas polêmicos. Não se deve esperar unanimidade de opinião. A divergência de pontos de vista, acompanhada do respeito ao outro e às suas ideias, contribui para a troca de ideias e o amadurecimento individual e coletivo. Ao pretender o desenvolvimento das capacidades do estudante, a escola – e, no nosso caso, o ensino de Ciências da Natureza – assume a necessidade de promover a autonomia do estudante e sua capacidade de interagir e cooperar.

Conteúdos conceituais

Fato ou dado é uma informação que, por si só (isto é, sem o auxílio de conceitos ou princípios), é desprovida de conexão significativa com ideias anteriores. Exemplos de fatos ou dados são o nome de ossos do corpo humano, o nome de aparelhos de laboratório e uma tabela de resultados numéricos prove­nien­tes de um experimento de laboratório.

Conceito corresponde a um conjunto de acontecimentos, símbolos, seres vivos, materiais ou objetos que apresentam algumas características comuns. Exemplos são os conceitos de vertebrado, de massa de ar, de corrente marítima, de reação química, de fórça e de rocha.

Princípio designa um enunciado que relaciona as mudanças de um acontecimento, símbolo, ser vivo, material ou objeto (ou conjunto deles) com as mudanças em outro acontecimento, símbolo, ser vivo, material ou objeto (ou conjunto deles).

Em outras palavras, princípios correspondem a regularidades do tipo causa e efeito. Em Ciências da Natureza, são conhecidos com os nomes de leis ou princípios. Como exemplos, podemos citar o ciclo da água, a lei da gravidade, o princípio da inércia, as teias alimentares, a conservação da energia, a repetição das estações do ano e a variação do comportamento animal em função da estação do ano.

O aprendizado de fatos, conceitos e princípios implica que o estudante passe a ser capaz de, por exemplo, reconhecer, descrever e comparar ocorrências, ideias ou objetos. Assim, nesta obra, os seguintes verbos poderão aparecer intrinse­camente ligados aos conteúdos conceituais1nota de rodapé :

Identificar, reconhecer, classificar, descrever, comparar, conhecer, explicar, relacionar, situar (no espaço ou no tempo), lembrar, analisar, inferir, generalizar, comentar, interpretar, tirar conclusões, esboçar, indicar, enumerar, assinalar, resumir, distinguir.

Conteúdos procedimentais

Procedimento é o conjunto de ações organizadas para que se obtenha determinado objetivo. São exemplos de procedimento o uso do microscópio para examinar células de ce­bola, o emprego do computador para acessar uma página da internéti, a construção de uma maquete de estação de tratamento de água, a observação de insetos no gramado de uma praça e a busca de informações em uma biblioteca.

Aprender um procedimento se traduz na capacidade de empregá-lo de fórma espontânea, a fim de enfrentar situações em busca de resultados. Ao longo desta obra, os seguintes verbos poderão ser encontrados na explici­ta­ção dos conteúdos proce­dimentais2nota de rodapé :

Manejar, confeccionar, utilizar, construir, coletar, repre­sen­tar, ob­ser­var, experimentar, testar, elaborar, si­mu­lar, demonstrar, re­construir, planejar, executar, compor.

Conteúdos atitudinais

Valor é uma ideia que regulamenta o comportamento da pessoa em qualquer situa­ção ou momento, ou seja, trata-se de um princípio ético com o qual a pessoa sente forte compromisso emocional. Os valores são usados como referencial para o julgamento das condutas próprias e alheias. Exemplos de valores são a solidariedade e o respeito à vida e à integridade física, tanto própria quanto alheia.

Norma é uma regra de comportamento que pessoas de um grupo devem respeitar quando em determinada situação. Em outras palavras, normas são padrões de conduta que membros de um mesmo agrupamento social compartilham. As normas são a concretização dos valores. Como exemplos delas, podemos citar o respeito ao silêncio em um hospital, a adequação do vocabulário à pessoa com quem falamos, o ato de não jogar lixo no chão e o ato de parar o carro quando o sinal está vermelho.

Atitude é a disposição adquirida e relativamente duradoura para avaliar uma ocorrência, situação, pessoa ou objeto e para atuar em concordância com essa avaliação. Em outras palavras, uma atitude corresponde à tendência a comportar-se de fórma consistente com os valores e as normas, diante de ocorrências, situações, pessoas ou objetos.

São as atitudes que trazem à tona o grau de respeito que o indivíduo tem aos valores e às normas, manifestando-o de fórma observável. Exemplificando, podemos relacionar a atitude sistemática de não fazer barulho num hospital como uma demonstração da interiorização do respeito a normas e valores relacionados a essa prática.

Há vários modos para explicitar aqueles conteúdos atitu­di­nais que se deseja que o estudante aprenda. Nesta obra, os seguintes verbos3nota de rodapé poderão ser encontrados na expli­citação objetivos:

Valorizar, comportar-se (de acordo com), respeitar, tolerar, apreciar, ponderar (positiva ou negativamente), aceitar, praticar, ser consciente de, reagir a, conformar-se com, agir, conhecer, perceber, estar sensibilizado, sentir, pres­tar atenção a, interessar-se por, obedecer, permitir, con­cordar com, preocupar-se com, deleitar-se com, re­crear-se, preferir, inclinar-se a.

Considerações sobre a avaliação

Avaliar é uma das tarefas mais delicadas no ensino. A reflexão constante sobre quatro perguntas básicas — Por que avaliar? Quando avaliar? O que avaliar? e Como avaliar? — pode ajudar o professor a aprimorar cada vez mais o processo de avaliação.

Por que avaliar?

Erros fazem parte do processo de aprendizagem. Não se pode considerar que a aprendizagem seja significativa somente se não ocorrerem erros.

Ao contrário, são os erros que norteiam as alterações de rumo e as constantes intervenções pedagógicas e tornam o processo de aprendizagem efetivo.

Vista sob essa óptica, a avaliação tem caráter formativo.

Além disso, prepara progressivamente os estudantes para situações existentes na vida em que somos avaliados, seja nas entrevistas de emprego ou nos exames de larga escala, por exemplo, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os concursos de admissão à universidade (vestibulares).

A avaliação não pode se limitar a provas mensais ou bimestrais, principalmente se constarem de perguntas que cobrem a mera repetição de palavras ou frases tiradas do livro adotado.

Considerar as provas como único modo de avaliar é perder a perspectiva da avaliação como algo muito mais amplo e que engloba, entre outras possíveis metas, verificar o grau de aprendizagem dos estudantes, orientar e ajustar a atuação dos professores e da escola e propiciar elementos para o constante repensar da prática do ensino.

Quando avaliar?

Avaliar, nesse contexto, equivale a muito mais do que simplesmente saber o resultado final do processo de aprendizagem de um conjunto de conteúdos.

Diz respeito ao acompanhamento dêsse processo em suas múltiplas etapas e facetas, avaliando o que realmente aconteceu durante a aprendizagem. Diz respeito ao acompanhamento das dificuldades e dos progressos dos estudantes à luz da realidade local. Diz respeito ao constante cuidado em perceber falhas do processo e intervir nele a fim de eliminá-las ou, pelo menos, minimizá-las.

Assim, faz-se necessário um processo de avaliação o mais contínuo possível, não se limitando apenas aos finais de capítulos ou blocos deles.

A prática de uma avaliação bem distribuída ao longo do curso, se adequadamente implementada, reduz a tensão introduzida pelas provas mensais ou bimestrais e favorece a aprendizagem significativa em detrimento da pura e simples memorização.

Avaliação inicial (avaliação diagnóstica)

Antes de iniciar novos capítulos ou blocos de conteúdos, é conveniente fazer uma avaliação inicial. Seu objetivo é sondar as ideias prévias que os estudantes têm sobre o tema.

A partir delas, o professor prepara suas aulas e estratégias, direciona rumos, elabora revisões e retomadas que se fazem necessárias.

Além disso, conhecendo essas ideias prévias, mesmo que sejam cientificamente incorretas, pode-se utilizá-las como fontes de problematização e como ideias inclusoras.

A avaliação inicial pode ser feita de modo informal, uma vez que os estudantes invariavelmente expressam suas concepções prévias ao se posicionarem perante fatos e situações. Não é conveniente que a avaliação inicial seja longa e cansativa.

O que avaliar?

O que avaliar é decorrência dos objetivos estipulados para a aprendizagem. Deve-se cobrar, portanto, aquilo que se colocou em jogo nas situações de aprendizado, o que não descarta todo um leque de aplicações do que se aprendeu a situações similares, mas não exatamente iguais, às vivenciadas durante o processo.

Este Manual do professor traz — na terceira parte, entre os diversos comentários pedagógicos de cada capítulo — as sugestões de conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais a serem desenvolvidos. Elas servem de roteiro para o que avaliar. Assim, o processo de avaliação permitirá também ao professor tirar conclusões sobre o grau em que as condições de ensino criadas por ele e pela escola propiciaram a aprendizagem.

Como avaliar?

No processo de avaliação, é essencial que o professor considere as diferentes maneiras de expressão — oral, escrita, pictórica etcétera Assim fazendo, não estará privilegiando um estudante que escreve bem em detrimento de outro que se comunica com mais clareza de fórma oral ou de outro que desenha melhor do que escreve, por exemplo.

Introduzir complicadores desnecessários no momento da avaliação, além de conturbar o processo, pode distorcê-lo. É também fundamental explicitar aquilo que está sendo avaliado, pois os estudantes dão muita importância a isso e têm o direito de saber quais são as regras do processo.

Algumas sugestões

  • Observação do processo de aprendizagem, no dia a dia da sala de aula. O registro em tabelas permite ao professor avaliar a evolução de cada estudante, dedicando atenção diferenciada àqueles que, por alguma razão, dela necessitem. O acompanhamento do empenho na realização das múltiplas atividades, aliado à evolução demonstrada ao longo do tempo, é fundamental no processo de avaliação.
  • Observação das atividades em equipe e dos debates. Isso é particularmente importante para avaliar o aprendizado de atitudes gerais — respeito às ideias alheias, por exemplo — e específicas — respeito à biodiversidade, por exemplo.
  • Observação da produção dos estudantes. Durante o desenvolvimento de projetos e a realização de experimentos, o professor tem excelente oportunidade para avaliar o aprendizado de procedimentos.
  • Análise das exposições em público de textos e outras produções. Atitudes, procedimentos e conceitos estão em jogo no momento dessas exposições.
  • Provas escritas. A sugestão é evitar a concentração de provas das várias disciplinas em um período. Fazer provas mais curtas e com maior frequência, além de poupar os estudantes da tensão que faz alguns deles se saírem mal, permite avaliar de modo mais contínuo. Nas provas, devem-se evitar situações meramente repetitivas. Não se deve, contudo, tender ao extremo oposto, o de oferecer situações muito distintas das que ocorreram durante as aulas. Equilíbrio e bom senso são fundamentais. Provas são instrumentos úteis, desde que sejam aplicadas juntamente com outros mecanismos de avaliação.

Avaliação de conteúdos conceituais

Como o aprendizado de fatos requer a memorização, é fundamental que o professor avalie qual é a real necessidade de os estudantes conhecê-los. Cobrar o conhecimento de fatos só se justifica na medida em que tal conhecimento seja útil no cotidiano ou potencialize aprendizagens subsequentes. Caso contrário, é mais importante trabalhar os procedimentos de busca de informações, pois são eles que permitem acessar uma informação sempre que necessário.

É mais difícil avaliar se um conceito foi aprendido. Como formas de fazer essa avaliação, sugerimos:

  • reconhecer a definição do conceito entre várias possibilidades oferecidas;
  • identificar exemplos ligados ao conceito;
  • separar em categorias exemplos ligados ao conceito;
  • fazer uma exposição oral sobre o conceito;
  • aplicar o conceito à resolução de algum problema;
  • pedir a definição do significado do conceito.

No Ensino Fundamental nem sempre pedir a definição é o melhor modo de verificar se um conceito foi aprendido. As outras sugestões apresentadas podem se mostrar mais adequadas, desde que convenientemente trabalhadas.

Quando o processo de avaliação se resume a provas mensais ou bimestrais, a aprendizagem por memorização é estimulada. Os estudantes tentam se adaptar a esse modelo de avaliação buscando o meio mais fácil de obter “nota”. Preferem, por isso, tentar memorizar definições de conceitos em vez de compreendê-los. Para favorecer a aprendizagem significativa, é necessário que o processo de avaliação seja o mais contínuo possível.

Avaliação de conteúdos procedimentais

Avaliar um procedimento consiste essencialmente em saber se o estudante tem o conhecimento relativo a ele e se sabe executá-lo.

Assim, aprender um procedimento não significa conhecer sua “receita”. Consiste em saber usá-la. Não adianta, por exemplo, saber que numa biblioteca os livros estão catalogados em fichas. É preciso saber acessar uma informação desejada por meio delas. O grau de aprendizagem de um procedimento é tanto maior quanto maior a desenvoltura com que é executado.

Para avaliar procedimentos, é preciso acompanhar sua execução. Imagine, por exemplo, que se deseje avaliar se o estudante consegue utilizar caixinhas, cola e tesoura para construir uma maquete. Se o procedimento for deixado para ser feito em casa, o professor poderá apenas julgar se ele está finalizado ou não e a qualidade do trabalho. Não pode, porém, julgar a desenvoltura do estudante ao executá-lo. Não pode sequer ter certeza de que foi mesmo o estudante que a construiu.

O ensino explícito de procedimentos envolve uma avaliação compatível.

Avaliação de conteúdos atitudinais

Talvez a maneira mais eficiente de verificar se um estudante adquiriu uma atitude seja a observação do seu comportamento.

Isso inclui toda uma gama de situações, como a postura perante os colegas em situações de trabalho grupal, as posições defendidas em debates cujo tema esteja relacionado à atitude em questão etcétera

Por exemplo, no 7º ano pode-se verificar o aprendizado da atitude de “respeitar a vida em sua diversidade” observando as opiniões dos estudantes ao debater um tema como “O ser humano depende da biodiversidade? Por quê? Que motivos temos para conservá-la?”.

Existem, entretanto, determinados conteúdos atitudinais que não são facilmente observáveis porque envolvem comportamentos que ocorrem fóra do contexto escolar ou porque as manifestações comportamentais não são muito claras.

É o caso, por exemplo, das atitudes com relação a si próprio (cuidado consigo mesmo, aceitação própria, higiene íntima, rejeição ao consumo de drogas etcétera).

Nesses casos, é necessário solicitar aos estudantes que se expressem por escrito ou oralmente sobre esses conteúdos.

Diferentes perfis de aprendizagem

Cada indivíduo apresenta um modo próprio de aprender coisas novas. Embora o aprendizado requeira a existência e a mobilização de diversas potencialidades individuais, a maior ou menor contribuição relativa de algumas delas faz com que cada pessoa tenha sua maneira peculiar de obter e processar as informações para construir novos conhecimentos.

A diferente contribuição ponderal das potencialidades individuais foi percebida em diversos trabalhos acadêmicos e tornou-se progressivamente objeto de pesquisa e de teorização por pesquisadores da educação. Assim surgiram descrições de estilos de aprendizagem, que refletem como diferentes pessoas podem aprender por diferentes caminhos, mesmo quando submetidas, por exemplo, a um mesmo contexto escolar.

A preocupação em detectar e descrever estilos de aprendizagem existe há algumas décadas. Os pesquisadores Rita e Quenef dãn iniciaram suas pesquisas nesse campo na década de 1960. Diversos modelos sucederam o deles, influenciando a elaboração de materiais didáticos e de propostas governamentais, nacionais ou locais, em diversos países. Alguns dos modelos de estilos de aprendizagem se fundamentam em teorias anteriores a essa época, por exemplo, os trabalhos do suíço Jan piagê (1896-1980), do bielorrusso lévi vigótisqui (1896-1934) e do suíço Carl Iungui (1875-1961).

A literatura contém uma profusão de materiais diferentes a respeito dos estilos de aprendizagem. Esse campo de estudo “não tem uma história unificada e fundações filosóficas e teóricas coesas. Principalmente em razão dessa falta de raízes históricas e teóricas, o grau de avanço dessa área foi alentecido por muitos desafios na história dos estilos. Apesar dessas dificuldades, esse campo floresceu nas últimas três décadas.” (Tiã, L; Istãrnberg, ; Ráiner, sem Intellectual styles: challenges, milestones, and agenda. ín: Tiã, ; Istãrnberg, ; Ráiner, sem Handbook of intellectual styles: preferences in cognition, learning, and thinking. Nova York: Springer, 2012. página 16-17. Tradução dos autores.)

Uma extensa revisão crítica da literatura realizada por Cófildi e colaboradores, publicada em 2004, identificou 71 modelos diferentes descrevendo estilos de aprendizagem (Cófildi, F. êti áli. Learning styles and pedagogy in post-16 learning: a systematic and critical review. Londres: Learning Skills Research Centre, 2004).

Embora diferentes, todos esses modelos compartilham a premissa de que os estudantes têm propensões diversas quanto à fórma de captar informações e de processá-las, e o aprendizado é favorecido quando os métodos empregados na educação se harmonizam com suas preferências individuais. Em outras palavras, indivíduos distintos apresentam peculiaridades quanto ao modo de instrução e de estudo que é mais efetivo para o seu caso particular.

Mesmo concordando quanto a essa premissa, a variedade de modelos existente na literatura e as variadas acepções com que certas terminologias são empregadas tornam necessário explicitar com clareza qual é o modelo escolhido nesta obra de Ciências da Natureza para sugerir abordagens que favorecem cada modo de aprendizagem, bem como o significado dos termos que são empregados nas sugestões.

Nesta obra, utilizamos aspectos de um modelo desenvolvido pelo teórico da educação Dêivid Côub. Ele elaborou, em 1984, um inventário de estilos de aprendizagem que é um dos instrumentos de diagnóstico bastante difundidos quando se fala em estilos de aprendizagem. Colbi e diversos colaboradores continuaram a angariar evidências que corroboram esse modelo e a desenvolvê-lo, sendo que uma das atualizações mais significativas foi publicada em 2015 (Colbi, D. A. Experiential learning: experience as the source of learning and development. segunda edição Upper Saddle River: Pearson, 2015). No modelo de Colbi, os estilos de aprendizagem individual estão relacionados à importância de quatro aspectos.

Dois dêsses aspectos, denominados experiência concreta e conceitualização abstrata, referem-se à apreensão daquilo que é novo, à maneira como o indivíduo percebe o mundo, ao modo como ele recebe as informações:

Experiência concreta (ê cê) – Algumas pessoas têm preferência por receber a informação por meio de experiências (não nos referimos aqui a experimentos científicos), ou seja, percepções que envolvem o momento presente, vivências sensoriais e/ou emocionais, interações com os outros. Indivíduos que têm forte viés experiencial confiam bastante na própria intuição e apreciam estar imersos na experiência. Gostam de ouvir e compartilhar histórias, de dialogar e se envolver em atividades em equipe.

Conceitualização abstrata (cê á ) – Outros indivíduos preferem receber a informação de modo intelectual, gostando da leitura e da pesquisa. Têm predileção por receber a informação de uma fonte que considerem ter domínio do assunto e por meio de apresentações bem estruturadas, sejam aulas, palestras ou material para leitura. Normalmente, sentem-se à vontade com aulas expositivas e palestras.

A percepção de informações por diferentes estudantes pode variar dentro de uma ampla gama que vai desde a intensa preferência pela experiência concreta até uma predileção acentuada pela conceitualização abstrata.

Fotomontagem. Seta vertical dupla, com o termo percepção. Na ponta superior da seta, o termo 'sentimento'e a fotografia de três meninas sorridentes e abraçadas. Ao lado há o texto "Indivíduos 'experienciais' aprendem por meio de suas próprias experiências. 'Na ponta inferior da seta, o termo 'pensamento' e a fotografia de uma menina deitada de bruços e segurando um livro aberto. Ao lado há o texto 'Indivíduos 'conceituadores' apoiam-se em fontes externas de expertise.'
A percepção de mundo vinculada à obtenção de informações pode ir desde um viés intenso de sentimento (experiência concreta) até um de pensamento (conceitualização abstrata).

Fonte: , djêi Engage: the trainer’s guide to learning styles. Hoboken: John Wiley, 2012. página 50.

Quando recebemos uma nova informação, nós a processamos para que faça sentido. Assim, os outros dois aspectos do modelo de Colbi, a observação reflexiva e a experimentação ativa, relacionam-se ao modo como o indivíduo processa a informação para a construção de conhecimentos, ou seja, como ele significa (dá sentido, traduz, interpreta, entende) a nova informação:

  • Observação reflexiva (ó érre) – Existem pessoas que, ao receberem informações, ponderam sobre elas, refletindo antes de agir. Assim, atuam como espectadores que desejam entender as informações, esforçando-se mentalmente para que o experienciado adquira sentido antes de utilizar a nova informação. Em uma situação de aprendizagem, indivíduos nos quais esse viés é intenso mantêm-se cautelosos e observam, perguntam para esclarecer suas dúvidas, são reflexivos acerca das atividades propostas e, às vezes, gostam de esperar o desenrolar das coisas antes de se aventurar nelas.
  • Experimentação ativa (ê á) – Ao contrário, há pessoas com predileção por entrar logo em ação, tentando dar sentido às novas informações por meio de sua aplicação. (Nesse contexto, o termo experimentação não se refere exclusivamente ao contexto científico, embora possa também incluí-lo.) Pessoas com esse perfil agente prontamente imaginam de que modo utilizar a nova informação ou como compartilhá-la. Gostam de fazer. Diligentemente colocam-se em atividade e tendem a terminar as tarefas com rapidez, às vezes deixando de lado alguns aspectos que deveriam também contemplar. Estudantes nos quais esse perfil é intenso tendem a manifestar mais interesse por assuntos cuja utilidade ou significado prático seja evidente.
Fotomontagem. Seta horizontal dupla, com o termo "Processamento". Na ponta esquerda da seta, o termo "Ação" e a fotografia de três adolescentes sentados em volta de uma mesa com computador, tablet e outros objetos. Abaixo há o texto "Indivíduos 'fazedores' preferem que as informações adquiram sentido por meio da prática."
Na ponta direita da seta, o termo "Reflexão" há a fotografia de um grupo de quatro estudantes em uma sala de aula, usando cadernos e lápis ou canetas. Acima há o texto "Indivíduos 'espectadores' preferem que as informações façam sentido por meio da reflexão."
O processamento das informações pode variar desde um viés intenso de observação acompanhada da tentativa de interpretação (observação reflexiva) até um de agir para aplicar a informação (experimentação ativa).

Fonte: , djêi, ópi citi, página 51.

Nas palavras do próprio Colbi:

“Uma orientação para a experiência concreta foca em estar envolvido em experiências e em estabelecer, de modo pessoal, interações humanas diretas. Enfatiza o sentir em oposição ao pensar; uma preocupação com a unicidade e a complexidade da realidade presente em contraposição a teorias e generalizações; uma abordagem intuitiva, ‘artística’, em oposição à abordagem sistemática e científica dos problemas. Pessoas com orientação para experiências concretas apreciam o relacionamento com outras e são boas nisso. São frequentemente tomadoras de decisões intuitivas e funcionam bem em situações não estruturadas. O indivíduo com essa orientação valoriza relacionar-se com pessoas e estar envolvido em situações reais, apresentando uma atitude de mente aberta para a vida.

Uma orientação para a observação reflexiva foca em entender o significado de ideias e situações por meio de sua observação cuidadosa e descrição imparcial. Enfatiza entender em oposição a aplicar na prática; uma preocupação com o que é verdadeiro ou como as coisas acontecem em contraposição ao que funcionará; uma ênfase na reflexão em oposição à ação. Pessoas com orientação reflexiva apreciam intuir o significado das situações e das ideias e são boas em antever suas implicações. Têm facilidade para perceber as coisas de diferentes perspectivas e apreciar pontos de vista distintos. Gostam de confiar em seus próprios pensamentos e sentimentos para elaborar opiniões. Indivíduos com essa orientação valorizam a paciência, a imparcialidade e a opinião ponderada.

Uma orientação para a conceitualização abstrata foca em usar lógica, ideias e conceitos. Enfatiza pensar em oposição a sentir; uma preocupação em elaborar teorias gerais em contraposição ao entendimento intuitivo de áreas únicas ou específicas; uma abordagem científica, em vez de artística, aos problemas. Um indivíduo com orientação abstrata e conceitual aprecia planejamento sistemático, manipulação de símbolos abstratos e análise quantitativa, sendo bom em tudo isso. Pessoas com essa orientação valorizam a precisão, o rigor e a disciplina na análise de ideias, bem como a qualidade estética de um sistema conceitual organizado.

Uma orientação para a experimentação ativa foca em influenciar ativamente as pessoas e modificar situações. Ela enfatiza aplicações práticas em oposição ao entendimento por reflexão; uma preocupação pragmática com o que funciona em contraposição ao que é absolutamente verdadeiro; uma ênfase no fazer em vez de observar. Pessoas com orientação para a experimentação ativa gostam de fazer coisas e são boas nisso. Elas estão dispostas a correr algum risco para atingir seus objetivos. Valorizam ter uma influência no ambiente ao seu redor e apreciam ver resultados.” (Colbi, D. A., ópi citi, página 105. Tradução dos autores.)

A partir dêsses quatro aspectos, tem-se a possibilidade de representar em um espaço bidimensional as contribuições de cada um, evidenciando, dessa maneira, a gama de variações possíveis da ponderação que essas influências fundamentais podem ter no estilo de aprendizagem das pessoas. Uma das dimensões dessa representação envolve a priorização da experiência concreta (ê cê) ou da conceitualização abstrata (cê á ), ou seja, do sentir ou do pensar. Outra dimensão expressa a predileção pela observação reflexiva (ó érre) ou pela experimentação ativa (ê á), ou seja, por assistir ou por fazer. Nesse espaço bidimensional, Colbi reconheceu inicialmente quatro estilos de aprendizagem, conforme as possibilidades de combinação de pares dessas influências.

Esquema com um círculo rosa dividido em quatro quadrantes por uma seta vertical e outra horizontal. No quadrante superior esquerdo, entre "Experimentação ativa (EA)" e "Experiência concreta (EC)", há o texto "Aprendizes que preferem 'fazer' e 'sentir'". No quadrante superior direito, entre "Experiência concreta (EC)" e "Observação reflexiva (OR)", há o texto "Aprendizes que preferem 'sentir' e 'assistir'". No quadrante inferior direito, entre "Observação reflexiva (OR)" e "Conceituação abstrata (CA)", há o texto "Aprendizes que preferem 'assistir' e 'pensar'". No quadrante inferior esquerdo, entre "Conceitualização abstrata (CA)" e "Experimentação ativa (EA)", há o texto "Aprendizes que preferem 'pensar' e 'fazer'".
As contribuições relativas de cada uma das quatro orientações fazem cada indivíduo ser único em termos de aprendizagem. Considerando-se as orientações duas a duas, tem-se o que está nesse esquema: contribuições mais marcantes de um dos modos de obter as informações (perceber) e de uma das maneiras de processá-las (dar sentido a elas).

Fonte: , djêi, ópi citi, página 52; KOLB, D. A., ópi citi, página 140.

Dentro dessa linha de pensamento, os aprendizes cujo perfil tem alta influência de ê cê e ó érre se apoiam na intuição e nos sentimentos ao captar a informação e atribuir significância a ela, utilizando um tempo para refletir antes de agir. Esse estilo é denominado imaginativo.

Aqueles que têm forte influência de ó érre e cê á , em uma situação de aprendizagem, tendem a se apoiar na informação e no conhecimento da fonte externa para decidir a relevância da nova informação, refletindo sobre seu sentido antes de atuar. Esse estilo é chamado de analista.

Quando existe forte viés de cê á e ê á, existe a tendência de, ao receber novas informações, tentar dar sentido a elas por meio da ação, colocando a “mão na massa”, testando, fazendo e verificando os resultados. Esse estilo é denominado decididor.

Estudantes com alta ponderação relativa de ê á e ê cê são influenciados pelos sentimentos durante a situação de aprendizagem e atribuem significado às novas informações por meio do fazer, da atuação prática. Esse estilo é chamado de iniciante.

Esse cenário de quatro perfis de aprendizagem, caracterizados pela forte influência de um par de aspectos em cada um, foi ampliado por Colbi, em função dos resultados de seus estudos e dos de outros pesquisadores envolvidos na aplicação do modelo. No novo cenário, mais cinco foram acrescentados: o estilo experimentador, fortemente influenciado pela ê cê (com contribuições equilibradas de ê á e ó érre), o estilo reflexivo, com forte viés da ó érre (e balanceamento entre ê cê e cê á ), o estilo pensador, com predomínio da cê á (e contribuições equânimes de ê á e ó érre), o estilo atuante, no qual é grande a predominância da ê á (e existe harmonia entre cê á e ê cê), e o estilo balanceado, caracterizado por contribuições igualitárias das quatro componentes, ê cê, cê á , ó érre e ê á.

Perfis de aprendizagem e esta obra

Apresentado esse arcabouço teórico, podemos comentar como, ao utilizar esta obra, o docente consegue contemplar diferentes perfis de aprendizagem.

Não há a necessidade de se apegar aos nomes dados aos estilos nem ao estabelecimento de um diagnóstico pormenorizado de como cada estudante aprende. O ponto essencial é perceber e aceitar a importância de diversificar a fórma de trabalhar os conteúdos e a necessidade de oferecer atividades de diferentes tipos.

Ao equilibrar a utilização de abordagens e atividades que favoreçam a experiência concreta com outras que priorizem a conceitualização abstrata, o docente terá chances muito maiores de atingir todo o espectro de maneiras como os estudantes percebem e captam as novas informações essenciais para a construção de novos conhecimentos.

Também ao mesclar abordagens e atividades que vão ao encontro de quem tem propensão à observação reflexiva com outras que coadunam com quem é mais propenso à experimentação ativa, você aumenta as chances de favorecer toda a gama de modos de processamento das novas informações em situações de ensino-aprendizagem.

Nesse sentido, no que tange à apreensão das informações, tenha em mente que:

  • Estudantes com elevada propensão à experiência concreta podem aprender melhor em situações calcadas na interação social, na experiência com seus pares, tais como debates e atividades coletivas. Também apreciam filmes, simulações digitais, encenações, atividades práticas, visitas e trabalhos de campo. Eles são favorecidos por atividades como as dos boxes Trabalho em equipe e Para discussão em grupo, as da seção Isso vai para o nosso blog! e as sugestões de visita guiada.
  • Estudantes com alta inclinação à observação reflexiva são favorecidos por circunstâncias em que podem assistir e julgar o que presenciam, pensando a respeito das informações recebidas. Sentem-se à vontade com leituras, vídeos e aulas expositivas, bem como na busca de informações. São favorecidos pelos textos incluídos na obra e pelas atividades dos boxes Use a internéti e Tema para pesquisa.

Quanto ao processamento da informação, lembre-se sempre de que:

  • Indivíduos com forte viés de conceitualização abstrata sentem-se mais confortáveis quando submetidos a situações que favorecem aprendizado conceitual e analítico fundamentado no raciocínio lógico. Apreciam a ênfase teórica e a análise sistemática, assistir a aulas e palestras com estruturação bem definida e a utilização de modelos, analogias, protocolos e classificações. Costumam ter facilidade no reconhecimento de padrões. Eles são favorecidos pelos esquemas presentes na obra, pela interpretação de mapas conceituais e pela seção Use o que aprendeu.
  • Indivíduos inclinados à experimentação ativa têm grande disposição para atividades práticas. Aprendem com maior facilidade ao se envolver em atividades experimentais das Ciências da Natureza e ao participar de projetos e da construção de coisas. Engajam-se em atividades de sala, estudos de caso e visitas guiadas. Eles são favorecidos pelas atividades práticas da seção Motivação e do Suplemento de projetos, bem como por diversas atividades da seção Explore diferentes linguagens.

Elementos para a reflexão sobre a prática docente

Todo educador almeja ser melhor e conseguir auxiliar verdadeiramente os estudantes. As reflexões sobre como o papel de educador é exercido podem adquirir diversas dimensões. Uma delas, de grande relevância, diz respeito às práticas docentes escolhidas e como elas são realizadas.

Para lançar algumas ideias que podem ser úteis nessa reflexão, consideremos, a título de exemplo, quatro docentes e algumas de suas caraterísticas.

Docente A – É acolhedor, dialoga, favorece experiências de aprendizagem centradas nos aspectos que considera verdadeiramente relevantes, propõe com frequência trabalhos em equipe e discussões em grupo, promove ações cooperativas entre os estudantes, propõe situações que favorecem o autoconhecimento, procura incentivar o crescimento individual, valoriza e promove a autenticidade, considera que o conhecimento potencializa insights pessoais (“inspirações”, “sacadas”) e fornece devolutivas (feedback) aos estudantes sobre sua participação na coletividade.

Docente B – Procura desenvolver nos estudantes o gosto intelectual pelo conhecimento, preocupa-se em transmitir informações, tem convicção de que o ensino deve priorizar a apresentação sistemática e organizada dos conteúdos, incentiva o pensamento e o estabelecimento de relações entre os conceitos, considera que os saberes permitem ampliar as conexões entre as experiências pessoais do estudante, planeja detalhadamente o curso e as aulas (e respeita esse planejamento), é convicto de que o ensino deve aprofundar o entendimento dos pontos mais significativos, apega-se a informações factuais e a pormenores, procura manter-se bem informado e ser o mais preciso possível ao transmitir informações.

Docente C – Valoriza apresentar aplicações práticas do que é estudado, tem convicção de que o conhecimento possibilita a correta tomada de decisões, acredita que uma abordagem lógica a um problema é mais eficiente que uma emocional, considera que o ensino deve ser direcionado ao desenvolvimento de habilidades e competências, dá grande importância à capacidade de execução (por exemplo, redigir, esquematizar, calcular, relacionar, resolver), foca na obtenção dos resultados, propõe atividades que envolvam execução (“mãos à obra”), aprecia as aptidões técnicas e atribui pontuações seguindo critérios bem definidos e sistemáticos.

Docente D – Procura elevar o ânimo dos estudantes, proporciona situações de aprendizagem que se constituam em experiências pessoais enriquecedoras, cria oportunidades para favorecer a autodescoberta, ajuda os estudantes a atuarem conforme seus objetivos pessoais e seus projetos de vida, preocupa-se em ampliar as fronteiras dos estudantes, utiliza metodologias ativas diversificadas, propõe situações em que os aprendizes possam atuar, tem convicção de que o ensino deve levar em conta as inclinações e os interesses dos estudantes e é interessado em buscar novas fórmasde ensinar e de estimular o gosto pelo aprendizado.

Reflita um pouco sobre essas descrições. Compare com você, sua atuação, seus valores e suas concepções sobre a atuação do educador.

Com qual dêsses docentes você mais se identifica? Por quê? Que características dele vão ao encontro de suas aspirações e de seus valores? Mesmo havendo essa identificação, é possível que você não tenha algumas das características dêsse docente. Quais? Por quê? Não concorda com elas ou não as desenvolveu?

Qual dos quatro docentes apresentados menos se parece com você? Quais das características dele são as mais distantes do seu perfil? Ainda assim, é provável que você respeite e valorize alguns aspectos do perfil dele. Quais? Por quê?

Cada um dos quatro educadores, apesar de suas diferentes propensões, apresentam algumas qualidades relevantes para o ensino, sobre as quais podemos refletir e com as quais podemos aprender.

O docente A enfatiza a interação entre os estudan­tes e a necessidade de diálogo entre eles. Prioriza a efetividade, a relevância e a significância para o indivíduo. Estudantes que apresentam alta tendência à experiência concreta e à observação reflexiva tendem a apreciar esse estilo de professor. (Veja essas terminologias na seção Diferentes perfis de aprendizagem.) Para os aprendizes mais propensos à conceitualização abstrata e à experimentação ativa, o estilo do docente A poderá ser um pouco desafiador, mas proporcionar crescimento. Para ser mais efetivo no direcionamento a esses perfis de aprendizagem, o docente A pode estruturar melhor sua abordagem, aproveitar as terminologias e os conceitos que surgem no diálogo para realizar uma formalização e conectar esses termos a fontes de informação, como o livro do estudante, referências bibliográficas e páginas confiáveis da internéti.

Ele também pode enunciar melhor as competências e habilidades que deseja desenvolver e aproveitar o diálogo para preparar os estudantes para a ação, para aplicações em atividades que envolvam leitura e interpretação de textos, esquemas e gráficos, bem como a elaboração de textos, postagens e esquematizações. A interpretação e a construção em aula de mapas conceituais podem auxiliar esse docente a ser mais efetivo. (Sobre isso, veja o quadro Como ajudar os estudantes a construir um mapa conceitual, apresentado anteriormente, neste Manual do professor). O docente A pode, ainda, dedicar um pouco de tempo para que os aprendizes compreendam as aplicações práticas do que aprendem.

O docente B valoriza o conhecimento, a precisão e a clareza didática. Seu estilo vai ao encontro do modo como aprendem os estudantes com viés fortemente influenciado pela observação reflexiva e pela conceitualização abstrata. Ele pode ser ainda mais efetivo ao proporcionar situações práticas para os estudantes verificarem se conseguem aplicar o que aprenderam. Ele também pode priorizar os pontos mais importantes (em vez de se apegar a pormenores) e explorar outras metodologias além da aula expositiva.

O docente B é, às vezes, receoso de abrir o diálogo e as coisas saírem de seu contrôle. Também considera que situações de interação “atrasam o andamento do programa”. Contudo, os estudantes com maior inclinação à experimentação ativa e à experiência concreta podem ter dificuldade com esse perfil docente, pois se ressentem do excesso de informações expositivas e de não atuarem na prática. Esses aprendizes precisam ter a chance de explorar e compartilhar vivências relacionadas ao conteúdo. Para ser mais efetivo, esse educador pode, gradualmente, utilizar situações que oportunizem a interação (debates com a turma, trabalhos em equipe, encenações), até que se sinta seguro em administrá-las.

Também é oportuno que o docente B diversifique as metodologias empregadas, a fim de proporcionar situações para a apreensão do conhecimento em outros contextos que não sejam apenas a leitura e a exposição. (Veja, por exemplo, a seção Práticas didático-pedagógicas alinhadas ao papel de professor mediador, à frente.)

O docente C tem seu foco na eficiência, na competência e na produtividade. Esse estilo vai ao encontro dos aprendizes inclinados à experimentação ativa e à conceitualização abstrata, pois eles apreciam relacionar o que se aprende ao mundo real, lançando-se prontamente à ação e às aplicações. Entre estudantes com esse perfil, alguns manifestam propensão a carreiras como engenharia e tecnologia da informação.

Já os estudantes mais inclinados à observação reflexiva e à experiência concreta podem apresentar algumas dificuldades com esse estilo de docência, por sentirem falta de situações de interação pessoal ou por não perceberem claramente as inter-relações conceituais lógicas envolvidas nos aspectos teóricos. Para ser mais efetivo e conseguir atingir também esses aprendizes, o docente C pode propor a discussão de temas que envolvam aplicações das Ciências da Natureza, incluindo nela a oportunidade de os estudantes manifestarem suas experiências de vida e suas opiniões sobre as temáticas envolvidas. Também pode dedicar um pouco mais de tempo para o arcabouço conceitual que embasa as aplicações práticas.

Esse docente encontra oportunidades para seu aprimoramento ao perceber as necessidades dos estudantes propensos às vivências pessoais e/ou à reflexão sobre as novas informações antes de colocá-las em prática. (Sobre isso, veja também a seção Práticas didático-pedagógicas alinhadas ao papel de professor mediador, à frente.)

O docente D preocupa-se com a inovação e a busca de novas possibilidades. Sua fórma de atuação favorece os aprendizes com propensão à experiência concreta e à experimentação ativa, na medida em que proporciona situações de interação do estudante com seus pares e também a atuação prática em diferentes cenários metodológicos. Docentes com esse perfil costumam deixar certo espaço no seu planejamento pedagógico para que possam aproveitar situações oportunas que surgem durante o percurso, flexibilizando sua abordagem e oportunizando novas vivências. Em função do modo de ser dêsse educador, alguns estudantes podem não acompanhar os saltos mentais durante sua fala. Além disso, podem considerar que sua fórma de abordagem é desorganizada ou incompleta.

O docente D pode crescer profissionalmente ao atentar a aspectos que favoreçam os estudantes inclinados à observação reflexiva e à conceitualização abstrata. Pode, por exemplo, dedicar mais tempo ao trabalho ativo com terminologias (veja a proposta da seção Amplie o vocabulário!), à interpretação de mapas conceituais e à estruturação das aulas, demarcando mais enfaticamente a relação entre o que se está estudando e o livro do estudante ou outras fontes de informação.

A reflexão sobre os pontos aqui tratados – aliada à permanente abertura ao diálogo, à atenção aos aspectos humanos envolvidos na interação entre professores e estudantes e à relação cordial com os demais docentes e profissionais da escola – pode influenciar muito positivamente as práticas pedagógicas e resultar em crescimento significativo para todos.

Práticas didático-pedagógicas alinhadas ao papel de professor mediador

Tão importante quanto o que ensinar é como ensinar. Logo, além de dominar os conteúdos de Ciências da Natureza, o professor precisa oferecer oportunidades adequadas para que o estudante assuma o protagonismo do seu processo de aprendizagem. Nessa perspectiva, o livro do estudante é um parceiro do professor, na medida em que sugere práticas didático-pedagógicas apropriadas ao desenvolvimento das habilidades e competências propostas pela Bê êne cê cê.

A seguir, são apresentadas algumas práticas que podem auxiliar o professor no desenvolvimento dos estudantes.

Pesquisa

A atividade de pesquisa se constitui em um valioso recurso para desenvolver uma postura investigativa, à medida que favorece a participação ativa do estudante na construção e na produção do conhecimento.

Essa atividade permite que o estudante exerça sua criatividade, construa um raciocínio crítico para articular os vários conhecimentos, aprenda a organizar, tratar e analisar as informações, bem como a compartilhá-las por meio da escrita ou da apresentação oral. Assim, o estudante pode desenvolver algumas das competências gerais, como aquelas que exercitam comunicação, argumentação, conhecimento, pensamento científico, crítico e criativo.

Experimentação

A atividade experimental é fundamental para a aprendizagem em Ciências, uma vez que estimula o estudante a se tornar um sujeito ativo na construção do conhecimento. De acordo com a literatura especializada, a experimentação motiva os estudantes e desperta sua atenção; promove o desenvolvimento de trabalhos em grupo e incentiva a tomada de decisões; auxilia a estimular a criatividade e a aprimorar a capacidade de observação, o registro, a análise de dados e a proposição de hipóteses para os fenômenos; possibilita que os estudantes aprendam conceitos científicos, detectem e corrijam erros conceituais; permite que compreendam a natureza das Ciências e as relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade, e aprimorem habilidades manipulativas.

As experimentações propostas são investigativas, oferecendo ao estudante maior oportunidade de aprendizado, uma vez que ele pode exercer o protagonismo em sua condução, elaborando, discutindo, reformulando e descartando hipóteses, enquanto o professor atua como mediador do processo. Essa prática possibilita o desenvolvimento das competências gerais que enfatizam conhecimento, comunicação, argumentação, assim como pensamento científico, crítico e criativo.

Registro reflexivo

Esse modelo de atividade se caracteriza como uma ferramenta valiosa para desenvolver normas, atitudes e valores com o objetivo de suscitar no estudante habilidades socioemocionais, como: cooperação, solidariedade, respeito, capacidade de fazer melhores escolhas e cuidado consigo e com o outro. Nesse contexto, ficam em evidência as competências gerais propostas pela Bê êne cê cê que desenvolvem autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação.

Um exemplo presente no capítulo 4 do livro do estudante do 6º ano é a proposta de reflexão sobre a crença indiscriminada de algumas pessoas em anúncios publicitários relacionados aos cuidados com o corpo. Os estudantes são instigados a pensar sobre a veracidade das inúmeras propagandas que prometem “milagres” para a beleza e a saúde, levando-os a refletir acerca de si mesmos, de sua relação com o próprio corpo e de suas escolhas, além de contribuir para o desenvolvimento de uma visão crítica sobre as informações amplamente disponíveis nos dias atuais, principalmente nas plataformas digitais, tão acessíveis às crianças e aos jovens.

O capítulo 6 do 7º ano propõe, por exemplo, uma reflexão sobre o consumo de água tratada e os danos causados pelo desperdício de água e, também, sobre os hábitos de higiene pessoal e seus impactos sobre a própria saúde. Alguns exemplos presentes nos capítulos 8 e 9 do 8º ano propõem reflexões sobre cuidados relacionados à reprodução e à sexualidade, como a importância de realizar a higiene da região genital, as vantagens do planejamento familiar e os cuidados que a mulher deve ter durante a gestação para garantir a saúde do bebê. Um exemplo presente no capítulo 12 do 9º ano é a proposta de reflexão sobre hábitos e atitudes que impedem o desenvolvimento sustentável. A atividade estimula a proposição de ideias que contribuam para modificar esses aspectos do comportamento.

Questões discursivas

A atividade é uma ferramenta para os estudantes desenvolverem suas habilidades de leitura, interpretação e produção de texto. Por meio dela, competências como comunicação, conhecimento e argumentação são trabalhadas ao longo do ano. As questões discursivas podem ser utilizadas depois que cada capítulo for trabalhado ou antes de trabalhar o conteúdo. Nesse caso, o estudante deverá estudar em casa, fazendo pesquisas e levando suas dúvidas para a sala de aula.

Compartilhamento de conhecimentos em plataforma digital

O objetivo principal é que os estudantes sejam estimulados a escrever sobre os temas da aula, bem como sobre os resultados de aulas práticas e algumas curiosidades. Essa atividade permite reconhecer o papel da tecnologia a favor da aprendizagem e também como meio de produzir e compartilhar informações e conhecimento. Além disso, desenvolve a capacidade de argumentação e leitura e promove a interação necessária para a comunicação. São trabalhadas, dessa fórma, as competências gerais que enfatizam cultura digital, comunicação, conhecimento, argumentação, empatia e cooperação.

Trabalho em grupo utilizando o método jigsaw

O livro do estudante propõe diversas atividades em grupo, o que favorece o desenvolvimento de habilidades relacionadas, por exemplo, à escuta, à cooperação e à autonomia, de modo que os estudantes possam buscar benefícios individuais e coletivos. O método jigsaw (“quebra-cabeça”, em inglês) é uma oportunidade para desenvolver competências cognitivas, pois permite que cada estudante assuma um papel. O método é estruturado em duas fases. Na primeira, os estudantes são divididos em grupos base, e um tópico específico é debatido por todos do grupo, a partir de questões norteadoras. Esse tópico é, então, subdividido de acordo com a quantidade de estudantes do grupo base. Na segunda fase, os estudantes estudam e debatem os subtópicos com estudantes de outros grupos, desde que tenham esse subtópico em comum, formando, assim, grupos de especialistas. Posteriormente, os estudantes retornam ao seu grupo base e apresentam aos demais estudantes o que aprenderam. Reúnem-se, dessa fórma, conhecimentos indispensáveis para a compreensão do tópico específico.

Ao utilizar esse método, é fundamental que o professor defina com antecedência os temas a serem discutidos, forneça um texto-base e elabore as questões norteadoras para fomentar a discussão, bem como organize os grupos e atue como mediador em todo o processo.

Sala de aula invertida

Essa prática pedagógica favorece o protagonismo do estudante como sujeito responsável por sua própria aprendizagem. Os estudantes têm acesso direto ao conhecimento, e o professor atua como orientador e mentor, sustentando a aprendizagem do estudante enquanto o estimula a se envolver com as tarefas propostas. Tal prática exige que o professor:

  • disponibilize os conteúdos em ambiente virtual para que os estudantes possam acessá-los, cada um no seu tempo, quantas vezes quiserem. Os conteúdos podem ser vídeos, imagens, textos, apresentações ou qualquer outro material educativo escolhido pelo professor. O estudante deve ser orientado a interagir com esses materiais antes da aula, levando suas dúvidas para a sala;
  • planeje o que será feito durante a aula. Para tanto, é fundamental que o professor escolha atividades diferenciadas que estejam relacionadas ao que o estudante leu/estudou/assistiu. Assim, na sala de aula, conceitos são discutidos e aplicados, projetos são realizados, trabalhos em pares são executados, atividades experimentais são desenvolvidas, entre outras propostas, enquanto o professor se dedica a oferecer atenção mais personalizada a cada estudante.

A partir dessa prática, competências como conhecimento, pensamento científico, crítico e criativo, comunicação, argumentação e autogestão são desenvolvidas.

Seminário

O seminário constitui-se na apresentação oral de um tema por um estudante ou grupo a um público, que pode ser interativo. Material audiovisual pode dar suporte à apresentação oral. É fundamental o apoio do professor em todo o processo de realização do seminário, desde o planejamento e a organização até a escolha dos temas, a orientação dos estudantes, a disponibilização dos recursos necessários e a mediação no dia da apresentação. Os estudantes podem utilizar, como recurso visual de apoio, cartazes confeccionados em cartolina, maquete, apresentação elaborada no computador, de acordo com as possibilidades e a fase de transição entre os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental.

Por envolver apresentação oral e interação com o público, o seminário contribui para que o professor atinja propósitos como o aprofundamento de um determinado tema e o desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos estudantes. A atividade contribui para desenvolver competências como comunicação, conhecimento, argumentação, autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação, se realizada em grupo, cultura digital, se houver pesquisa na internéti, e uso de tecnologia como recurso de apresentação.

Gestão de sala de aula

Uma boa gestão de sala de aula é extremamente importante para o professor atingir os objetivos educacionais, desenvolvendo as habilidades e competências propostas pela Bê êne cê cê, e, assim, contribuir para a formação do cidadão atuante. Gerir a sala de aula inclui aspectos que claramente se relacionam durante as práticas, como o trabalho com o conhecimento, a organização da coletividade e o cultivo e o cuidado das relações interpessoais.

O estabelecimento de regras claras é fundamental para uma gestão participativa, uma vez que a definição dêsses combinados rege os direitos e as responsabilidades de todos em sala de aula.

É importante observar que o 6º ano se caracteriza por um período de transição entre os anos iniciais e finais do ensino fundamental, acarretando mudanças significativas para o estudante que devem ser consideradas pelo professor de Ciências. A mudança do professor generalista dos anos iniciais para o professor especialista de cada componente e o aumento da complexidade dos conhecimentos a partir do 6º ano, decorrente dessa especialização, são alguns dos pontos relevantes que podem causar impactos no processo de aprendizagem do estudante. Não menos importante é a faixa etária do 6º ano, que corresponde ao período de entrada na adolescência, caracterizado por intensas mudanças biológicas, psicológicas, sociais e emocionais do sujeito. É necessário, portanto, que o professor apoie o estudante nessa transição, fortalecendo sua autonomia e oferecendo-lhe diferentes oportunidades e ferramentas para uma interação eficaz com os conhecimentos e as fontes de informação.

No 7º ano inicia-se um período de consolidação do ensino fundamental, no qual os conhecimentos decorrentes da especialização de cada componente curricular se tornam mais complexos. É necessário que o professor apoie o estudante nessa fase de consolidação, fortalecendo sua autonomia e oferecendo-lhe diferentes oportunidades e ferramentas para uma interação eficaz com os conhecimentos e as fontes de informação.

É importante atentar para a fórma como os estudantes organizam seus estudos e perceber se estão enfrentando alguma dificuldade específica. Se necessário, o tempo em sala de aula pode ser empenhado para apoiá-los nessa organização.

No trabalho com o conhecimento, o professor deve gerenciar os conteúdos e o desenvolvimento das atividades em sala de aula. Portanto, as práticas e as situações de aprendizagem devem ser planejadas em consonância com os objetivos de aprendizagem a serem alcançados. Ao planejar as práticas, é importante considerar o espaço onde elas serão desenvolvidas e o tempo necessário, organizar previamente os materiais para sua realização e providenciar os equipamentos a serem utilizados. O espaço deve acolher a atividade proposta. As experimentações apresentadas no livro do estudante, por exemplo, podem ser realizadas na própria sala de aula, lembrando que o professor deve preparar e disponibilizar todo o material necessário antes da aula.

Para a atividade proposta na seção do livro do estudante Isso vai para o nosso blog!, em que os estudantes realizam o compartilhamento de conhecimento em plataforma digital, por exemplo, é preciso reservar um ambiente com computadores conectados à internéti, ao menos no início do ano, para que a turma construa um blog (diferentes plataformas gratuitas para criação de blogs estão disponíveis na internéti), que depois de pronto pode ser operado pelos estudantes em casa, quando necessário, a partir de computadores pessoais ou smartphones. Muitas das atividades de pesquisa propostas no livro também sugerem o uso da internéti.

Nas propostas do boxe Para discussão em grupo, caso proponha aos estudantes uma apresentação oral em sala de aula sobre o tema discutido pelo grupo, é essencial orientá-los quanto à importância de se expressar com clareza, conectando-se com os interlocutores, à postura adequada a um palestrante, à relevância da comunicação não verbal e à preparação do material de apoio, como slides. Nessas atividades, as competências relativas à comunicação e à argumentação são enfatizadas.

É extremamente importante planejar previamente as atividades e aulas, mas também é essencial que o professor se mantenha aberto a eventuais mudanças em uma atividade, de acordo com as necessidades da turma.

A habilidade de lidar com o inesperado e de se adaptar deve ser também desenvolvida pelo professor, assim como gerir as diversidades, possibilitando o desenvolvimento de todos os estudantes, incluindo aqueles que apresentam mais dificuldade de aprendizado. É sabido que cada indivíduo aprende de maneira diferente, e contemplar as diferentes fórmas de aprender é um dos objetivos de muitas das práticas didático-pedagógicas propostas no livro do estudante.

Diferentes estratégias devem ser utilizadas pelo professor no esforço de potencializar as capacidades de aprendizado dos estudantes com mais dificuldade. Atividades em grupo, nas quais estudantes com diferentes níveis de aprendizado e culturas distintas interagem, são importantes para estimular a cooperação e contribuir para o desenvolvimento mútuo.

Durante a realização das atividades, o professor deve estar atento à movimentação dos estudantes e à maneira como eles se relacionam entre si, sobretudo nas atividades em grupo. Fomentar um clima de responsabilidade, troca e respeito é extremamente importante para o cultivo das competências socioemocionais. Para tanto, o professor deve garantir a participação e a segurança de todos os estudantes durante as atividades propostas. Isso significa deixá-los à vontade para perguntar e participar, sem nenhum temor, sentindo-se confortáveis com a aproximação dos colegas e do professor. Portanto, as questões referentes ao relacionamento interpessoal professor-estudante e estudante-estudante devem ser valorizadas. Quanto melhor o relacionamento, mais efetivo é o processo de ensino e aprendizagem.

É importante que o professor se preocupe em desenvolver habilidades próprias que garantam uma relação cada vez melhor com os estudantes, incluindo a capacidade de escutar e de fazer que eles se sintam acolhidos, valorizados e respeitados no ambiente escolar.

O professor também precisa gerenciar condutas em sala de aula. O cultivo do diálogo e da confiança, os informes sobre as consequências de condutas inadequadas e a busca por parcerias com outros membros da comunidade escolar e com os pais podem ajudar nessa tarefa. O empenho do professor no cultivo dos relacionamentos interpessoais ajuda a desenvolver a aceitação e o respeito à diversidade.

Acompanhamento das aprendizagens

O acompanhamento das aprendizagens dos estudantes deve ser realizado de modo contínuo pelo professor, abrangendo todo o processo em vez de evidenciar apenas o produto da ação educativa. Isso significa que, muito mais do que verificar e quantificar a aprendizagem dos estudantes, a prática avaliativa tem como objetivo oferecer indicadores de qualidade do processo de ensino, permitindo ao professor repensar constantemente sua prática e reconstruir seu fazer pedagógico.

O olhar reflexivo do professor sobre o processo de avaliação é coerente com o desenvolvimento integral do estudante e seu protagonismo no processo de aprendizagem. O acompanhamento das aprendizagens deve permitir ao professor reconhecer as potencialidades do estudante para fomentá-las e, ao mesmo tempo, ser instrumento para o estímulo do protagonismo do estudante sobre seu aprendizado.

Assim, um primeiro instrumento proposto para a avaliação integral do estudante é a confecção de um portfólio ou relatório anual. Este deve ser construído pelo professor, com o registro contínuo das informações relacionadas à aprendizagem, incluindo conhecimentos, habilidades, atitudes e valores mobilizados pelo estudante ao longo do ano, a partir da observação e da interação professor-estudante e estudante-estudante em sala de aula. Esse novo olhar sobre “o que avaliar” favorece claramente o desenvolvimento das competências gerais e específicas propostas pela Bê êne cê cê.

Um segundo instrumento consiste na valorização e no aproveitamento da autoavaliação e da avaliação por pares entre os estudantes. Ambos os processos geram reflexões sobre o que e como eles estudam, ressaltando a importância do protagonismo no aprendizado e ajudando-os a identificar a necessidade de mudanças de atitude. O papel do professor em todo esse processo é fundamental, ensinando os estudantes a realizá-lo, dando seguimento e orientando os ajustes necessários.

Além dêsses, muitos outros instrumentos de avaliação podem e devem ser utilizados para acompanhar a aprendizagem do estudante ao longo do ano letivo. Com o auxílio do livro do estudante e a partir de sua organização, sugere-se que os processos avaliativos sejam realizados em três momentos distintos, para garantir o desenvolvimento das habilidades propostas em cada unidade:

  • No início da unidade, como avaliação diagnóstica. Tem como objetivo avaliar os conhecimentos prévios e as habilidades já desenvolvidas pelo estudante para auxiliar o professor a planejar ou replanejar suas práticas e condutas em sala de aula.
  • Durante a unidade, para acompanhar a aprendizagem e o desenvolvimento das habilidades propostas. Muitas das práticas didático-pedagógicas oferecidas pelo livro podem ser utilizadas também como instrumento avaliativo pelo professor. Alguns exemplos são as atividades de pesquisa, a experimentação, a resposta às questões discursivas e os registros reflexivos.
  • No final da unidade, para avaliar se as habilidades do período foram alcançadas. Uma possibilidade para o professor é a utilização da pesquisa temática proposta ao final de todas as unidades e sua divulgação em plataforma digital como instrumento avaliativo.

Outras possibilidades de acompanhamento das aprendizagens podem ser utilizadas pelo professor, além do livro do estudante, como avaliações de múltipla escolha, produção textual, seminários e produção de mapa conceitual.

Algumas considerações sobre inferir, propor e argumentar

Organização de ideias e diversidade de modos de expressão

A habilidade de se expressar com clareza, em textos orais ou escritos, requer a capacidade de pensar com clareza, de ordenar ideias.

Assim, um passo importante para ajudar os estudantes a desenvolver a capacidade de inferir, de argumentar e de produzir análises críticas, criativas e propositivas envolve, em boa medida, auxiliá-los a enunciar e organizar as ideias envolvidas.

Neste item, pretendemos tecer alguns comentários que, esperamos, contribuam como apoio e ponto de partida para que o docente possa auxiliar os estudantes, em diversos momentos de utilização desta obra, a desenvolver a capacidade de argumentar, de inferir (por dedução ou por indução) e de estabelecer proposições.

Digamos que os estudantes pretendam explicar que a sociedade atual é dependente do petróleo como um recurso energético e, além disso, haja a intenção de salientar que seu uso na geração de energia acarreta poluição. Podemos ajudá-los a perceber que são duas as ideias envolvidas:

O mundo é dependente do petróleo como recurso energético. (Ideia que terá menor peso.)

A utilização do petróleo como recurso energético gera poluição. (Ideia que terá maior peso.)

Após organizar essas ideias (em pensamento ou por escrito), os estudantes podem reuni-las em uma única frase. Há inúmeras possibilidades para fazer isso. Duas delas são:

O mundo é dependente do petróleo como recurso energético, mas esse uso acarreta poluição.

Embora o mundo seja dependente do petróleo como recurso energético, esse uso acarreta poluição.

Na primeira construção, após enunciar a ideia de menor peso (o mundo é dependente do petróleo como recurso energético), empregou-se a palavra mas para iniciar a exposição do pensamento que recebe maior ênfase (esse uso acarreta poluição). Já na segunda construção, a palavra embora introduziu a ideia de menor peso para que, após a vírgula, fosse enunciada a ideia principal. Assim, as duas formas expressam um mesmo pensamento.

Os estudantes utilizam com certa frequência a conjunção mas (à qual equivalem contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto) e, por isso, é frequentemente necessário ajudá-los a perceber que ela introduz a ideia à qual se pretende dar maior importância.

Analise este outro exemplo:

Metais pesados viabilizam muitos dispositivos eletrônicos, mas são ambientalmente perigosos.

Metais pesados são ambientalmente perigosos, mas viabilizam muitos dispositivos eletrônicos.

Essas duas frases expressam ideias diferentes. A primeira reconhece a importância dos metais pesados, contudo coloca a ênfase no risco que representam. A segunda menciona que são perigosos, porém valoriza sua importância. (Perceba, neste parágrafo, como as palavras contudo e porém, equivalentes a mas, foram usadas na análise!)

Se as mesmas frases fossem elaboradas usando a conjunção embora (à qual equivalem apesar de, ainda que, conquanto), ficariam, respectivamente, assim:

Embora metais pesados viabilizem muitos dispositivos eletrônicos, são ambientalmente perigosos.

Embora metais pesados sejam ambientalmente perigosos, viabilizam muitos dispositivos eletrônicos.

Como já mencionamos, embora demarca a ideia a que se atribui menor significância. Então, na primeira construção, continuamos com ênfase no problema ambiental e, na segunda, na importância para a indústria eletrônica.

Inferência por dedução

A inferência é um raciocínio que estabelece, por implicação ou por generalização, que determinada conclusão é decorrência de informações tomadas como pontos de partida e consideradas verdadeiras.

De modo simplificado inferir é tirar conclusões com embasamento.

Uma fórma de inferência é a dedução, raciocínio que conduz do geral ao particular, do abrangente ao que nele está contido, do amplo àquilo que se identifica como a ele pertencente. Veja um exemplo:

Os metais são bons condutores de corrente elétrica.

O ouro é um metal.

Portanto, o ouro é um bom condutor elétrico.

As duas primeiras frases são premissas (do latim prae, antes, e , emitir; aquilo que é dito de antemão, pronunciado previamente), afirmações aceitas como válidas e que constituem o ponto de partida para chegar à conclusão, expressa na terceira frase.

A primeira premissa é bastante abrangente (e, no jargão da lógica argumentativa, é denominada premissa maior) e a segunda tem menor abrangência (chamada de premissa menor).

A consideração de que o ouro é um metal nos permite inferir que ele apresenta a propriedade mencionada, comum aos metais. Assim, consideradas em conjunto, as duas afirmações possibilitam tirar, de maneira lógica, a conclusão apresentada. A estrutura esquemática de uma dedução é:

Esquema. Premissa 1, premissa 2 e outras eventuais premissas implicam (seta) conclusão.

Vejamos outro exemplo:

Os peixes são vertebrados.

O tubarão é um peixe.

Consequentemente, o tubarão é um vertebrado.

Às vezes, parte dessa estrutura não é explicitamente apresentada. Um exemplo é:

Os seres vivos necessitam de energia para se manterem vivos.

Então, fungos precisam de energia para sobreviver.

Nesse caso, o falante/escritor deixou implícito que os fungos são seres vivos, e a percepção disso fica a cargo do ouvinte/leitor. (Aqui cabe uma digressão: durante a prática docente, omitir uma passagem do raciocínio pode, para um estudante que não consiga depreendê-la, dificultar o entendimento de como se chegou a determinada conclusão enunciada.)

Dois erros comuns ao realizar uma inferência são a falha lógica e a utilização de uma premissa incorreta. Vejamos um exemplo de cada situação.

O seguinte exemplo contém uma conclusão que não é válida, pois cometeu-se um erro de lógica ao realizar a inferência:

Todas as moscas voam.

O morcego voa.

Assim, o morcego é uma mosca.

Já no caso a seguir, embora a dedução seja logicamente consistente com as premissas, a conclusão a que se chegou não é correta porque uma das premissas (a primeira) não é verdadeira:

Todas as aves voam.

Os pinguins são aves.

Portanto, os pinguins voam.

A premissa inicial é incorreta, pois nem toda ave voa, a exemplo de emas, avestruzes, cormorões-das-galápagos e (como é de especial interesse nesse caso) pinguins.

Ao solicitar a um estudante que faça uma dedução, estamos solicitando a ele que parta de informações consideradas verdadeiras (fornecidas como parte de um texto, de uma atividade ou conhecidas previamente por ele) para mostrar que delas decorre, de modo lógico, uma conclusão desejada. Assim, deduzir é mostrar que, à luz de um conjunto de informações, determinada conclusão é válida. Realizar uma dedução é extrair das premissas algo que, de certa fórma, já estava contido nelas.

Ao pedirmos, por exemplo, que os estudantes expliquem por que um morcego é um mamífero, uma estruturação possível é:

Mamíferos são animais vertebrados que apresentam pelos na superfície do corpo e cujas fêmeas produzem leite para nutrir os jovens filhotes.

Morcegos são vertebrados, têm pelos na superfície do corpo e as fêmeas alimentam os filhotes com o leite que produzem.

Então, morcegos são mamíferos.

Ainda que os estudantes omitam a segunda premissa, ao falar ou escrever, a dedução continuará fazendo sentido. Além disso, eles podem utilizar uma outra construção, começando pela conclusão e, a seguir, enunciando como chegaram a ela, por exemplo:

Morcegos são mamíferos, pois são animais vertebrados que apresentam pelos na superfície do corpo e cujas fêmeas produzem leite para nutrir os jovens filhotes.

Ajudar os estudantes a elaborar inferências por dedução consiste em auxiliá-los a: (1) buscar as premissas (no livro do estudante, no enunciado de uma atividade, em seus conhecimentos e/ou mediante busca) e enunciá-las; (2) verificar, em caso de dúvida, se as premissas são verdadeiras (empregando fontes confiáveis); (3) tirar uma ou mais conclusões (que sejam lógicas); e (4) redigir o texto que encadeie corretamente as ideias envolvidas, ou seja, as premissas e as conclusões delas decorrentes.

Em raciocínios mais longos, cada conclusão tirada pode servir de premissa para uma nova dedução:

Quando a temperatura da água se eleva, a sua capacidade de dissolver gás oxigênio diminui.

Poluição térmica de um rio é o aquecimento de suas águas provocado por indústrias, usinas e outras atividades humanas.

Logo, a poluição térmica causa redução da concentração de gás oxigênio no rio.

Peixes respiram gás oxigênio dissolvido na água.

Se a concentração de gás oxigênio na água for drasticamente reduzida, peixes podem morrer.

Portanto, a poluição térmica pode matar peixes.

Inferência por indução

Além da dedução, outra maneira de realizar inferências é por meio da indução, um tipo de raciocínio que vai da parte para o todo, ou seja, partindo de uma amostragem, generaliza-a para a coletividade. Para exemplificar, imaginemos que uma caixa fechada esteja cheia de bolas. Retiramos algumas delas e as examinamos. A partir disso, elaboramos o seguinte raciocínio:

Das bolas que foram retiradas da caixa e examinadas, todas têm cor roxa.

Portanto, todas as bolas da caixa são roxas.

Aqui, ao contrário dos casos analisados anteriormente, a primeira sentença (a premissa) não é suficientemente abrangente a ponto de garantir, com total certeza, que a segunda frase (a conclusão) seja verdadeira. A premissa abrange somente as bolas retiradas e examinadas, mas não todas que estavam na caixa. A conclusão só seria seguramente verdadeira se tivéssemos examinado todas as bolas da caixa.

Contudo, não se pode descartar a possibilidade de que a conclusão seja correta. Aqui, entra em cena um aspecto relevante, a amostragem. Como o número de bolas na caixa é finito (embora não saibamos qual é), a probabilidade de a conclusão ser verdadeira aumenta a cada nova bola roxa retirada. No entanto, basta uma bola de outra cor para invalidá-la. Uma única bola amarela, e lá se vai a conclusão por água abaixo!

O raciocínio por indução desempenha papel relevante nas Ciências da Natureza, pois possibilita inferir leis a partir de comportamentos sistematicamente observados. Esse é, por exemplo, o método usado para o estabelecimento de leis científicas de base empírica (experimental), como a conservação da massa nas reações químicas, as leis básicas da hereditariedade e o princípio fundamental da dinâmica.

Esquema. Observação 1, observação 2 etc. possibilitam (seta) generalização.

A indução é importante para as descobertas da ciência, pois permite generalizar. Nas generalizações representadas pelas leis científicas, o tamanho da amostragem é, em princípio, infinito, pois mais e mais novas observações podem ser feitas. Assim, o uso da indução é um motivo para que o conhecimento científico seja considerado permanentemente provisório, já que novos fatos experimentais podem ser como uma bola amarela saindo da caixa em que “só existem” bolas roxas. Esses novos fatos podem exigir revisão, modificação ou substituição de teorias vigentes.

Até o século dezoito, o mundo ocidental tinha certeza de que todos os cisnes (aves do gênero Síguinus) seriam brancos. Isso até que, com o avanço da colonização da Austrália, foi descrita uma espécie de cisne-negro (sígnus atrátus).

A bola de cor discrepante saindo da caixa remete a um caso envolvendo ainstain que é relatado por Stiven Róquin em um de seus livros (Róquin, S. Uma breve história do tempo. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015. página 232). Diz o autor que, após a publicação do livro Cem autores contra ainstain (na Alemanha, em 1931), teriam perguntado ao físico o que ele pensava a respeito. ainstain respondeu com uma pergunta, questionando por que seriam necessários cem, se bastaria um para mostrar que ele estava errado.

Quando os estudantes compreendem a diferença entre dedução e indução, podem ser mais críticos quanto a muitas conclusões cotidianas como esta:

Toda vez que uso essa camiseta no jogo, a seleção ganha.

Então, vou usar no próximo jogo e ela ganhará.

Ou como esta outra, que certamente merece análise em aula pelo docente de Ciências da Natureza:

Todas as pessoas que eu conheço que consomem uma laranja por dia não pegaram covid-19.

Portanto, uma laranja ao dia previne essa doença.

Discutir a não validade dessa conclusão permite chamar a atenção dos estudantes para a importância da representatividade da amostra e da utilização de metodologia científica adequada. Para que estudos comprovem, por exemplo, que alimentos ou medicamentos são eficazes na prevenção ou na cura de uma doença, é necessário cumprir uma série de critérios estatísticos quanto à amostragem e aos procedimentos. Ainda assim, as conclusões da pesquisa estarão determinadas pelas condições em que o estudo foi realizado e apresentarão determinada validade preditiva (que não será de 100%).

A indução envolve, nesse tipo de estudo, inferir causas a partir dos (seus supostos) efeitos observados.

Esquema. Consequência 1, consequência 2 etc. infere-se a (seta) causa.

No ensino de Ciências da Natureza, expor os estudantes a esse tipo de raciocínio é relevante para que eles possam desenvolver uma visão crítica sobre conclusões que não têm validade porque decorrem de amostragens não representativas. Esse é o caso de atividades pseudocientíficas e de muitas fake news que recomendam alimentos miraculosos, terapias não convencionais e dietas infalíveis.

Elaboração de textos propositivos

É importante que os estudantes consigam identificar e redigir propostas. Em sua fórma mais simples e explícita, uma proposta (do latim , diante de, , colocar), ou proposição, tem a seguinte estrutura:

Esquema. Alguém deve fazer (seta) algo devido a um (seta) motivo.

Podemos exemplificar com:

Todo cidadão deve aprender conceitos científicos fundamentais porque eles permitem tomar decisões mais acertadas em muitas situações cotidianas e zelar pela saúde e pela qualidade de vida, própria e da sociedade.

Pode haver implícitos e a ordenação pode ser outra:

Confira (você) a previsão do tempo antes de viajar para que possa escolher roupas adequadas.

Devemos (nós) dar destino correto ao lixo reciclável para diminuir a exploração de recursos naturais, consumir menos energia e evitar o impacto ambiental que ele teria se fosse descartado no lixo orgânico ou no meio ambiente.

Para não sofrer intoxicação, (nós) jamais devemos ingerir cogumelos coletados no ambiente.

Este é um produto novo e revolucionário para emagrecer! (Então, você aí, compre-o já!)

Nas conversas cotidianas, na política, nos meios de comunicação, na publicidade e nas redes sociais, somos bombardeados por propostas (às vezes, disfarçadas).

Toda proposta tem algumas características, entre elas convocar para uma ação, geralmente em resposta a um problema que existe ou poderá existir, estar focada em quem a ouve/lê, e objetivar o futuro (seja a curto, médio e/ou longo prazo), pois a intenção é que uma ação seja executada e tenha consequências.

Para que os estudantes possam elaborar um texto propositivo, seja oral ou escrito, devem: (1) delimitar o problema que requer solução ou cujo surgimento deve ser evitado; (2) definir o público a que se dirigirão; (3) buscar ideias, enunciá-las e concatená-las; (4) elaborar uma proposta enfática de ação para resolver o problema; e (5) justificar por que a proposta funciona e é realizável.

Essa estruturação é encontrada, por exemplo, em propostas sérias e éticas sobre meio ambiente, hábitos alimentares e cuidados com a saúde. Também está presente em textos publicitários, campanhas políticas, vídeos de influenciadores digitais e fake news.

Fatores que podem resultar em maior ou menor grau de credibilidade e de engajamento na ação pretendida são a qualidade, a validade e a fôrça dos argumentos empregados. Então, precisamos discutir aspectos ligados à argumentação.

Argumentação

Dedução, indução e proposição exemplificam casos de argumentação, processo que tem a intenção de influenciar, provocando concordância e adesão. Uma argumentação é convincente quando é clara e emprega argumentos válidos (que decorrem de modo lógico das premissas usadas) e aceitáveis. Um argumento não é aceitável se: (1) é facilmente desmentido ou contestado; (2) uma ou mais premissas são falsas; (3) duas ou mais premissas se contradizem; (4) as premissas são vagas, mal expressas ou ambíguas; (5) o raciocínio é circular, saindo de um ponto e chegando ao mesmo ponto. Ao argumentar, é necessário considerar objetivo, contexto e linguagem apropriada. Quando se usam premissas que não sejam de conhecimento geral ou de ampla aceitação, é importante mencionar a fonte, que deve ter credibilidade. Os argumentos podem apelar, por exemplo, à razão, à ética ou à emoção.

Para ajudar os estudantes a elaborar análises críticas, criativas e propositivas sobre um tema, explique que:

  • Uma crítica consiste em fazer uma apreciação, opinar a respeito de algo, avaliar detalhadamente, julgar.
  • Uma crítica criativa é inovadora, usa pontos de vista interessantes e incomuns, estabelece relações inventivas, não é uma mera reprodução do que outros já fizeram.
  • Uma crítica propositiva chama para a ação, propõe fazer algo para alcançar determinado objetivo.

Se, por exemplo, você pedir aos estudantes que façam uma análise crítica, criativa e propositiva sobre o problema do saneamento básico na região, etapas importantes são: verificar, em fontes confiáveis, dados recentes a respeito do tema (por exemplo, cobertura de distribuição de água tratada, coleta e tratamento de esgotos, coleta de lixo); analisá-los e compará-los aos de outras regiões brasileiras e outros países; verificar de quem é a responsabilidade por tais serviços; acessar opiniões já veiculadas, atentando aos diferentes pontos de vista; refletir sobre aspectos que não foram abordados e ideias que solucionariam problemas; decidir que ações precisam ser tomadas pelo poder público, pela iniciativa privada e pelos cidadãos; ordenar as ideias; elaborar um texto e melhorá-lo até a versão final.

Ajudar estudantes a produzir análises críticas, criativas e propositivas envolve, sobretudo, auxiliá-los a argumentar. E a capacidade argumentativa exige ter e organizar ideias. Pesquisa, estudo e leitura são fundamentais nesse processo. Só fala e escreve bem quem possui repertório, tem ideias e consegue articulá-las. O professor mediador deve estimular o aperfeiçoamento dessa capacidade, instigando os estudantes, sempre que possível, a colocarem-na em prática. É algo que eles só aprendem a fazer, fazendo.

Para o docente se aprofundar no tema argumentação, sugerimos FIORIN (2018), GARCIA (2010) e VELASCO (2010), obras listadas no Referencial bibliográfico comentado.

Visitas guiadas

Razões pedagógicas

Na educação, o diálogo entre as áreas do conhecimento é enfaticamente recomendado. Trabalhar com projetos interdisciplinares é estimulante e ao mesmo tempo desafiador.

Embora essa relação dialógica possa e deva acontecer dentro da sala de aula, vivências realizadas fóra do ambiente escolar têm muito a contribuir para a integração dos saberes construídos pelos estudantes.

Nesse sentido, visitas guiadas e pesquisas de campo podem auxiliar bastante. Instituições de pesquisa (como zoológicos, jardins botânicos, parques tecnológicos) e de aplicação (como empresas que utilizam diferentes aspectos da tecnologia) são importantes locais para uma interação entre o conteúdo estudado em sala de aula e a materialidade dos conceitos para os estudantes, assim como para a valorização da produção de conhecimento científico e de sua aplicação como pilares para o desenvolvimento da sociedade.

Essas atividades fóra do ambiente físico da escola também podem contribuir para o desenvolvimento de diferentes competências e habilidades propostas na Bê êne cê cê. Ao organizar uma saída com caráter pedagógico, que articule habilidades e competências e que seja significativa para o estudante, é necessário clareza dos objetivos propostos e antecedência no planejamento, como será comentado à frente.

Zoológicos são locais que geram muita curiosidade nos estudantes e, por isso, são interessantes para desenvolver a capacidade de observação. Além disso, permitem observar os animais em reproduções de seu ambiente natural.

Os museus históricos têm importância na manutenção de locais marcantes para a sociedade e/ou de acervos referentes a aspectos artísticos, científicos e tecnológicos desenvolvidos pelo ser humano. Existem diversos tipos de museus nas cidades, desde aqueles que abrigam um inventário pessoal de alguma personalidade ou entidade importante para a história local ou mundial até temas mais abrangentes, como geologia, paleontologia, arqueologia, tecnologias (antigas ou contemporâneas), línguas e artes. Museus de história natural, além de fósseis e reconstruções de organismos extintos, costumam ter no acervo modelos de anatomia, bem como pequenos animais (por exemplo, peixes, serpentes, lagartos e tartarugas).

Assim como os zoológicos, as saídas para estudos do meio costumam ser uma boa fórma de relacionar os temas estudados às suas ocorrências concretas, além de ajudarem a quebrar o ritmo da sala de aula. Uma saída de campo bem organizada e com objetivos claros pode ajudar a sedimentar os conceitos já trabalhados e potencializar outros por vir.

Existem diversas possibilidades de saídas de campo, desde a ida a uma praça, um parque ou um bosque locais até a visita a uma unidade de conservação que represente parte do bioma característico da região em que se vive.

Planejamento e desenvolvimento

Visitas a empresas de diferentes ramos de atividade, a zoológicos e a museus de história natural, bem como estudos do meio (em ambientes naturais, locais representativos do bioma local ou trechos urbanos de relevância), oferecem potencialidades extremamente enriquecedoras. A organização de uma atividade fóra do ambiente escolar requer planejamento detalhado, pois envolve diversos aspectos pedagógicos, burocráticos e operacionais.

Um primeiro passo é a proposição do trabalho pelos docentes. É recomendável, se possível, que ele envolva mais de uma área, para aproveitar melhor a saída. A área de Ciências da Natureza pode interagir com todas as demais áreas, em inúmeras possibilidades.

Uma visita guiada a uma empresa, na medida em que envolve aspectos ligados ao mundo do trabalho, pode, por exemplo, ser trabalhada com Língua Portuguesa e Língua Inglesa. Se a empresa se relaciona à engenharia ou à tecnologia da informação, a Matemática pode participar e contribuir.

A ida a um museu de história natural pode ser alinhada com Geografia, para que se abordem temas como o passado geológico do planeta, os tipos de rochas e a diversidade da fauna e da flora.

Um estudo do meio em um ambiente representativo do bioma local também pode ser elaborado junto com Geografia e, além dela, também com Arte, na medida em que os resultados podem ser expressos por meio de diferentes produções artístico-culturais.

Uma visita a uma empresa de rádio, de televisão ou de internéti, além de contemplar a interdisciplinaridade com Língua Portuguesa e Arte, potencializa saberes de Língua Inglesa, ao se reconhecer a necessidade dêsse idioma para a compreensão do que se faz na área de comunicações, e História, para abordar a importância da comunicação humana em diferentes locais e épocas.

Uma visita a um centro de treinamento esportivo possibilita que as Ciências da Natureza abordem saberes referentes à constituição e ao funcionamento do organismo humano, bem como à manutenção da saúde dos atletas, ao mesmo tempo em que constitui uma oportunidade de ação interdisciplinar com Educação Física.

O ideal é estabelecer as parcerias interdisciplinares e propor as saídas antes do planejamento do ano letivo ou durante a sua elaboração.

O contato com os locais de visitação e o agendamento das visitas deve ser realizado com antecedência suficiente, assim como a resolução das questões ligadas à logística de transporte e, se necessário, de alimentação.

O número de professores e demais agentes escolares que acompanharão os estudantes deve ser compatível com o tipo de atividade: os estudantes devem permanecer o tempo todo acompanhados de perto. Isso é essencial para a segurança dos estudantes, pois quaisquer situações de risco devem ser evitadas.

Para que tudo corra bem e para que essa atividade externa ao ambiente da escola seja pedagogicamente relevante, alguns pontos fundamentais devem ser seguidos. Sugestões estão elencadas a seguir.

1ª etapa – ANTES

  1. Obtenha informações sobre o local de visitação. Pesquise na internéti o endereço e os meios de contato. Se for museu, entre no site da instituição e saiba mais sobre seu acervo. Verifique se existe um departamento de relações públicas e/ou colaboradores dedicados a receber e guiar os grupos de estudantes durante a visitação. Entre em contato e peça esclarecimentos.
  2. Visite previamente. Faça uma visita junto com os outros docentes envolvidos. Verifique se o local oferece segurança e acolhimento. Esteja atento à existência de sanitários e à acessibilidade. Analise o local de desembarque e de embarque dos estudantes, certificando-se de que ele seja apropriado. Colete o material de divulgação que porventura seja distribuído no local. Assista às palestras que são oferecidas, se houver. Tire fotos de tudo o que ajudar no planejamento.
  3. Roteirize e estabeleça objetivos. Com base no que coletou, faça um roteiro de objetivos e, se necessário, um mapa de visitação (esse é o caso, por exemplo, em museus que não têm guia ou em zoológicos, assim como em ambientes naturais). Se os estudantes precisarem ser divididos em grupos menores (frequentemente é o caso), estabeleça o trajeto dos grupos e certifique-se de haver docentes suficientes para acompanhá-los. Relacione o que você deseja que seja observado pelos estudantes e com quais objetivos. Estabeleça a maneira pretendida para a entrega dos resultados.
  4. Converse com os estudantes sobre a atividade. Faça uma roda de conversa e lance informações motivadoras sobre o local a ser visitado. Explique, em linhas gerais, como será a visita.
  • Quais são os objetivos da visita?
  • Que relação ela tem com o que estamos estudando ou vamos estudar?
  • O que os estudantes poderão experienciar com essa atividade?
  • Que tipo de material os estudantes deverão levar consigo?
  • Os estudantes irão de uniforme? Se não, existe alguma recomendação específica sobre o traje?
  • O que deverão observar no local?
  • Como fazer anotações adequadas das observações?
  • Que textos devem ser lidos antes da visita ou que temas devem ser previamente pesquisados?
  • Em linhas gerais, como será a entrega dos resultados? (Não há necessidade de se alongar neste aspecto, pois você voltará a ele após a visita. Aqui, você deve fazer indicações genéricas do que será produzido, pois isso pode ter impacto nos registros a serem realizados.)

Se for uma atividade em equipes, atente à divisão dos grupos para que possam contemplar a diversidade de habilidades e proporcionar uma experiência em que os estudantes também aprendam com seus pares.

2ª etapa – DURANTE

5. Acolha os estudantes. Receba os estudantes e identifique cada um (com crachás ou etiquetas adesivas). Retome também os pontos da conversa prévia. Crie um ambiente favorável e insista na necessidade de respeito a todos os colegas e às demais pessoas, do grupo ou de fóra dele.

Atente a possíveis situações de bullying e intervenha imediatamente. Sobre o tema bullying, veja o texto reproduzido nesta primeira parte do Manual do professor.

  1. Atente a aspectos relevantes ao chegar ao local. Insista que todos os estudantes devem seguir as orientações do educador que acompanhará seu grupo. Nunca conte com o olhar atento dos colaboradores do local visitado; lembre-se de que a segurança dos estudantes é sua responsabilidade e dos demais agentes escolares envolvidos. Se for necessário guardar mochilas e demais materiais em um local previamente combinado com a instituição, inicie com isso. Diga aos estudantes o que devem tirar das mochilas e portar durante a visita, com a finalidade de fazer os registros.
  2. Ajude os estudantes a entender a visita. Percorra o roteiro predefinido, dando, a cada etapa, as informações necessárias para que os estudantes possam realizar as observações. Dê tempo e liberdade suficientes para que as realizem, primando sempre pela segurança. Estimule a curiosidade intelectual deles. Faça perguntas compatíveis com a faixa etária. Chame a atenção para aspectos do local. Esclareça dúvidas e, se necessário, corrija rumos. Se for um museu de história natural, explique o contexto, as características e a importância de cada peça ou conjunto delas. Se for um estudo do meio, situe os estudantes sobre vegetação, solo e outras características, associando-as ao que foi estudado em sala, e retome aspectos da vida animal local. Se for uma visita a empresa, siga o trajeto combinado com ela. Nesse tipo de visita, a empresa costuma optar por fazer uma exposição no início e/ou no final. Nos momentos oportunos para dirigir perguntas aos profissionais que lá trabalham, estimule os estudantes a fazê-las. Se estes estiverem tímidos, inicie você mesmo fazendo algumas.
  3. Estimule uma resenha. Antes de deixar o local, se possível, faça uma roda de conversa e convide os estudantes a relembrar os pontos principais vistos, fazendo um balanço da visita. Faça também perguntas provocativas: O que você aprendeu hoje e que mais o impressionou? Qual o item do acervo que representaria melhor este museu em uma propaganda dele? De quais animais deste zoológico você nunca tinha ouvido falar? Se você fosse explicar o que se faz nesta empresa, como resumiria isso em uma frase? Você trabalharia aqui? Por quê?

3ª etapa – DEPOIS

  1. Realize uma retrospectiva da visita. Na próxima aula, retome os aspectos da visita que têm maior relevância para os objetivos delineados inicialmente. Verifique se existem dúvidas que surgiram posteriormente à visita, discuta-as e esclareça-as.
  2. Proponha com clareza o trabalho a ser realizado. Explique detalhadamente qual é o trabalho que deverá ser feito, individualmente ou em equipes.
  • Haverá uma entrega? Sob qual formato? Pôster em papel? Cartaz digital? Quais formatos serão aceitos? Haverá relatório escrito? Ou produção de um vídeo ou de um áudio para podcast? Será uma postagem no blog?
  • Ocorrerá apresentação em sala? Estarão disponíveis tecnologias digitais da informação e comunicação (Tê dê i cês) para uso no dia? Existem dúvidas sobre sua utilização? Sobre esse aspecto, dedique o tempo que for necessário em aula para auxiliar os estudantes quanto às fórmas que podem usar (projetor, conexão com a internéti, aplicativos).
  • Quais são os aspectos esperados nessa produção cultural? Como os estudantes serão avaliados em função dêsses aspectos?
  • Se desejar oportunizar reflexões adicionais nos materiais a serem entregues ou na exposição a ser feita, proponha-as nesse momento. Essas reflexões não precisam ser iguais para todos os grupos. Podem ser customizadas para proporcionar maior abrangência e enriquecimento do material final.
  • Estipule uma data para a entrega e/ou para a apresentação.

11. Faça uma amarração final. Se houver entrega de materiais, é importante que todos possam ter acesso a eles. Nesse caso, estimule os estudantes a analisar detalhadamente a produção intelectual dos colegas. Se o produto final forem apresentações, garanta um ambiente adequado e de respeito mútuo, no qual todos possam ser ouvidos com atenção quando for a sua vez de se expressar. Faça uma roda de conversa para um balanço completo do que se aprendeu e sobre o crescimento que a atividade propiciou. E saliente que o conhecimento não é para ser guardado, mas para ser usado! Os saberes construídos acompanharão os estudantes daquele momento em diante e potencializarão aprendizagens futuras e o desenvolvimento de novas habilidades e competências.

Textos para reflexão sobre a prática docente

Sobre a prática reflexiva

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente a perceber a necessidade de refletir permanentemente sobre a docência.

Por que refletir sobre a própria prática?

“Entre a fórma comum de refletir e uma prática reflexiva não há a mesma diferença que aquela existente entre a respiração de qualquer ser humano e a de um cantor ou de um atleta?

Estamos falando, nesse caso, em uma postura e em uma prática reflexivas que sejam a base de uma análise metódica, regular, instrumentalizada, serena e causadora de efeitos; essa disposição e essa competência, muitas vezes, só podem ser adquiridas por meio de um treinamento intensivo e deliberado.

Vamos apresentar dez motivos ligados, de fórma desigual, às evoluções e às ambições recentes dos sistemas educativos. Entre esses motivos, não há cronologia nem hierarquia. Podemos esperar que uma prática reflexiva:

  • compense a superficialidade da formação profissional;
  • favoreça a acumulação de saberes de experiência;
  • propicie uma evolução rumo à profissionalização;
  • prepare para assumir uma responsabilidade política e ética;
  • permita enfrentar a crescente complexidade das tarefas;
  • ajude a vivenciar um ofício impossível;
  • ofereça os meios necessários para trabalhar sobre si mesmo;
  • estimule a enfrentar a irredutível alteridade do aprendiz;
  • aumente a cooperação entre colegas;
  • aumente as capacidades de inovação.

O desenvolvimento de uma prática reflexiva é aprender a obter diversos benefícios da reflexão:

  • um ajuste dos esquemas de ação que permita uma intervenção mais rápida, mais direcionada ou mais segura;
  • um reforço da imagem de si mesmo como profissional reflexivo em processo de evolução;
  • um saber capitalizado, que permite compreender e dominar outros problemas profissionais.

Para exercer com serenidade uma profissão humanista, é preciso saber perfeitamente o que depende da ação profissional e o que não está ao alcance dela. Não é possível carregar todo o peso do mundo, assumir todas as culpas e sentir-se constantemente culpado; mas, ao mesmo tempo, não podemos fechar os olhos, perceber o que poderíamos ter feito se tivéssemos compreendido melhor o que estava acontecendo, se tivéssemos sido mais ágeis, perspicazes ou convincentes. Aprendemos com a experiência, estreitando cada vez mais a margem em que a competência profissional faz diferença. Para ver tudo isso com maior clareza, às vezes temos de reconhecer que teríamos podido fazer algo melhor, compreendendo ao menos por que não conseguimos. A análise não suspende o julgamento moral, não vacina contra toda culpa; porém, incita o profissional a aceitar que não é uma máquina infalível, a assumir suas preferências, hesitações, lacunas, falhas de memória, preconceitos, desgostos e atrações, entre outras fraquezas inerentes à condição humana.

A cooperação profissional sempre está na ordem do dia. Seus motivos são muito razoáveis, inclusive o da rejeição da solidão do profissional. No entanto, seus mecanismos são menos transparentes: na cooperação, há transparência e segredo, partilha e concorrência, desinteresse e cálculo, poder e dependência, confiança e medo, euforia e raiva. Mesmo entre dois técnicos que estão consertando um sistema de aquecimento, entre dois programadores que concebem juntos um determinado software, entre dois mecânicos que desmontam um motor, há negociação e espaço para divergências que nem sempre são racionais. Quando convivemos com alunos e com intervenções em grupos, não é de se surpreender que nem sempre a cooperação seja serena e neutra, que nunca seja a simples conjugação eficaz de competências e de forças.

Nenhum envolvimento de pessoas em um grupo é simples; qualquer grupo, mesmo unido, é ameaçado por divisões, conflitos, abusos de poder, desequilíbrios entre as retribuições e contribuições de seus membros. Essas divergências provocam sensações de injustiça, exclusão, revolta e humilhação. Até mesmo as equipes mais experientes sofrem dessas atribulações; no entanto, em geral, sabem prevê-las e contê-las, evitando que elas resultem em crises. Para garantir esse tipo de funcionamento, é preciso, acima de tudo, conversar, de tal fórma que não agrave as tensões, os não-ditos ou as mágoas, mas que permita que eles sejam explicados.

Os únicos que podem adotar essa fórma de metacomunicação são os professores que se dedicam a alguma fórma de prática reflexiva e metacognição. Eles compartilham impressões e análises com os colegas, o que não é fácil, mas inicia a discussão.

Esses dez motivos [anteriormente listados] para formar os professores e para motivá-los a refletir sobre sua prática poderiam ser resumidos em uma ideia principal: a construção do sentido, seja do trabalho e da escola, seja da própria vida, pois dificilmente eles podem ser separados em uma profissão humanista e, em geral, em uma sociedade na qual o trabalho é fonte crucial de identidade e de satisfação, mas também de sofrimento. Talvez haja sentido na imobilidade, na falta de decisão e na mais absoluta rotina. Em outras palavras, uma vida tranquila e metódica pode anestesiar a busca de sentido, levando as pessoas a nunca se perguntarem o porquê, com que direito e em virtude de que sonhos escolhem determinados caminhos.

O ofício de professor e a escola enfrentam demasiadas mudanças e crises para que essa tranquilidade ainda possa ser defendida. Devido ao avanço no ciclo de vida profissional, à expectativa de alcançar alguns objetivos, à perda de certas ilusões, à usura mental e ao tédio dos profissionais, às tomadas de consciência, às reformas de todo tipo, à heterogeneidade do público escolar, à degradação das condições de trabalho ou de recursos, a questão do sentido do ensino e da escola torna-se ainda mais importante. Ela não pode obter uma resposta satisfatória definitiva. Mesmo no curto período de um ano letivo, ocorrem microacontecimentos, fases de depressão, momentos de euforia, conflitos, chegadas e partidas, decisões difíceis ou satisfações que fazem o moral e o clima flutuarem, fatores que incitam à reconsideração do significado da profissão.

A formação em uma prática reflexiva não responde, como tal, à questão do sentido. No entanto, ela permite suscitar o problema, oferece algumas ferramentas e estimula uma fórma de sensatez, a qual consiste em abandonar as certezas, os problemas definitivamente resolvidos e os pareceres egocêntricos. O profissional reflexivo vive na complexidade ‘como um peixe dentro d'água’, ou, pelo menos, sem revolta e sem a nostalgia incurável do tempo em que tudo representava segurança.

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Portanto, podemos desejar que a prática reflexiva seja um referencial para os inovadores, formadores, autores de recursos e métodos de ensino e também para a direção e que não se perca nenhuma oportunidade de estimulá-la oferecendo espaço e recursos: seminários de análise de práticas, grupos de trocas sobre problemas profissionais, acompanhamento de projetos, supervisão e auxílio metodológico.”

Fonte: Perrenôu, Filípe. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002. página 47-70.

Sobre a produção científica ser colaborativa

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente a conhecer aspectos importantes da epistemologia científica e da importância da interação social entre os estudantes para a construção de saberes científicos. (Epistemologia é o estudo da origem, do escopo, dos métodos e dos limites de uma área do conhecimento.)

A natureza da ciência e a importância da interação coletiva na aprendizagem

“A perspectiva atual da epistemologia da ciência define-a como o conhecimento sobre a natureza que resume os esforços coletivos, as descobertas e a sabedoria da espécie humana em um momento determinado da história da humanidade.

A ciência é mais que um outro nome para designar o conhecimento; é uma atividade humana coletiva cujo objetivo é descobrir a ordem na natureza e averiguar as causas que governam essa ordem.

Ao longo da história, cientistas e pensadores substituíram teorias aceitas como verdadeiras durante muitos anos por outras que proporcionam uma melhor interpretação dos fenômenos. Muitas vezes, as mudanças referem-se a aspectos pontuais das teorias, que mudam de fórma gradual. Excepcionalmente, a mudança pode consistir em formulações teóricas radicalmente distintas. De acordo com cun [cun, T. S. The structure of scientific revolutions. Chicago: University of Chicago Press, 1962], um dos representantes da nova epistemologia da ciência, esses dois tipos de mudanças corresponderiam a duas maneiras distintas de ‘fazer ciência’. A primeira seria uma ciência normal, e a segunda, uma ciência revolucionária.

Segundo cun, a ciência avançaria mediante a combinação dessas duas maneiras de fazê-la. Os trabalhos de Copérnico e Galileu são um bom exemplo do que cun chama de ciência revolucionária. Copérnico tentava explicar a órbita de Marte utilizando a teoria geocêntrica do universo de Ptolomeu, mas com essa teoria era impossível. Ao revisar o sistema de Ptolomeu, pensou que seria muito mais simples postular que o Sol, e não a Terra, é o centro do universo (teoria heliocêntrica). Nesse momento do processo de criação, Copérnico chegou a uma ideia que permitia explicar as órbitas de outros planetas de fórma tão satisfatória como Ptolomeu explicava a órbita da Terra. Assim nasceu um novo paradigma. Passaram-se muitos anos até que a teoria heliocêntrica fosse aceita pela comunidade científica, porque em todas as épocas os intelectuais rebeldes costumam ser silenciados pelo poder estabelecido, embora, ao final, suas ideias científicas acabem sendo reconhecidas.

A análise epistemológica da natureza da ciência deve levar em conta a influência dos fatores ideológicos, econômicos e sociais na construção do conhecimento científico a partir de análises históricas e filosóficas.

Essa perspectiva não é compartilhada habitualmente pelos leigos e, inclusive, por muitos professores dos ensinos fundamental e médio, pois, quando se pergunta a eles o que é a ciência, costumam responder que esta é o que explicam as teorias científicas, que emanam de fórma rigorosa dos fatos observados e dos resultados das experiências; afirmam também que a ciência baseia-se naquilo que se pode tocar, ver, sentir, etcétera, e não em opiniões, preferências pessoais ou em imaginações especulativas, e, finalmente, consideram também que a ciência é objetiva e que o conhecimento científico é confiável porque é um conhecimento provado.

É fundamental que os professores de ciências ajudem seus alunos a entender que as teorias científicas são construções sociais, e que o conhecimento científico não existe porque tenha sido provado, mas sim porque ainda não tinha sido refutado.

Para isso, é necessário, no entanto, que os professores reconheçam o caráter construtivo e humano das ciências e abandonem as concepções dogmáticas muitas vezes ainda vigentes, de fórma explícita ou implícita, em determinadas práticas de ensino.

A epistemologia da ciência marcou a mudança nas concepções sobre como se aprende e se ensina ciência. A concepção epistemológica da ciência que considera que esta se constrói socialmente coincidiu com uma perspectiva psicológica construtivista da aprendizagem das ciências, perspectiva esta que se opõe aos modelos de aprendizagem mais receptivos.

A construção de conhecimento científico implica a implementação de uma série de processos que desenvolvem determinadas atitudes, ativam conhecimentos prévios e originam determinadas estratégias que operam sobre o conhecimento e ajudam a solucionar problemas. Tais aspectos da ciência são necessários para construir eficazmente o conhecimento científico. No transcurso dos últimos anos, esses aspectos foram destacados tanto pela pesquisa psicopedagógica como pela metodologia do ensino das ciências.

No momento atual de colaboração interdisciplinar, diversos grupos de formação e tradição de pesquisa distintas compartilham uma mesma proposição construtivista e um princípio comum: estudar os processos de construção e co-construção do conhecimento reticências envolvidos na aprendizagem das ciências a partir da análise de situações concretas de ensino e aprendizagem e da análise do conhecimento científico específico envolvido nessas situações.

De fórma similar, as diferentes concepções sobre a natureza da ciência configuraram-se também nos objetivos do ensino das ciências, sobre os quais existe atualmente um certo consenso: pretende-se que todos os cidadãos adquiram uma formação científica que lhes permita desenvolver-se com desembaraço em uma sociedade tecnologicamente avançada.

Esse consenso responde a uma tendência inovadora, denominada Ciência-Tecnologia-Sociedade (cê tê ésse), que defende a importância da dimensão social da ciência e que se configurou em numerosas propostas curriculares.

A ideia fundamental que subjaz a tais propostas é que o trabalho científico não ocorre à margem da sociedade na qual tem lugar, mas é influenciado pelos problemas sociais e, ao mesmo tempo, influi sobre o meio físico e social em que é realizado.

Para essas propostas, o objetivo prioritário do ensino fundamental, e em particular do ensino médio, não é formar cientistas, mas formar cidadãos críticos diante de uma sociedade que muda rapidamente devido à ação da tecnologia e da ciência.

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Não se pode concluir [este texto] sem mencionar as atividades de ensino e aprendizagem que sustentam a ideia de que a construção de conhecimento científico é uma construção social. Essas propostas partem da premissa de que a cognição é um processo distribuído, isto é, constitui um produto do enriquecimento que se produz quando várias mentes entram em interação, permitindo, ao relacionar diferentes níveis de conhecimento prévio, a criação e a ativação de múltiplas zonas de desenvolvimento proximal.

Nessa linha, [podemos exemplificar] com um programa pedagógico dirigido aos alunos de ensino fundamental baseado no modelo de aprendizagem recíproca. Nesse programa, os alunos pesquisam ciência ambiental, produzem trabalhos em grupo ou individuais e apoiam-se mutuamente em suas pesquisas. Cada aluno centra-se em um tema e torna-se um especialista nesse tema. [Mediante] formulações desse teor, promove-se a integração do conhecimento e a compreensão das ideias complexas. [Sobre isso, veja também, neste Manual do professor, a metodologia jigsaw, comentada na seção Práticas didático-pedagógicas alinhadas ao papel de professor mediador.]

Muitos dos projetos que promovem a dimensão social da aprendizagem utilizam computadores, ampliando o conceito de cognição distribuída para além das mentes e dando margem às interações da mente humana com o computador. reticências

reticências [Atualmente,] e após um longo período de ignorância mútua entre a psicologia da educação e as didáticas específicas, a psicopedagogia das ciências físico-naturais aparece como um campo de colaboração interdisciplinar com um objetivo compartilhado: estudar os processos escolares de ensino e aprendizagem tomando como unidade de análise a face de interações que se estabelecem entre o aluno, o professor e o conteúdo.

É claro que a ênfase pode ser colocada, e de fato se coloca muitas vezes, em um ou outro vértice do triângulo interativo. Entretanto, seja qual for o vértice ao qual se dê ênfase, o desafio é analisar e compreender as interações que se estabelecem entre eles.”

Fonte: , Merce. O ensino e a aprendizagem das ciências físico-naturais: uma perspectiva psicológica. ín: cól, C.; Marquézi, A.; PALACIOS, J. (organizador). Desenvolvimento psicológico e educação: Psicologia da educação escolar. segunda edição Porto Alegre: Artmed, 2004. volume 2. página 355-357, 367-369.

Sobre etnociência

Aqui, transcrevemos um texto que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados à importância da etnociência.

“Etnociências na sala de aula: uma possibilidade para aprendizagem significativa

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As diferentes populações humanas apresentam um arsenal de conhecimentos sobre o ambiente que as cérca. Propriedades terapêuticas e medicinais de animais e plantas, a percepção dos fenômenos naturais, como as estações do ano, tempo para plantar e colher, classificação de animais e plantas, organização de calendários, dicionários, sazonalidade de animais e sua relação com aspectos da natureza são organizações que formam um cabedal de saberes que comumente são chamados de conhecimentos tradicionais.

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Há algum tempo, vemos que os conhecimentos da tradição vêm sendo resgatados de sua condição de conhecimento menor para serem colocados em um patamar de conhecimento diferente. Isso acontece quando, ao receberem uma nova ‘roupagem’ que vem precedida pelo termo Étnos, ganham possibilidade de visibilidade no cenário científico sendo alçados ao patamar de ciência. Portanto, é dessa fórma que temos a existência de um outro tipo de ciência que reúne um conjunto de saberes agrupados sob o prefixo ‘etno’, que é desenvolvida fóra dos laboratórios, por pessoas comuns, ou seja bem distante dos locais e do tipo de pessoas que historicamente associamos à produção do conhecimento científico.

A integração dos conhecimentos tradicionais com a ciência moderna era algo impensável até bem pouco tempo.

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A emergência dos saberes ditos tradicionais no meio acadêmico é um movimento que visa romper com o modelo de racionalidade científica fundamentada na cisão homem/natureza. A discussão sobre a importância e a validade dêsses conhecimentos tem sido feita por vários autores em um processo de resgate do papel do sujeito na produção do conhecimento dentro de uma tendência que visa fazer desaparecer a distinção hierárquica entre o conhecimento científico (racional) e o conhecimento do senso comum. É nesse contexto que surgem como tendência os estudos em etnociências.

O prefixo Étnos (grego) serve para designar identidade de origem e de condição, incluindo-se identidade de crenças, de valores, de símbolos, de mitos, de ritos, de morais, de língua, de códigos e de práticas. Dessa fórma, podemos dizer que os estudos em etnociências têm como objeto de investigação o repertório de conhecimentos, saberes e práticas dos povos tradicionais (indígenas, caboclos, ribeirinhos, seringueiros, quilombos, entre outros) em um movimento de documentação, estudo e valorização de suas culturas.

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As etnociências e a aprendizagem significativa

reticências se os conhecimentos prévios são importantes para construir uma aprendizagem com significados para o estudante é importante resgatá-los no contexto da sala de aula. reticências Se os saberes etnológicos são desprestigiados na academia, por não serem considerados científicos e dessa fórma, não fazem parte das discussões nos cursos de formação docente, como esperar que o professor insira esse conhecimento em sua prática cotidiana?

reticências os ‘saberes populares’ são valiosos no processo de ensino-aprendizagem e reticências devem ser acessados pelo contato com a realidade social dos alunos, dessa fórma, reticências deve-se utilizar o conhecimento (popular) como uma ferramenta de mobilização cognitiva e afetiva do aluno para a percepção do novo conhecimento curricular (científico) que se lhe apresenta. reticências

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A aprendizagem significativa ocorrerá mediante a confrontação entre os conhecimentos científico e popular em uma possibilidade que visa permitir a mudança conceitual do aluno sobre o mundo que o cérca. Nesse contexto, é importante ressaltar que a intenção ‘não é desconstruir as pré-concepções trazidas pelos alunos, mas garantir a evolução de suas ideias proporcionando uma internalização de novos conceitos.’”

Fonte: BASTOS, S. N. D. Etnociências na sala de aula: uma possibilidade para aprendizagem significativa. ín: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. EDUCERE, onze, 2013, Curitiba. Anais reticências. Curitiba: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 2013. página 6192-6201.

Sobre pensamento computacional

Este é um texto de nossa autoria que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados a noções de pensamento computacional.

Pensamento computacional, algoritmos e fluxogramas

Pensamento computacional

O pensamento computacional é um processo cognitivo (isto é, relacionado às estruturas mentais do pensamento, da aprendizagem e do raciocínio) que envolve uma maneira lógica de abordar problemas a serem solucionados e proporciona habilidades de analisar situações, fazer generalizações, identificar padrões e representar conceitos abstratos de fórma simplificada, deixando de lado elementos menos importantes do problema a fim de priorizar aqueles que têm maior relevância.

O pensamento computacional envolve a modelagem de determinados tipos de problema e suas soluções, isto é, descrever esses problemas e suas respectivas resoluções de maneira racional, expressando as etapas a serem executadas por meio de palavras e/ou equações.

Durante a modelagem, as situações-problema são desmembradas em problemas menores, mais simples de serem resolvidos individualmente. Feito isso, as soluções podem ser reunidas para obter uma solução integrada dessas partes, que resolve o problema maior inicialmente proposto.

Ao aprender fundamentos de pensamento computacional, são desenvolvidas habilidades que podem ser usadas em diversos momentos do estudo de conteúdos escolares e também em diversas situações da sua vida.

Algoritmos

O pensamento computacional inclui o raciocínio algorítmico, por meio do qual são definidas as etapas de resolução, incluindo a explicitação das ações que devem ser seguidas em cada etapa.

Um algoritmo é uma sequência de etapas que constituem o procedimento para resolver determinado problema, que pode incluir ações, regras e decisões sobre ramificações da sequência de ações a executar.

Imagine, por exemplo, que desejemos orientar alguém sobre como elaborar a fórmula molecular de uma substância a partir de um modelo que representa sua molécula (um modelo molecular).

As etapas dessa elaboração podem ser expressas sob a fórma do seguinte algoritmo:

  1. Escolha um dos elementos químicos presentes no modelo molecular.
  2. Procure na tabela periódica o símbolo que representa esse elemento químico.
  3. Escreva o símbolo dêsse elemento químico.
  4. Escreva, à direita do símbolo, um índice (número subscrito) que indique quantos átomos dêsse elemento existem na molécula. Se o índice for “1”, não precisa escrevê-lo.
  5. Há um ou mais elementos ainda não considerados? Se houver, escolha um deles e repita as instruções a partir do passo 2.

Fluxogramas

Quando for conveniente, um algoritmo pode ser expresso por meio de um fluxograma, que é uma representação gráfica da ordem de execução das etapas que constituem o algoritmo.

Para exemplificar um algoritmo, imagine que seu telefone celular não está realizando chamadas de voz. Uma possível maneira de executar etapas para resolver esse problema é descrita no fluxograma a seguir. Analise-o e verifique, de acordo com essa proposta, a sequência em que as etapas devem ser realizadas em diferentes situações.

Fluxograma. Doze balões com texto, conectados por setas. Dois quadros azuis, um com a palavra Início e outro com a palavra Fim. Cinco losangos amarelos, cada um com uma das perguntas a seguir: O celular funciona em chamadas de voz? Está em modo avião? O nível de sinal da operadora está bom? Verificou as configurações do celular? Já desligou e ligou o aparelho? Cinco retângulos verdes, cada um com a seguinte frase: Procure uma assistência técnica. Desabilite o modo avião. Procure local com sinal adequado. Verifique as configurações e ajuste-as se necessário. Desligue o celular e volte a ligá-lo. Os elementos do fluxograma permitem os seguintes caminhos: Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Sim. Fim. Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Sim. Verificou as configurações do celular? (seta) Sim. Já desligou e ligou o aparelho? (seta) Sim. Procure uma assistência técnica. (seta) Fim. Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Sim. Desabilite o modo avião. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Não. Procure local com sinal adequado. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Sim. Verificou as configurações do celular? (seta) Não. Verifique as configurações e ajuste-as se necessário. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Sim. Verificou as configurações do celular? (seta) Sim. Já desligou e ligou o aparelho? (seta) Não. Desligue o celular e volte a ligá-lo. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Sim. Verificou as configurações do celular? (seta) Sim. Já desligou e ligou o aparelho? (seta) Sim. Procure uma assistência técnica. (seta) Fim.

Podem existir diferentes algoritmos que resolvem um mesmo problema. Além disso, um algoritmo pode ser representado graficamente de modos diferentes, isto é, por fluxogramas que parecem visualmente diferentes, mas que expressam a mesma sequência lógica de realização das etapas do algoritmo.

Erro (ou falha) de lógica

Frequentemente, ao usar pensamento computacional para resolver determinado problema, o algoritmo elaborado pode conter falhas que inviabilizam a obtenção de uma solução correta. Entre essas falhas podem estar ações incorretamente descritas, erros na ordem das etapas e perguntas (referentes a decisões sobre o caminho a seguir) feitas em momentos não adequados.

Dizemos que um algoritmo contém um erro de lógica (ou uma falha de lógica) quando as ações propostas nas etapas e/ou o seu encadeamento não conduzem a uma solução satisfatória para o problema.

O fluxograma a seguir expressa outro algoritmo para resolver o problema de um telefone celular que não faz chamadas de voz. Ao contrário do mostrado anteriormente, este contém um erro de lógica que não permite resolver o problema em todas as circunstâncias.

Fluxograma. Dez balões com texto, conectados por setas. Dois quadros azuis, um com a palavra Início e outro com a palavra Fim. Quatro losangos amarelos, cada um com uma das perguntas a seguir: O celular funciona em chamadas de voz? Está em modo avião? O nível de sinal da operadora está bom? Verificou as configurações do celular? Quatro retângulos verdes, cada um com a seguinte frase: Desligue o celular e volte a ligá-lo. Desabilite o modo avião. Procure local com sinal adequado. Verifique as configurações e ajuste-as se necessário. Os elementos do fluxograma permitem os seguintes caminhos: Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Sim. Fim. Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Sim. Desabilite o modo avião. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Não. Procure local com sinal adequado. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Sim. Verificou as configurações do celular? (seta) Não. Verifique as configurações e ajuste-as se necessário. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Sim. Verificou as configurações do celular? (seta) Sim. Desligue o celular e volte a ligá-lo. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Em vermelho, o texto: Aqui, há um erro de lógica. Se o problema do celular não foi resolvido nas etapas anteriores, haverá eterna repetição dessa instrução!

Fluxogramas e algoritmos dão origem a aplicativos

Usando linguagens de programação de computador adequadas, algoritmos podem ser transcritos em conjuntos de instruções executáveis por computadores. Os resultados são o que denominamos programas ou aplicativos.

Cada programa que rodamos em computadores ou aplicativo que usamos em celulares e tablets é o resultado de centenas, milhares ou milhões de linhas de código escritas em linguagem de programação a partir de ideias formuladas como algoritmos e fluxogramas.

Uma única linha de código errada pode originar um erro de lógica que faz com que possam acontecer bugs durante a utilização do programa.

O procedimento de analisar detalhadamente um algoritmo para eliminar os erros existentes é chamado de depuração. O verbo depurar também é empregado pelos programadores para se referirem ao processo de encontrar os erros de um programa de computador e resolvê-los.

Sobre culturas juvenis

Aqui, transcrevemos um texto que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados às culturas juvenis e o mercado de trabalho.

“Juventude, trabalho e cultura periférica

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As dificuldades enfrentadas pelos jovens são ainda maiores no Brasil. Isso porque, o que poderia ser visto como potência para a formação e a qualificação de novos profissionais para o futuro, acaba se incorporando no mercado de trabalho como barreiras geracionais de oportunidades e os jovens enfrentam desemprego mais elevado e grandes dificuldades para uma boa inserção no mercado de trabalho.

A necessidade de conciliar estudo e trabalho aparece como entrave para a entrada e a permanência dos jovens em empregos de qualidade e, assim, a primeira experiência no mercado muitas vezes ocorre de fórma precarizada, justamente pelo pouco incentivo do próprio mercado de trabalho em suas estruturas consolidadas ao processo formativo para o trabalho de fórma geral no mercado.

O trabalho ocupa um lugar central na construção das formas de organização do cotidiano e mudanças na sua dinâmica também representam transformações para os indivíduos. Ele é uma baliza importante na vida social como um dos nucleares centros de construção de sentido para as trajetórias sociais. Sua falta, que pode também ser por escolha de não estar em um trabalho remunerado, tem enorme impacto nas fórmas de socialização, sobretudo nas consequências enfrentadas com as dificuldades de constituir e vislumbrar uma carreira mais linear. Mas também para entradas no mercado de trabalho mais tardias, que podem tornar ainda mais rebaixadas as experiências laborais, como acontece para muitas mulheres que se tornam mães mais precocemente, por exemplo.

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As novas possibilidades de trabalho através da produção de cultura são disputadas. Se, por um lado, pode-se olhar para o processo como uma disputa por recursos e financiamentos para os projetos pelos editais públicos e privados que constituem um campo de atuação profissional em formação, há também, por outro lado, reivindicações para a formação de maior público e maior abertura de um mercado de produção de cultura na periferia que possa viabilizar esses trabalhos mais autônomos para um número maior de pessoas.

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As novas tecnologias [digitais] da informação e da comunicação [Tê dê i cês] e seus usos recentes trouxeram modificações importantes para a produção e divulgação dos produtos culturais mexendo em todo o mercado da cultura. Isso abre grandes oportunidades para que haja uma profissionalização maior na periferia de jovens que se interessam pela produção cultural. Há, sem dúvida, uma democratização dêsses processos que se tornaram mais acessíveis e criaram e fortaleceram novos modos de se produzir e de divulgar os trabalhos. A internéti e as redes sociais são veículos fundamentais nessa cadeia de circulação da cultura reticências.

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Para pensar a inserção no mercado de trabalho dos profissionais de cultura na periferia, em grande medida jovens, podemos pensar na qualificação necessária para trabalhos ligados à cultura. A qualificação profissional, muitas vezes, está estruturada sem levar em consideração os anseios dos jovens no mercado de trabalho. Apresentando um cardápio limitado, os cursos de qualificação e formação profissional para jovens são, geralmente, ligados diretamente ao que o empresariado apresenta como demanda. As políticas de qualificação somente conseguem apresentar uma nova perspectiva quando pensadas diretamente para o que os jovens têm interesse. No geral, a gestão pública estabelece parcerias em convênios de execução dos programas de qualificação profissional de um modo bastante tradicional, ligados aos interesses empresariais. reticências

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Nessa medida, a conquista por trabalhos que tragam maior autonomia se apresenta como um grande desafio e exige atitudes ‘rebeldes’ – que saiam do comum e façam parte da luta pelo direito à cidade reticências. A construção de práticas que tragam esses espaços em que as periferias possam se tornar territórios ativos da cidade é uma conformação que vai conquistando distintos arranjos através de lutas políticas dos seus moradores. Por vezes, somente os jovens podem realizar mudanças de atitudes, pois apresentam menor responsabilidade em relação a toda uma estrutura que vai se apresentando na vida adulta – amarrando os sujeitos nas fórmas usuais de organização da vida.

A autonomia pode ser apresentada como trabalhos com uso do tempo diferente, mais determinado pelos sujeitos e não tão organizados pelo trabalho remunerado. Os movimentos sociais reticências vêm buscando construir espaços de resistência que possam marcar distinções essenciais na construção da vida dos jovens – novos usos do território, sociabilidades que aproximem, reúnam, dialoguem, além de buscar novas dinâmicas de inserção no mercado de trabalho.

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Fonte: BERGAMIN, Marta de Aguiar. Juventude, trabalho e cultura periférica: a experiência da Agência Popular de Cultura Solano Trindade. Cadernos Adenauer dezesseis, 2015, número 1. Escola de Sociologia e Política de São Paulo – éfe ê ésse pê ésse pê. Disponível em: https://oeds.link/b2VALR. Acesso em: 12 maio 2022.

Sobre projeto de vida

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente em aspectos relacionados ao trabalho com projetos de vida.

“A importância de construir Projetos de Vida na Educação

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O projeto ou plano de vida representa o que o indivíduo quer ser e o que ele vai fazer em certos momentos de sua vida, bem como as possibilidades de alcançá-lo. Projeto de vida, num sentido amplo, é tornar conscientes e avaliar nossas trilhas de aprendizagem, nossos valores, competências e dificuldades e também os caminhos mais promissores para o desenvolvimento em todas as dimensões. É um exercício constante de tornar visível, na nossa linha do tempo, nossas descobertas, valores, escolhas, perdas e também desafios futuros, aumentando nossa percepção, aprendendo com os erros e projetando novos cenários de curto e médio prazo. É um roteiro aberto de autoaprendizagem, multidimensional, em contínua construção e revisão, que pode modificar-se, adaptar-se e transformar-se ao longo da nossa vida.

O projeto de vida bem desenhado é do interesse de todos, porque nos ajuda a propor perguntas

fundamentais, a buscar as respostas possíveis, a fazer escolhas difíceis e a avaliar continuamente nosso percurso. Isso dará sentido e prazer ao aprender em todos os espaços e tempos e de múltiplas fórmas, em cada etapa da nossa vida. reticências

Numa sociedade pluralista, o projeto de vida se traduz em propostas diferentes, fruto de filosofias distintas. O importante é que trabalhe com valores fundamentais, de amplo consenso e que não se feche em nichos ideológicos restritivos, preconceituosos, limitadores. O projeto de vida precisa estar num contexto de valorização pessoal, integração social, compreensão das diferenças e promoção da autonomia, a partir de uma visão científica e filosófica aberta e atualizada.

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O projeto de vida na escola faz parte da metodologia de projetos, de aprendizagem ativa de valores, competências para que cada estudante encontre relevância, sentido e propósito no seu processo de aprender, e o integre dentro das suas vivências, reflexões, consciência, visão de mundo. É formado por um conjunto de atividades didáticas intencionais que orientam o estudante a se conhecer melhor, descobrir seu potencial e dificuldades e também os caminhos mais promissores para seu desenvolvimento e realização integral.

Passos para desenvolver o projeto de vida dos alunos na escola

A fórma mais rápida de implementação é realizando ações pontuais: palestras, cursos de curta duração, oficinas para professores (e, se possível, também para os pais) sobre questões relacionadas ao projeto de vida. Depois módulos para os alunos em fórma de oficinas, como atividades complementares sobre diversos temas como autoconhecimento, criatividade, resolução de problemas, comunicação, empreendedorismo, gestão do tempo, orientação de estudos. Esses módulos podem estar mais integrados dentro do currículo de fórma sequencial, constituindo um eixo importante e podem ser oferecidos de fórma híbrida (blended) parte online e parte presencialmente.

Uma ação paralela pode ser criar um tutor de projeto de vida por classe, que discute algumas destas questões com todos os alunos e os acompanha ao longo de um percurso formativo.

Uma fórma mais avançada é a criação de um mentor por aluno, que o acompanha permanentemente durante um ciclo específico. Do ponto de vista curricular, inserir o projeto como eixo integrador dos valores, competências socioemocionais, cognitivas, de fórma personalizada. O aluno percebe assim que o currículo fala o que lhe interessa, responde aos seus anseios e questionamentos e o ajuda a ampliar a visão de mundo. É um outro modo de ver a organização escolar mais centrada no aluno, que torna a aprendizagem muito mais relevante e significativa para ele.

O projeto deve acompanhar – de várias fórmas e com diferentes graus de intensidade – cada etapa da evolução da criança para a adolescência e juventude, seus novos questionamentos, descobertas, dificuldades. O projeto precisa ser assumido por gestores e docentes como um todo e, ao mesmo tempo, desenhar como se tornará mais tangível, progressivamente, através de tutoria, oficinas, projetos específicos. Se é um eixo fundamental deve aparecer continuamente como centro do currículo e não só como atividade complementar. reticências

Desafios ao trabalhar o projeto de vida

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O desafio é desenhar o Projeto de Vida dentro do modelo curricular e da cultura de cada escola, integrando-o de uma fórma peculiar e adaptando-o ao seu momento e possibilidades. O mais importante é a mudança de mentalidade de todos e a percepção da sua relevância. Algumas ações:

  • Conhecer os modelos de integração do Projeto de Vida no currículo feito por outras instituições educacionais.
  • Desenhar uma proposta viável no curto prazo e outra de implementação no médio prazo. Para isso é importante envolver as famílias, trazê-las para esta discussão e também os alunos para que opinem, entendam o processo e ajudem no seu desenho. reticências

O projeto ideal deveria ser construído em estreita colaboração com as famílias, para aproximar visões de mundo, expectativas, procedimentos, respeitando os papéis de cada qual. É importante que comece já desde criança, de fórma simples e lúdica, com atividades de autoconhecimento, de elaboração de narrativas de origem (conhecendo nossas famílias), e iniciando-os na explicitação de sonhos, desejos e possibilidades. Quanto mais se exercita o autoconhecimento e o conhecimento dos outros, mais rico é o processo de percepção e integração dos saberes.

No projeto de médio prazo o projeto de vida está no centro de um currículo personalizado; cada aluno tem seu mentor; o currículo é por competências e projetos, híbrido, com metodologias ativas e tecnologias digitais. É complexo, difícil, mas faz sentido no mundo de hoje.

Principais práticas pedagógicas

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Faz parte da metodologia de projetos, uma das metodologias ativas: projetos que desenvolvam a autonomia e a colaboração, construção de histórias, diversos tipos de jogos e dramatizações, investigação cartográfica (acompanhar a vida nos seus movimentos e onde ela está acontecendo, onde circulamos, vivemos, aprendemos, produzimos e nos relacionamos). Os modelos que fazem mais sentido hoje são os híbridos, onde o aluno aprende com materiais gamificados com desafios, missões, estações, vídeos, e com momentos de encontros com um Tutor ou Mentor.

É preciso tornar os alunos mais protagonistas nas decisões, na gestão do curso, na avaliação (portfólio digital, avaliação por pares, autoavaliação) e também formar de fórma imersiva e contínua os professores para projetos, entre eles o de vida, formações presenciais e online; o ideal é em modelos híbridos, combinando momentos presenciais e outros online. reticências

Fonte: MORAN, José. A importância de construir Projetos de Vida na Educação. São Paulo, 2017. Disponível em: https://oeds.link/nECMrT. Acesso em: 12 maio 2022.

Sobre interdisciplinaridade

Aqui, transcrevemos um texto que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados ao trabalho com interdisciplinaridade.

“Sobre a prática pedagógica dos questionamentos como eixo mobilizador do ensino integrado

Partindo da dúvida, a postura interdisciplinar procura reindagar as certezas paradigmáticas resultantes das teorias que configuram a atual ciência escolar, e mais, procura considerar como fundamental à construção dessa ciência, a pesquisa criteriosa sobre as ações comprometidas ocorridas em sala de aula. Essa fórma de pesquisa permitirá extrair do cotidiano de práticas bem-sucedidas os fundamentos de novas teorizações. reticências

Muitos autores têm estudado e discutido o sentido do humano em sua potencialidade interdisciplinar. Reflexões tais como a de Ruãn Suêro permitem-nos nos rever a questão do humano em sua essencialidade. Para , o mais característico e constitutivo do caráter humanístico do ser encontra-se em seu dinamismo de perguntar. Nesse sentido, se o objetivo for, tal como anunciamos, investigar a intencionalidade da ação interdisciplinar em seu caráter antropológico, seremos obrigados a reindagar o – do homem como ser que pergunta e da situação específica do seu ato de perguntar.

O constitui-se numa das últimas especificidades do ser-racional homem reticências.

O que importa, portanto, não é a fórma imediata ou remota de conduzir o processo de inquirição, mas a necessidade de verificarmos o sentido que a pergunta contempla. Existem perguntas cujo objetivo explícito é a obtenção de informações imediatas, às quais denomina intelectuais. Outras, entretanto, são existenciais, pois contemplam todos os compromissos e angústias que movem a vida. reticências

Essa questão da pergunta, do sentido cuaêrens, no homem, conduz-nos à seguinte constatação: o saber perguntar, próprio de uma atitude interdisciplinar, envolve uma arte cuja qualidade extrapola o simples nível racional do conhecimento. O exercício dessa arte de perguntar, que Sócrates denominara maiêutica, levou-nos em nossas pesquisas a algumas investigações especiais que nos suscitaram muitas dúvidas sobre a fórma como se pergunta e se questiona em sala de aula. Nesse percurso, norteamo-nos mais pelas dúvidas do que pelos achados, entretanto, essas dúvidas nos conduziram a descrever e a investigar a sala de aula, da fórma como segue.

reticências Cada movimento interdisciplinar é como cada momento vivido – único, por isso sugere a quem dele participa (leitor) outros movimentos, também interdisciplinares, portanto, únicos. Falar de movimento interdisciplinar não é, pois, dizer de modelos, mas de possibilidades, que se iniciam no pesquisado e a partir dele podem se transmutar em múltiplas fórmas e atos.”

Fonte: FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 1994. página 75-79.

Sobre cultura de paz

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente em aspectos relacionados à cultura de paz na comunidade escolar e na sociedade.

“Cultura de paz no Brasil

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A questão da violência no Brasil é uma das maiores preocupações da sociedade. Os índices de violência e de insegurança, especialmente nos grandes centros urbanos, aumentaram nas últimas duas décadas. Atualmente, os homicídios são uma das principais causas de morte entre homens jovens de idades entre 15 e 39 anos, sendo que a maioria das vítimas é constituída por homens negros.

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Educação sem violência

Mais do que teoria e prática, a não violência deve ser uma atitude que permeia toda a prática de ensino, envolvendo todos os profissionais de educação e os estudantes da escola, os pais e a comunidade, em um desafio comum e compartilhado. Assim, a não violência integrada confere ao professor outra visão do seu trabalho pedagógico. A escola deve dar lugar ao diálogo e ao compartilhamento, tornando-se um centro para a vida cívica na comunidade.

Para obter um impacto real, a educação sem violência deve ser um projeto de toda a escola, o qual deve ser planejado, integrado em todos os aspectos do currículo escolar, na pedagogia e nas atividades, envolvendo todos os professores e profissionais da escola, assim como toda a estrutura organizacional da equipe de tomada das decisões educacionais. As práticas de não violência devem ser coerentes e devem estar refletidas nas regras e na utilização das instalações da escola.

Vista pelo ângulo da não violência, a educação ajuda a:

  • aprender sobre as nossas responsabilidades e obrigações, bem como os nossos direitos;
  • aprender a viver juntos, respeitando as nossas diferenças e similaridades;
  • desenvolver o aprendizado com base na cooperação, no diálogo e na compreensão intercultural;
  • ajudar as crianças a encontrar soluções não violentas para resolverem seus conflitos, experimentarem conflitos utilizando maneiras construtivas de mediação e estratégias de resolução;
  • promover valores e atitudes de não violência – autonomia, responsabilidade, cooperação, criatividade e solidariedade;
  • capacitar estudantes a construírem juntos, com seus colegas, os seus próprios ideais de paz.

Diálogo intercultural

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É fundamental promover e disseminar valores, atitudes e comportamentos que conduzem ao diálogo, à não violência e à aproximação das culturas, em consonância com os princípios da Declaração Universal da Diversidade Cultural, segundo a qual: ‘Em nossas sociedades cada vez mais diversificadas, é essencial garantir uma interação harmoniosa entre pessoas e grupos com identidades culturais plurais, variadas e dinâmicas, bem como sua disposição de viver juntos. Políticas para a inclusão e participação de todos os cidadãos são garantias de paz, coesão social e vitalidade da sociedade civil’.

Hoje, a paz exige investimentos ativos, liderança esclarecida, valores educacionais poderosos, pesquisa extensiva em inovação social e um ambiente progressista da mídia. reticências

Aprender a viver juntos

reticências a paz duradoura reside em uma rede complexa e frágil de práticas diárias incorporadas em contextos locais, bem como nas realizações mais efêmeras e criativas de indivíduos e comunidades, que se inspiram na convicção de que constituem as condições sustentáveis para viver juntos com dignidade e prosperidade compartilhada.

Em uma época de desafios e ameaças mundiais crescentes, como a desigualdade, a exclusão, a violência e o sectarismo, agravados pelas tensões e pelos conflitos locais que minam a coesão da humanidade, o ‘aprender a viver juntos, entre todos os membros da comunidade mundial, torna-se um fator mais atual do que nunca.

Os indivíduos se tornam competentes em termos interculturais por meio da aprendizagem e das experiências de vida na complexidade moderna de nosso mundo heterogêneo e, consequentemente, tornam-se preparados para apreciar a diversidade e para administrar conflitos, de acordo com os valores do pluralismo e da compreensão mútua.

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Fonte: unêsco. Cultura de paz no Brasil. Brasília. Disponível em: https://oeds.link/SuW6X1. Acesso em: 12 maio 2022.

Sobre bullying

Aqui, transcrevemos um texto que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados à violência escolar, em especial o bullying.

“O problema – O que é a violência escolar?

A violência escolar inclui a violência física, psicológica, violência sexual e o bullying; é praticada e vivenciada por estudantes, professores e outros funcionários da escola.

Considera-se violência física qualquer fórma de agressão física com a intenção de machucar, e ela inclui o castigo físico e o bullying corporal praticados por adultos e outras crianças. No castigo físico, a fôrça física é usada com a intenção de causar algum grau de dor ou desconforto e é frequentemente usada para punir o fraco desempenho acadêmico ou corrigir mau comportamento.

A violência física inclui a agressão verbal e o abuso emocional, que se manifestam nos atos de isolar, rejeitar, ignorar, insultar, difamar, contar mentiras, xingar, ridicularizar, humilhar e ameaçar e também na fórma do castigo psicológico. Este último envolve tipos de castigo que não são físicos, mas que humilham, difamam, elegem um bode expiatório, ameaçam, assustam ou ridicularizam a criança ou o adolescente.

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O bullying caracteriza antes um padrão de comportamento do que incidentes isolados, e com frequência se agrava caso não seja controlado. Pode ser definido como o comportamento intencional e agressivo recorrente contra uma vítima, em uma situação em que há um desequilíbrio real ou percebido de poder e as vítimas se sentem vulneráveis e impotentes para se defenderem. Comportamentos de bullying podem ser físicos (golpes, chutes e a destruição de bens), verbais (provocação, insulto e ameaça), ou relacionais (difamação e exclusão de um grupo).

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O bullying também inclui o cyberbullying, que representa uma dimensão a mais de risco e dor. O cyberbullying envolve a postagem e envio de mensagens eletrônicas, incluindo textos, fotos ou vídeos, com o objetivo de assediar, ameaçar ou atingir outra pessoa por meio de uma variedade de mídias e plataformas sociais, como redes sociais, salas de bate-papo, blogs, mensagens instantâneas e mensagens de texto. O cyberbullying pode incluir a difamação, postagens contendo informações falsas, mensagens ofensivas, comentários ou fotos constrangedoras, ou a exclusão de alguém das redes sociais ou outro sistema de comunicação. O cyberbullying permite que os agressores permaneçam anônimos, podendo atingir a vítima a qualquer hora e em qualquer dia com mensagens e imagens que podem ser rapidamente visualizadas por uma vasta audiência.

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Crianças e adolescentes podem ser tanto vítimas quanto agressores

Algumas crianças e adolescentes vivenciam a violência e o bullying em casa e na escola, e tanto no mundo real como no virtual. A fronteira entre o mundo real e o virtual torna-se cada vez mais indistinta, conforme as novas tecnologias [digitais] de informação e comunicação [Tê dê i cês] passam a integrar a vida diária de crianças e adolescentes. Os que relatam ter praticado cyberbullying, normalmente relatam também ter sofrido este tipo de bullying, e muitas vítimas online também sofrem búlin pessoalmente.

Os praticantes do bullying com frequência têm problemas subjacentes; aqueles que cometem o bullying o fazem devido à frustração, humilhação, raiva ou para obter status social.

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Algumas vítimas da violência escolar e do bullying não contam a ninguém sobre isso

Com frequência, as crianças e adolescentes mais vulneráveis e que mais precisam de apoio, são as menos propensas a denunciar os incidentes ou a procurar ajuda. Entre as razões para não contar a ninguém ou denunciar a violência e o bullying estão a falta de confiança nos adultos, em particular professores, o medo de repercussões ou represálias, o sentimento de culpa, a vergonha ou confusão, e o receio de não serem levadas a sério ou de não saberem onde procurar ajuda.

As crianças e adolescentes normalmente acreditam que os adultos, incluindo os professores, não enxergam o bullying, mesmo quando ele acontece em sua frente, ou não consideram como bullying determinadas ações, embora estas sejam reconhecidas como tal pelas crianças. No caso de os agressores serem os professores ou outros funcionários, denunciar a violência ou abuso torna-se particularmente desafiador.

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A violência escolar e o bullying tem um impacto negativo na qualidade e no desempenho educacionais

Os efeitos educacionais nas vítimas da violência escolar e do bullying são significativos. A violência e o bullying cometidos por professores ou outros estudantes podem fazer com que as crianças e adolescentes tenham medo de ir à escola, bem como interferir em sua capacidade de concentração em sala de aula ou na participação de atividades escolares. Seu efeito nas testemunhas pode ser semelhante.

As consequências incluem reticências evitar atividades escolares, faltar a aulas ou abandonar completamente a escola, o que afeta negativamente o desempenho e resultados acadêmicos, bem como futuras possibilidades de emprego. As crianças e adolescentes que são vítimas da violência podem tirar notas baixas e serem menos propensas a alcançar o ensino superior. Análises de avaliações internacionais de aprendizagem salientam o impacto do bullying nos resultados de aprendizagem. Elas mostram claramente que o bullying reduz o desempenho dos estudantes em matérias essenciais como a matemática, e outros estudos também documentaram um impacto negativo da violência escolar e do bullying no rendimento escolar.

As testemunhas e o ambiente escolar como um todo também são afetados pela violência escolar e pelo bullying. Ambientes de aprendizagem não seguros criam um clima de medo e insegurança e a percepção de que os professores não têm contrôle ou não se importam com o bem-estar dos estudantes, o que reduz a qualidade da educação para todos os estudantes.

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A resposta

O setor de educação, em seu trabalho conjunto com outros setores e partes interessadas, tem a responsabilidade de proteger as crianças e jovens da violência e oferecer um ambiente de aprendizagem seguro e inclusivo para todos os estudantes. A escola também é um lugar onde o comportamento violento pode ser modificado e o comportamento não violento aprendido; tanto o ambiente de aprendizagem quanto o conteúdo educativo podem transmitir uma compreensão dos direitos humanos, igualdade de gênero, valores de respeito e solidariedade e habilidades para se comunicar, negociar e resolver os problemas pacificamente. Além disso, as escolas sem violência também podem promover a não violência na comunidade em geral.

reticências As evidências mostram que as respostas com base em uma abordagem que envolve todo o setor (e toda a escola), bem como intervenções que previnem e combatem este problema, podem fazer a diferença. Esse tipo de abordagem não apenas reduz a violência escolar e o bullying, mas também contribui para reduzir o absenteísmo, promovendo a melhora do desempenho acadêmico e aperfeiçoando as habilidades sociais e bem-estar das crianças. Uma abordagem efetiva e abrangente do setor de educação face à violência escolar e o bullying inclui todos os elementos a seguir:

Liderança inclui: desenvolver e colocar em prática leis e políticas nacionais que protejam as crianças e adolescentes da violência escolar e do bullying nas escolas; e alocar recursos adequados para combater esse problema.

Ambiente escolar inclui: criar um ambiente de aprendizagem seguro e inclusivo; forte gestão; desenvolver e colocar em prática políticas e códigos de conduta escolares e garantir que os funcionários que os violem sejam penalizados.

Capacidade inclui: treinamento e suporte para professores e outros funcionários, garantindo que tenham o conhecimento e habilidades necessários para colocar em prática programas de prevenção à violência e respondam aos incidentes de violência escolar e ao bullying; desenvolver o potencial das crianças e adolescentes; desenvolver conhecimento, atitudes e habilidades apropriados à prevenção da violência entre crianças e adolescentes.

Parcerias inclui: promover a conscientização sobre o impacto negativo da violência escolar e do bullying; colaboração com outros setores em âmbito nacional ou local; parcerias com professores e sindicados de professores, trabalho com famílias e comunidades; participação ativa de crianças e adolescentes.

Serviços e apoio inclui: fornecer mecanismos de denúncia e informação acessíveis, confidenciais e sensíveis às crianças; disponibilizar orientação e apoio; e encaminhamento a serviços de saúde, entre outros.

Evidência inclui: implementação de amplo conjunto de dados; monitoramento e avaliação rigorosos para acompanhar o progresso e os resultados; e pesquisa para estabelecer uma base de informações para a elaboração de programas e intervenções.

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Ambiente escolar

A adoção de uma sólida gestão escolar por conselhos de administração escolares e diretores, e de políticas escolares voltadas aos funcionários e estudantes sobre a violência e o bullying e seus códigos de conduta são fundamentais para criar escolas acolhedoras e ambientes de aprendizagem seguros, solidários e inclusivos.

Entidades administrativas e estruturas de gestão escolares têm o dever da proteção e a necessidade de transmitir uma mensagem clara de que a violência e o bullying são inaceitáveis. reticências Os estudantes e funcionários precisam garantir que as transgressões resultem em sanções, daí a necessidade de a gestão escolar assegurar que as políticas escolares e códigos de conduta existam e sejam colocados em prática.

As políticas escolares devem identificar quais são as responsabilidades e ações dos funcionários para que previnam a violência e o bullying e interfiram quando necessário. Os códigos de conduta voltados aos professores precisam fazer menção à violência e ao abuso de fórma explícita, e assegurar que as penalidades sejam estipuladas claramente e sejam consistentes com as estruturas jurídicas em prol dos direitos e proteção das crianças. reticências Códigos de conduta, políticas escolares e procedimentos para combater a violência e bullying devem, idealmente, ser integrados em lições nas salas de aula.

As escolas que acolhem todos os estudantes e funcionários também são caracterizadas por uma cultura inclusiva e reflexiva, que inclui: uma liderança comprometida com valores inclusivos e um estilo de liderança participativo; um alto nível de colaboração dos funcionários e solução conjunta de problemas; e valores similares compartilhados por estudantes, pais e a comunidade. Pesquisas sugerem que o incentivo a uma cultura inclusiva, da parte de autoridades escolares, depende da promoção de novos sentidos sobre a diversidade, práticas inclusivas nas escolas e a construção de uma ligação entre comunidade e escolas. Em tal ambiente, os estudantes não somente se tornam mais preparados para reconhecer situações de violência ou abuso, mas se sentem mais confortáveis em reportar incidentes de violência ou bullying sofridos ou testemunhados na escola para um professor ou outro adulto de confiança.

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Fonte: unêsco. Violência escolar e bullying: relatório sobre a situação mundial. Brasília, 2019. Disponível em: https://oeds.link/qUkxzO. Acesso em: 16 maio 2022.

Sobre automutilação em adolescentes

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente em aspectos relacionados à automutilação sob o enfoque do contexto escolar.

“O que é e como lidar com a automutilação na escola

Lâminas de apontador, compassos, estiletes. Esses simples objetos que fazem parte do material escolar têm sido usados por adolescentes para automutilação, também conhecido por cutting. Essa prática foi reconhecida como transtorno mental em 2013 pela Sociedade Americana de Psiquiatria e pode ser definida como uma agressão ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio. Segundo a psicóloga Cláudia Paiva de Magalhães reticências, pesquisas feitas nos Estados Unidos mostram que os casos ficaram mais frequentes na última década.

Como muitos deles ocorrem no início da adolescência, a escola precisa estar atenta a esses movimentos entre os alunos para tomar as medidas necessárias. Confira abaixo as principais dúvidas sobre o tema e maneiras de lidar com isso.

O que é automutilação?

A automutilação é uma prática de agredir o próprio corpo, que pode acontecer de diferentes fórmas. A mais comum é fazer pequenos cortes na pele, mas a pessoa também pode se bater, se queimar com cigarro, arrancar os cabelos, se furar com agulhas ou praticar qualquer outra autolesão. ‘Os ferimentos costumam ser feitos em lugares que podem ser escondidos, como braço, perna e barriga. Os adolescentes tentam escondê-los com pulseirinhas, deixam de usar shorts e passam a usar mais mangas longas’, explica Jackeline Giusti, psiquiatra assistente do ambulatório de adolescentes com problemas de automutilação, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP).

O que motiva esse comportamento?

Muito diferente do que as pessoas acham, o autor não busca a dor física pelo prazer de senti-la. ‘Na maioria dos casos, a automutilação é reflexo de uma incapacidade de lidar com seus próprios sentimentos, como angústias, medos, tristeza e conflitos. Os adolescentes veem nessa prática a saída mais rápida para aliviar esse intenso sofrimento. É uma troca da dor emocional pela dor física’, explica a psicóloga Cláudia. O ato também pode ter relação com se punir por alguma atitude, raiva ou com a autoestima baixa. Em algumas situações, pode estar associado à depressão. ‘Não precisa existir um transtorno psiquiátrico, mas, geralmente, há uma tristeza envolvida’, aponta Jackeline, da úspi.

Para João Paulo Braga, doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará e autor da tese ‘Autolesão na Era da Informação: uma abordagem sociológica do cutting entre subculturas urbanas’, apesar dos estudos se concentrarem na área médica, é preciso considerar as razões sociais que levam ao crescimento do fenômeno. A base do cutting está no empobrecimento das relações interpessoais das crianças logo no início da adolescência, somado a um grau de exigência muito grande, não só de estudo, mas de beleza física’, diz. Ele afirma que, apesar do aumento dos casos, a automutilação não é um modismo adolescente. ‘Quase todos os relatos que obtive durante os cinco anos de pesquisa apontam problemas familiares como abandono de um ou ambos os pais, rejeição e agressão pelo fato de serem homossexuais, abuso sexual, humilhações que o indivíduo sofre por parte de um dos genitores ou mesmo a vivência com pais excessivamente individualistas e ausentes’, indica.

reticências

Existe um perfil de pessoas que se automutilam?

A prática costuma se iniciar no começo da adoles­cência, por volta dos 12 anos, e vai perdendo fôrça à medida que o adolescente se aproxima dos 18 ou 19 anos. Apesar de ser mais frequente entre meninas, Jackeline, do Instituto de Psiquiatria da USP, alerta que a automutilação costuma ser mais agressiva entre os meninos. ‘Às vezes, a intenção é fazer cortes superficiais, mas pela impulsividade e fôrça, acabam fazendo lesões mais sérias do que planejadas’, diz.

O que fazer quando um aluno está se automutilando?

A instituição precisa estar atenta aos possíveis sinais – como blusas de frio em altas temperaturas, isolamento, sintomas de baixa autoestima ou depressão, uma vez identificado um caso, chamar aluno e responsáveis para conversar. ‘Muitas vezes, os familiares acabam não percebendo isso dentro de casa, o que pode acabar agravando o quadro na medida em que o tempo passa. Muitos acham que usar roupas de mangas longas, se isolar, ou ficar deprimido é coisa de adolescente ou modinha, mas não é’, comenta Cláudia.

Na hora de conversa com o estudante que se auto­mutila, é necessário ter uma atitude acolhedora, sem julgamentos, se mostrar disposto a ouvi-lo e tentar entender. Às vezes, o sofrimento está associado à uma dificuldade dele na escola, como não conseguir passar de ano, e uma conversa franca pode diminuir a tensão’, sugere Jackeline. A atitude acolhedora também vale para os pais que, geralmente, não sabem como reagir à situação.

A escola também pode sugerir que o jovem seja encaminhado a um especialista – psicólogo ou psiquiatra – para análise do caso e, se necessário, iniciar um tratamento até que o quadro seja estabilizado.

A escola deve trabalhar o tema, mesmo sem identificar um caso de automutilação?

Sim. Para Jackeline, a abordagem na escola tem que começar antes do problema. ‘Muitos dos adolescentes que eu recebo no ambulatório sofreram bullying por muito tempo. Por isso, é fundamental realizar um trabalho antibullying e atividades que melhorem a autoestima, desenvolvendo habilidades para expor ideias e lidar com as diversidades e adversidades’, explica. Essas atividades melhoram a capacidade de expressão e o sentimento de pertencimento dos estudantes durante essa fase da vida.”

Fonte: SEMIS, Laís. O que é e como lidar com a automutilação na escola. Nova Escola. São Paulo, 25 novembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/LYkYaS. Acesso em: 18 maio 2022.

Sobre violência contra a mulher

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente em aspectos relacionados ao compromisso educacional em relação à violência contra meninas e mulheres.

“Escola que empodera: uma vida sem violência para meninas e mulheres se faz com educação

A violência contra meninas e mulheres é uma mazela perene de nossa sociedade, fruto de nossa sociedade patriarcalista, e que segue perpetuada pelo machismo estrutural. Embora saibamos que as vitórias jurídicas conquistadas com muita luta e movimento sejam de extrema importância para enfrentarmos e combatermos as muitas e diferentes violências, entendemos que uma mudança cultural é o que realmente vai conseguir transformar essa realidade que coloca o Brasil entre os países que mais matam mulheres – o 5º do ranking mundial em número de feminicídios.

A Lei Maria da Penha – éle ême pê (Leinº .11340, de 7 de agosto de 2006) e a tipificação penal do feminicídio (Lei norteº .13104, de 9 de março de 2015) são avanços significativos para essa mudança cultural, mas é de fácil percepção que os remédios legais, tão somente, não conseguem a mudança almejada, afinal o prevenido não precisa ser remediado. Essa transformação precisa abranger todos os espaços da sociedade, e com maior importância, precisa ser central no ambiente escolar, pois na escola existem inúmeras manifestações da diversidade e uma escolarização em que os saberes formais e práticas pedagógicas voltam-se para a formação crítica e emancipadora, pautada no respeito às diferenças, é um instrumento inigualável na busca pela desconstrução das desigualdades ou, ao contrário, pode agir na manutenção de preconceitos e fomentando discriminações. Não raro o diferencial social atribuído a meninas e meninos no ambiente escolar, as barreiras que lhes são impostas provocam exclusão, críticas e isolamentos que não se enquadram nos padrões predeterminados. O sexismo é encarado como natural e necessário para o contrôle dos corpos. Machismo e as intimidações às expressões de gênero são incluídas no pacote do búlin.

Porém, a instituição escolar possui responsabilidade legal e social de promover diálogos e reflexões que permitam um descortinar de olhares com vistas à construção de uma educação e, sobretudo, de uma sociedade, mais fraterna e inclusiva. reticências O Currículo em Movimento da Educação Básica da [Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal], em seus Pressupostos Teóricos, propõe Eixos Transversais que possibilitam uma organização curricular que aborde temas atuais e importantes para se promover o reconhecimento e respeito às diferenças, de fórma a contribuir com uma cultura de paz nas escolas, dos quais destaco ‘Educação para a Diversidade’ e ‘Cidadania e Educação em e para os Direitos Humanos’, por trazerem relevo ao entendimento da Secretaria quanto às relações de gênero e sua abordagem no ambiente escolar:

reticências se as relações entre homens e mulheres são um fenômeno de ordem cultural, podem ser transformadas, sendo fundamental o papel da educação nesse sentido. Por meio da educação, podem ser construídos valores, compreensões e regras de comportamento em relação ao conceito de gênero e do que venha a ser mulher ou homem em uma sociedade, de fórma a desconstruir as hierarquias historicamente constituídas. O conceito de gênero também permite pensar nas diferenças sem transformá-las em desigualdades, sem que estas sejam ponto de partida para as discriminações e violências (DISTRITO FEDERAL. Currículo em Movimento da Educação Básica. Pressupostos Teóricos, 2014, página 42).

A inclusão dêsses eixos, para além do currículo prescrito, dá vida a uma educação integral por proporcionar visibilidade ao ‘ser humano multidimensional’ provocando uma ruptura estrutural na lógica do poder segregante e fortalecer, assim, a responsabilização da escola com a Educação para a Diversidade, com a Cidadania e com os Direitos Humanos, asseverando que a escola deve ser vista como ‘um lugar de instrução e socialização, de expectativas e contradições, ou seja, um ambiente onde as diversas dimensões humanas se revelam e são reveladas’ (DISTRITO FEDERAL, 2014, página 10). reticências

É na escola, portanto, que encontramos o espaço propício para tratar das questões da diversidade uma vez que são narrativas historicamente excluídas, mas que possuem implicações profundas no desenvolver social, cultural, econômico e político de toda sociedade. É na escola que devem prevalecer as orientações legítimas e científicas sobre problemáticas concretas como é a da violência contra meninas e mulheres.

Nesse sentido, além de ‘normativas’ internacionais, como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as fórmas de Discriminação Contra a Mulher (cê ê dê á dáblio) e a Convenção de Belém do Pará, nacionais, como o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (pê êne pê ême) e a própria éle ême pê, destaco legislações locais que não só orientam, como determinam e nos provocam, para uma atuação como agentes de transformação das desigualdades entre meninas e meninos, mulheres e homens e que, uma vez sob o Currículo em Movimento que aqui falamos brevemente e no qual destaca-se o compromisso com a diversidade, encontramos ainda mais respaldo para o trato com tais questões junto à comunidade escolar.

reticências além do currículo é preciso levar em consideração o contexto no qual professoras/es foram formados e se formam continuamente, uma vez que toda pessoa carrega uma bagagem que precisa ser considerada. Considerando que tais valores e conhecimentos também foram construídos sob nosso contexto machista, há que se refletir sobre as diversas habilidades que lhes são cobradas e, dêsse modo, oferecer subsídios para que possam desconstruir ideias preconceituosas, por vezes arraigadas, e assim atuar de maneira assertiva no enfretamento à violência contra meninas e mulheres. reticências

Fonte: MACEDO, Aldenora Conceição de. Escola que empodera: uma vida sem violência para meninas e mulheres se faz com educação. Disponível em: https://oeds.link/GtOL8z. Acesso em: 18 maio 2022.

Sobre TDICs

Este é um esquema que pode auxiliar o docente a orientar os estudantes em aspectos relacionados ao trabalho com as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (Tê dê i cês).

Esquema ilustrado. PRODUZINDO MÍDIAS DIGITAIS. Cinco tarjas lado a lado, com cada um dos itens a seguir. MENSAGEM. O que eu quero comunicar? Pense no conteúdo que vai transmitir, no seu formato e nos meios pelos quais será divulgado, ou seja, na mídia. PÚBLICO-ALVO. Identifique quem vai ter contato com a sua publicação. Isso ajuda na escolha adequada da mídia. PRODUÇÃO. Escolha a mídia, procure informações confiáveis, providencie autorizações para uso de sons, textos e imagens. INTERAÇÃO. Faça uma publicação convidativa que chame a atenção. Saiba ouvir sugestões e aceitar críticas. FERRAMENTAS. Prefira aplicativos gratuitos que tenham tutoriais disponíveis e sejam fáceis de usar. Moça sentada usando um computador. Ela está de rabo de cavalo e usa óculos. Ao lado dela um balão de pensamento com uma lâmpada dentro. Da tela do computador sai um símbolo wi-fi  (composto por linhas curvas uma acima da outra,  de tamanho crescente). Ao lado, o texto: BLOG. É uma página on-line na qual os usuários podem trocar informações relacionadas com uma determinada área de interesse. Abaixo, frase e ícone para cada item. Nele podem ser publicados Imagens (ícone com silhueta de montanhas e sol), Textos (ícone com letra T grande, ao lado linhas simulando texto), Áudios (ícone com megafone e linhas curvas de tamanho crescente) e vídeos (ícone com ponta de seta acima de uma barra horizontal em duas cores). Abaixo, pessoa de cabelo curto, de costas. Cada uma das mãos indica o lado direito e o lado esquerdo. No lado direto, um lápis marca uma alternativa em uma folha. Ao lado, livros. Abaixo o texto: ELABORAÇÃO. O primeiro passo para iniciar os trabalhos é escolher o estilo de texto que será utilizado. Sinta-se livre para explorar as possibilidades, como: • dissertação; • reportagem; • poema; • entrevista. Crie um título chamativo, que deixe claro o assunto que será abordado. Faça uma contextualização do assunto e destaque o que considerar importante. Com o texto pronto, peça que alguém faça uma leitura buscando apontar formas de deixá-lo melhor. No lado esquerdo, uma lupa ampliando parte da tela do computador, ao lado livros. Abaixo, o texto:  PESQUISA. Busque informações sobre o assunto em fontes confiáveis, que tenham uma origem identificável (autor, instituição, grupo de pesquisa etc.) e que sejam veiculadas por um meio de comunicação reconhecido e isento. Não copie o texto de outra pessoa. Copiar textos e ideias é o que se chama plágio, um procedimento que é crime. Busque por imagens com direito de uso livre, evitando assim utilizar imagens com direito de uso restrito. Isso também vale para vídeos e áudios. Verifique a data da informação para usá-la adequadamente.
Esquema ilustrado. Menino de cabelo cacheado, sentado falando em um microfone e usando fones de ouvido. Perto dele um balão de fala com linhas simulando texto. PODCAST (é uma junção de pod do inglês “personal on demand” (de demanda pessoal), com cast, de “broadcast” (radiodifusão).) É um arquivo digital de áudio, que tem como propósito compartilhar informações. Ele costuma ser transmitido através da internet. Ilustração de tela de um computador. ETAPAS DE PRODUÇÃO. 1. Escolha o assunto que você irá abordar e dê enfoque às informações que façam sentido ao ouvinte. 2. Defina o formato do podcast (entrevista, debate, apresentação, entre outros). 3. Para deixar o podcast mais dinâmico e interessante, você pode convidar outras pessoas que entendam sobre o assunto! Com essas definições, elabore um roteiro do que vai falar. Ele pode apresentar apenas os tópicos principais ou anotações mais detalhadas, como dados difíceis de memorizar. Com o roteiro em mãos, treine tudo o que você pretende falar. Isso vai ajudá-lo a se expressar com fluidez e segurança. Você pode gravar um áudio prévio durante esse treino. Ilustração de um aparelho de celular. DICAS DE GRAVAÇÃO. Você pode gravar com o seu celular. Se possível, utilize também um microfone acoplado ao fone de ouvido. Escolha um local silencioso para obter um áudio sem ruídos. Ilustração de nota musical e barras verticais pequenas e grandes. EDIÇÃO.  Elimine ruídos, regule o volume das vozes ou programas para a edição. Elimine ruídos, regule o volume das vozes e inclua efeitos e trilhas sonoras, sempre respeitando as licenças de uso. Ilustração de megafone. PUBLICAÇÃO. Existem plataformas específicas para a hospedagem de blogs, áudios e vídeos, sendo muitas delas gratuitas. Informe-se a respeito. Para usar a plataforma, crie uma conta com um endereço de e-mail ativo e efetue seu cadastro. Compartilhe sua publicação! Ilustração de mulher com cabelo preto e óculos, sendo filmada com um tablet. Ao lado dela, um balão de fala com um ponto de exclamação. VÍDEO. Permite compartilhar informações por meio da gravação e da reprodução de imagens que podem estar acompanhadas de sons. Abaixo, ilustração de uma folha com listagem e uma lupa. ETAPAS DE PRODUÇAO. 1. Escolha o tema para apresentar. 2. Pesquise sobre o assunto a ser abordado. 3. Produza um roteiro, isso pode tornar o seu vídeo mais organizado. Crie uma identidade visual, o que facilita o reconhecimento de seu vídeo. Ao lado, ilustração de celular na horizontal. DICAS DE GRAVAÇÃO. Defina o cenário e fique atento à iluminação e aos ruídos do local. Escolha o equipamento para a captação de áudio e imagem. É possível produzir um vídeo com qualidade de som e imagem com um celular e iluminação natural. Durante a gravação, se errar, continue gravando; erros podem ser retirados durante a edição. Um segundo celular pode ser utilizado para captar o som. Ilustração de claquete e uma nota musical. EDIÇÃO. Utilize aplicativos ou programas de computador para a edição de seus vídeos. Você pode incluir efeitos visuais e trilhas sonoras. Você pode optar por utilizar trilhas sonoras gratuitas.

Elaborado com dados obtidos de: , C.; Bruquixáir, B.; Gôudmãn, J. G. (edição). Science blogging: the essential guide. New Haven: Yale University Press, 2016; Geóguegãn, M. W.; Clás, D. Podcast solutions: the complete guide to audio and video podcasting. segunda edição Berkeley: Apress, 2007; Bírlei, S. The vlogger’s handbook. Londres: Quarto Publishing, 2019.

CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTE VOLUME (7º ANO)

Abordagem teórico-metodológica no desenvolvimento de habilidades e competências

A seguir, são apresentadas, por unidade, práticas didático-pedagógicas e objetos de conhecimento relacionados às habilidades propostas na Bê êne cê cê a serem desenvolvidos pelo estudante do 7º ano.

Unidade A

Nessa unidade, os temas contemplam habilidades de Ciências propostas pela Bê êne cê cê para o 7º ano, além de aprofundar habilidades desenvolvidas pelo estudante em anos anteriores e ampliar conceitos, apoiando a compreensão de novos objetos de conhecimento e introduzindo conteúdos a serem explorados nos próximos anos do Ensino Fundamental.

Trabalha-se a unidade temática Vida e evolução, propondo o estudo da biodiversidade, enfatizando a importância da conservação do meio ambiente para a sustentabilidade e a manutenção da saúde, discutindo as adaptações dos seres vivos às mudanças nos ecossistemas e destacando o ser humano como principal responsável pelos impactos ambientais. A produção de conhecimento na prevenção e no tratamento de doenças causadas por microrganismos também é salientada.

Os objetos de conhecimento são apresentados de modo que o estudante seja levado a refletir sobre sua atuação pessoal e coletiva e possa tomar decisões conscientes e coerentes como agente transformador da natureza e como indivíduo responsável pelo cuidado e pela manutenção de sua saúde. Assim, na unidade, além das competências gerais contempladas ao apresentar a diversidade como característica fundamental das espécies, incluindo a espécie humana, o professor tem a oportunidade de trabalhar com o estudante as competências gerais relacionadas à empatia e à cooperação.

No fechamento da unidade, o estudante é estimulado a investigar como funciona o sistema de defesa do corpo humano e como este reage aos agentes causadores das doenças estudadas.

Como estratégias para desenvolver as habilidades propostas, o livro do estudante apresenta algumas práticas didático-pedagógicas, dentre as quais podemos citar: pesquisas temáticas, trabalho em equipe, construção de conceitos a partir de pesquisa, questões discursivas e outras atividades que podem ser realizadas individualmente ou em grupo, registros no caderno, atividade reflexiva, troca de ideias e compartilhamento de conhecimentos em plataforma digital.

O quadro a seguir apresenta, de fórma sucinta, os principais objetivos de cada capítulo dessa unidade e sua justificativa.

Capítulo 1

Objetivos

Justificativa

• Compreender os conceitos de autotrófico e heterotrófico.
• Aprender noções sobre a nomenclatura de Lineu: gênero e espécie.
• Saber o que é biodiversidade e reconhecer a importância desta para a vida no planeta e para o bem-estar da humanidade.
• Refletir sobre extinção e ameaça de extinção de uma espécie.
• Retomar o conceito de célula e trabalhar breves noções da estrutura das células de animais e de plantas, incluindo a função de algumas organelas.
• Diferenciar pluricelulares de unicelulares, procariotos de eucariotos e célula procariótica de célula eucariótica.
• Conhecer os três domínios de seres vivos e alguns de seus representantes.

Introduzir os conceitos de autotrófico, heterotrófico, espécie, gênero, domínios e biodiversidade, muito relevantes para os aprendizados subsequentes. Além disso, retomar noções fundamentais do conceito de célula e das funções de algumas organelas para, em seguida, apresentar a distinção entre célula procariótica e célula eucariótica, de modo a auxiliar na diferenciação entre ser procarioto (ou procarionte) e ser eucarioto (ou eucarionte).

Capítulo 2

Objetivos

Justificativa

• Compreender os conceitos de adaptação e sobrevivência.
• Saber o que é ecossistema.
• Conhecer exemplos de adaptações aos fatores não vivos.
• Perceber como ocorre a interação dos seres vivos com outros seres como formas de adaptação.
• Compreender adaptações para alimentação: herbívoros, carnívoros, onívoros, decompositores e sua participação nas cadeias alimentares.
• Reconhecer a importância da fotossíntese para as teias alimentares.
• Conhecer o fluxo de matéria e de energia nos ecossistemas.

Despertar a atenção dos estudantes para a maneira como as características dos seres vivos são encaradas do ponto de vista biológico. O ponto central do capítulo é o conceito de adaptação.

Capítulo 3

Objetivos

Justificativa

• Compreender que protozoários e bactérias são unicelulares.
• Reconhecer a importância das bactérias para o ambiente.
• Perceber que os vírus são acelulares e atuam como parasitas no interior de células hospedeiras.
• Conhecer as principais doenças humanas causadas por protozoários, bactérias e vírus.
• Ter noções sobre antibióticos e vacinas.

Relacionar protozoários, bactérias e vírus com acontecimentos cotidianos e medidas necessárias à saúde individual e coletiva, com destaque para a importância das vacinas. Desenvolver o espírito crítico quanto às fake news (por exemplo, sobre vacinas) e verificar a veracidade de informações antes de repassar postagens.

Unidade B

Nessa unidade, além de temas que contemplam habilidades de Ciências propostas pela Bê êne cê cê para o 7º ano, conceitos e habilidades dos anos anteriores também são ampliados e aprofundados.

Os capítulos dessa unidade também são voltados à unidade temática Vida e evolução e, além de seguir com o estudo da biodiversidade ressaltando a participação de fungos e invertebrados na etiologia de doenças, evidencia os cuidados com a higiene e o consumo de água e alimentos limpos para prevenir infecções e preservar a saúde. Outro destaque é a importância de cada indivíduo na preservação dos recursos naturais, sobretudo da água.

Novamente, os objetos de conhecimento são apresentados de maneira que o estudante seja levado a refletir sobre sua atuação pessoal e coletiva para tomar decisões conscientes e coerentes como agente transformador da natureza e como indivíduo responsável pelo cuidado e pela manutenção de sua saúde. Portanto, o professor tem a oportunidade de trabalhar com o estudante, em especial, as competências gerais sobre autoconhecimento, autocuidado, responsabilidade e cidadania.

No fechamento da unidade, o livro do estudante propõe que a turma investigue as doenças contagiosas e suas fórmas de transmissão, relacionando-as a condições sanitárias. O estudante também é estimulado a argumentar sobre os fatores que justificam as campanhas de vacinação.

O livro do estudante apresenta como estratégias algumas práticas didático-pedagógicas, dentre as quais podemos citar: pesquisas temáticas, atividade reflexiva, construção de conceitos a partir de pesquisa, registros no caderno, trabalho em equipe, questões discursivas que podem ser respondidas individualmente ou em grupo e compartilhamento de conhecimentos em plataforma digital.

O quadro a seguir apresenta, de fórma sucinta, os principais objetivos de cada capítulo dessa unidade e sua justificativa.

Capítulo 4

Objetivos

Justificativa

• Conhecer leveduras, bolores, cogumelos, orelhas-de-pau.
• Compreender que há fungos comestíveis e fungos venenosos.
• Refletir sobre o papel dos fungos no ambiente e sua relação com o ser humano.

Destacar a importância ambiental dos fungos como decompositores, destacando que nem todos são comestíveis, que alguns podem causar doenças em animais e plantas e que outros têm aplicações benéficas, por exemplo, na panificação e na produção industrial do etanol para uso como combustível.

Capítulo 5

Objetivo

Justificativa

• Aprender sobre os principais grupos de invertebrados e conhecer os representantes mais expressivos desses grupos.

Fornecer uma visão geral da divisão dos animais invertebrados em grupos, de acordo com suas características.

Capítulo 6

Objetivos

Justificativa

• Reconhecer o parasitismo como forma de adaptação e saber mais sobre os alguns parasitas externos e internos.
• Conhecer as verminoses importantes no país: esquistossomose, teníase (e cisticercose), ancilostomose e ascaridíase.
• Saber como ocorre o tratamento da água e a destinação das águas servidas: fossas e esgotos.
• Compreender os riscos à saúde provocados pelo destino incorreto de dejetos.
• Aprender sobre doenças de veiculação hídrica; tratamento de esgoto; saneamento básico e os modos de poluição dos ambientes aquáticos.

Mostrar que parasitoses (e, particularmente, as verminoses) são tema de relevância para a saúde dos estudantes. Sendo assim, a ideia é que, mediante a análise dos ciclos de vida dos parasitas, os estudantes compreendam e pratiquem as medidas profiláticas necessárias.

Unidade C

Nessa unidade, os temas contemplam habilidades de Ciências propostas pela Bê êne cê cê, além de aprofundar habilidades desenvolvidas pelo estudante em anos anteriores.

O foco nos capítulos 7 a 9 é a unidade temática Vida e evolução. Propõe-se o estudo da diversidade dos vertebrados e dos principais ecossistemas brasileiros, ressaltando, além das suas características, as adaptações da flora e da fauna específicas de cada bioma. Durante toda a unidade, o estudante é estimulado a desenvolver a consciência para a conservação dêsses ambientes naturais e também para a proposição de estratégias e intervenções que previnam a extinção de animais silvestres.

O professor tem oportunidade de trabalhar com o estudante as competências gerais que desenvolvem a empatia, a cooperação, a responsabilidade, a cidadania e o repertório cultural por meio de algumas atividades propostas, dentre as quais podemos destacar: discussão e reflexão sobre as consequências da captura, compra e venda de animais silvestres; impactos do desmatamento da Floresta Amazônica; reconhecimento da importância e da sabedoria dos povos que habitam a floresta, em especial as populações indígenas e ribeirinhas.

No fechamento da unidade, o estudante é convidado a sistematizar as características dos principais ecossistemas brasileiros e as adaptações da fauna e da flora correspondentes a esses ecossistemas. É estimulado, também, a avaliar a ameaça de extinção das espécies e outros impactos decorrentes da ação humana ou das catástrofes naturais sobre os hábitos e a sobrevivência dos seres vivos.

Entre as estratégias, são apresentadas algumas práticas didático-pedagógicas, tais como: pesquisas temáticas, trabalho em equipe, discussão em grupo, questões discursivas que podem ser respondidas individual ou coletivamente e compartilhamento de conhecimentos em plataforma digital.

O quadro a seguir apresenta, de fórma sucinta, os principais objetivos de cada capítulo dessa unidade e sua justificativa.

Capítulo 7

Objetivos

Justificativa

• Distinguir entre exoesqueleto e endoesqueleto.
• Perceber a presença de coluna vertebral como fator de distinção entre vertebrados e invertebrados.
• Conhecer algumas características dos peixes, distinguindo peixes ósseos, cartilaginosos e sem mandíbulas.
• Ter noções sobre anfíbios, suas características e seus representantes significativos (anuros, urodelos e ápodes).
• Conhecer as principais características dos répteis e representantes relevantes (crocodilianos, escamados e quelônios).
• Compreender o que é ovo amniótico.
• Refletir sobre o risco representado pelos ofídios peçonhentos.

Compreender que a coluna vertebral é condição suficiente para que classifiquemos um animal como vertebrado, desfazendo confusões causadas pelo senso comum de que animal vertebrado é o que tem esqueleto. Ampliar o repertório de conhecimentos dos estudantes sobre o fenômeno da vida, estimulando-os a valorizar e respeitar os diversos seres vivos. Mostrar fatores que ameaçam de extinção tubarões e arraias, bem como outros que colocam diversas espécies de anfíbios em risco.

Capítulo 8

Objetivos

Justificativa

• Conhecer o grupo das aves e alguns de seus representantes.
• Compreender como ocorre a reprodução das aves por meio de ovos amnióticos.
• Refletir sobre a adaptação de aves para o voo, a alimentação e a locomoção.
• Aprender sobre mamíferos, conhecer representantes significativos desse grupo de vertebrados e diferenciar placentários, marsupiais e monotremados.
• Distinguir entre pecilotérmicos e homeotérmicos.

Propiciar aumento do repertório de saberes dos estudantes acerca da vida, analisando características distintivas de aves e mamíferos e conhecendo representantes expressivos desses dois grupos. Compreender que os organismos de aves e mamíferos regulam a própria temperatura, diferentemente do organismo de outros seres vivos.

Capítulo 9

Objetivos

Justificativa

• Aprender sobre localização geográfica, de modo a reconhecer a importância e
a biodiversidade dos principais biomas brasileiros e faixas de transição: Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Floresta de Araucárias, Caatinga, Mata dos Cocais, Cerrado, Pantanal e Pampas.

Possibilitar o reconhecimento do bioma típico da região em que os estudantes moram, bem como as principais características dele. Favorecer a compreensão de que diversas tecnologias podem auxiliar na preservação de ambientes e de espécies.

Unidade D

Nessa unidade, os temas trabalham habilidades de Ciências propostas pela Bê êne cê cê contemplando, primeiramente, as unidades temáticas Matéria e energia e Terra e Universo.

Na unidade temática Matéria e energia, são discutidos os diferentes tipos de máquinas simples, suas funções e seu funcionamento, bem como os conceitos de temperatura, de sensação térmica e de calor e suas diferentes fórmas de transferência, contextualizando os conteúdos de acordo com o cotidiano do estudante. Dessa fórma, ele é estimulado a pensar em soluções para a realização de tarefas mecânicas e a compreender o uso e o funcionamento de alguns equipamentos condutores e isolantes de calor usados no dia a dia.

A unidade temática Terra e Universo propõe o estudo e a compreensão da composição do ar como fator essencial para o desenvolvimento e a manutenção da vida na Terra, identificando fatores naturais e antropomórficos que podem alterar essa composição e, assim, impactar significativamente o ambiente e a saúde das pessoas. O efeito estufa e a camada de ozônio são destacados, e o estudante é levado a refletir sobre o protagonismo do ser humano na conservação da vida e da natureza e sobre a necessidade de cultivar atitudes éticas e responsáveis para reduzir e evitar mais danos ao ambiente e, consequentemente, à própria saúde.

Assim, além das competências gerais contempladas em todo o livro, nessa unidade o professor tem a possibilidade de trabalhar com o estudante as competências gerais que promovem o autoconhecimento, o autocuidado, a responsabilidade, a cidadania, a empatia e a cooperação. Propõe-se a conscientização a respeito de problemas decorrentes do aquecimento global, tais como as mudanças climáticas e o aumento do nível da água dos oceanos, e promove-se uma reflexão sobre as maneiras de evitar as emissões de gás carbônico e outros poluentes para a atmosfera.

O livro do estudante apresenta como estratégias algumas práticas didático-pedagógicas, dentre as quais podemos destacar: pesquisas na internet, construção de conceitos a partir de pesquisa, experimentação, trabalho em equipe, questões discursivas que podem ser respondidas individual ou coletivamente e compartilhamento de conhecimentos em plataforma digital.

No fechamento da unidade, o estudante é convidado a analisar os impactos que as diversas tecnologias causaram na vida das pessoas, nas diferentes atividades profissionais e no meio ambiente ao longo da história da humanidade.

O quadro a seguir apresenta, de fórma sucinta, os principais objetivos de cada capítulo dessa unidade e sua justificativa.

Capítulo 10

Objetivos

Justificativa

• Compreender o conceito de máquina simples e sua presença no cotidiano.
• Reconhecer que as máquinas são dispositivos facilitadores do trabalho.
• Refletir sobre as aplicações das máquinas simples em ferramentas e máquinas complexas.
• Perceber impactos da tecnologia na sociedade.
• Zelar pela segurança digital e ter cautela na exposição de informações no ciberespaço.

Apresentar o conceito de máquina simples como princípio de funcionamento das ferramentas e das máquinas complexas, auxiliando na percepção das máquinas simples na vida cotidiana e na compreensão dos avanços decorrentes da tecnologia da informação. Favorecer a reflexão sobre como evitar a exposição indesejada de dados pessoais nas redes sociais e a discussão sobre o combate ao cyberbullying.

Capítulo 11

Objetivos

Justificativa

• Compreender o conceito de temperatura.
• Conhecer a escala termométrica Celsius.
• Aprender sobre calor e equilíbrio térmico.
• Conhecer os processos de transferência de calor (condução, convecção e irradiação) e sua presença no cotidiano.
• Refletir sobre efeito estufa e sua relevância para a vida na Terra, e sobre aquecimento global (intensificação do efeito estufa) devido a gases originados da atividade humana.

Auxiliar na compreensão de que o calor é energia que se transfere espontaneamente de um corpo mais quente para um corpo mais frio (ou entre partes de um mesmo corpo com diferentes temperaturas) e que, para haver transferência de calor, deve haver diferença de temperatura. Favorecer o reconhecimento da aplicação dessa temática no cotidiano.

Capítulo 12

Objetivos

Justificativa

• Compreender que o ar é uma mistura, conhecer os principais gases que o compõem e suas principais características.
• Aprender sobre os diferentes modos de poluição do ar e suas consequências.
• Saber o que é camada de ozônio e como ocorre sua destruição.
• Ter uma breve noção sobre estrutura interna da Terra, placas litosféricas e deriva continental.
• Relacionar placas litosféricas à ocorrência de vulcões, terremotos e
tsunamis.

Compreender que o ar contém vários gases misturados, sendo o oxigênio e o nitrogênio os dois mais abundantes. Reconhecer o papel do gás carbônico, que também é muito importante, embora sua concentração seja pequena em relação à dos dois componentes majoritários. Adquirir noções geológicas sobre o planeta Terra e explicar vulcões, terremotos e tsunamis.

BNCC • Competências gerais • 7º ano

Competências gerais

Desenvolvimento neste volume

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Capítulos 1, 3, 6, 10, 11, 12 e atividades de encerramento das unidades A, B, C e D

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

Capítulos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, atividades de encerramento das unidades A e C e suplemento de projetos

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

Capítulos 1, 3, 5, 7, 9, 11 e 12

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Capítulos 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 12 e atividades de encerramento das unidades A, B, C e D

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

Capítulos 1, 3, 7, 10, 11 e atividades de encerramento das unidades A, B, C e D

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

Capítulos 6, 7, 8, 9, 10, 11 e atividade de encerramento da unidade D

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

Capítulos 1, 2, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12 e atividades de encerramento das unidades B e D

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

Capítulos 2, 3 e 6

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

Capítulos 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 12, atividades de encerramento das unidades A, B, C e D e suplemento de projetos

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Capítulos 1, 2, 3, 4, 6, 8, 10, 11, 12, atividades de encerramento das unidades A, B, C e D e suplemento de projetos

BNCC • Competências específicas • 7º ano

Competências específicas

Desenvolvimento neste volume

1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.

Capítulos 1, 3, 4, 6, 9, 10, 11 e 12

2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Capítulos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 9, 10, 12, atividade de encerramento da unidade A e suplemento de projetos

3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.

Capítulos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, atividades de encerramento das unidades A e D e suplemento de projetos

4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho.

Capítulos 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 e atividades de encerramento das unidades A, B, C e D

5. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que promovam a consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.

Capítulos 1, 2, 5, 6, 7, 8, 11, 12, atividades de encerramento das unidades B e C e suplemento de projetos

6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natureza de forma crítica, significativa, reflexiva e ética.

Capítulos 1, 2, 3, 7, 9, 11 e atividades de encerramento das unidades A, B, C e D

7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.

Capítulos 2, 3, 4, 6, 7, 11 e atividade de encerramento da unidade A

8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Capítulos 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 10, 11, 12 e atividades de encerramento das unidades A, B, C e D

BNCC • Habilidades de Ciências • 7º ano

Objetos de conhecimento

Habilidades

Desenvolvimento neste volume

Unidade temática: Matéria e energia

Máquinas simples
Formas de propagação do calor
Equilíbrio termodinâmico e
vida na Terra
História dos combustíveis e das máquinas térmicas

(EF07CI01) Discutir a aplicação, ao longo da história, das máquinas simples e propor soluções e invenções para a realização de tarefas mecânicas cotidianas.

Capítulo 10

(EF07CI02) Diferenciar temperatura, calor e sensação térmica nas diferentes situações de equilíbrio termodinâmico cotidianas.

Capítulo 11

(EF07CI03) Utilizar o conhecimento das formas de propagação do calor para justificar a utilização de determinados materiais (condutores e isolantes) na vida cotidiana, explicar o princípio de funcionamento de alguns equipamentos (garrafa térmica, coletor solar etc.) e/ou construir soluções tecnológicas a partir desse conhecimento.

Capítulo 11

(EF07CI04) Avaliar o papel do equilíbrio termodinâmico para a manutenção da vida na Terra, para o funcionamento de máquinas térmicas e em outras situações cotidianas.

Capítulos 11 e 12

(EF07CI05) Discutir o uso de diferentes tipos de combustível e máquinas térmicas ao longo do tempo para avaliar avanços, questões econômicas e problemas socioambientais causados pela produção e uso desses materiais e máquinas.

Capítulo 12

(EF07CI06) Discutir e avaliar mudanças econômicas, culturais e sociais, tanto na vida cotidiana quanto no mundo do trabalho, decorrentes do desenvolvimento de novos materiais e tecnologias (como automação e informatização).

Capítulos 9, 10, 12 e atividade de encerramento da unidade D

Unidade temática: Vida e evolução

Diversidade de ecossistemas
Fenômenos naturais e impactos ambientais
Programas e indicadores de saúde pública

(EF07CI07) Caracterizar os principais ecossistemas brasileiros quanto à paisagem, à quantidade de água, ao tipo de solo, à disponibilidade de luz solar, à temperatura etc., correlacionando essas características à flora e fauna específicas.

Capítulos 2, 9 e atividade de encerramento da unidade C

(EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração etc.

Capítulos 1, 2, 9 e atividade de encerramento da unidade C

(EF07CI09) Interpretar as condições de saúde da comunidade, da cidade ou do estado, com base na análise e comparação de indicadores de saúde (como taxa de mortalidade infantil, cobertura de saneamento básico e incidência de doenças de veiculação hídrica, atmosférica entre outras) e dos resultados de políticas públicas destinadas à saúde.

Capítulos 3, 4, 5, 6 e atividade de encerramento da unidade B

(EF07CI10) Argumentar sobre a importância da vacinação para a saúde pública, com base em informações sobre a maneira como a vacina atua no organismo e o papel histórico da vacinação para a manutenção da saúde individual e coletiva e para a erradicação de doenças.

Capítulo 3 e atividades de encerramento das unidades A e B

(EF07CI11) Analisar historicamente o uso da tecnologia, incluindo a digital, nas diferentes dimensões da vida humana, considerando indicadores ambientais e de qualidade de vida.

Capítulos 3, 9, 10, 12 e atividade de encerramento da unidade D

Unidade temática: Terra e Universo

Composição do ar
Efeito estufa
Camada de ozônio
Fenômenos naturais (vulcões, terremotos e
tsunamis)
Placas tectônicas e deriva continental

(EF07CI12) Demonstrar que o ar é uma mistura de gases, identificando sua composição, e discutir fenômenos naturais ou antrópicos que podem alterar essa composição.

Capítulo 12

(EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro.

Capítulo 11

(EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas individuais e coletivas para sua preservação.

Capítulo 12

(EF07CI15) Interpretar fenômenos naturais (como vulcões, terremotos e tsunamis) e justificar a rara ocorrência desses fenômenos no Brasil com base no modelo das placas tectônicas.

Capítulo 12

(EF07CI16) Justificar o formato das costas brasileira e africana com base na teoria da deriva dos continentes.

Capítulo 12

Temas Contemporâneos Transversais (tê cê tês) na Bê êne cê cê

Em consonância com as competências gerais, as competências específicas e as habilidades de Ciências da Natureza na Bê êne cê cê, os Temas Contemporâneos Transversais se fazem presentes em diferentes momentos ao longo do volume, com o intuito de contribuir para a formação cidadã dos estudantes, para a construção de uma sociedade mais igualitária, ética e justa.

Nesse sentido, os Temas Contemporâneos Transversais têm a condição de explicitar a ligação entre os diferentes componentes curriculares de fórma integrada, bem como de fazer sua conexão com situações vivenciadas pelos estudantes em suas realidades, contribuindo para trazer contexto e contemporaneidade aos objetos de conhecimento descritos na Bê êne cê cê.

Dentre os vários pesquisadores que investigam e discorrem sobre a relevância e responsabilidade da educação, parece ser consenso que, para atingir seus objetivos e finalidades há que se adotar uma postura que considere o contexto escolar, o contexto social, a diversidade e o diálogo.

Por fim, cabe esclarecer que os Temas Contemporâneos Transversais na Bê êne cê cê também visam cumprir a legislação que versa sobre a Educação Básica, garantindo aos estudantes os direitos de aprendizagem, pelo acesso a conhecimentos que possibilitem a formação para o trabalho, para a cidadania e para a democracia e que sejam respeitadas as características regionais e locais, da cultura, da economia e da população que frequentam a escola.

BRASIL. Temas Contemporâneos Transversais na Bê êne cê cê: Contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília: Méqui, 2019. Disponível em: https://oeds.link/Mp6RcA. Acesso em: 13 maio 2022.

As macroáreas de Temas Contemporâneos Transversais contempladas ao longo do volume são:

Capítulo

Macroárea(s) de TCTs

1

Multiculturalismo

3

Saúde, Multiculturalismo, Ciência e Tecnologia

4

Saúde

6

Saúde, Cidadania e Civismo, Meio Ambiente

7

Saúde, Meio Ambiente

8

Meio Ambiente

9

Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Saúde

10

Cidadania e Civismo, Ciência e Tecnologia

11

Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente

12

Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente

Propostas de avaliação

Unidade A – 1º bimestre

Questão 1

Com base na lista de seres vivos no quadro a seguir, responda às questões.

onça – capim – goiabeira – cogumelo – alga – coelho –

samambaia – cachorro – ser humano – bolor – bananeira – roseira

  1. Classifique os seres vivos listados como autotróficos ou heterotróficos.
  2. Qual é o critério utilizado nessa classificação?
  3. Diferencie os seres vivos autotróficos dos heterotróficos quanto à obtenção de alimento.

Questão 2

Alguns estudantes universitários fizeram o levantamento das espécies de animais que vivem em um bosque. Parte dos resultados está no quadro a seguir.

Nome comum

Nome científico

Jaguatirica

Leopardus pardalis

Gato-do-mato

Leopardus tigrinus

Capivara

Hydrochoerus hydrochaeris

Cutia

Dasyprocta aguti

Gambá-saruê

Didelphis aurita

Macaco-sauá

Callicebus personatus

Sagui-de-tufos-pretos

Callithrix penicillata

Sagui-de-tufos-brancos

Callithrix jacchus

Cachorro-do-mato

Cerdocyon thous

  1. Quantas espécies e quantos gêneros estão listados no quadro?
  2. É possível dizer que o sagui-de-tufos-brancos e o sagui-de-tufos-pretos são mais semelhantes entre si do que com o macaco-sauá? Justifique.

Questão 3

Assinale a alternativa em que o nome científico está escrito corretamente.

  1. eretmoquélis imbricata (tartaruga-de-pente)
  2. (preguiça-de-bentinho)
  3. (sapinho-pingo-de-ouro)
  4. (tamanduá-mirim)
  5. (arara-vermelha-grande)

Questão 4

Sobre a biodiversidade, assinale a alternativa correta.

  1. A introdução de espécies não nativas em uma região aumenta a variedade de seres vivos no local e contribui para a conservação da biodiversidade do ambiente.
  2. O desmatamento e as queimadas ameaçam de extinção apenas as espécies de plantas, não afetando a biodiversidade de animais de uma região.
  3. A biodiversidade é o conjunto de todas as espécies de seres vivos existentes na natureza.
  4. A biodiversidade é pouco afetada pela caça e pelo tráfico de animais, pois a maioria das espécies tem capacidade de se reproduzir rapidamente.
  5. O desenvolvimento econômico e o estabelecimento de grandes centros urbanos contribuíram para a conservação da biodiversidade global.

Questão 5

Relacione corretamente o fator abiótico (letras A e B) às adaptações correspondentes.

A. Baixas temperaturas

B. Falta de água

( ) O mandacaru é uma planta com folhas modificadas em espinhos, o que diminui a perda de água para o ambiente.

( ) Os elefantes-marinhos conseguem nadar em águas geladas, pois, entre outras características, têm uma grossa camada de gordura sob a pele que atua como isolante térmico.

( ) No inverno, as cegonhas deixam a Europa e migram para a região central da África.

( ) O rato-canguru, além de produzir urina muito concentrada e fezes secas, evita sair da toca nos horários mais quentes, para economizar água.

Questão 6

Sobre o fluxo de energia e de matéria nos ecossistemas, avalie as afirmações a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F).

( ) Em uma cadeia alimentar, um consumidor terciário tem maior quantidade de energia disponível que um consumidor primário.

( ) Os seres vivos decompositores são importantes pois reciclam a matéria nos ecossistemas.

( ) A energia é incorporada nas cadeias alimentares pelos produtores, que são seres autotróficos.

( ) Nas cadeias alimentares, a energia flui de fórma unidirecional e parte dela é perdida para o ambiente na fórma de calor.

Questão 7

Sobre os protozoários, foram feitas as afirmações a seguir.

um São organismos exclusivamente terrestres, vivendo na terra úmida e na lama.

dois São organismos unicelulares, ou seja, formados por apenas uma célula.

três São autotróficos, ou seja, incapazes de produzir o próprio alimento, obtendo-o diretamente do ambiente.

quatro A reprodução ocorre quando a célula que constitui o organismo se divide em duas.

Indique quais afirmações são verdadeiras (V) e quais são falsas (F). Em seguida, corrija as sentenças falsas.

Questão 8

Relacione corretamente as doenças com seus sintomas, suas características e seus agentes causadores.

um. Doença de Chagas

dois. Malária

três. Amebíase

quatro. Giardíase

( ) Transmitida pelas fêmeas de mosquitos do gênero anófeles contaminadas por protozoários do gênero plasmódium ésse pê, essa doença provoca febre alta e mal-estar em intervalos regulares.

( ) A Giárdia lâmblia é contraída pela ingestão de água e alimentos contaminados e causa diarreias e dores no abdômen.

( ) Causada pelo protozoário Trípanossoma crúzi, a doença geralmente é adquirida pelo contato de mucosas (da boca, do nariz e dos olhos) ou de feridas na pele com as fezes dos insetos contaminados com o protozoário, popularmente chamados de barbeiros.

( ) Causada pela Entamoéba histolítica, essa doença é adquirida pela ingestão de água e alimentos contaminados pelo protozoário e causa lesões no intestino e diarreia com sangue.

Questão 9

Apesar de serem conhecidas pelas doenças que causam aos seres humanos, muitas bactérias são essenciais para diversos processos produtivos e muito importantes para o funcionamento dos ecossistemas. Cite duas fórmas pelas quais as bactérias beneficiam o ambiente.

Questão 10

A dengue, a zika e a chicungunha são doenças transmitidas pela picada da fêmea contaminada do mosquito aédis aêgipiti, que deposita seus ovos em locais com água parada. Sobre essas doenças, assinale a alternativa incorreta.

  1. São doenças causadas por vírus; por isso, o uso de antibióticos não auxilia no tratamento.
  2. A melhor fórma de evitar o contágio dessas doenças é lavar bem os alimentos antes de ingeri-los.
  3. O desenvolvimento de uma vacina é uma fórma eficaz de prevenir essas doenças.
  4. A prevenção dessas doenças deve ser feita eliminando os criadouros do mosquito transmissor.

Após escolher a alternativa, responda também à seguinte pergunta: Se um posto de saúde de determinado bairro tem recebido muitos pacientes diagnosticados com dengue, o que se pode dizer sobre as condições para o desenvolvimento do mosquito transmissor nesse local?

Gabarito comentado

Questão 1

a. Autotróficos: capim, goiabeira, alga, samambaia, bananeira e roseira.

Heterotróficos: onça, cogumelo, coelho, cachorro, ser humano e bolor.

  1. O critério de classificação é a fórma de obtenção de alimento.
  2. Os seres vivos autotróficos são capazes de produzir o próprio alimento. Os seres vivos heterotróficos são incapazes de produzir o próprio alimento, tendo de se alimentar de outros seres vivos para obtê-lo.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender as diferenças entre os organismos autotróficos e os heterotróficos e reconhecer a fórma de obtenção de alimentos como um dos critérios possíveis para a classificação dos seres vivos. Observe as respostas apresentadas: é possível que os estudantes ainda tenham dificuldade para classificar os fungos como organismos heterotróficos. Nesse caso, utilize o item 3, Classificando os seres vivos, do capítulo 1 do livro do estudante, para revisar o conteúdo abordado nessa questão.

Questão 2

  1. Estão representados 9 espécies e 7 gêneros.
  2. Sim. Os saguis pertencem ao mesmo gênero ( ésse pê); portanto, compartilham entre si um ancestral comum mais recente do que compartilham com o macaco-sauá.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender que, de acordo com o sistema de nomenclatura de Lineu, usado para nomear as espécies, a primeira palavra indica o gênero ao qual o organismo pertence, e as duas palavras juntas indicam o nome científico da espécie. Observe as respostas apresentadas e, se necessário, retome o conteúdo trabalhado resolvendo em conjunto com os estudantes as atividades 1 e 2 da seção Explore diferentes linguagens, do capítulo 1 do livro do estudante.

Questão 3

Alternativa correta: B.

Para responder à questão, além de compreender o sistema de nomenclatura das espécies de Lineu, os estudantes devem conhecer a grafia usada para nomeá-las. Portanto, ao selecionar a alternativa A ou D, é provável que eles não tenham compreendido que as duas palavras que compõem o nome científico das espécies devem ser representadas em itálico ou sublinhadas. Ao selecionar a alternativa C ou E, é provável que não tenham compreendido, além da necessidade de usar itálico ou sublinhar, que a primeira palavra indica o gênero e deve ser escrita com a primeira letra maiúscula e que a segunda palavra deve ser escrita com a primeira letra minúscula. Se necessário, explique novamente o sistema de nomenclatura das espécies estabelecido por Lineu.

Questão 4

Alternativa correta: C.

Para responder à questão, é necessário que os estudantes conheçam o conceito de biodiversidade. Eles devem entender como os impactos provocados pelas ações humanas podem ameaçar as espécies ou provocar sua extinção e, consequentemente, causar a redução da biodiversidade. Portanto, ao selecionar alternativas diferentes da C, é provável que eles não tenham compreendido como a introdução de espécies exóticas, o desmatamento, a caça, o tráfico de animais e a urbanização podem interferir nas relações ecológicas de um ecossistema e ocasionar a redução da biodiversidade.

Questão 5

A sequência correta é: B; A; A; B.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender que as características adaptativas dos seres vivos estão associadas ao seu hábitat natural e ao seu modo de vida. Observe as respostas apresentadas e, se necessário, retome o conteúdo abordado na questão com a leitura conjunta do item 4, Adaptação aos fatores não vivos, do capítulo 2 do livro do estudante.

Questão 6

A sequência correta é: F; V; V; V.

Para responder à questão, é necessário que os estudantes tenham compreendido as diferenças entre os fluxos de matéria e de energia nos ecossistemas. Ao classificar incorretamente as afirmações, é provável que eles não tenham entendido que nas cadeias alimentares parte da energia armazenada nos organismos vivos de um nível trófico não é disponibilizada para os organismos do próximo nível. Nesse caso, explique novamente como ocorre a transferência de energia e matéria nas cadeias e teias alimentares utilizando o conteúdo dos itens 9 e 10, Fluxo de energia nos ecossistemas e Fluxo de matéria nos ecossistemas, do capítulo 2 do livro do estudante.

Questão 7

A sequência correta é: F; V; F; V.

um – Os protozoários podem ser parasitas, viver associados a outros seres vivos ou apresentar hábito de vida livre, distribuindo-se por diversos ambientes tanto terrestres quanto aquáticos.

três – São heterotróficos, ou seja, incapazes de produzir o próprio alimento, obtendo-o diretamente do ambiente.

Para responder à questão, é preciso que os estudantes compreendam as principais características dos protozoários. Além disso, é necessário que eles mobilizem o conhecimento classificando os seres vivos como autotróficos ou heterotróficos, de acordo com a fórma de obtenção de alimentos. Observe as respostas e, se necessário, retome as principais características dos protozoários utilizando a seção Desenvolvimento do tema do capítulo 3 do livro do estudante.

Questão 8

A sequência correta é: dois; quatro; um; três.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer os sintomas, as características e os modos de transmissão de algumas doenças provocadas por protozoários: malária, giardíase, amebíase e doença de Chagas. Observe as relações estabelecidas pelos estudantes e, se necessário, retome o conteúdo trabalhado na questão solicitando que eles façam uma pesquisa sobre sintomas, ciclo de transmissão, agentes causadores, medidas de tratamento e prevenção dessas doenças. Se julgar interessante, peça aos estudantes que organizem as informações encontradas construindo mapas conceituais.

Questão 9

Considerando o conteúdo apresentado no capítulo 3 do livro do estudante, é esperado que os estudantes respondam que as espécies de bactérias decompositoras auxiliam na reciclagem de nutrientes do solo e que as bactérias fixadoras de nitrogênio aumentam a fertilidade do solo.

Para responder à questão, é necessário que os estudantes compreendam que as bactérias não são apenas causadoras de doenças e que podem beneficiar o meio ambiente e os demais seres vivos atuando em processos ecológicos importantes para o equilíbrio dos ecossistemas. Observe as respostas e, se necessário, retome o conteúdo abordado nessa questão solicitando aos estudantes que façam uma pesquisa sobre o papel desempenhado pelas bactérias para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas, consultando a internet e material impresso.

Questão 10

Alternativa a ser assinalada (que expressa uma ideia incorreta): B.

Espera-se que os estudantes interpretem a alta incidência de dengue (ou outras doenças transmitidas pelo mosquito aédis aêgipiti) como resultado de grande número de focos de água parada, que possibilitam a reprodução do mosquito.

Para responder à questão, é necessário que os estudantes reconheçam que as doenças mencionadas são causadas por vírus e compreendam seu modo de transmissão. É importante que eles saibam que o desenvolvimento de vacinas e a eliminação dos criadouros do mosquito transmissor são as melhores fórmas de prevenir essas doenças virais e que os antibióticos são usados apenas para tratar doenças causadas por bactérias. Portanto, ao selecionar a alternativa A, é possível que os estudantes não tenham entendido que as doenças mencionadas são causadas por vírus ou que os antibióticos não podem tratar doenças virais. Nesse caso, peça aos estudantes que leiam o texto “Os antibióticos e saúde humana”, da seção Em destaque, no capítulo 3. Ao selecionar a alternativa C ou D, é provável que eles não tenham compreendido as melhores fórmas de prevenção dessas doenças. Nesse caso, solicite que retomem os textos “Febre chikungunya (ou chicungunha)” e “Zika virus”, das seções Em destaque, no capítulo 3.

Unidade B – 2º bimestre

Questão 1

Leia o texto e, em seguida, responda às questões.

Jonas foi viajar e esqueceu uma panela aberta com resto de arroz cozido sobre a pia. Quando retornou, notou que havia bolor sobre o arroz.

  1. A que grupo de seres vivos pertence o bolor? Cite duas características dêsse grupo.
  2. Explique como o bolor apareceu sobre o arroz.
  3. Por que não é recomendado consumir alimentos embolorados?

Questão 2

Complete o texto corretamente usando as palavras do quadro.

fungo – plantas – quentes – esporos – comestíveis – alimento –

reciclagem – tóxicos – nutrientes – decomposição – úmidos

A professora de Ciências levou os estudantes para fazer uma trilha na mata. Caminhando pela trilha, Raquel encontrou um cogumelo crescendo no solo, entre as folhas caídas no chão. João afirmou que, assim como as __________, os cogumelos produzem seu próprio __________. Larissa corrigiu João, explicando que os cogumelos são um tipo de __________ e fazem a __________ dos restos de outros seres vivos, realizando a __________ dos __________.

Marcos lembrou de um documentário que dizia que geralmente os cogumelos são __________ para os seres humanos, mas que há espécies __________, como o , conhecido como champignon.

A professora aproveitou para esclarecer que os fungos se reproduzem por meio de __________ presentes no ar. Ao encontrar ambientes favoráveis, __________ e __________, eles se desenvolvem, originando novos fungos.

Questão 3

Os fungos apresentam somente benefícios para o ser humano. Você concorda com essa afirmação? Justifique.

Questão 4

No verão, com o aumento do turismo nas regiões litorâneas do Brasil, é comum o crescimento do número de casos de acidentes com águas-vivas. Como a maioria das espécies de águas-vivas é quase transparente, os banhistas não percebem sua presença no mar. O contato com o animal, principalmente com seus tentáculos, pode causar lesões avermelhadas na pele e ardência intensa.

Com base no que você aprendeu sobre as águas-vivas, analise as afirmações e, em seguida, indique quais estão corretas:

um. As águas-vivas pertencem ao grupo dos poríferos.

dois. A anêmona é um animal que pertence ao mesmo grupo das águas-vivas.

três. Nos tentáculos existem cnidócitos, células que liberam substâncias urticantes ao contato.

a) Apenas um.

b) Apenas dois.

c) um e dois.

d) dois e três.

e) Todas estão corretas.

Questão 5

Analise a imagem e, em seguida, responda às questões.

Fotomontagem. Casulos, pendurados em uma superfície, têm a estrutura amarela e preta e são brilhantes. Inseto adulto visto de frente tem dois olhos grandes, duas antenas, o corpo escuro, asas e aparelho bucal sugador longo, enrolado abaixo dos olhos. Lagarta comprida verde com manchas pretas e amarelas sobre folha. Inseto adulto tem o corpo escuro coberto por cerdas e as asas largas de cor amarela com manchas escuras. Inseto adulto de asas amarelas com detalhes em preto sobrevoa flores.
  1. Qual é o animal mostrado na imagem e a qual grupo ele pertence? Quais fases do ciclo de vida dêsse animal estão representadas?
  2. As lagartas de algumas espécies de insetos podem causar queimaduras na nossa pele. Em qual dessas fases o animal é conhecido como lagarta e pode ser prejudicial ao ser humano?

Questão 6

Lucas gosta muito de observar a natureza. Ele tem o hábito de anotar, em um caderno, as características dos animais que encontra e os locais onde os encontrou. Leia, a seguir, três anotações do caderno de Lucas e, em seguida, indique a alternativa correta.

Animal A: verde brilhante, seis pernas pretas, um par de antenas curtas, um par de asas duras e um par de asas transparentes e flexíveis (encontrado no quintal da casa da avó).

Animal B: preto e amarelo, oito pernas, mais de um par de olhos (encontrado no jardim da escola, em uma teia).

Animal C: vermelho, duas pernas com pinças, oito pernas sem pinças (encontrado entre as pedras da praia).

  1. A – aracnídeo; B – aracnídeo; C – inseto
  2. A – inseto; B – crustáceo; C – aracnídeo
  3. A – crustáceo; B – aracnídeo; C – inseto
  4. A – inseto; B – aracnídeo; C – crustáceo
  5. A – aracnídeo; B – inseto; C – crustáceo

Questão 7

O novo prefeito de uma cidade, onde ocorrem muitos casos de amarelão, traçou as seguintes estratégias para reduzir o número de pessoas contaminadas no município:

um. Identificar e tratar as pessoas doentes.

dois. Coletar e tratar todo o esgoto da cidade.

três. Instalar telas nas janelas das casas e distribuir repelente para a população.

Quais dessas medidas seriam eficazes no combate ao amarelão? Explique.

Questão 8

Complete corretamente as frases a seguir usando as palavras do quadro.

esgoto – ovos – teníase – parasita – larvas – carne –

cisticercose – tênia – cisticercos – alimentos

  1. A ____________ é um platelminto ____________ que causa duas doenças no ser humano: a teníase e a ____________.
  2. A ____________ é adquirida pela ingestão de carne de boi ou de porco malcozida contendo ____________ da tênia, os ____________
  3. A cisticercose é adquirida pela ingestão dos ____________ da tênia, que podem estar em verduras, frutas e legumes mal lavados.
  4. Evita-se a teníase com o consumo de ____________ bem cozida. Já para prevenir a cisticercose, é preciso lavar bem os ____________ e as mãos, assim como são necessários a coleta e o tratamento do ____________.

Questão 9

Sobre a ascaridíase, indique a alternativa correta:

  1. A ascaridíase é uma doença transmitida pela ingestão de alimentos e água contaminados por ovos do Ancilostôma duodenále.
  2. Os principais sintomas da ascaridíase são manchas vermelhas pelo corpo e febre alta.
  3. Os ovos da lombriga são eliminados com as fezes do indivíduo contaminado.
  4. A ascaridíase é transmitida pela penetração da larva de Ascáris lumbricóides na pele.
  5. A ascaridíase pode ser evitada utilizando telas nas janelas, mosquiteiros e repelentes.

Questão 10

Observe a ilustração.

Ilustração. Garoto sentado em uma cadeira, com uma manga da blusa arregaçada. Na frente dele, uma enfermeira, com avental e segurando uma seringa em uma das mãos.

Elabore uma legenda para a imagem, procurando conscientizar a comunidade escolar sobre a importância da vacinação para a saúde individual e coletiva.

Gabarito comentado

Questão 1

  1. O bolor pertence ao grupo dos fungos. Entre as características, os estudantes podem mencionar, por exemplo, que os fungos são eucarióticos, heterotróficos, têm o corpo formado por hifas e desempenham um papel importante na decomposição e na reciclagem de nutrientes no ambiente.
  2. Os esporos de bolor, dispersos pelo ambiente através do vento, encontraram no arroz esquecido em uma panela destampada sobre a pia as condições ambientais adequadas de umidade e temperatura para germinar e produzir um novo fungo.
  3. Porque os fungos que formam o bolor liberam substâncias para digerir o alimento que podem ser tóxicas para o ser humano.

Para responder às questões, os estudantes devem conhecer algumas características dos fungos e compreender sua fórma de reprodução. Os fungos são organismos eucarióticos, ou seja, apresentam um núcleo organizado. Além disso, são heterotróficos, pois obtêm alimento do meio em que vivem. Alguns fungos participam da decomposição da matéria orgânica morta, outros são utilizados na obtenção de alimentos (como é o caso da levedura na fabricação de pão). Eles podem ser parasitas e causar doenças em animais e em plantas.

Os fungos se reproduzem por esporos, que, ao encontrarem ambiente favorável, desenvolvem-se, produzindo novos fungos. E podem causar problemas ao serem ingeridos, pois produzem substâncias tóxicas. Caso os estudantes tenham dificuldades na memorização de alguns termos que caracterizam os fungos, como eucarióticos e heterotróficos, retome o significado para que se tornem familiares.

Questão 2

A professora de Ciências levou os estudantes para fazer uma trilha na mata. Caminhando pela trilha, Raquel encontrou um cogumelo crescendo no solo, entre as folhas caídas no chão. João afirmou que, assim como as plantas, os cogumelos produzem seu próprio alimento. Larissa corrigiu João, explicando que os cogumelos são um tipo de fungo e fazem a decomposição dos restos de outros seres vivos, realizando a reciclagem dos nutrientes.

Marcos lembrou de um documentário que dizia que geralmente os cogumelos são tóxicos para os seres humanos, mas que há espécies comestíveis, como o agarícus campéstres, conhecido como champignon.

A professora aproveitou para esclarecer que os fungos se reproduzem por meio de esporos presentes no ar. Ao encontrar ambientes favoráveis, quentes e úmidos, eles se desenvolvem, originando novos fungos.

Nessa questão, além de resgatar o conhecimento sobre algumas características dos fungos, os estudantes devem reconhecer o ambiente mais adequado para o seu desenvolvimento. Esses organismos se reproduzem por meio de esporos presentes no ar. Os esporos são células que germinam ao encontrar meio favorável. Se os estudantes apresentarem dificuldades, retome o esquema de reprodução do bolor no item 4 do capítulo 4 do livro do estudante.

Questão 3

Espera-se que os estudantes não concordem com essa afirmação, pois os fungos podem provocar doenças no ser humano, como as micoses.

Apesar de oferecerem benefícios, como a decomposição de restos orgânicos, alguns fungos são causadores das micoses, um tipo de infecção frequente entre os seres humanos. Elas podem ocorrer quando esporos de fungos encontram ambiente quente e úmido em partes do nosso corpo que não foram devidamente enxutas depois do banho, por exemplo. Caso os estudantes tenham dificuldades na resolução da questão, pergunte a eles se os fungos podem causar doenças. É esperado que se lembrem das micoses e, assim, concluam facilmente que os fungos podem ser prejudiciais.

Questão 4

Alternativa correta: D.

Para responder à questão, os estudantes devem reconhecer algumas das características das águas-vivas, animais invertebrados que pertencem ao grupo dos cnidários (e não ao grupo dos poríferos, como afirma a alternativa um). Os cnidários são seres aquáticos de vida livre, como as águas-vivas, ou sésseis, como as anêmonas, que vivem fixas em substratos. Uma particularidade dêsse grupo são as células conhecidas como cnidócitos, que liberam substâncias urticantes ao serem tocadas, podendo ocasionar queimaduras nos seres humanos. Essas células estão presentes, principalmente, nos tentáculos dêsses animais e, originalmente, estão relacionadas à proteção e à obtenção de alimento. Caso os estudantes manifestem dificuldades na resolução da questão, você pode elaborar, na lousa, um quadro com as características de poríferos e cnidários. Esse quadro pode ser preenchido com a ajuda de toda a turma.

Questão 5

  1. O animal é uma borboleta, e ela pertence ao grupo dos artrópodes. Estão representadas as fases larval, de pupa e adulta.
  2. Esse animal é conhecido como lagarta na fase de larva. As lagartas podem ser prejudiciais aos seres humanos, pois muitas delas apresentam cerdas que liberam substâncias urticantes que podem provocar queimaduras. Algumas podem provocar hemorragias.

Para responder às questões, os estudantes devem reconhecer as fases do ciclo de vida de muitos insetos, em particular das borboletas. As larvas das borboletas são conhecidas como lagartas. Elas se alimentam de vegetais e apresentam cerdas na superfície do corpo. Quando uma pessoa encosta nas cerdas de determinadas lagartas, substâncias produzidas originalmente para a defesa do animal são liberadas, causando ardência na pele da vítima (ou até hemorragias, nos casos mais graves). O ciclo de vida da borboleta e de muitos outros insetos começa com a deposição dos ovos e a eclosão das larvas, seguidas pela fase de pupa, na qual a larva sofre metamorfose para se transformar no animal adulto. É esperado que os estudantes apresentem familiaridade com esse assunto, pois ele costuma ser abordado a partir dos anos iniciais do Ensino Fundamental. No entanto, caso manifestem dificuldades na resolução da questão, retome o conteúdo sobre a metamorfose completa no capítulo 5 do livro do estudante.

Questão 6

Alternativa correta: D.

Entre os animais descritos na questão, os estudantes devem identificar diferentes representantes dos artrópodes: o inseto, o aracnídeo e o crustáceo. Os artrópodes constituem o grupo de invertebrados com o maior número de espécies, distribuídas em diferentes classes. Os insetos têm seis pernas, um par de antenas e podem apresentar um ou dois pares de asas. Os aracnídeos são artrópodes de oito pernas que não apresentam asas ou antenas. Algumas espécies perdem as asas no decorrer do desenvolvimento (como os cupins, por exemplo). Os crustáceos apresentam várias pernas (a quantidade de pernas é diversificada nessa classe), dois pares de antenas e não possuem asas. Esses animais são estudados desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, mas é normal que os estudantes tenham dúvidas, principalmente em relação ao número de pernas. Caso isso ocorra, apresente ilustrações dos representantes de cada um dêsses grupos para que, observando suas características, possam sanar as dúvidas.

Questão 7

Espera-se que os estudantes indiquem as alternativas um e dois, pois são medidas que interrompem o ciclo de vida do parasita e impedem a propagação da doença.

Tratar as pessoas doentes ajudaria a eliminar o parasita. Por sua vez, coletar e tratar o esgoto da cidade evitaria que fezes humanas contendo ovos do parasita contaminassem os corpos d’água e o solo. O amarelão é uma doença causada por um verme cilíndrico do grupo dos nematódeos. Seu ciclo de vida começa com a postura dos ovos, que eclodem em fórmas larvais. No ser humano, essas larvas se transformam em indivíduos adultos. A alternativa três é válida somente para doenças transmitidas por insetos, como a febre amarela, por exemplo. Caso os estudantes apresentem dificuldade na resolução da questão, retome as fórmas de contágio e prevenção das verminoses.

Questão 8

  1. A tênia é um platelminto parasita que causa duas doenças no ser humano: a teníase e a cisticercose.
  2. A teníase é adquirida pela ingestão de carne de boi ou de porco malcozida contendo larvas da tênia, os cisticercos.
  1. A cisticercose é adquirida pela ingestão dos ovos da tênia, que podem estar em verduras, frutas e legumes mal lavados.
  2. Evita-se a teníase com o consumo de carne bem cozida. Já para prevenir a cisticercose, é preciso lavar bem os alimentos e as mãos, assim como são necessários a coleta e o tratamento do esgoto.

Para resolver essa questão, os estudantes devem compreender o ciclo de vida da tênia (um verme de corpo achatado, parasita do grupo dos platelmintos), bem como as medidas para prevenir a doença. A teníase pode ser causada pela Taênia sólium, cujas larvas são encontradas na carne de porco, e pela Taênia sagináta, cujas larvas são encontradas na carne de vaca. O ciclo de vida da Taênia sólium começa com os ovos, eliminados pelas fezes de pessoas contaminadas pelo verme adulto. Esses ovos, se depositados em locais inapropriados, podem contaminar a água e os alimentos. Caso o ser humano faça a ingestão de água e de alimentos com os ovos, pode adquirir a doença, conhecida como cisticercose, em que a larva se desenvolve no sistema nervoso humano. Caso o porco se alimente de água ou de alimentos contaminados pelos ovos, as larvas se desenvolvem em sua musculatura. Ao comer carne de porco malpassada, ingerimos as larvas. Caso os estudantes manifestem dificuldade na resolução da questão, retome o conteúdo sobre teníase e cisticercose presente no capítulo 6 do livro do estudante.

Questão 9

Alternativa correta: C.

Nessa questão, os estudantes devem compreender o ciclo de vida do verme nematelminto Ascáris lumbricóides, além de suas fórmas de contágio e de prevenção. Um indivíduo contaminado libera os ovos dêsse verme em suas fezes, que podem contaminar a água e os alimentos. O ser humano ingere as larvas, e estas se tornam adultas. A alternativa A está incorreta, pois a espécie que causa a ascaridíase é Ascáris lumbricóides. No caso da alternativa B, a ascaridíase não causa manchas ou febre, mas sim diarreia e dores abdominais. A alternativa D está incorreta, pois a larva não penetra pela pele; o contágio se dá pela ingestão dos ovos. As medidas eficazes contra a ascaridíase são: lavar bem os alimentos, ingerir água potável e ter acesso ao saneamento básico; portanto, a alternativa E também está incorreta. Caso os estudantes manifestem dificuldade na resolução da questão, retome o “Esquema da transmissão da ascaridíase” apresentado no item 6 do capítulo 6 do livro do estudante, relembrando as principais características do ciclo.

Questão 10

Resposta pessoal.

O mais importante nessa questão é que as legendas consigam abordar de maneira breve e atraente alguns aspectos relevantes sobre as vacinas. Elas são a única fórma de prevenção de algumas doenças que acometem a espécie humana, como a poliomielite e a varíola. As vacinas evitam doenças não apenas no indivíduo vacinado, mas também nas pessoas com quem ele convive. Outro aspecto importante é que algumas doenças foram erradicadas justamente por existirem as campanhas de vacinação e a obrigatoriedade da vacinação durante a infância.

A imagem mostra uma criança alegre e sem receio de tomar a vacina, representada por uma grande seringa de injeção. É provável que muitos estudantes adotem esse viés para elaborar suas frases. O que importa é que eles complementem a ideia tendo em vista os aspectos ressaltados anteriormente. Caso os estudantes apresentem dificuldades na elaboração da legenda, ajude-os a relembrar os motivos pelos quais a vacinação é importante.

Unidade C – 3º bimestre

Questão 1

Leia o texto e, em seguida, responda às questões.

Na piracema, várias espécies de peixes de água doce se deslocam até as nascentes dos rios para se reproduzir. No Brasil, esse fenômeno ocorre no verão, quando as temperaturas são mais altas e há maior volume de chuvas, elevando o nível de água dos rios.

Para alcançar as nascentes, os peixes precisam subir o rio, isto é, eles têm de nadar contra a correnteza. Esse esforço causa a queima de gordura corporal e a produção de hormônios que estimulam a formação dos gametas.

Após alcançarem os locais adequados, machos e fêmeas liberam os gametas na água, onde ocorrem a fecundação e a formação dos zigotos. O desenvolvimento dos zigotos resulta nos alevinos, estágio larval dos peixes, que, levados pela correnteza, descem o rio, alcançando lagoas marginais, onde se transformam em adultos.

Durante a piracema, diversas espécies de peixes entram no período de defeso, como é chamado o período no qual a pesca se torna proibida por lei.

  1. Qual é o tipo de reprodução descrita no texto: sexuada ou assexuada? Justifique sua resposta.
  2. Cite o tipo de fecundação que ocorre entre os peixes. Justifique sua resposta com uma passagem do texto.
  3. Qual é a importância de proibir a pesca durante o período da piracema?

Questão 2

Leia o texto e, em seguida, responda à questão.

Os seres humanos, assim como outros animais terrestres, fazem as trocas gasosas com o ar atmosférico, absorvendo gás oxigênio e eliminando gás carbônico para o ambiente. Dessa fórma, um mergulhador precisa usar um cilindro com ar comprimido para conseguir permanecer algum tempo submerso. Em contrapartida, os peixes fazem as trocas gasosas com a água, retirando o gás oxigênio dissolvido no meio líquido.

Cite a estrutura responsável pelas trocas gasosas nos peixes e explique seu funcionamento.

Questão 3

Os répteis são reconhecidos como os primeiros vertebrados a conquistar definitivamente o ambiente terrestre. Assinale a alternativa que apresenta uma adaptação dos répteis à vida terrestre.

  1. Respiração pulmonar suplementada com a respiração cutânea.
  2. Pele fina, úmida e vascularizada.
  3. Fecundação externa e desenvolvimento com estágio larval em ambiente aquático.
  4. Temperatura interna do corpo constante.
  5. Pele grossa e impermeável.

Questão 4

Em uma visita a um zoológico, os estudantes deveriam anotar os nomes dos animais que observassem. No setor reservado aos répteis, eles fizeram a seguinte lista:

Cágado; jararaca; jacaré-de-papo-amarelo; jiboia; jabuti; cascavel; tartaruga-mordedora; lagarto-teiú; tartaruga-tigre-d’água; camaleão; sucuri; lagarto-voador; jacaré-açu.

Depois, em sala de aula, eles classificaram os animais da lista em crocodilianos, escamados e quelônios.

Selecione a alternativa que contém apenas os animais classificados como quelônios.

  1. jararaca, jiboia, cascavel, sucuri
  2. jacaré-de-papo-amarelo, jacaré-açu
  3. jacaré-de-papo-amarelo, lagarto-teiú, lagarto-voador
  4. cágado, jabuti, tartaruga-mordedora, tartaruga-tigre-d’água
  5. lagarto-teiú, camaleão, lagarto-voador

Questão 5

A respeito das serpentes, assinale a alternativa incorreta.

  1. Todas as serpentes são peçonhentas, ou seja, têm glândulas produtoras de toxinas ligadas a dentes inoculadores capazes de injetar essa substância no corpo da presa.
  2. Algumas serpentes têm um orifício perto das narinas, a fosseta loreal, que permite detectar o calor do corpo da presa.
  3. Quando uma pessoa é picada por uma serpente peçonhenta, a aplicação do soro antiofídico é essencial para neutralizar a ação da peçonha no corpo.
  4. Para evitar acidentes, ao andar em trilhas no interior de matas, use calçados fechados, de preferência botas.

Questão 6

Associe corretamente os grupos de vertebrados às características correspondentes.

  1. Anfíbios
  1. Répteis
  1. Aves

D. Mamíferos

( ) Animais de pele grossa e impermeável, com escamas ou placas de queratina. A maioria é ovípara.

( ) São animais com corpo recoberto por penas. A maioria das espécies pode voar.

( ) Possuem a pele fina e permeável. A maioria dos representantes é dependente da água para reprodução, pois a fecundação é externa.

( ) Apresentam pelos na superfície do corpo e glândulas mamárias que produzem leite, que serve de alimento para os filhotes.

Questão 7

Leia o texto e, em seguida, responda à questão.

A harpia, ou gavião-real, vive em florestas, principalmente da região amazônica. É uma grande predadora, capaz de caçar mamíferos arborícolas, como macacos e preguiças, e terrestres, como cachorros-do-mato e quatis. Também preda outras aves, como seriemas e mutuns. As patas fortes com garras longas e o bico forte e afiado fazem da harpia uma das mais poderosas águias do mundo.

Com base no texto, cite duas adaptações das harpias relacionadas a seus hábitos alimentares.

Questão 8

Em um experimento foram aferidas as temperaturas de um lagarto e de um rato ao longo de um dia. Essas temperaturas foram comparadas à temperatura do ambiente e colocadas no gráfico a seguir:

Gráfico. Gráfico de linhas da aferição de temperatura de dois animais. No eixo vertical, Temperatura corporal (em grau Celsius), com os pontos 0, 10, 20, 30 e 40,  e no eixo horizontal, Temperatura ambiente (em grau Celsius) com os pontos 0, 10, 20, 30 e 40. Curva A. O primeiro ponto da curva indica temperatura corporal em aproximadamente 35 graus Celsius e temperatura ambiente com temperatura próxima a zero graus Celsius e os demais pontos apresentam variação pequena na temperatura corporal até atingir 40 graus Celsius na temperatura ambiente. Curva B. O primeiro ponto mostra a temperatura corporal em aproximadamente 5 graus Celsius com a temperatura ambiente próxima a zero graus Celsius. A temperatura corporal aumenta gradativamente com o aumento da temperatura ambiente, até atingir temperatura corporal máxima próxima de 35 graus Celsius com aproximadamente 40 graus Celsius de temperatura ambiente.

Fonte: Dados fictícios com fins didáticos.

Com base nas temperaturas corporais, qual das curvas representa o lagarto e qual representa o rato? Justifique sua resposta.

Questão 9

Associe corretamente os ambientes às suas características.

  1. Floresta de Araucárias
  1. Mata dos Cocais

C. Pampas

( ) Ambiente com predomínio de vegetação rasteira, como capim e grama, muito utilizado na criação de gado. Apresenta grandes áreas improdutivas em razão do processo de desertificação.

( ) Vegetação constituída principalmente pela espécie conhecida como pinheiro-do-paraná. A maior parte da vegetação original foi devastada.

( ) Caracterizada como faixa de transição, apresenta vegetação composta de espécies de palmeiras das quais se extraem vários produtos, como óleos, fibras e ceras, que são comercializados pela população local.

Questão 10

Após uma aula expositiva sobre biomas brasileiros e faixas de transição, os estudantes fizeram alguns comentários. Indique quais dos comentários estão corretos e corrija os que estão errados.

  1. Jaqueline: Embora a Mata Atlântica abrigue uma grande diversidade de seres vivos, muitos deles correm risco de extinção em razão da destruição dêsse bioma. Os impactos nesse ambiente têm sua origem na época da colonização do Brasil, com a expansão do cultivo de cana-de-açúcar. Hoje, as principais ameaças a esse bioma são a expansão das áreas urbanas e a extração ilegal de palmito-juçara e madeira.
  2. Fernando: Na Caatinga, as chuvas são abundantes e ocorrem durante todo o ano. As espécies animais e vegetais que habitam a região são adaptadas ao clima quente e bastante úmido.
  1. Joana: O Cerrado ocupa uma grande área do território brasileiro. É o bioma mais seco do país. As poucas árvores que compõem a vegetação são baixas, com troncos retorcidos e raízes profundas para obter água dos lençóis freáticos. É um bioma bastante ameaçado pela expansão do cultivo de soja.
  2. Marcelo: O Pantanal é caracterizado por uma estação seca e uma estação chuvosa. Na época das chuvas, as regiões mais baixas são inundadas, e, quando retornam ao nível normal, as águas deixam nutrientes no solo. Há uma grande diversidade de seres vivos, muitos deles ameaçados de extinção pela expansão da agricultura e da pecuária e pela caça ilegal.

Gabarito comentado

Questão 1

  1. Reprodução sexuada, pois envolve a participação de gametas.
  2. Na reprodução dos peixes ocorre fecundação externa. “reticências machos e fêmeas liberam os gametas na água, onde ocorrem a fecundação e a formação dos zigotos. reticências
  3. A importância da proibição da pesca durante a piracema é garantir a reprodução de várias espécies de peixes.

Para responder à questão, os estudantes devem ler e interpretar corretamente o texto apresentado. Também é necessário que eles compreendam que a reprodução sexuada envolve o encontro dos gametas e consigam diferenciar os eventos relacionados à fecundação interna e à fecundação externa. Com base nas informações do texto, eles devem compreender a importância da proibição da pesca durante o período da piracema. Observe as respostas apresentadas e, caso seja necessário, retome o conteúdo abordado na questão solicitando aos estudantes que leiam o item 4, Noções sobre reprodução animal, do capítulo 7 do livro do estudante.

Questão 2

As estruturas são as brânquias. Na maioria dos peixes, a água entra pela boca, passa pelas brânquias e sai por uma abertura lateral, o opérculo. Ao passar pelas brânquias, o gás oxigênio dissolvido na água é absorvido pelo sangue, e o gás carbônico do sangue é eliminado na água.

Para responder à questão, os estudantes devem reconhecer o tipo de respiração realizada pelos peixes e compreender seu funcionamento. Observe as respostas apresentadas e, se julgar necessário, retome os principais aspectos relacionados à respiração branquial utilizando o esquema apresentado no item 5, Peixes, do capítulo 7 do livro do estudante.

Questão 3

Alternativa correta: E.

Para responder à questão, é necessário que os estudantes reconheçam quais adaptações possibilitaram aos répteis conquistar definitivamente o ambiente terrestre. Ao selecionar as alternativas A e B, é provável que não tenham compreendido que a respiração pulmonar suplementada pela respiração cutânea, que demanda uma pele fina, úmida e vascularizada, é uma característica dos anfíbios que os limita a ambientes úmidos. A fecundação externa e o desenvolvimento com estágio larval em ambiente aquático também são características dos anfíbios que os tornam dependentes da água. Já a homeotermia, apesar de ser uma característica adaptativa que favorece também a conquista de diversos ambientes terrestres, é observada apenas em aves e mamíferos. Caso seja necessário, retome o conteúdo trabalhado nessa questão respondendo com os estudantes às atividades 10 a 12 da seção Use o que você aprendeu, do capítulo 7 do livro do estudante. Nessas atividades, são abordadas as características adaptativas dos répteis que possibilitaram a conquista definitiva do ambiente terrestre.

Questão 4

Alternativa correta: D.

Para responder à questão, os estudantes devem lembrar os critérios utilizados para classificar os répteis em crocodilianos, escamados e quelônios e associá-los aos animais apresentados na lista. Portanto, ao selecionar outras alternativas em vez da D, é provável que os estudantes não tenham compreendido corretamente as características comuns dos indivíduos de cada um dos grupos mencionados. Se necessário, retome o conteúdo abordado na questão utilizando o conteúdo do item 7, Répteis, do capítulo 7 do livro do estudante. Após retomar o conteúdo, você também pode apresentar algumas imagens de répteis pertencentes aos grupos mencionados para que os estudantes as classifiquem.

Questão 5

Alternativa a ser assinalada (que expressa uma ideia incorreta): A.

Para responder à questão é necessário que os estudantes reconheçam as principais características das serpentes e as medidas de prevenção e tratamento em caso de acidentes com as espécies peçonhentas. É importante também que eles compreendam que nem todas as serpentes são peçonhentas. Caso não selecionem a alternativa A, é provável que os estudantes não tenham compreendido as características dêsse grupo de répteis. Se for esse o caso, retome o conteúdo respondendo com eles à atividade 15 da seção Use o que você aprendeu do capítulo 7 do livro do estudante. Nessa atividade, os estudantes deverão responder se todos os ofídios são peçonhentos.

Questão 6

A sequência correta é: B; C; A; D.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer as principais características de cada grupo: anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Observe as respostas apresentadas e, caso seja necessário, retome as principais características dêsses animais construindo com os estudantes um mapa conceitual. Utilize como exemplos os mapas conceituais apresentados nas seções Organização de ideias: Mapa conceitual do livro do estudante e as considerações do item Mapas conceituais, na parte inicial deste Manual do professor.

Questão 7

As patas fortes e com garras longas e o bico forte e afiado, que tornam a harpia apta ao hábito predador.

Para responder à questão, os estudantes devem identificar que as características adaptativas mencionadas no texto (“patas fortes com garras longas e o bico forte e afiado”) favorecem o hábito alimentar das harpias. A questão exige principalmente a leitura atenta e a associação das informações apresentadas no texto. Caso seja necessário, responda com os estudantes à atividade 3 da seção Use o que você aprendeu do capítulo 8 do livro do estudante. Nessa atividade, eles terão de explicar por que a variedade de bicos e patas nas aves representa adaptações.

Questão 8

A curva A representa o rato e a curva B, o lagarto. O rato é um animal homeotérmico, ou seja, consegue manter a temperatura corporal constante, independentemente do ambiente. Já o lagarto é um animal pecilotérmico, ou seja, a temperatura ambiental influencia sua temperatura corporal.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender as diferenças entre os animais pecilotérmicos e homeotérmicos e reconhecer que a homeotermia é observada apenas em aves e mamíferos. Caso os estudantes apresentem dificuldade para responder, solicite a eles que façam uma pesquisa sobre as principais diferenças entre os animais pecilotérmicos e os homeotérmicos relacionadas à regulação da temperatura corporal. Solicite também que associem as diferenças encontradas entre os dois grupos aos seus modos de vida e aos limites de distribuição geográfica.

Questão 9

A sequência correta é: C; A; B.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer as características da Mata dos Cocais e dos biomas Floresta de Araucárias e Pampas. Observe as respostas apresentadas e, caso seja necessário, revise as principais características dêsses ambientes utilizando as imagens apresentadas no capítulo 9 do livro do estudante.

Questão 10

Comentários corretos: A (Jaqueline) e D (Marcelo).

Comentários incorretos: B (Fernando) e C (Joana).

Fernando: Na Caatinga, as chuvas são raras e a seca pode durar anos. As espécies animais e vegetais que habitam a região são adaptadas ao clima quente e seco.

Joana: O Cerrado ocupa uma grande área do território brasileiro. As poucas árvores que compõem a vegetação são baixas, com troncos retorcidos e raízes profundas para obter água dos lençóis freáticos. É um bioma bastante ameaçado pela expansão do cultivo de soja.

Para responder à questão, os estudantes devem reconhecer as características da Mata Atlântica, da Caatinga, do Cerrado e do Pantanal, assim como as principais ameaças que atingem esses ambientes. Observe as respostas apresentadas e, se necessário, revise as características dêsses biomas utilizando o conteúdo trabalhado no capítulo 9 do livro do estudante.

Unidade D – 4º bimestre

Questão 1

Segundo a lenda, Arquimedes, um dos principais cientistas da Antiguidade clássica, disse aos seus conterrâneos gregos: “Deem-me um ponto de apoio e eu levantarei o mundo”. Certamente, essa foi uma maneira metafórica usada pelo cientista para valorizar um dos tipos de máquinas simples.

A qual tipo de máquina simples Arquimedes se referia? Explique seu funcionamento.

Questão 2

Você certamente já ouviu falar que o reflorestamento pode contribuir para reverter o agravamento do efeito estufa. Com base em seus conhecimentos acerca das plantas, explique como o aumento da vegetação ajudaria a combater esse problema ambiental.

Questão 3

O ar atmosférico é constituído por uma mistura de vários gases, destacando-se o gás nitrogênio, o gás oxigênio e gás carbônico. Identifique a sentença que apresenta informações CORRETAS sobre as características próprias a um dêsses gases.

  1. O oxigênio é um gás incolor que está presente apenas no ar puro e é essencial para a realização da fotossíntese.
  2. O nitrogênio é o gás mais abundante no ar, embora não seja essencial para a respiração dos seres vivos.
  3. O gás carbônico é um dos gases presentes na atmosfera e é utilizado como matéria-prima no processo de fermentação realizado pelas plantas.
  4. O gás carbônico é um gás presente apenas no ar poluído, já que é o grande responsável pelo efeito estufa.

Questão 4

Sabemos que a destruição da camada de ozônio traz uma série de ameaças à saúde e ao ambiente. Identifique a alternativa que apresenta e justifica de modo correto uma ameaça relacionada à destruição da camada de ozônio.

a. As plantas teriam sua capacidade de fotossíntese aumentada pela redução nos níveis de gás carbônico atmosférico.

  1. Haveria maior incidência de câncer de pele nos seres humanos, já que a camada de ozônio não absorveria parte da radiação ultravioleta emitida pelo Sol.
  2. Haveria um aumento no efeito estufa por meio da redução na concentração dos gases atmosféricos.
  3. As florestas seriam devastadas pelo efeito da chuva ácida causada por um aumento na absorção da radiação ultravioleta.

Questão 5

Na aula de Ciências, em uma discussão em grupo sobre os conceitos de calor e temperatura, Raquel lançou a seguinte afirmação: “Calor e temperatura são sinônimos”. Você concorda com essa afirmação? Justifique.

Questão 6

Em um dia de inverno, é comum ouvir afirmações como esta: “Estou com tanto frio! Preciso de um cobertor para me esquentar”. Do ponto de vista científico, no entanto, essa afirmação denota uma interpretação errônea de determinados conceitos.

Reescreva a afirmação de modo que ela fique cientificamente correta.

Questão 7

Com relação ao equilíbrio térmico, assinale a alternativa incorreta.

  1. Quando dois corpos atingem a mesma temperatura, diz-se que eles estão em equilíbrio térmico.
  2. O corpo de maior temperatura transfere calor para o corpo de menor temperatura até que ambos atinjam equilíbrio térmico.
  3. Há um fluxo constante de energia térmica do Sol para o planeta Terra, o que torna possível a manutenção da vida na Terra.
  4. Ao colocar um líquido que está à temperatura ambiente na geladeira, é correto dizer que a geladeira esfria o líquido.

Questão 8

Em 1769, o engenheiro francês criou uma carruagem movida a vapor, uma das primeiras versões do que futuramente se tornaria o automóvel com motor. Hoje, é quase impossível imaginar o mundo sem essa máquina.

Em 2008, a frota de veículos no estado de São Paulo era de cêrca de 17 milhões e 583 mil veículos (motocicletas, automóveis, caminhões, ônibus, entre outros). Dez anos depois, em 2018, a frota de veículos chegou ao impressionante número de cêrca de 29 milhões e 500 mil.

Grande parte dêsses veículos utiliza a gasolina como combustível, que, ao ser queimada nos motores, emite gás carbônico e outros gases poluentes para a atmosfera. A maior parte da poluição do ar nas grandes cidades é causada pelos automóveis.

Além dos impactos ambientais e dos prejuízos para a saúde, o grande número de veículos automotores provoca grandes congestionamentos, que trazem outros problemas, como o tempo gasto nos deslocamentos e a diminuição do tempo que se passa com a família e os amigos.

Com base no texto e nos seus conhecimentos, considerando as diferentes dimensões da vida humana, selecione argumentos favoráveis e argumentos desfavoráveis ao uso de automóveis na vida cotidiana.

Questão 9

Um jornal brasileiro apresentou a seguinte manchete:

“Um forte terremoto atingiu a cidade de Tomakomai, no Japão, causando grandes danos”.

  1. O que é um terremoto?
  2. É rara a ocorrência de terremotos no Brasil. Como você explica esse fato?

Questão 10

Observando um mapa-múndi, um estudante do 7º ano fez a afirmação: “Uau! Que coincidência! O formato do litoral brasileiro parece se encaixar com o da costa da África!”.

Explique a que se deve essa “coincidência” observada pelo estudante.

Gabarito comentado

Questão 1

Arquimedes se referia à alavanca. O princípio de funcionamento dessa máquina simples deve-se à sua capacidade de multiplicar a fôrça aplicada, possibilitando que um pequeno esforço mova grandes objetos a partir da correlação de três elementos fundamentais: ponto fixo, em torno do qual a alavanca pode girar; fôrça potente, exercida com o objetivo de levantar, sustentar, equilibrar etcétera; e fôrça resistente, exercida pelo objeto que se pretende levantar, sustentar, equilibrar etcétera

Questão 2

Com o aumento da vegetação, haveria maior consumo de gás carbônico (dióxido de carbono, cê ódois) pelas plantas durante a fotossíntese, diminuindo as concentrações dêsse gás na atmosfera, o que combateria a intensificação do efeito estufa.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender que as plantas utilizam o gás carbônico para a produção do seu próprio alimento no processo de fotossíntese e, também, que o aumento gradual da concentração de gás carbônico na atmosfera, a partir de queimadas e principalmente da intensa utilização de combustíveis fósseis, é o fator que mais tem contribuído para a intensificação do efeito estufa. Com isso, é possível estabelecer a relação entre o consumo do gás carbônico pelas plantas e a diminuição da quantidade de gás carbônico na atmosfera e, consequentemente, a redução do agravamento do efeito estufa. Caso os estudantes tenham dificuldades, retome a leitura do subitem Atividade humana e intensificação do efeito estufa, do capítulo 11, e recorra ao item 5, Poluição do ar, do capítulo 12 do livro do estudante.

Questão 3

Alternativa correta: B.

A questão avalia se os estudantes reconhecem as características dos gases que compõem o ar atmosférico e se os relacionam aos processos dos seres vivos, como respiração, fotossíntese e fermentação. Se os estudantes optarem pela alternativa A, significa que não compreenderam que o gás oxigênio está presente no ar, seja ele puro ou poluído. Também podem ter confundido o consumo com a produção de oxigênio nos processos de respiração e fotossíntese, respectivamente. Se escolheram a alternativa C ou D, isso indica que não compreenderam que o gás carbônico é essencial para a realização da fotossíntese pelas plantas, sendo sua fonte de alimento, e que, portanto, esse gás está presente também no ar puro. Se necessário, retome a discussão com o auxílio do capítulo 12 do livro do estudante.

Questão 4

Alternativa correta: B.

Ao selecionar a alternativa A ou C, é possível que os estudantes tenham confundido os gases responsáveis pelo efeito estufa com o gás ozônio, que compõe a camada de ozônio. Ao selecionar a alternativa D, talvez os estudantes não tenham compreendido que o aumento na concentração de gases como o dióxido de enxofre e os óxidos de nitrogênio tem relação com a ocorrência das chuvas ácidas, e não com a radiação ultravioleta. Se julgar necessário, retome o conteúdo apresentado no capítulo 12 do livro do estudante.

Questão 5

A afirmação de Raquel está incorreta, pois calor e temperatura são conceitos diferentes. Enquanto temperatura é uma grandeza física associada ao estado de movimento ou à agitação das partículas que compõem os corpos, calor é energia térmica em trânsito e flui de um corpo para outro em razão da diferença de temperatura existente entre eles.

Questão 6

Uma maneira correta de reconstruir a afirmação é: “Estou com tanto frio! Preciso de um cobertor para evitar que eu ceda calor para o meio”.

Para reconstruir a afirmação de modo correto, os estudantes devem compreender que a transferência de calor ocorre de uma região mais quente para uma mais fria. Além disso, devem entender que a função do cobertor é agir como um isolante térmico, que evita a perda de calor do corpo para o ambiente.

Questão 7

Alternativa a ser assinalada (que expressa uma ideia incorreta): D.

A questão avalia se o estudante compreende o que é equilíbrio térmico e o seu papel em situações cotidianas e para a manutenção da vida na Terra. Avalia também se os estudantes aplicam os conceitos científicos em situações cotidianas. Espera-se que eles identifiquem que, do ponto de vista científico, a afirmação D está incorreta, pois haverá transferência de calor do líquido para o interior da geladeira. Se houver dificuldades na compreensão, retome a leitura do item 2, Calor e troca de calor, do capítulo 11 do livro do estudante.

Questão 8

Como argumentos favoráveis, os estudantes podem citar o conforto, a comodidade, a independência e a rapidez de deslocamento em médias e longas distâncias. Como argumentos desfavoráveis, é possível mencionar impactos ambientais como a poluição do ar e a intensificação do efeito estufa; impactos na saúde como agravamento de doenças respiratórias e alergias, além do aumento do sedentarismo; e impactos econômicos e sociais como o tempo gasto nos congestionamentos e a consequente diminuição do tempo de produção e de lazer e convivência com os familiares e amigos. Resgate com os estudantes outros exemplos de máquinas e tecnologias que foram pesquisadas na seção Isso vai para o nosso blog!, no encerramento da Unidade C do livro do estudante.

Questão 9

  1. Terremoto é o nome dado ao tremor de terra decorrente do atrito de duas placas litosféricas, em que há movimentos de reacomodação que criam ondas de choque (ondas sísmicas) que se propagam e fazem a superfície tremer. O terremoto também pode ocorrer onde há falhas na crosta.
  2. O Brasil localiza-se em uma zona intraplacas litosféricas (Placa Sul-Americana), afastado das zonas de contato ou de separação das placas, o que traz maior estabilidade. Se os estudantes apresentarem dificuldade, retome o item 8, Vulcões, terremotos e tsunamis, do capítulo 12 do livro do estudante.

Questão 10

O formato das costas brasileira e africana pode ser explicado por meio da Teoria da Deriva Continental. Essa teoria, de Álfred Véguenar, foi fundamentada em evidências fósseis e pela análise das formações rochosas (composição e idade) existentes nos continentes de ambos os lados do atual Oceano Atlântico. Essas formações rochosas correspondem de fórma perfeita ao juntar as peças do mapa como se fosse um quebra-cabeça.

cêrca de 180 milhões de anos, o único continente que então existia, a Pangea, começou a se separar, formando os atuais continentes, o que explica o fato de o litoral brasileiro se “encaixar” na costa africana.

Se houver dificuldade, retome o item 7, Placas litosféricas, do capítulo 12 do livro do estudante.

Aprofundamento ao professor

Referente ao capítulo 1

Aqui, transcrevemos um texto que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados à classificação dos seres vivos em três domínios.

“Os biólogos podem delinear a árvore evolutiva da vida

Se todas as atuais espécies de organismos no planeta são descendentes de um único tipo de organismo unicelular que viveu há quase 4 bilhões de anos, como elas se tornaram tão diferentes?

Já que indivíduos dentro de uma população se acasalam aleatoriamente, mudanças funcionais e estruturais podem evoluir dentro daquela população, mas esta permanecerá uma espécie. Entretanto, se algum evento isola alguns membros de um grupo de outros, diferenças funcionais e estruturais entre eles podem se acumular ao longo do tempo. Em resumo, as vias evolucionárias dos dois podem divergir para o ponto onde seus membros não podem mais se reproduzir entre eles. Transformaram-se em espécies diferentes. reticências

reticências

reticências Algumas espécies viviam no passado, mas atualmente estão extintas. Milhões de eventos de especiação criaram essa vasta diversidade, e o desdobramento dêsses eventos pode ser diagramado como uma ‘árvore evolucionária’, demonstrando a ordem na qual as populações se dividem e, finalmente, evoluem em novas espécies. Uma árvore evolucionária traça os descendentes dos ancestrais que viveram em diferentes tempos no passado. Assim, os organismos de qualquer ramo compartilham um ancestral na base daquela linha. Os grupos mais proximamente relacionados são colocados juntos no mesmo ramo; enquanto os organismos mais distantemente relacionados estão em diferentes ramos. reticências Adotamos a convenção de que o tempo flui da esquerda para a direita, de modo que a árvore na figura reticências se posiciona sobre seu lado, com sua raiz – o ancestral de toda a vida – na esquerda. Muitos detalhes ainda precisam ser esclarecidos, mas os aspectos gerais da Árvore da Vida foram determinados. Seus padrões de ramificação estão baseados em um rico conjunto de evidências obtido com base em fósseis, em estruturas, em processos metabólicos, em comportamento e em análises moleculares de genomas.

Esquema.  Uma seta para a direita indica tempo, do Antigo para o Atual. Relações entre os seres vivos representadas por fios conectados na forma de um cladograma, com três blocos azuis representando os domínios 'Bacteria', 'Archaea' e 'Eukarya'. Na base dos ramos do cladograma, à esquerda, indicação do ancestral comum a todos os grupos de seres vivos. Dele,  bifurcam-se dois ramos: 'Bacteria' e um ramo indicando ancestral comum entre Archaea e Eukarya sinalizado por um ponto e pelo texto 'Archaea e Eukarya compartilham um ancestral comum não compartilhado pelas bactérias.'  Desse ponto, bifurcam-se os ramos: 'Archaea' e ancestral comum a todos os Eucarya, sinalizado por um ponto e pelo texto: 'A célula eucariótica provavelmente evoluiu somente uma vez. Muitos grupos diferentes de eucariotos microbianos (protistas) surgiram de um ancestral comum.' Nas pontas dos ramos, à direita do esquema, estão representados os ramos 'Plantas', 'Fungos' e 'Animais' com o texto: 'Três principais grupos de eucariotos multicelulares evoluíram de diferentes grupos de eucariotos microbianos.'
A árvore da vida O sistema de classificação usado reticências [nesta figura] divide os organismos terrestres em três domínios: bactería, Arkaea e Eukaria. Os ramos não marcados reticências [não denominados na figura] representam vários grupos de eucariotos microbianos, comumente conhecidos como ‘protistas’.

Não existem fósseis para nos ajudar a determinar as divisões anteriores na linhagem da vida, já que aqueles organismos unicelulares não possuíam partes que poderiam ser preservadas como fósseis. Entretanto, evidências moleculares têm sido usadas para separar os organismos vivos em três domínios principais: bactería, Arkaea e Eukaria (conforme figura). Os organismos de cada domínio têm evoluído separadamente de organismos em outros domínios por mais de um bilhão de anos.

Os organismos dos domínios Arkaea e bactería são procariotos. Arkaea e bactería diferem tão fundamentalmente entre si nos seus processos metabólicos que se acredita que eles se separaram em linhagens evolutivas distintas muito antes.

Membros do terceiro domínio – Eukaria – possuem células eucarióticas. Os três principais grupos de eucariotos multicelulares – plantas, fungos e animais – evoluíram a partir de eucariotos microbianos, geralmente referidos como protistas. O protista fotossintético, que deu origem às plantas, era completamente distinto do ancestral dos animais e fungos, como pode ser visto pelo padrão de ramificação da figura.

Algumas bactérias, algumas arquêas, alguns protistas e a maioria das plantas são capazes de fazer fotossíntese. Esses organismos são chamados de autotróficos (autoalimentadores). As moléculas biológicas que eles produzem são o alimento primário para quase todos os outros organismos vivos.

Os fungos incluem mofos, cogumelos, leveduras e outros organismos semelhantes, sendo todos heterotróficos (alimentam-se de outras fontes), ou seja, eles precisam de uma fonte de moléculas sintetizadas por outros organismos, que são quebradas para obter energia para os seus processos metabólicos. Os fungos degradam moléculas de alimento ricas em energia no seu ambiente e, então, absorvem os produtos do processo para suas células. Alguns fungos são importantes decompositores de resíduos e corpos mortos de outros organismos.

Como os fungos, os animais são heterotróficos, mas, ao contrário dos fungos, eles ingerem sua fonte de alimento, então degradam o alimento no trato digestório. Os animais ingerem outras fórmas de vida, inclusive plantas, fungos e outros animais. Suas células absorvem os produtos da degradação e obtêm energia dêsses produtos.”

Fonte: SADAVA, D. êti áli. Vida: a ciência da Biologia. oitava edição Porto Alegre: Artmed, 2009. volume 1. página 12-13.

Referente ao capítulo 3

Este é um texto de nossa autoria sobre preparações para uso em microscopia.

Exemplos de preparações simples para uso em microscopia

Água contendo microrganismos

Coleta-se uma amostra de água de lago, lagoa, rio etcétera Pela origem, muito provavelmente essa amostra conterá microrganismos. Coloca-se uma gota dessa amostra no centro de uma lâmina para microscopia. Sobre ela coloca-se uma lamínula de vidro. Algumas bolhas de ar não são obstáculo à observação. Muitas bolhas, porém, requerem que o preparo da lâmina seja refeito.

Nesse tipo de preparação é comum visualizarmos protozoários, larvas, diatomáceas etcétera

Ilustração. A. Destaque para a mão de uma pessoa colocando uma gota de água com um conta-gotas sobre uma lâmina de vidro. B. Destaque para a mão de uma pessoa colocando uma lamínula de vidro sobre a lâmina.
Esquema para a preparação de uma lâmina com água possivelmente contendo microrganismos. A. Uma gota da amostra é colocada no centro da lâmina. B. Uma lamínula é colocada sobre essa gota e pressionada com um palito de madeira ou pinça.

Fibras têxteis, algodão e pena

Usando a mesma ideia anterior, podem-se observar fibras têxteis de tecidos finos. Os tecidos grossos não permitem a obtenção de imagens nítidas e claras.

Corte pedacinhos quadrados – com 0,5 centímetro de lado – de tecidos finos, de preferência coloridos. Posicione cada um deles no centro de uma lâmina. Coloque uma gota de água sobre o tecido e cubra-o com uma lamínula.

Alguns fiapos de algodão podem ser preparados da mesma maneira. Use muito poucos, para não prejudicar a iluminação e a nitidez.

Esse mesmo processo também pode ser utilizado para preparar uma lâmina com um pequeno quadrado cortado de pena de ave.

Células da cebola

Corte uma cebola ao meio e retire uma de suas “pétalas”. Com uma pinça, remova a película que reveste a superfície interna (côncava) dessa “pétala”. Corte um quadrado dessa película com 0,5 centímetro de lado e coloque sobre uma lâmina. Adicione uma gota de água e cubra-o com uma lamínula.

A adição a essa preparação de uma gota de tintura de iodo (adquirida em farmácias) permite corar o núcleo de castanho-escuro e o citoplasma de castanho-claro, após algum tempo.


Este é um texto de nossa autoria sobre os principais mecanismos de ação de antibióticos.

Como antibióticos combatem bactérias?

Os antibióticos com aplicações terapêuticas devem ter toxicidade seletiva. Devem ser tóxicos para o agente causador da doença – mas não para o ser humano – por atuarem em etapas do metabolismo do microrganismo, e não do indivíduo infectado. Vejamos os principais mecanismos de ação de antibióticos sobre bactérias. (Acompanhe os números no esquema.)

Inibição da duplicação do cromossomo bacteriano (impede a reprodução do microrganismo) ou da transcrição do dê êne á em érre ene a mensageiro (fonte de informação para a síntese proteica).

Há antibióticos que imitam substâncias usadas pela célula bacteriana (metabólitos) e se ligam a enzimas, inibindo-as.

Há antibióticos que modificam a permea­bilidade da membrana plasmática da bactéria, fazendo com que metabólitos importantes sejam perdidos através dela.

Há antibióticos que atuam inibindo a síntese de proteínas bacterianas. Como existe uma diferença estrutural entre os ribossomos de bactérias e os de humanos, esses medicamentos não afetam a produção proteica humana.

A parede celular é uma estrutura relativamente rígida, formada pela substância peptidogli­cano, que envolve a membrana plasmática de bactérias. Há antibióticos que impedem a formação completa do peptidoglicano. Isso acarreta a lise da célula bacteriana.

Em função das reações adversas e da possibi­lidade de selecionar bactérias resistentes, antibióticos jamais devem ser tomados por conta própria.

Ilustração. Uma estrutura ovalada representando a "Célula bacteriana, em corte e muito simplificada". No envoltório alaranjado mais externo, linha de chamada e texto: "Parede celular (envoltório externo)". Em um ponto a parede celular está interrompida. Logo abaixo da parede celular, outro envoltório, colorido em vermelho, linha de chamada e texto: "Membrana plasmática". Em um ponto, a membrana plasmática está interrompida. No interior da célula, linha de chamada e texto: "Citoplasma". No interior do citoplasma, uma estrutura circular e espiralada na cor vermelha: "DNA". Do DNA, seta para a esquerda indica uma segunda estrutura circular espiralada semi aberta vermelha e amarela. Texto: "Duplicação do cromossomo para a reprodução". Do DNA, seta para a direita indica uma linha espiralada verde com o texto: "A transcrição produz RNA mensageiro". Dessa estrutura, seta para a direita para uma estrutura enovelada na cor azul: "A tradução sintetiza proteína". Da proteína, seta para a direita, indicando uma estrutura enovelada vermelha: "Há proteínas que atuam como enzimas". Quadros indicando a ação de antibióticos na célula bacteriana. "1. Inibição da duplicação cromossômica ou da transcrição". "2. Inibição da atuação de enzimas que produzem substâncias essenciais ao metabolismo". "3. Danos à membrana plasmática". "4. Inibição da síntese de proteínas". "5. Inibição da síntese da parede celular".
Representação esquemática, em cores e fórmas fantasiosas, dos principais modos de ação de antibióticos sobre bactérias.

Fontes do esquema: Médigan, M. T. êti áli. Brock Biology of Microorganisms. décima quinta edição Harlow: Pearson 2019. página 889; , G. J.; fúnqui, B. R.; queizi, C. L. Microbiology: an introduction. décima terceira edição Harlow: Pearson 2021. página 587.

Este é um texto de nossa autoria sobre a resistência de bactérias a antibióticos.

Bactérias resistentes a antibióticos: como surge tal resistência?

Fatores ambientais atuam na seleção natural, inclusive dos microrganismos. Aqueles que sobrevivem carregam genes que os tornam mais adaptados à sobrevivência no ambiente.

Para bactérias patogênicas (causadoras de doenças), o ambiente é o corpo do hospedeiro. A administração de antibiótico cria, nesse ambiente, condições nas quais muitos, ou todos, indivíduos de uma população bacteriana patogênica morrem. Porém, alguns podem sobreviver graças a características genéticas diferenciadas. Ao se reproduzirem, esses microrganismos originam novas cepas (linhagens) da espécie, que são resistentes ao antibiótico em questão. Por exemplo, quando o antibiótico penicilina G começou a ser utilizado, praticamente todas as linhagens de Sstafilocócus áureus eram sensíveis a ele. Uma década depois, quase a totalidade das infecções hospitalares por essa bactéria era causada por cepas resistentes ao antibiótico.

O ambiente hospitalar reúne uma série de condições para a dispersão das cepas resistentes: (a) há microrganismos no hospital, (b) há pacientes que estão debilitados e, portanto, sensíveis a infecções que normalmente não atacariam um indivíduo saudável, e (c) a transmissão é propiciada pelo contato paciente-paciente, paciente-profissional de saúde ou através de instrumentos e instalações contaminadas.

Um aspecto de grande importância e que causa bastante preocupação quando se fala em bactérias resistentes são os plasmídios. Um plasmídio (ou plasmídeo) é uma estrutura de dê êne á, geralmente circular, que não faz parte do cromossomo da bactéria. Há bactérias que não têm plasmídio. Outras têm vários. Os plasmídios contêm instruções genéticas para certos aspectos da atividade bacteriana. Os que contêm a base genética dos mecanismos para resistir a antibióticos e a outros inibidores do crescimento são denominados plasmídios R. Alguns dêsses mecanismos estão representados no esquema a seguir.

Os plasmídios R foram descobertos na década de 1950, em bactérias intestinais que exibiam resistência a antibióticos do tipo sulfa. Foi demonstrado, em seguida, que cepas resistentes são capazes de transmitir a resistência a cepas não resistentes. Tal transmissão ocorre porque plasmídios podem ser transferidos de uma bactéria para outra da mesma espécie (e, às vezes, de espécies aparentadas) por meio do contato celular. Isso faz dos plasmídios R um dos principais desafios da Medicina atual.

Ilustração. Antibiótico representado por um disco roxo e estrutura alvo do antibiótico (no interior da célula bacteriana) representado por um C invertido roxo. Célula bacteriana representada por uma estrutura ovalada. 1. Bloqueio da entrada do antibiótico na célula. Esquema com antibiótico fora da célula e corte vermelho sobre a seta que indica entrada na célula, sinalizando que o antibiótico não penetrou na célula bacteriana. 2. Destruição da molécula do antibiótico, inativando sua atuação. Esquema com seta indicando a entrada do antibiótico na célula, mas um X sobre o disco roxo dentro da célula. 3. Alteração da estrutura da célula que é o alvo do antibiótico. Esquema com seta indicando a entrada do antibiótico na célula, mas um risco vermelho sobre a seta que indica a ligação do disco roxo com a estrutura alvo do antibiótico. 4. Expulsão (efluxo) do antibiótico. Seta indicando a entrada e a saída do disco roxo na célula.
Representação esquemática, em cores e fórmas fantasiosas, de alguns mecanismos de resistência bacteriana a antibióticos.

Fontes do esquema: Microbiologia ilustrada. Porto Alegre: artimédi, 2004. página 147; , G. J.; fúnqui, B. R.; queizi, C. L. Microbiology: an introduction décima terceira edição Harlow: Pearson 2021. página 606.

Este é um texto de nossa autoria sobre o significado da sigla cá pê cê.

“Superbactéria” cá pê cê nas manchetes: o que significa essa sigla?

Em várias ocasiões, os meios de comunicação brasileiros noticiaram a preocupação com vários casos de infecção hospitalar causados por uma “superbactéria” resistente a diversos antibióticos. A sigla cá pê cê, usada pela mídia ao designar a bactéria, refere-se de fato à enzima que confere resistência ao microrganismo. Para explicar seu significado, vamos por partes.

Na sigla, a letra “K” indica clebsiéla, um gênero de bacilos (bactérias em fórma de bastonete) cujo nome é homenagem ao bacteriologista Éduin Clébis (1834-1913).

” refere-se a uma das bactérias dêsse gênero, a , encontrada nas vias aéreas e nas fezes de 5% das pessoas saudáveis, responsável por apenas 3% dos casos de pneumonia.

Algumas cepas (linhagens) dessa bactéria apresentam, contudo, informação genética para a produção de uma enzima, a carbapenemase (daí o “C” de cá pê cê), que catalisa a hidrólise (isto é, quebra da molécula em reação com a água) de antibióticos que contenham o chamado anel beta-lactâmico na molécula.

O anel beta-lactâmico existe nos antibióticos da classe das penicilinas, das cefalosporinas e dos carbapenens, também denominados carbapenemos ou carbapenemas.

Esquema. Reação de quebra do anel beta-lactâmico. O anel beta-lactâmico é representado na cor verde, por uma estrutura quadrada, contendo um nitrogênio (N) no canto inferior direito; no canto superior esquerdo, uma ligação simples com um radical (R1), no canto inferior esquerdo, ligação dupla com oxigênio (O) e dos cantos inferior e superior à direita liga-se um radical R2. Embaixo do anel, texto: Estrutura comum a penicilinas, cefalosporinas e carbapenens. A seta para direita indica a reação da quebra  do anel beta-lactâmico na presença de carbapenemase e água (H2O), formando uma outra molécula composta de ácido carboxílico e amina, ambos destacados com um fundo azul. No anel beta-lactâmico, a ligação entre o nitrogênio (N) e o carbono que faz ligação dupla com o oxigênio é quebrada e o o hidrogênio proveniente da água se liga ao nitrogênio e o grupo OH proveniente da água se liga ao carbono da dupla ligação com o oxigênio.

A hidrólise do anel beta-lactâmico, catalisada pela carbapenemase, pode ser equacionada como mostrado anteriormente. A reação inativa os antibióticos mencionados, tornando-os inúteis no combate à infecção. Daí a preocupação com surtos de infecções hospitalares por bactérias que sintetizem cá pê cê, a enzima carbapenemase detectada originalmente em cepas de .

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente no trabalho com microrganismos em alimentos.

Crescimento microbiano e deterioração de alimentos

“Os microrganismos, incluindo alguns patógenos de humanos, colonizam e desenvolvem-se em alimentos comuns. Muitos alimentos constituem um meio adequado para o crescimento de diferentes microrganismos, geralmente reduzindo a qualidade e a disponibilidade dos alimentos.

Deterioração alimentar

A deterioração alimentar é definida como qualquer alteração na aparência, odor ou sabor de um produto alimentício, tornando-o impróprio para o consumo. reticências A deterioração alimentar acarreta perdas para produtores, distribuidores e consumidores, na fórmade qualidade e quantidade reduzidas e preços mais elevados.

reticências As características físicas e químicas do alimento determinam seu grau de suscetibilidade à atividade microbiana. Em relação à deterioração, os alimentos são classificados em três principais categorias: (1) alimentos perecíveis, incluindo diversos alimentos frescos; (2) alimentos semiperecíveis, como batatas e nozes; e (3) alimentos estáveis ou não perecíveis, como farinha e açúcar (tabela 1).

Tabela 1. Classificação dos alimentos conforme o potencial de armazenamento

Classificação do alimento

Exemplos

Perecível

Carnes, peixes, aves domésticas, ovos, leite, maioria das frutas e legumes

Semiperecível

Batatas, alguns tipos de maçãs e nozes

Não perecível

Açúcar, farinha, arroz e grãos secos

Essas categorias alimentares exibem grandes diferenças quanto ao teor de umidade, que está relacionado à atividade de água, adáblio. A atividade de água é uma medida de disponibilidade dela para uso em processos metabólicos. Alimentos não perecíveis apresentam baixa atividade de água, podendo geralmente ser estocados por consideráveis períodos de tempo sem sofrer deterioração. Os alimentos perecíveis e semiperecíveis, por outro lado, normalmente apresentam atividade de água mais elevada. Portanto, tais alimentos devem ser armazenados sob condições que inibam o crescimento microbiano.

Alimentos frescos são deteriorados por uma variedade de bactérias e fungos. As propriedades químicas dos alimentos variam amplamente, sendo cada tipo de alimento fresco geralmente colonizado e deteriorado por um grupo relativamente pequeno de microrganismos. Os organismos deteriorantes são aqueles que obtêm acesso ao alimento, podendo utilizar os nutrientes disponíveis (tabela 2).

Tabela 2. Deterioração microbiana de alimentos frescos*

Produto alimentício

Tipo de microrganismo

Organismos deteriorantes comuns, por gênero

Frutas e legumes

Bactérias

Erwinia, Pseudomonas, Corynebacterium (patógenos principalmente de legumes; raramente causam a deterioração de frutas)

Fungos

Aspergillus, Botrytis, Geotrichium, Rhizopus, Penicillium, Cladosporium, Alternaria, Phytophthora, várias leveduras

Carnes frescas, aves domésticas e frutos do mar

Bactérias

Acinetobacter, Aeromonas, Pseudomonas, Micrococcus, Achromobacter, Flavobacterium, Proteus, Salmonella, Escherichia, Campylobacter, Listeria

Fungos

Cladosporium, Mucor, Rhizopus, Penicillium, Geotrichium, Sporotrichium, Candida, Torula, Rhodotorula

Leite

Bactérias

Streptococcus, Leuconostoc, Lactococcus, Lactobacillus, Pseudomonas, Proteus

Alimentos com elevado teor de açúcar

Bactérias

Clostridium, Bacillus, Flovobacterium Fungos

Fungos

Saccharomyces, Torula, Penicillium

* Os organismos relacionados correspondem aos agentes deteriorantes mais comumente observados em alimentos frescos e perecíveis. Os gêneros destacados em negrito incluem espécies que são possíveis patógenos humanos.

Por exemplo, bactérias entéricas, como , e , todas potenciais patógenos que habitam o intestino de animais, frequentemente contaminam e deterioram carnes. Durante o abate, o conteúdo intestinal contendo bactérias vivas pode sofrer extravasamento, contaminando os produtos cárneos. Esses organismos ocasionalmente também podem contaminar a produção por meio da contaminação fecal dos suprimentos de água. De maneira similar, as bactérias lácticas, os microrganismos mais comuns em laticínios, correspondem aos principais agentes deteriorantes do leite e derivados. Espécies de pseudomônas são encontradas tanto no solo como em animais, causando a deterioração de todos os tipos de alimentos frescos.

Crescimento de microrganismos em alimentos

O crescimento microbiano em alimentos segue o padrão normal de crescimento bacteriano. A fase lag [o intervalo de tempo após a inoculação do alimento com microrganismos e anterior ao início do crescimento da cultura] pode apresentar duração variável em um alimento, dependendo das propriedades tanto do microrganismo contaminante como do alimento. O tempo necessário para a densidade populacional alcançar um nível significativo em determinado produto alimentício depende do tamanho do inóculo inicial e da velocidade de crescimento durante a fase exponencial. A velocidade de crescimento durante a fase exponencial depende da temperatura, do valor nutritivo do alimento e de outras condições de crescimento.

Ao longo de grande parte da fase de crescimento exponencial, a quantidade de microrganismos presentes em um produto alimentício pode ser tão baixa que não permite a observação de qualquer efeito mensurável, e somente os últimos períodos de duplicação populacional levam à deterioração visível.

Dessa fórma, durante grande parte do período de crescimento microbiano em um alimento não há alterações visíveis ou facilmente detectáveis na qualidade do alimento; geralmente a deterioração é observada somente quando a densidade populacional microbiana é elevada.”

Fonte: , M. T. êti áli. Microbiologia de bróc. décima segunda edição Porto Alegre: Artmed, 2010. página .1044-.1045.


Este é um texto de nossa autoria que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados ao vírus da influenza.

O que significa a sigla A (agá um êne um), atribuída ao vírus da “gripe suína”?

O vírus da influenza (gripe) é uma partícula esferoidal revestida por um envelope de dupla camada lipídica, proveniente da membrana plasmática da célula em que foi produzido. Dois tipos de espículas projetam-se para fóra da superfície do envelope: um deles é formado pela proteína hemaglutinina (H) e o outro pela proteína neuraminidase (N). Em um único vírus, há cêrca de 500 espículas H e 100 N. Abaixo do envelope há uma camada de proteína da matriz, que envolve o nucleocapsídeo, conjunto que contém o material genético (8 segmentos de érre ene a) e também diversas proteínas.

A infecção pelo vírus acontece quando espículas H ligam-se a receptores específicos da membrana plasmática das células hospedeiras. Após a ligação, o vírus entra na célula por endocitose e seu material genético é liberado no citoplasma. A estrutura celular é mobilizada para a produção de cópias do vírus, que “brotam” da membrana plasmática, levando consigo um envelope formado por trechos dessa membrana. (A destruição das células epiteliais respiratórias não se deve diretamente ao ciclo viral, mas a uma resposta imune do organismo, após reconhecer que tais células foram infectadas.)

As proteínas H e N são fundamentais na infecção. É por meio da proteína H que ocorre o reconhecimento e a ligação à célula hospedeira. A proteína N atua em pelo menos dois eventos cruciais:

  1. Para chegar às células hospedeiras, o vírus deve atravessar uma camada de muco protetor, produzido pelo sistema respiratório, com grande quan­tidade de proteínas que se ligam às espículas H. A proteína N é uma enzima que catalisa o rompimento dessa ligação, liberando o vírus para que atravesse o muco e atinja as células.
  2. Quando novos vírus “brotam” da membrana plas­mática, eles permaneceriam ligados a ela pelas espículas H se não fosse pela atuação da enzima N, que catalisa o rompimento dessa ligação e libera os vírus.

Os vários vírus da influenza são classificados em três tipos, A, B e C, de acordo com a composição química de proteínas internas (proteína da matriz e proteínas do nucleocapsídeo). Assim, os vírus de cada tipo compartilham antígenos (substâncias que desencadeiam resposta imunitária) que não existem nos outros dois tipos. Vírus B e C infectam apenas humanos. Entre os vírus A, há os que infectam humanos, os que infectam outras espécies de mamíferos e os que infectam aves.

Os vírus do tipo A são divididos em subtipos, conforme a composição química das espículas externas, H e N. Já foram descritas 15 variedades de hemaglutinina (H1 até H15) e 9 de neuraminidase (N1 até N9). Na influenza humana ocorrem somente H1 a H3 e N1 e N2. Assim, por exemplo, há vírus humanos agá um êne um, agá dois êne dois e agá três êne dois. Os subtipos aviários ocorrem em diversas combinações. O surto de gripe aviária que figurou nas manchetes em 2005 foi de agá cinco êne um. E o surto mundial de “gripe suína” que ocorreu em 2009 foi de agá um êne um.

Ilustração. Vírus H1N1 representado por estrutura esférica com dois envoltórios: um mais externo (Envelope de dupla camada lipídica) e um mais interno (Proteína na matriz). Inseridos na proteína da matriz, proteínas de membrana em azul - Neurominidase (N) - e em vermelho - Hemaglutinina (H). No interior da estrutura esférica, Nucleocapsídeo contendo proteínas e o material genético. Estruturas emaranhados no interior da estrutura esférica: RNA.
Representação esquemática (em corte e fóra de proporção, com cores e fórmas fantasiosas) do vírus agá um êne um.

Fonte do esquema: Voê, D.; Voê, J. Biochemistry. quarta edição Hoboken: John Wiley, 2011. página W-40.

Este é um texto de nossa autoria sobre cepas de vírus da influenza.

Por que a designação A (agá um êne um) não indica apenas o vírus da “gripe suína”?

O texto anterior apresentou o significado da sigla A (H1N1), atribuída ao vírus da pandemia de “gripe suína” que ocorreu em 2009. Mas como surge um novo vírus da influenza, transmissível entre humanos, como esse?

Pequenas mutações nos segmentos de érre ene a viral que codificam as proteínas H ou N podem originar uma nova cepa (variedade) de um mesmo subtipo de vírus, ligeiramente diferente da cepa que lhe deu origem. Esse processo é chamado de deriva (ou flutuação) antigênica. Novas cepas originadas por esse processo são responsáveis pelas epidemias anuais de gripe. É por isso que as vacinas contra a influenza precisam ser constantemente “atualizadas” para proteger contra as novas variantes.

Mas há outro mecanismo que pode originar cepas mais virulentas: o desvio antigênico. Se uma mesma célula de um organismo hospedeiro for simultaneamente infectada por tipos virais diferentes, um vírus produzido pode receber segmentos de érre ene a dêsses diferentes tipos. A imunidade das pessoas contra vírus já existentes pode não ser efetiva contra o novo vírus, e ocorre uma pandemia (epidemia global) com alto índice de letalidade não só em crianças e idosos, mas também em adultos que estavam saudáveis antes de contrair a gripe.

Presume-se que foi um desvio antigênico que originou a cepa extremamente virulenta de agá um êne um responsável pela pandemia de 1918 (gripe espanhola). Em 1957, um desvio antigênico originou o agá dois êne dois (gripe asiática) e, em 1968, o agá três êne dois (gripe de Hong Kong). Desde 1977 (gripe russa, reapa­recimento do agá um êne um), cepas de agá três êne dois e de agá um êne um estão simultaneamente em circulação.

Porcos podem trocar vírus influenza com humanos e também com aves, e suas células podem atuar como ambiente para o surgimento de novos vírus de influenza, transmissíveis entre humanos, que contenham também material genético (e, portanto, antígenos) da influenza suína e/ou da influenza aviária. É por isso que a convivência muito próxima de humanos, aves e suínos, como ocorre, por exemplo, em certos locais da Ásia, favorece o surgimento de pandemias de influenza.

Designar a “gripe suína” apenas por A (agá um êne um) esclarece apenas que é um vírus do tipo A, com hemaglutinina do tipo 1 e neuraminidase do tipo 1. Há outras cepas de vírus, contudo, que se encaixam nessa designação, como o da pandemia de 1918. Referir-se à doença como “gripe suína detectada no México em 2009” é uma designação que remete a uma cepa específica, caracterizada por um conjunto de segmentos de érre ene a viral cujo sequencia­mento é, inclusive, usado na confirmação diagnóstica por laboratórios especia­lizados.

Ilustração. Três diferentes vírus representados por estruturas esféricas com coroa de espinhos coloridos de azul e vermelho. O que diferencia os três vírus é a cor do material genético: vírus humano: amarelo; vírus suíno: preto e vírus aviário, branco. Setas saindo dos vírus e indicando que todos têm um Único hospedeiro simultaneamente infectado. Seta para uma estrutura esférica com a coroa de espinho colorida e material genético nas cores branca, preta e amarela. Texto: O vírus influenza contém 8 segmentos de RNA. Nova cepa, que contém RNA de vírus que circulam em diferentes espécies.
Representação esquemática do surgimento da cepa de agá um êne um responsável pela epidemia de “gripe suína” em 2009.

Fontes do esquema: elaborado a partir de , W. A.; , H.; fíxer, B. D. Microbiologia ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2004. página 402; , F. S. êti áli. Emergence of a novel swine-origin influenzaAagá um êne umvirus in humans. The New England Journal of Medicine, volume 360, número 25, página .2612, 2009.

Aqui, transcrevemos um texto que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados ao vírus ebola.

Ebola

“Ebola é uma febre grave do tipo hemorrágico transmitida por um vírus do gênero Filovirus, altamente infeccioso, que desenvolve seu ciclo em animais. Há cinco espécies diferentes dêsse vírus, que recebe o nome do local onde foi identificado: Zaire, Bundibugyo, Costa do Marfim, Sudão e Reston. Este último ainda não foi encontrado em humanos.

A doença é classificada como uma zoonose. Embora os morcegos frutívoros sejam considerados os prováveis reservatórios naturais do vírus ebola, ele já foi encontrado em gorilas, chimpanzés, antílopes, porcos e em minúsculos musaranhos. Os especialistas defendem a hipótese de que a transmissão dos animais infectados para os seres humanos ocorre pelo contato com sangue e fluidos corporais, como sêmen, saliva, lágrimas, suor, urina e fezes.

Daí em diante, o vírus ebola pode ser transmitido pelo contato direto entre as pessoas, pelo uso compartilhado de seringas e, por incrível que pareça, até depois da morte do hospedeiro. Ou ainda, caso o paciente tenha sobrevivido, o vírus ebola pode persistir ativo em seu sêmen durante semanas. Possivelmente, uma das razões para ser tão mortal e resistente é que libera uma proteína que desabilita o sistema de defesa do organismo.

Surtos de ebola atingiram países da África em 1995, 2000, 2007, mas foram controlados. O surto de 2014 [atingiu] Guiné, Serra Leoa e Libéria e [houve também] casos confirmados na Nigéria. A ó ême ésse determinou estado de ‘emergência sanitária mundial’ com o objetivo de conter o vírus e barrar o surto de ebola, o maior de que se tem conhecimento até agora.

Oficialmente, só se considera que um surto de ebola chegou ao fim após 42 dias sem nenhum novo caso registrado.

Sintomas

O período de incubação dura de 2 a 21 dias. Os sinais e sintomas variam de um paciente para outro. Metade dos pacientes infectados vai a óbito.

Febre, dor de cabeça muito forte, fraqueza muscular, dor de garganta e nas articulações, calafrios são os primeiros sinais da doença que aparecem de fórma abrupta depois de cinco a dez dias do início da infecção pelo vírus ebola. Com o agravamento do quadro, outros sintomas aparecem: náuseas, vômitos e diarreia (com sangue), garganta inflamada, erupção cutânea, olhos vermelhos, tosse, dor no peito e no estômago, insuficiência renal e hepática. No estágio final da doença, o paciente apresenta hemorragia interna, sangramento pelos olhos, ouvidos, nariz e reto, danos cerebrais e perda de consciência.

reticências

Fonte: VARELLA, D. Ebola. Disponível em: https://oeds.link/nnP9Jt. Acesso em: 2 jun. 2022.

Referente ao capítulo 4

O texto reproduzido a seguir apresenta informações sobre a relevância dos fungos.

Importância dos fungos

“Os fungos são ecologicamente importantes como decompositores

O impacto ecológico dos fungos não pode ser subestimado. Com as bactérias heterotróficas, os fungos são os principais decompositores da biosfera. Os decompositores são tão necessários quanto os produtores de alimentos para a continuidade da existência do mundo vivo. A decomposição quebra a matéria orgânica incorporada nos organismos, liberando dióxido de carbono na atmosfera e devolvendo compostos nitrogenados e outras substâncias ao solo, onde essas moléculas podem ser novamente utilizadas – recicladas – pelas plantas e, por fim, pelos animais. Estima­‑se que, em média, os 20 centímetros superiores de solo fértil contenham quase 5 toneladas de fungos e bactérias por hectare (2,47dois reais e quarenta e sete centavos acres) [ou .10000 metros quadrados]. cêrca de 500 espécies conhecidas de fungos, representando vários grupos distintos, são marinhas; essas espécies degradam a matéria orgânica no mar, assim como o fazem as espécies terrestres. Existem também muitas espécies dulcícolas.

Os fungos, como decompositores, frequentemente entram em conflito direto com os interesses do homem. Um fungo não faz nenhuma distinção entre uma árvore apodrecida que caiu na floresta e um mourão de cêrca; é provável que o fungo ataque tanto um quanto outro. Equipados com um poderoso conjunto de enzimas que decompõem as substâncias orgânicas, incluindo a lignina e a celulose da madeira, os fungos frequentemente causam prejuízos e, algumas vezes, são extremamente destrutivos. Os fungos atacam tecidos, tintas, couro, ceras, combustíveis, petróleo, madeiras, papéis, isolamentos de cabos e fios, filmes fotográficos e até mesmo lentes de equipamentos ópticos – na verdade, quase qualquer tipo de material concebível, incluindo cedê e dêvedê. Embora espécies individuais de fungos sejam altamente específicas para determinados substratos, eles, como grupo, atacam praticamente qualquer coisa. Por toda parte, representam um tormento para produtores, distribuidores e vendedores de alimentos, visto que crescem em pães, frutas frescas, sementes, legumes, hortaliças, carnes e outros produtos.Os fungos reduzem o valor nutricional, bem como a palatabilidade, dêsses alimentos. Além disso, alguns produzem substâncias muito tóxicas, conhecidas como micotoxinas, sobre certos materiais de origem vegetal e carnes.

Os fungos têm importância médica e econômica como pragas, patógenos e produtores de certas substâncias químicas úteis

Do ponto de vista econômico, a importância dos fungos como pragas é reforçada pela sua capacidade de crescer em uma ampla diversidade de condições. Algumas cepas de , que atacam a carne em frigoríferos, podem crescer em temperaturas tão baixas quanto 6 graus Célsius. Por outro lado, uma espécie de tem o seu crescimento ótimo a 50 graus Célsiuse sobrevive até mesmo a 60 graus Célsius.

Muitos fungos atacam mais organismos vivos do que mortos e, algumas vezes, de maneira surpreendente. Trata-se dos agentes etiológicos mais importantes nas doenças das plantas. Mais de .5000 espécies de fungos atacam culturas de valor econômico e plantas ornamentais, bem como árvores e muitas plantas silvestres. reticências Outros fungos – mais de 175 espécies já foram identificadas – causam doenças graves em animais domésticos e seres humanos.

Embora as infecções fúngicas de seres humanos sejam mais comuns nas regiões tropicais, foi constatado um aumento alarmante no número de indivíduos infectados por fungos em todas as regiões do mundo. Esse aumento deve-se, em parte, à população crescente de indivíduos com comprometimento do sistema imunológico, como os indivíduos com aidis e os pacientes com câncer submetidos a quimioterapia. No mundo inteiro, a maioria das mortes de indivíduos com aidis deve-se à pneumonia causada pelo , que se acreditou durante muito tempo ser um protozoário, mas que hoje em dia é classificado como fungo. Outros fungos patogênicos graves de indivíduos com supressão do sistema imune incluem espécies de , que causam candidíase oral e outras infecções das mucosas, bem como , um basidiomiceto que causa criptococose e que tem o hábito de crescer como levedura quando cresce como patógeno humano.

As características que fazem com que os fungos sejam pragas importantes também podem torná-los comercialmente valiosos. As leveduras são utilizadas na indústria do vinho como fonte de etanol, por padeiros como fonte de dióxido de carbono e na indústria da cerveja como fonte de ambas as substâncias. Muitas cepas de leveduras úteis em produtos domésticos foram desenvolvidas por seleção e cruzamento, e, hoje em dia, as técnicas de engenharia genética estão sendo usadas para melhorar ainda mais essas cepas pela adição de genes úteis de outros organismos. Alguns dos aromas do vinho provêm diretamente da uva, porém a maior parte decorre da ação das leveduras. As leveduras essenciais na produção de vinho, cidra, saquê e cerveja são, em sua maioria, cepas de Sacaromicescerevisiáe, embora outras espécies também desempenhem um papel. As cervejas de tipo lager, por exemplo, são feitas, em sua maior parte, com o uso do . Todavia, hoje em dia, o Sacaromices cerevisiae é praticamente a única espécie utilizada na panificação. Outros fungos proporcionam os sabores e aromas distintos de diferentes tipos de queijos. Por exemplo, certas espécies de penicílium conferem a alguns tipos de queijos a aparência, o sabor, o odor e a textura tão apreciados por gourmets. O roquefór, o , o e o Gorgonzola são todos amadurecidos pelo .

Outra espécie, o , conferem aos queijos Camembert e Brie suas qualidades especiais. A pasta de soja (missô) é produzida pela fermentação da soja com , e o molho de soja é feito pela fermentação da soja com uma mistura de e , bem como bactérias produtoras de ácido láctico. O também é importante nas etapas iniciais da fermentação do saquê, a bebida alcoólica tradicional do Japão; é importante posteriormente no processo.

O uso comercial de fungos na indústria continua crescendo, e muitos antibióticos – incluindo a penicilina, o primeiro antibiótico a ser largamente utilizado – são produzidos por fungos. Dezenas de diferentes tipos de fungos (cogumelos) são consumidos regularmente pelo homem, e muitos deles são cultivados comercialmente. A capacidade dos fungos de decompor substâncias está levando à pesquisa do uso de fungos em programas de limpeza de lixo tóxico. O fungo da podridão branca, , que sobrevive ao degradar a lignina como etapa necessária para a obtenção da celulose e hemicelulose na madeira, tem sido muito efetivo na degradação de compostos orgânicos tóxicos.

Um exemplo notável do valor potencial de compostos derivados dos fungos é a ciclosporina reticências, isolada do fungo , habitante do solo. A ciclosporina suprime as reações imunes que provocam rejeição de órgãos transplantados, porém sem os efeitos adversos indesejáveis de outros fármacos usados para esse propósito. Esse fármaco notável tornou-se disponível em 1979, fazendo com que os transplantes de órgãos, que praticamente tinham sido abandonados, voltassem a ser realizados. Em virtude da ciclosporina, o transplante bem-sucedido de órgãos tornou-se, hoje em dia, uma prática quase comum.

Diversas leveduras, mais notavelmente , passaram a constituir importantes organismos de laboratório para pesquisa genética. Essa levedura constitui o organismo de escolha para estudos do metabolismo, da genética molecular e do desenvolvimento das células eucarióticas, bem como de estudos cromossômicos. As células haploides de têm 16 cromossomos, e foram determinadas as sequências de dê êne á de todos eles. Sacaromices cerevisiae foi o primeiro eucarioto a ter o seu genoma totalmente sequenciado. Os fungos vêm sendo utilizados, há muito tempo, como sistemas-modelo para a genética e a biologia molecular. Destacam-se os experimentos realizados na década de 1940 por e , que mais tarde dividiram o Prêmio Nobel pelo seu trabalho. e , trabalhando com mutantes do bolor vermelho do pão, , formularam a hipótese de que as enzimas e outras moléculas proteicas são produtos diretos de genes (a hipótese de um gene – uma enzima).

Os fungos formam relações simbióticas importantes

As relações entre fungos e outros organismos são extremamente diversas. Por exemplo, pelo menos 90% de todas as plantas vasculares formam associações mutuamente benéficas, denominadas micorrizas, entre suas raízes e os fungos. Essas associações reticências desempenham um papel essencial na nutrição das plantas. Os liquens, muitos dos quais ocupam habitats extremamente hostis, são associações simbióticas entre fungos e células de algas ou cianobactérias. Existem também relações simbióticas entre fungos e insetos. Em uma dessas relações, os fungos, que produzem celulase e outras enzimas necessárias para a digestão de materiais vegetais, são cultivados por formigas em ‘jardins’ de fungos. As formigas fornecem ao fungo pedaços de folhas e excreções anais, e elas se alimentam apenas do fungo. Uma associação semelhante surgiu entre alguns basidiomicetos e cupins encontrados na África tropical e na Ásia. As espécies de (fungo de cupim) são os fungos que mais comumente formam associações com os cupins. Outras relações simbióticas envolvem uma grande variedade de fungos, conhecidos como endófitos, que vivem dentro das folhas e dos caules de plantas aparentemente sadias. Muitos dêsses fungos produzem metabólitos secundários tóxicos, que protegem seus hospedeiros contra fungos patogênicos e contra o ataque de insetos e mamíferos que pastam.

reticências

Fonte: , R. F.; EICHORN, S. E. Raven Biologia vegetal. oitava edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. página 279-281.

Referente ao capítulo 5

Aqui, transcrevemos um texto que pode auxiliar o docente no trabalho com insetos sociais.

Insetos sociais

reticências A organização social, ou eussocialidade, o desenvolvimento mais alto da organização social, surgiu apenas em dois táxons de insetos, nos (cupins) e (abelhas, vespas e formigas) mas, aparentemente, foi a responsável pelo enorme êxito dêsses táxons. Todos os cupins e formigas são eussociais, assim como muitas abelhas e vespas. A eussocialidade apareceu independentemente nos cupins e nos himenópteros, mas chegou ao mesmo estágio avançado de desenvolvimento em ambos os grupos.

As sociedades eussociais são reconhecidas por três características principais. Os membros da sociedade cooperam no cuidado dos juvenis. Há uma divisão reprodutiva de trabalho, na qual os indivíduos estéreis fazem o trabalho físico da sociedade enquanto a reprodução é incumbência dos indivíduos férteis. Existe uma sobreposição de, pelo menos, duas gerações, de fórma que os pais podem ser auxiliados pelos descendentes. Além disso, nenhum indivíduo consegue sobreviver independentemente da colônia nem pode pertencer a uma colônia diferente daquela na qual se desenvolveu. Todos os insetos sociais apresentam algum grau de polimorfismo, e os diferentes tipos de indivíduos que ocorrem em uma colônia são denominados castas. As principais castas são o macho reprodutor, a fêmea reprodutora (ou rainha), operárias estéreis e soldados estéreis. Os machos servem para inseminar a rainha, cujo papel é produzir novos indivíduos para a colônia. As operárias são responsáveis pelo apoio e manutenção da colônia e os soldados, por sua defesa. As castas são determinadas pelo número cromossômico do ovo (haploide ou diploide) e pela qualidade e quantidade de alimento recebido.

Os cupins vivem em um ninho geralmente construído no solo, na madeira ou acima do chão. O ninho pode ser enorme, erguendo-se 2 métros ou mais sobre o chão, e estruturalmente complexo. Uma colônia é constituída por castas de reprodutores, de operárias e de soldados. Os cupins diferem dos himenópteros sociais porque as operárias e os soldados são indivíduos estéreis dos dois sexos e, uma vez que os cupins são paurometábolos (os juvenis são fisicamente semelhantes aos adultos), operárias e soldados podem ser tanto juvenis como adultos. Logicamente, macho reprodutor (rei) é fértil e um membro permanente da colônia, acasalando-se periodicamente com a fêmea reprodutora (rainha). A única fêmea reprodutora da colônia apresenta ovários enormemente dilatados e um abdome muito distendido para acomodar tais ovários. Ela pode produzir mais de .3000 ovos por dia. O ninho é construído e mantido pelas operárias. Os soldados apresentam cabeças grandes e fortemente esclerotizadas, mandíbulas grandes e uma glândula frontal para a defesa da colônia. A glândula frontal libera ou ejeta uma secreção repugnante pegajosa e tóxica através de um poro localizado na fronte da cápsula cefálica. As operárias e os soldados são ápteros, mas as castas reprodutoras apresentam asas, usadas apenas para um curto voo nupcial em que o pareamento e a dispersão ocorrem.

Cupins primitivos constroem túneis e galerias simples em madeiras localizadas dentro ou em contato com o solo. A madeira distante do solo também pode ser usada mas, nesse caso, são construídas e mantidas passagens cobertas que ligam o solo à madeira para permitir acesso à umidade. Muitos cupins tropicais constroem ninhos subterrâneos com extensões cônicas que se estendem vários metros acima da superfície do solo. As porções acima da superfície são feitas de cartão, uma mistura de solo e secreções da glândula frontal das operárias. Os cupins de madeira seca, ao contrário, constroem galerias na madeira localizada acima do chão, não apresentam ninhos subterrâneos e não precisam manter um contato coberto com o solo. Isso faz com que sejam especialmente difíceis de controlar quando invadem uma construção humana.

Uma grande porcentagem da produção fotossintética de uma planta é investida na produção de lignina e celulose de polissacarídeos, que são usadas na construção da parede celular, incluindo a madeira das plantas lenhosas. Embora seja uma vasta fonte de energia potencial para os animais, essas duas moléculas são notoriamente difíceis de digerir, e muito poucos metazoários são capazes de sintetizar as enzimas necessárias para hidrolisar tais compostos. No entanto, os cupins se especializaram no uso da parede celular encontrada em madeiras, gramas, folhas, húmus e fezes de herbívoros como fontes de alimento.

Para conseguir isso, aparentemente são capazes de sintetizar um pouco de celulase e também incorporam a ajuda de flagelados, bactérias e fungos. Muitos cupins dependem de flagelados endossimbiontes que vivem no proctodeu [parte do tubo digestório] como fonte primária da celulase necessária para a hidrólise da madeira. A respiração anaeróbica da celulose efetuada pelos flagelados produz ácido acético, que é, então, absorvido pelo epitélio do proctodeu e transferido ao sangue para ser distribuído às células, onde sofrerá respiração aeróbica. Considera-se que os cupins são intimamente relacionados com as baratas, sendo que algumas delas também mantêm simbiontes que digerem celulose, e o entomólogo de Harvard, E. O. Wilson, referiu-se aos cupins como ‘baratas sociais’.

Alguns cupins apresentam uma flora intestinal composta por bactérias e não por flagelados. Cupins cultivadores de fungos criam um fungo basiodiomiceto em ‘pentes’ de matéria vegetal em decomposição e fezes de cupins. O fungo quebra a lignina antes dos cupins ingerirem o pente. Depois da ingestão, os produtos do metabolismo da lignina são posteriormente metabolizados pelas bactérias do trato digestório em compostos que podem ser absorvidos e usados pelos cupins. Cupins jovens precisam adquirir suas bactérias ou protistas simbiontes por meio de uma alimentação anal proveniente do ânus de outro cupim, um procedimento que necessita de interação social. A associação entre os cupins e os simbiontes foi, portanto, provavelmente importante no desenvolvimento do comportamento social de cupins.

As sociedades de himenópteros, assim como as dos cupins, estão baseadas em um sistema de castas com uma divisão de trabalho, mas existem diferenças. Os soldados e as operárias são sempre fêmeas diploides estéreis. Podem ser aladas ou não. As fêmeas reprodutoras são aladas e férteis. Os machos reprodutores férteis se desenvolvem a partir de ovos não fertilizados e são, consequentemente, haploides. Depois de copular com a rainha, que se acasala apenas uma vez, o macho, que já deu sua contribuição, morre e nunca se torna uma parte funcional da nova colônia. Em muitas sociedades, a reprodução ocorre por partenogênese.

As sociedades de formigas lembram as de cupins e estão geralmente abrigadas dentro de uma galeria de túneis no solo ou na madeira ou sob pedras. Pode haver uma casta de soldados além das operárias. Operárias e soldados são ápteros. Os indivíduos reprodutores apresentam asas antes de completar o voo nupcial, mas, depois, perdem as asas. Algumas espécies de formigas invadem os ninhos de outras espécies e carregam as larvas e pupas dessa segunda espécie, que serão posteriormente usadas como ‘escravos’. Como os himenópteros são holometábolos e as larvas são vermiformes, somente os adultos são membros que contribuem para a sociedade, e as larvas e pupas, que não podem ajudar em nada, precisam ser cuidadas e alimentadas até que passem por metamorfose. As formigas exibem uma ampla gama de dietas. Muitas são detritívoras, mas algumas alimentam-se de sementes que acumulam em seus ninhos. As formigas-cortadeiras carregam pedaços de folhas frescas para dentro de seus jardins subterrâneos e usam tais folhas para cultivar os fungos que usam para sua subsistência. O cultivo de jardins de fungos apareceu independentemente nas formigas e nos cupins. Ao contrário da maioria das formigas, as formigas de correição não vivem em ninhos permanentes e, em vez disso, ‘acampam’ juntas em lugares abertos. São predadoras e, durante seus movimentos nômades em massa, consomem virtualmente todos os invertebrados que encontram. As formigas somam de 10 a 15% da biomassa animal encontrada na maioria das comunidades terrestres.

Em comparação com as formigas, o polimorfismo é menos desenvolvido nas vespas e nas abelhas. Não existe uma casta de soldados e as operárias são aladas, mas muitos dêsses insetos apresentam notáveis adaptações para a organização social. A abelha-do-reino, Ápis mellífera, é o inseto social mais bem estudado. Acredita-se que essa espécie tenha se originado na África e tenha sido introduzida nas regiões temperadas de todo o planeta mais recentemente. Ao contrário das demais abelhas e vespas de regiões temperadas, as abelhas-do-reino sobrevivem ao inverno. A multiplicação ocorre por divisão de colônias, um processo denominado enxameamento. Estimulada em parte pela superpopulação de operárias (.20000 a .80000 em uma única colônia), a rainha abandona o ninho junto com muitas operárias (um enxame) e funda uma nova colônia. A colônia antiga é deixada com algumas rainhas em desenvolvimento. Depois de emergir, uma nova rainha executa diversos voos nupciais, durante os quais copula com diversos machos (zangões) e armazena uma quantidade de espermatozoides suficiente

para durar por toda a sua vida. O macho morre depois da cópula, pois seus órgãos reprodutivos literalmente explodem dentro da fêmea.

As colônias de abelhas-do-reino são grandes. A duração das operárias não é grande, mas uma rainha pode colocar .1000 ovos por dia para substituir as operárias que vão morrendo. Os ovos eclodem e as larvas residem em células hexagonais de cera construídas pelas operárias. Algumas operárias são responsáveis pelo cuidado da cria e oferecem a essas larvas uma dieta que provocará o surgimento de fêmeas estéreis, que serão todas operárias. Esse comportamento de cuidado com a prole é provocado por um feromônio (a substância da rainha) produzido pelas glândulas mandibulares da rainha. No momento do enxameamento, ou quando a vitalidade da rainha diminui, a produção dêsse feromônio declina. Na ausência do efeito inibidor dêsse feromônio, as operárias constroem células reais, onde são colocados ovos, geleia real e uma quantidade muito maior de alimento. A geleia real é uma secreção das glândulas da hipofaringe das operárias que cuidam da prole, e as larvas que se alimentam dêsse produto desenvolvem-se em rainhas depois de aproximadamente 16 dias. Ao mesmo tempo, ovos não fertilizados são colocados em células semelhantes às que produzem operárias e originam zangões haploides.”

Fonte: , E. E. êti áli. Zoologia dos invertebrados. sétima edição São Paulo: Roca, 2005. página 868-870.


Aqui, transcrevemos um texto sobre aspectos do desenvolvimento dos insetos.

Desenvolvimento pós-embrionário dos insetos

“Entre os hexápodes, existem três tipos principais de desenvolvimento: ametábolo (desenvolvimento direto ou amórfico), hemimetábolo e holometábolo (desenvolvimento indireto ou completo). reticências As espécies mais primitivas das ordens de hexápodes sem asas fazem desenvolvimento ametábolo. Os filhotes eclodem na fórma de juvenis muito semelhantes aos adultos (ou imagos), mas as dimensões gerais do corpo aumentam a cada muda sucessiva. Os insetos alados fazem desenvolvimento hemimetábolo ou holometábolo.

Com o desenvolvimento hemimetábolo, as principais alterações que ocorrem durante o crescimento referem-se às dimensões e proporções do corpo, bem como ao desenvolvimento das asas e das estruturas sexuais. As fórmas juvenis dos insetos hemimetábolos são conhecidas como ninfas (juvenis terrestres) ou náiades (juvenis aquáticos, como efeméridas, libélulas e louva-a-deus). Em geral, as ninfas e os adultos vivem no mesmo hábitat, mas isso não ocorre com náiades e seus respectivos adultos. As ninfas e as náiades têm olhos compostos, antenas e apêndices locomotores e alimentares semelhantes aos dos adultos. Entretanto, as asas funcionais e as estruturas sexuais sempre estão ausentes, embora os juvenis tenham rudimentos de asas conhecidos como coxins ou brotos alares, e as asas propriamente ditas sejam expostas pela primeira vez durante a muda do estágio pré-adulto.

Os insetos holometábolos eclodem como larvas vermiformes, que não guardam qualquer semelhança com as fórmas adultas. Essas larvas são tão diferentes dos adultos que frequentemente recebem nomes comuns diferentes; por exemplo, as larvas de borboletas são conhecidas como lagartas, as larvas das moscas como gusanos e as larvas de besouros como corós. As larvas holometábolas não têm olhos compostos (geralmente nem antenas) e sua história natural é acentuadamente diferente das fórmas adultas. Suas peças orais são completamente diferente das dos adultos, enquanto os brotos alares externos nunca estão presentes. Em geral, a maior parte do ciclo de vida dos insetos holometábolos transcorre em uma séria de instares larvais. Nos casos típicos, as larvas consomem grandes quantidades de alimento e alcançam dimensões maiores que os adultos. A finalização do estágio larval é acompanhada de pupação, durante a qual (em uma única muda) começa o estágio pupal. As pupas não se alimentam, nem se movimentam muito. Em geral, as pupas moram dentros de nichos no solo, dentro dos tecidos vegetais, ou abrigadas dentro de um casulo. As reservas de energia armazenadas durante a longa vida larval são utilizadas pelas pupas para realizar todas as etapas de transformação do corpo. Muitos tecidos larvais são desorganizados e reorganizados para formar o adulto; as asas externas e órgãos sexuais são desenvolvidos nessa fase. A transformação notável do estágio larval para o estágio adulto dos insetos holometábolos é um dos avanços mais impressionantes da evolução animal e corresponde à transformação dos crustáceos por uma série de estágios larvais até a fórma adulta.”

Fonte: BRUSCA, R. C.; mur, W.; , S. Invertebrados. terceira edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. página 835.

O texto reproduzido a seguir apresenta informações sobre doenças cujos agentes causadores ou transmissores são insetos.

Insetos como causas e vetores de doenças

“Nas regiões tropicais e subtropicais, a atenção científica, quando não a pública, é direcionada para o papel de insetos na transmissão de protistas, vírus, bactérias e nematódeos. Tais patógenos são os agentes causadores de muitas doenças humanas importantes e amplamente distribuídas, incluindo malária, dengue, febre amarela, oncocercose, leishmaniose, filariose (elefantíase) e tripanossomíase (doença do sono).

O agente causador das doenças pode ser o próprio inseto, como no caso dos piolhos de corpo e de cabeça dos humanos, que provocam a pediculose, ou o ácaro , cujas atividades de escavação na pele causam a sarna. Nas miíases (de , do grego, mosca), as larvas ou corós de moscas-varejeiras, moscas­‑domésticas e seus parentes (Diptera: , e ) podem se desenvolver no tecido vivo, seja como agentes primários, seja pene­trando subsequentemente em ferimentos ou danos ocasionados por outros insetos, tais como carrapatos e dípteros picadores. reticências Virtualmente todas as miíases reticências podem afetar os humanos, em particular em condições pobres de higiene. Outros grupos de dípteros ‘superiores’ desenvolvem-se em mamíferos como larvas endoparasitas localizadas na derme, no intestino ou, como no caso de , que ataca ovinos, nos seios nasais e da cabeça. Em muitas partes do mundo, as perdas provocadas por danos induzidos por moscas em peles e carnes, e a morte como resultado de miíases, podem chegar a muitos milhões de dólares.

Ainda mais frequente que o dano direto causado pelos insetos está sua ação como vetores, ao transmitirem patógenos indutores de doenças de um hospedeiro animal ou humano para outro. Essa transmissão pode ocorrer por meios mecânicos ou biológicos. A transmissão mecânica ocorre, por exemplo, quando um mosquito transmite mixomatose de coelho para coelho no sangue que está em seu rostro. Da mesma fórma, quando uma barata ou mosca-doméstica adquirem bactérias quando estão se alimentando de fezes, podem transmitir fisicamente algumas bactérias localizadas em suas peças bucais, pernas ou corpo para o alimento humano, transmitindo, dessa fórma, doenças entéricas. O agente causador da doença é transportado passivamente de hospedeiro para hospedeiro, e não aumentam em número no vetor. Em geral, na transmissão mecânica, o artrópode é apenas um entre muitas fórmas de transmissão do patógeno, de modo que condições pobres de higiene, públicas e pessoais, com frequência oferecem caminhos adicionais.

Em contraposição, a transmissão biológica é uma associação muito mais específica entre o inseto vetor, o patógeno e o hospedeiro, e a transmissão nunca ocorre naturalmente sem todos os três componentes. O agente da doença replica-se (aumenta em número) dentro do inseto vetor, e com frequência existe uma especificidade restrita entre vetor e o agente da doença. O inseto é, portanto, um elo vital na transmissão biológica, e os esforços para refrear as doenças quase sempre envolvem tentativas de reduzir o número de vetores. Além disso, doenças transmitidas biologicamente podem ser controladas procurando-se interromper o contato entre o vetor e o hospedeiro, e com um ataque direto ao patógeno, em geral quando ainda está dentro do hospedeiro. O contrôle de doenças compreende uma cominação dessas abordagens, de modo que cada uma delas necessita de um conhecimento detalhado da biologia de todos os três componentes – vetor, patógeno e hospedeiro.”

Fonte: , P. J.; , P. S. Os insetos: um resumo de Entomologia. terceira edição São Paulo: Roca, 2007. página 335-336.

Referente ao capítulo 6

Este é um texto de nossa autoria sobre as etapas do processo de tratamento de água para abastecimento da população em larga escala.

O tratamento municipal de água

As principais etapas do tratamento municipal de água podem ser divididas em dois grupos: as que envolvem processos físicos e as que envolvem processos químicos (reações químicas).

Etapas que envolvem processos físicos

Peneiração: os objetos maiores são removidos.

Aeração: a água pode ser aerada por vários meios, por exemplo correndo por cascatas. Isso remove o gás sulfídrico, , e óleos voláteis, que podem dar odor desagradável à água.

Sedimentação: a água é deixada em repouso para que partículas de poeira sedimentem (desçam pela ação do peso) e possam ser separadas.

Filtração: feita com um filtro de várias camadas de areia, com grãos de diversas espessuras.

Etapas que envolvem processos químicos

Coagulação ou floculação: coagulantes são substâncias que fazem as partículas muito finas de sujeira formarem flocos, levando, portanto, à sua separação. Um método bastante difundido utiliza cal hidratada, , e sulfato de alumínio, . Da reação química entre as duas substâncias forma-se hidróxido de alumínio, á éle ó agá três, substância gelatinosa que retém, em sua superfície, as partículas de sujeira.

Equação química. 3 fórmula do hidróxido de cálcio mais fórmula do sulfato de alumínio seta para 3 fórmula do sulfato de cálcio mais 2 fórmula do hidróxido de alumínio.

Desinfecção: o gás cloro, cê éle dois, é uma substância química capaz de matar microrganismos. Na verdade, o responsável pela desinfecção é o ácido hipo­cloroso, agá cê éle ó, que se fórma quando o cloro é dissolvido em água e reage com ela:

Equação química. Fórmula do gás cloro mais fórmula da água seta para fórmula do ácido clorídrico mais fórmula do ácido hipocloroso.

Como o gás cloro é difícil de manusear e armazenar, já há um bom tempo se utilizam o hipoclorito de sódio, êne á cê éle ó, ou o de cálcio, , que podem ser adquiridos em solução, com o nome de “cloro líquido”, ou sólidos, como “cloro sólido”. Neles, o íon hipoclorito, , atua como agente de desinfecção.

Assim, o atual tratamento com “cloro” utiliza não o gás cloro, mas substâncias contendo o elemento químico cloro.

A água sanitária (ou água de lavadeira), o cloro distribuído nos postos de saúde e os produtos vendidos em farmácias e supermercados para tratar a água são soluções aquosas de hipoclorito de sódio (e cloreto de sódio), obtidas industrialmente pela reação entre cloro e soda cáustica, êne á ó agá:

Equação química. Fórmula do gás cloro mais 2 fórmula do hidróxido de sódio seta para fórmula do cloreto de sódio mais fórmula do hipoclorito de sódio mais fórmula da água.

Este é um texto de nossa autoria sobre tratamento de esgotos.

Tratamento de esgotos

Os esgotos municipais podem ser tratados em três estágios:

Tratamento primário

Envolve a peneiração e a filtração para remover material suspenso na água. Geralmente retira entre 30% e 40% dos poluentes existentes.

Tratamento secundário

Nessa etapa, a matéria orgânica presente é degradada por microrganismos. Os despejos são colocados em contato com bactérias apropriadas. Ar é bombeado para facilitar o processo. Depois de várias horas de agitação e entrada de ar, os despejos são deixados em repouso. Um lodo sedimenta-se e é separado. Ele contém bactérias e material orgânico ainda em decomposição. Se confinado em biodigestores, permite que se obtenha metano, fazendo o volume de resíduos cair à metade. O tratamento secundário reduz a quantidade de poluentes na água para a ordem de 10%.

Tratamento terciário

Nem sempre é realizado. É um complexo conjunto de etapas biológicas, físicas e químicas capaz de retirar as substâncias fosforadas e nitrogenadas, que funcionam como nutrientes de algas e podem causar eutrofização de ecossistemas aquáticos. Poluentes industriais, tais como íons de metais pesados dissolvidos, são retirados nessa etapa. O mesmo acontece com subs­tâncias não biodegradáveis, como haletos orgânicos, usados como pesticidas

Esquema. Seis setas vermelhas apontadas para a direita, indicando seis contaminantes de esgoto, em um degradê de 4 tons de vermelho (vermelho escuro, vermelho, rosa e rosa claro). Sobre as setas, linhas verticais pretas sinalizam o tratamento primário, o tratamento secundário, o tratamento terciário e a cloração. Primeira seta de cima indica a contaminação por fósforo. A seta segue vermelho escuro até o tratamento terciário e o restante da seta é rosa. Segunda seta indica a contaminação por nitrogênio. A seta segue vermelho escuro até o tratamento terciário. O restante da seta é rosa. Terceira seta indica a contaminação por vírus. A seta segue vermelho escuro até o tratamento secundário. Até a cloração ela fica vermelho claro e depois rosa. Quarta seta indica a contaminação por substâncias orgânicas dissolvidas. A seta é vermelho escuro até o tratamento secundário, depois vermelho claro até o tratamento terciário e segue rosa no restante. Quinta seta indica a contaminação por bactérias patológicas. Ela é vermelho claro até o tratamento secundário, rosa até a cloração e segue rosa claro no restante. Sexta seta indica a contaminação por resíduo sólido. A seta segue rosa até o tratamento terciário e depois fica rosa claro.
Comparação entre a eficácia dos tratamentos primário, secundário e terciário de esgotos. Quanto mais clara a cor, menor a concentração dos contaminantes mencionados.

Fonte do gráfico: Reiven, P. H.; Burg, L. R.; Hassensail, D. M. Environment. sétima edição Hoboken: John Wiley, 2010. página 520.

Este é um texto de nossa autoria que pode auxiliar o docente quanto à contaminação decorrente do uso do mercúrio em garimpos.

Os perigos do mercúrio

Esse metal, a 1 atmosfera, tem temperatura de fusão 39 graus Célsius e temperatura de ebulição 357 graus Célsius. É o único metal líquido nas condições ambientes. (Os elementos químicos metálicos que mais se aproximam do mercúrio, nesse sentido, são o césio e o gálio, que, a 1 atmosfera, se fundem a 29 graus Célsius e a 30 graus Célsius, respectivamente.)

Os vapores dêsse metal, quando inalados, e os seus compostos, quando ingeridos, podem ser facilmente absorvidos pelo nosso organismo, sendo altamente nocivos.

À temperatura ambiente, esse metal evapora muito lentamente, envenenando plantas e animais, que são contaminados via cadeia alimentar ou por meio da respiração, principalmente nas proximidades de locais onde se produzem ou se utilizam grandes quantidades de mercúrio metálico.

O diagnóstico da contaminação, difícil de se fazer nos estágios iniciais, torna-se mais claro com o aumento de seu teor no organismo. Os dramáticos sintomas incluem dores de cabeça, entorpecimento da visão, depressão, perda do contróle motor e, finalmente, paralisia muscular e falha do funcionamento dos rins. Deterioração mental e mudanças sensíveis de comportamento também são frequentes em consequência do envenenamento.

Durante o século dezenove, era comum o emprego de compostos de mercúrio no processamento do feltro utilizado para fazer chapéus. Assim sendo, o personagem Chapeleiro Maluco, do livro Alice no país das maravilhas, de líuis quéról, fundamenta-se, na realidade, em um tipo comum de envenenamento sofrido pelos chapeleiros na época, cujos sintomas incluem manifestações que se confundem com a loucura.

Lâmpadas fluorescentes de mercúrio possuem, em seu interior, o equivalente a uma gota de mercúrio líquido, no estado gasoso. Tanto elas quanto termômetros e barômetros que contêm esse metal inspiram cuidados quando eventualmente quebrados. cêrca de 3 mililitros (algo equivalente a sessenta gotas) de mercúrio líquido são suficientes, quando evaporados, para deixar a atmosfera de um quarto mal ventilado com níveis de vapor de mercúrio acima do aceitável.

O descarte de efluentes industriais em que esse metal esteja presente constitui séria ameaça ao ambiente.

Qual é a finalidade de se usar mercúrio nos garimpos?

A resposta está relacionada com uma capacidade única dêsse metal líquido. Ele é capaz de dissolver ouro, formando um amálgama (solução de um metal – no caso, ouro – em mercúrio).

Assim, quando no garimpo não se encontram pepitas de tamanho tal que se possa separá-las manualmente, adiciona-se mercúrio à lama que contém ouro em fórma de pó. Forma-se um amálgama de ouro, que não se mistura à lama. O amálgama é, então, retirado e aquecido com um maçarico até a completa evaporação do mercúrio, restando o ouro.

Durante esse processo, o garimpeiro se contamina consideravelmente ao inalar os vapores tóxicos. A lama suja de mercúrio é descartada no rio, para onde também vai praticamente todo o mercúrio liberado como vapor, após se condensar por resfriamento na atmosfera.

Há, nos rios, bactérias que transformam o mercúrio em cátion metilmercúrio, agá gê(CH₃)⁺, e também em dimetilmercúrio, agá gê(CH₃)₂. Ambos contaminam o plâncton, que alimenta os peixes pequenos. Em seguida, o mercúrio se espalha por toda a cadeia alimentar, indo parar no organismo dos peixes maiores, no das pessoas e no de outros animais.

É dêsse modo que o teor de mercúrio em cada organismo vai aumentando ao longo da cadeia alimentar, num processo que recebe o nome de bioamplificação, oferecendo sérios riscos ao ambiente e à saúde humana.

Já foram relatados casos de recém-nascidos com deficiências mentais e neurológicas motivadas pela contaminação por mercúrio das mães durante a gestação.

Referente ao capítulo 7

Este é um texto de nossa autoria que comenta aspectos das cascavéis.

Cascavel recém-decapitada também é perigosa

A literatura médica contém relatos de pessoas que, inadvertidamente, aproximaram as mãos da cabeça de uma cascavel que havia sido decapitada e que foram mordidas por ela. O animal já estava decapitado há alguns minutos e havia parado de se mover. Há, também, relatos de cascavéis que foram mortas por severos golpes com objetos pesados e até com vários tiros, mas que mesmo assim morderam as mãos de pessoas que se aproximaram. O fato é que, mesmo vários minutos após separada do corpo, a cabeça do animal retém a potencialidade de inocular peçonha.

As cascavéis (assim como as surucucus, urutus e jararacas) pertencem à subfamília da família . Uma característica distintiva dessa subfamília de serpentes é a presença das fossetas loreais. Esses dois órgãos estão situados um de cada lado da cabeça, entre o olho e a narina, um pouco abaixo da linha que liga ambos.

Fotografia. Detalhe da cabeça de uma serpente, com escamas de cores branca, rosa e vermelho, indicando o olho, a narina e a fosseta loreal, orifício entre o olho e a narina.
Crotalus durissus (comprimento: até 1,5 métro).

A fosseta tem um orifício externo que se comunica com uma câmara interna, contida em uma cavidade do osso maxilar. Nessa câmara há uma finíssima membrana que a divide em duas partes, uma anterior e outra posterior, ambas contendo ar. Na membrana, há grande quantidade de terminações nervosas sensíveis à temperatura – cêrca de 500 a .1500 axônios por milímetro quadrado – semelhantes aos sensores de temperatura da pele de mamíferos. São, contudo, mais sensíveis por dois motivos. Estão mais próximos da superfície do epitélio (0,002 milímetro no caso dessa membrana e por volta de 0,3 milímetro na pele humana). Além disso, estão em uma fina membrana rodeada de ar, na frente e atrás. Como o ar conduz mal o calor, há menor dissipação. No caso de mamíferos, o calor que chega à superfície é dissipado para as regiões vizinhas da pele.

Variações de temperatura na membrana da ordem de 0,003 grau Célsius (decorrentes, por exemplo, do infravermelho irradiado por objetos mais quentes que os arredores) desencadeiam impulsos nervosos a partir dessas terminações que, no cérebro, são integrados aos estímulos provenientes dos olhos, que captam luz visível. Isso permite à serpente localizar presas homeotérmicas em diferentes ambientes e até mesmo na escuridão noturna. Na primeira metade do século passado, pesquisadores perceberam que cascavéis com os olhos vendados acertavam o bote em lâmpadas incandescentes acesas, mas não demonstravam atração por elas se estivessem com as fossetas loreais cobertas.

Até cêrca de uma hora após a decapitação de uma cascavel ou de ela ter sofrido ferimentos fatais, alguns atos reflexos mantêm a potencialidade de ocorrer. O calor irradiado pelas mãos que se aproximam da cabeça, mesmo separada do corpo, desencadeia impulsos nervosos a partir das fossetas loreais que culminam com o ataque e a inoculação de peçonha. Vale, portanto, o sábio procedimento de não se aproximar de serpentes, mesmo das que parecem mortas. E isso inclui as decapitadas!

Referente ao capítulo 8

Este é um texto de nossa autoria para conhecimento do professor sobre o conceito de taxa metabólica basal.

Como a raposa-do-ártico suporta 40 graus Célsius?

Fotografia. Raposa-do-ártico com pelagem clara e comprida, andando sobre a neve.
Raposa-do-ártico (comprimento do focinho à cauda: 85 centímetros). A espessura da pelagem e a camada subcutânea de gordura são adaptações que permitem a esse animal suportar baixíssimas temperaturas.

O gráfico a seguir mostra como a taxa metabólica do organismo humano varia em função da temperatura do ambiente em que está. No trecho A, a taxa do metabolismo permanece constante no valor mínimo, a taxa metabólica basal, suficiente para manter a temperatura corporal de aproximadamente 37 graus Célsius. Nesse trecho, a perda de calor é nula ou muito pequena, pois a temperatura do ambiente é próxima da corporal.

Gráfico. Gráfico de linha dariação da taxa metabólica humana em relação à temperatura ambiente. No eixo vertical, Taxa metabólica (porcentagem em relação à taxa basal), com os pontos 0, 100 e 200. No eixo horizontal, Temperatura do ambiente (grau Celsius) e marcação dos pontos 0, 10, 20, 30, 40. Fundo de cor avermelhada com linhas horizontais e verticais brancas. Reta descendente de cor azul tendo o primeiro ponto em taxa metabólica acima de 200 porcento com a temperatura do ambiente igual a 10 graus Celsius em queda até o ponto B (Temperatura crítica inferior), indicado em vermelho, por volta dos 28 graus Celsius, com taxa metabólica de 100 porcento. A partir do ponto B, reta A em verde, que mostra que nesse trecho a taxa metabólica permanece constante no valor mínimo equivalente a 100 porcento.

Fonte do gráfico: CHiMIT-NIELSEN, K. Fisiologia animal. quinta edição São Paulo: Editora Santos, 2002. página 256.

No ponto B, a temperatura do ambiente é denominada temperatura crítica inferior do ser humano. Abaixo dela, a taxa metabólica sofre aumento para produzir mais calor e manter a temperatura corporal constante. Ou seja, a perda de calor pelo organismo é de tal ordem que a taxa metabólica deve aumentar para repor essa perda.

Para os demais mamíferos, o gráfico tem um aspecto semelhante. Embora os valores de taxa metabólica basal sejam diferentes para os diferentes animais do gráfico a seguir, eles foram registrados em porcentagem (considerados todos como 100%) e, assim, o patamar para todos os animais aparece na mesma altura. Note que a temperatura crítica inferior varia de um animal para outro. Note, também, que a inclinação da reta abaixo da temperatura crítica inferior é diferente para cada animal.

O macaco apresenta uma temperatura crítica inferior da ordem de 28 graus Célsius. Em um ambiente a 18 graus Célsius, sua taxa metabólica é cêrca de 200% do valor basal, ou seja, sua taxa metabólica aumentou 100% para repor o calor que o organismo perde para o ambiente.

A temperatura crítica inferior do urso-polar é bem menor que a do macaco. E a da raposa-do-ártico, menor ainda. Quanto mais eficiente o isolamento térmico de um mamífero — relacionado, entre outros fatores, à camada subcutânea de gordura e à espessura da pelagem —, menor sua temperatura crítica inferior.

A raposa-do-ártico apresenta uma temperatura crítica inferior de 40 graus Célsius, o que significa que seu isolamento térmico é suficiente para que o animal, mesmo submetido a um ambiente a 40 graus Célsius, não perca tanto calor a ponto de fazer com que sua taxa metabólica precise se elevar acima do nível basal. Além disso, esse isolamento é tão eficiente que a inclinação da curva abaixo da temperatura crítica é bem pequena. Em um ambiente a 70 graus Célsius, sua taxa metabólica estaria apenas cêrca de 50% acima do valor basal!

Gráfico. Gráfico de linhas da variação da taxa metabólica de alguns mamíferos em função da temperatura ambiente. No eixo vertical, Taxa metabólica (porcentagem), com pontos 0, 100 e 200. No eixo horizontal, temperatura do ambiente (grau Celsius, com indicação dos pontos de menos 70 a 30. Para a raposa-do-ártico, a taxa metabólica mais alta corresponde a cerca de 150 porcento em torno de menos 65 graus Celsius e a reta azul correspondente vai reduzindo até a taxa metabólica de 100 porcento a uma temperatura de menos 40 graus Celsius, mantendo-se constante independente do aumento de temperatura, como mostrado pela reta horizontal em verde. Para o urso-polar, a taxa metabólica mais alta corresponde a mais de 250 porcento com temperatura de cerca de menos 55 graus Celsius e a reta azul reduz até a taxa metabólica de 100 porcento ao redor de 2 graus Celsius, mantendo-se constante na mesma reta horizontal verde. Para o macaco, a taxa metabólica a 10 graus Celsius corresponde a mais de 250 porcento do valor basal e a reta azul correspondente reduz até a temperatura crítica inferior próximo dos 28 graus Celsius.

Fontes do gráfico: CHiMIT-NIELSEN, K. Fisiologia animal. quinta edição São Paulo: Editora Santos, 2002. página 256; Pougui, F. H.; , C. M. Vertebrate life. décima edição Sunderland: Sinauer, 2019. página 374.

Referente ao capítulo 11

Este é um texto de nossa autoria para que o professor compreenda por que a taxa metabólica humana aumenta quando o indivíduo está abaixo de determinada temperatura.

Por que achamos um dia a 33 graus Célsius muito quente, se a temperatura corpórea é maior que essa?

O gráfico a seguir é um esboço de como a taxa metabólica do organismo humano necessária para a manutenção da temperatura visceral em 37 graus Célsius varia em função da temperatura do ambiente a que está exposto. O calor produzido pela atividade metabólica é igual à adição de três parcelas:

  • calor perdido para o ambiente (por condução, por convecção e por irradiação);
  • calor absorvido na evaporação da água do suor; e
  • energia eventualmente retida no corpo, que acarretará aumento da temperatura corpórea.

Consideremos o ponto A. A primeira parcela da adição é considerável, pois o corpo diretamente exposto a uma temperatura de cêrca de 15 graus Célsius perderá bastante calor. A segunda parcela é nula, pois não há transpiração, e a terceira parcela também é nula. Assim, o metabolismo dos nutrientes energéticos libera energia para repor o calor que é perdido para o ambiente.

No ponto B, a situação é semelhante. Porém, como a temperatura ambiente é maior que antes, o corpo perde menos calor e, assim, a taxa metabólica é menor do que em A, pois precisa repor menos calor perdido. Essa tendência é seguida até o ponto C, no qual a taxa metabólica atinge seu menor valor possível, chamado taxa de metabolismo basal. O organismo está gerando a menor quantidade possível de calor em funcionamento sadio. Esse calor é dissipado para os arredores, já que a temperatura corpórea é maior que a do ambiente.

Se a temperatura do ambiente aumentar além do valor em C, o metabolismo continuará a gerar a mesma quantidade mínima de calor. Porém, cada vez menos calor será transferido para o ambiente, porque ele terá temperatura cada vez mais próxima da temperatura corpórea. Para que a terceira parcela da adição continue nula, ou seja, para que o corpo não se superaqueça, entra em cena a sudorese. O calor produzido pelo organismo é absorvido na evaporação da água (segunda parcela).

Gráfico. Gráfico de linhas da variação da taxa metabólica humana em função da temperatura ambiente. No eixo vertical, Taxa metabólica (porcentagem em relação à taxa basal), com pontos 0, 100 e 200. No eixo horizontal, Temperatura do ambiente (grau Celsius), com pontos 0, 10, 20, 30, 40. Reta descendente vermelha de 10 graus Celsius e 280 porcento passando pelos pontos azuis A, em 220 porcento a 15 graus Celsius, B, em 180 porcento a 22 graus Celsius e C, em 100% a 28 graus Celsius. A partir de 28 graus Celsius, no ponto C, reta horizontal mantendo a taxa metabólica igual a 100 porcento passando pelo ponto D em 100 porcento a 33 graus Celsius.

Fonte do gráfico: CHiMIT-NIELSEN, K. Fisiologia animal. quinta edição São Paulo: Editora Santos, 2002. página 256.

Assim, em um ponto como D, digamos a 33 graus Célsius, sentimos que o ambiente está quente e transpiramos, embora nosso corpo esteja a 37 graus Célsius. Nessa circunstância, o calor produzido pelo metabolismo é o mínimo (metabolismo basal), o calor perdido por condução, convecção e irradiação é muito pequeno (pois a temperatura ambiente é ligeiramente inferior à corpórea) e o calor absorvido na evaporação da água é, assim, praticamente igual ao calor produzido pelo metabolismo basal. Portanto, sentimos que um ambiente a 33 graus Célsius é quente por causa do nosso próprio metabolismo basal.

Veja que interessante: o prolongamento da reta que passa por A, B e C intercepta o eixo x no valor que corresponde à temperatura corpórea. Ou seja, se a temperatura do ambiente for igual à corpórea, para que não sentíssemos que o ambiente está quente e não transpirássemos, a taxa metabólica deveria ser nula, o que não ocorre.

Referente ao capítulo 12

Este é um texto de nossa autoria sobre aspectos da combustão.

Por que uma vela se apaga quando abanada, mas o carvão em brasa fica mais incandescente?

Abanar o carvão na churrasqueira é uma prática comum para tornar a chama mais viva. Porém, se essa estratégia for aplicada para avivar a chama de uma vela acesa, ela se apagará. Em ambos os casos, o que está ocorrendo é uma combustão. Então, por que a diferença de comportamento?

Para que uma combustão ocorra, três fatores são simultaneamente necessários: combustível, comburente — este, nos casos cotidianos, é o gás oxigênio, ó dois, do ar — e calor. Combustível e comburente são necessários porque a combustão é uma reação na qual ambos são reagentes:

combustível+ó doisseta para direitaprodutos da combustão

O calor é necessário para iniciar o processo, pois aumenta a energia cinética (aumenta a “agitação térmica”) das moléculas dos reagentes, permitindo que, ao colidirem entre si, o façam com energia suficientemente alta para que a reação ocorra. Como a combustão é uma reação exotérmica, isto é, que libera calor, o próprio calor liberado supre a energia necessária para que moléculas que ainda não reagiram possam fazê-lo. É uma reação em cadeia; as moléculas que reagem fornecem condições para que outras reajam.

Para extinguir uma chama, podemos, por exemplo, (1) cortar o suprimento de combustível ou de comburente no local da combustão e ou ou (2) dissipar o calor produzido, a ponto de a reação em cadeia não mais se sustentar. Quando assopramos ou abanamos uma vela, ambos esses fatores atuam. Vejamos como.

Ao acender o pavio, o topo da vela se aquece e a cera derrete. Podemos facilmente ver essa cera derretida em uma vela acesa. Mas não é só isso. Parte da cera derretida evapora, e esse vapor, que está aquecido, sobe.

Assim, a chama da vela é alimentada por óh2, que se difunde do ar das vizinhanças, e por um fluxo ascendente de vapor de cera. Note, portanto, que o reagente é o vapor de cera, e não cera sólida ou líquida. Ao assoprarmos ou abanarmos uma vela, dispersamos o fluxo ascendente de vapor de cera e também dissipamos o calor que mantém a reação em cadeia, extinguindo a chama.

Ao abanar o carvão em brasa na churrasqueira, o resfriamento que produzimos não é suficiente para interromper a reação. Além disso, o ar introduzido pela abanada tem concentração de óh2 maior do que o ar que está no interior da churrasqueira, pois, neste, o óh2 já foi parcialmente consumido. A maior concentração de óh2 favorece a ocorrência da combustão, tornando a chama mais viva.

Ilustração. Vela com a chama acesa, indicando parte da cera, pavio e chama. Mais próximo à chama, cera líquida indicada pela cor lilás. Abaixo e na parte mais externa, cera sólida, representada pela cor roxa. Entre a cera líquida e a chama, vapor de cera ascendente, representado por setas verticais vermelhas apontadas para cima. A chama apresenta degradê amarelo, sendo mais escuro no meio da chama e mais claro próximo à na base da vela, próximo ao pavio, e na extremidade da chama. Na base da chama, difusão de gás oxigênio do ar, representado por setas horizontais azuis, e linha de chamada e texto: Aproximadamente 500 graus Celsius. No meio da chama, linha de chamada e texto: Aproximadamente 1000 graus Celsius. Um pouco mais acima, linha de chamada e texto: Aproximadamente 1200 graus Celsius.
Na vela, o combustível não é cera sólida nem cera líquida, mas sim vapor de cera.

Fonte da ilustração: , S. Forensic Chemistry. Upper Saddle River: Prentice Hall 2006. página 104-105.

Este é um texto de nossa autoria sobre a solubilidade do dióxido de carbono em água.

Por que agitar a garrafa antes de abri-la faz o refrigerante transbordar?

Os refrigerantes, assim como todas as demais bebidas gaseificadas, contêm dióxido de carbono (cê ódois) dissolvido. Dizer que o cê ó2 está dissolvido significa dizer que ele está em solução. E solução é o mesmo que mistura homogênea, uma mistura com apenas uma fase. Então, não é possível ver o cê ódois dissolvido, pois ele é parte de uma mistura homogênea. As bolhas de gás carbônico em um refrigerante aberto são de cê ódois que não está dissolvido.

Antes da abertura, a camada gasosa que existe sobre o refrigerante, em uma garrafa ou em uma lata, é gás carbônico com pressão superior à atmosférica. É a pressão do gás acima do líquido que fórça parte dele a se dissolver. Quanto maior a pressão, maior a concentração de cê ódois dissolvido, ou seja, maior a solubilidade do cê ódois no líquido.

Quando abrimos uma garrafa ou uma lata de refrigerante, boa parte do cê ódois da fase gasosa escapa. Isso diminui a pressão dêsse gás sobre o líquido e, consequentemente, reduz a solubilidade do cê ódois. É por isso que, instantaneamente, passam a se formar bolhas de gás carbônico na bebida.

Após a abertura da embalagem, o excesso de cê ódois é gradualmente eliminado do líquido, mas a velocidade com que essa eliminação ocorre pode variar bastante, dependendo das condições. A formação das bolhas é o fator que limita a eliminação. Para que uma bolha se forme, é necessário que algumas moléculas de cê ódois dissolvido se juntem em um mesmo local. Uma vez formada uma bolha, a saída de mais cê ódois da solução é facilitada porque mais moléculas de cê ódois que estejam na fase líquida podem se incorporar à bolha pela superfície dela.

Qualquer fator que produza ou introduza bolhas em meio ao refrigerante aberto, mesmo que sejam de outro gás, acelera a liberação do cê ódois. É por isso que, ao despejar o refrigerante no copo ou ao mexê-lo com uma colher, a liberação de gás se acentua.

Já estamos em condições de responder à pergunta do título. Se agitarmos a garrafa ou a lata antes de abrir, parte do gás carbônico que está acima do refrigerante se dispersa nele na fórma de pequenas bolhas (nas quais o cê ódois não está dissolvido). Essas bolhas levam alguns instantes para voltar à superfície. Se, antes do retorno das bolhas à superfície, a embalagem for aberta, a solubilidade do cê ódois diminuirá e a liberação de gás carbônico será muito rápida porque, na superfície das bolhas, o cê ódois dissolvido pode sair da solução e passar para a fase gasosa.

Agitando intensamente antes de abrir, mais bolhas serão introduzidas no líquido, maior será a superfície total de todas essas bolhas e, portanto, mais vigorosa será a liberação de gás. O crescimento das bolhas, à medida que coletam gás carbônico, faz com que o nível do refrigerante suba e o líquido extravase. Além disso, precisamos levar em conta outro fator importante para o aumento do volume das bolhas: quando a embalagem é aberta, as bolhas dispersas se expandem devido à drástica redução da pressão.

Ilustração. A. Retângulo azul representando o refrigerante em repouso e aberto. Uma única bolha representando o gás carbônico gasoso dissolvido no líquido. Gás carbônico (gasoso) também fora do líquido. Texto: A liberação de gás carbônico da solução pode ocorrer na superfície do líquido ou na superfície de uma bolha eventualmente formada. B. Retângulo azul representando o refrigerante agitado e aberto. Várias bolhas de diferentes tamanhos representando o gás carbônico gasoso dissolvido no líquido. Gás carbônico (gasoso) também fora do líquido. Texto: A liberação de gás carbônico é muito favorecida porque é grande a superfície total das bolhas dispersas no líquido pela agitação.
Esquema comparativo da liberação de gás em um refrigerante em repouso e aberto, , e em um que foi agitado e aberto, .

Sugestão de leitura complementar para estudantes

Capítulo 1

LEITE, M. Meio ambiente e sociedade. São Paulo: Ática, 2005. (Coleção De Olho na Ciência).

Paradidático que aborda os conceitos de meio ambiente, ecossistema e biodiversidade, entre outros.

MIRANDA, E. E. Descobrimento da biodiversidade. São Paulo: Loyola, 2004. (Coleção Ecologia).

Obra em que se discutem vários temas relacionados à biodiversidade, quais são os usos e as ameaças à espécie humana.

Capítulo 2

BRANCO, S. M. Natureza e agroquímicos. terceira edição São Paulo: Moderna, 2013. (Coleção Desafios).

Paradidático sobre o uso de pra­gui­cidas, que apresenta o tema ponderando sobre suas vantagens e discutindo seus problemas, em especial os problemas ambientais e de saúde que podem causar.

DIAS, G. F. Ecopercepção: um resumo didático dos desafios socioambientais. São Paulo: Gaia, 2004.

Síntese dos desafios ambientais enfocados dos pontos de vista social, econômico, político, ecológico e ético.

STERN, I. Sobrevivendo à grande extinção: dinossauros. São Paulo: Saraiva, 2002. (Coleção Sobrevivendo).

Permite ao leitor uma visão de adaptações desenvolvidas por vários seres vivos aos mais diversos ambientes. Sugere que as aves atuais seriam resultado da evolução de um grupo de dinossauros bípedes.

Capítulo 3

TELAROLLI JR., R. Epidemias no Brasil: uma abordagem biológica e social. terceira edição São Paulo: Moderna, 2013. (Coleção Desafios).

O livro apresenta aspectos biológicos e sociais relacionados com doen­ças de incidência considerável no país e que são causadas por vírus, bactérias e protozoários.

Capítulo 6

CAST, C. V. A água. segunda edição São Paulo: Callis, 2011. (Coleção De Onde Vem Para Onde Vai).

Esse livro narra o percurso da água até as casas. Trata de aeração, aqueduto, aquífero, condensação, evaporação, entre outros temas. Traz algumas experiências.

CAVINATTO, V. M. Saneamento básico: fonte de saúde e bem-estar. terceira edição São Paulo: Moderna, 2012. (Coleção Desafios).

A autora mostra a importância do saneamento básico para a saúde humana.

DIAS, S. Água, meio ambiente e vida. terceira edição São Paulo: Global, 2010.

Livro que discute a relação do ser humano com o planeta Terra, o uso múltiplo da água e a mobili­zação social para a manutenção da vida.

Capítulo 8

BRUNO, S. F. 100 animais ameaçados de extinção no Brasil: e o que você pode fazer para evitar. Rio de Janeiro: Ediouro, 2008.

Apresenta informações sobre cem espécies da fauna nacional que estão ameaçadas de extinção e discute ações necessárias para evitar esse desaparecimento.

Capítulo 11

LEITE, M. Meio ambiente e sociedade. São Paulo: Ática, 2005. (Coleção De Olho na Ciência).

Esse livro traz, entre outros temas, a questão energética e a ecologia.

TUNDISI, H. S. F. Usos de energia – sistemas, fontes e alternativas: do fogo aos gradientes de temperatura oceânicos. décima quinta edição São Paulo: Atual, 2003. (Coleção Meio Ambiente).

Inclui abordagem sobre petróleo, sua exploração e sua ocorrência no Brasil.

Sugestão de leitura complementar para professores

Capítulo 1

EOL ENCYCLOPEDIA OF LIFE Disponível em: https://oeds.link/TC2nDQ (em inglês). Acesso em: 21 jun. 2022.

Enciclopédia cooperativa sobre os seres vivos. É o resultado dos esforços de pesquisadores do mundo todo em disponibilizar gratuitamente dados sobre os seres vivos e surgiu de uma ideia revelada pelo biólogo éduardUílson (1929-2021) ao receber o Prêmio tédi.

Os textos de Química Nova na Escola e Química Nova que são indicados nesta lista de sugestões, a partir deste ponto, estão disponíveis em: https://oeds.link/f6GxGe. Acessos em: 21 junho 2022.

, B. Prêmio Nobel de Química 2006: os mecanismos estruturais de transcrição em eucariotos. Química Nova na Escola, número 24, página 3-6, 2006.

MARGULIS, L.; K. Cinco reinos: um guia ilustrado dos filos da vida na Terra. terceira edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

Obra amplamente ilustrada que aborda os diversos filos de seres vivos. O fato de usar a divisão em cinco reinos em nada afeta a utilidade da obra para estudo ou consulta.

MARTINS, M.; SANO, P. T. Biodiversidade tropical. São Paulo: Editora da Unesp, 2010.

Apresenta informações relativas à evolução dos diferentes grupos de seres vivos.

MAYR, E. Biologia, ciência única: reflexões sobre a autonomia de uma disciplina científica. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

O autor, conceituado biólogo, analisa alguns temas relevantes da Biologia, com ênfase na evolução.

MAYR, E. Isto é Biologia: a ciência do mundo vivo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

Aborda o modo de trabalho da Biologia e trata de algumas questões centrais dessa ciência.

MILLER JR., G. T. Ciência ambiental. décima primeira edição São Paulo: Cengage, 2006.

Obra universitária introdutória que tem a sustentabilidade como tema central.

rríci, J. B. êti áli. Biologia de Campbell. décima edição Porto Alegre: Artmed, 2015.

Os capítulos da unidade 8 dêsse livro universitário de Biologia abordam a Ecologia. O capítulo 55 é sobre a ecologia da restauração e o 56 é sobre aspectos biológicos da conservação.

SADAVA, D. êti áli. Vida: a ciência da Biologia. oitava edição Porto Alegre: Artmed, 2009. 3 volume

Tradução brasileira do livro universitário de Biologia Geral. Os capítulos 1 (no volume 1) e 26 (no volume 2) são úteis na compreensão da divisão dos seres vivos em três domínios.

Uatson, J. D.; béri, A. dê êne á: o segredo da vida. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

Nesse livro, Jeimes Uatson, um dos descobridores da estrutura de dupla-hélice do dê êne á, e seu coautor relatam as principais descobertas que culminaram com a biotecnologia e o sequenciamento do genoma humano.

Capítulo 2

BRANCO, S. M. O meio ambiente em debate. terceira edição atual. São Paulo: Moderna, 2010. (Coleção Polêmica).

Nesse paradidático, o autor apresenta uma série de informações úteis ao professor de Ciências Naturais, que o auxiliarão no desenvolvimento dos aspectos ligados ao tema Vida e ambiente.

CAMPOS, M. L. A. M.; JARDIM, W. F. Aspectos relevantes da biogeoquímica da hidrosfera. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, número 5, página 18-27, 2003.

Apresenta uma visão geral da química da hidrosfera, considerando aspectos biológicos, físicos e geológicos.

, A. R.; BENEDETTI FILHO, E. A importância do oxigênio dissolvido em ecossistemas aquáticos. Química Nova na Escola, número 22, página 10-16, 2005.

Artigo que discute a importância do gás oxigênio dissolvido em ambientes aquáticos, os fatores que afetam a solubilidade dessa substância em água e como varia a concentração dêsse soluto com a profundidade.

ROSA, A. H.; ROCHA, J. C. Fluxos de matéria e energia no reservatório solo: da origem à importância para a vida. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, ­número 5, página 7-17, 2003.

Artigo que aborda fenômenos ambientais que ocorrem no solo, empregando os conceitos de fluxo de matéria e fluxo de energia.

TALAMONI, J. L. B.; SAMPAIO, A. C. (organizador). Educação ambiental: da prática pedagógica à cidadania. São Paulo: Escrituras, 2004.

Coletânea de textos a partir de dissertações de mestrado em Educação de Ciências Ambientais.

Táumsend, C. R.; BEGON, M.; rarpêr, J. L. Fundamentos em Ecologia. terceira edição Porto Alegre: Artmed, 2010.

Essa obra apresenta os fundamentos teóricos essenciais da Ecologia, além de aplicações práticas.

Capítulo 3

blék, J. G. Microbiologia: fundamentos e perspectivas. quarta edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

Livro destinado ao Ensino Superior que aborda aspectos biológicos dos microrganismos, interação com os seres humanos, contrôle de microrganismos e microbiologia ambiental.

HIRATA, M. H.; MANCINI FILHO, J. Manual de bios­segurança. Barueri: Manole, 2002.

Publicação que abrange o tema do título sob diversos aspectos, incluindo segurança em laboratórios de ensino e pesquisa, organismos e alimentos geneticamente modificados, biossegurança e câncer, radioisótopos e legislação.

MADIGAN, M. T. êti áli. Microbiologia de bróc. décima segunda edição Porto Alegre: Artmed, 2010.

Obra universitária que abrange doenças de origem microbiana e aspectos profiláticos. Também trata da deterioração de alimentos por bactérias.

Capítulo 4

, R. F.; EICHORN, S. E. Raven Biologia vegetal. oitava edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

Tradução em língua portuguesa de livro universitário. Inclui capítulo sobre fungos.

TERÇAROLI, G. R.; PALEARI, L. M.; , E. O incrível mundo dos fungos. São Paulo: Editora da Unesp, 2010.

Livro ilustrado sobre os fungos, seus tipos e suas características.

Capítulo 5

BARNES, R. S. K. êti áli. Os invertebrados: uma síntese. segunda edição São Paulo: Atheneu, 2008.

Livro universitário que apresenta os filos de invertebrados e suas características. Também trata de aspectos evolutivos e funcionais.

BRUSCA, R. C.; mur, W.; , S. M. Invertebrados. terceira edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

Tradução de livro universitário destinado aos cursos de Biologia.

BUZZI, Z. J. Entomologia didática. quinta edição Curitiba: Editora ú éfe pê érre, 2010.

Livro-texto destinado ao estudo dos insetos.

BUZZI, Z. J. Nomes populares de insetos e ácaros do Brasil. Curitiba: Editora ú éfe pê érre, 2009.

Obra de consulta que apresenta entradas por nome popular e por nome científico.

CARDOSO, J. L. C. êti áli. Animais peçonhentos no Brasil. segunda edição São Paulo: Sarviêr, 2009.

Trata de aspectos biológicos e clínicos dos acidentes com animais peçonhentos, em especial serpentes, aracnídeos e insetos.

, P. J.; , P. S. Os insetos: um resumo de entomologia. terceira edição São Paulo: Roca, 2007.

Inclui diversos temas sobre insetos, tais como diversidade, ciclo de vida, filogenia, insetos aquáticos, insetos e plantas, insetos sociais, predação e parasitismo, entomologia médica e manejo de pragas.

, C. P. êti áli. Princípios integrados de Zoologia. décima sexta edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

Livro universitário de Zoologia com muitas ilustrações coloridas. Aborda vertebrados e invertebrados.

MARCONDES, C. B. Entomologia médica e veterinária. segunda edição São Paulo: Atheneu, 2011.

Livro, em nível universitário, sobre insetos (também inclui algo sobre ácaros) transmissores e/ou causadores de doenças.

PEREIRA, R. C.; SOARES-GOMES, A. (organizador). Biologia marinha. Rio de Janeiro: Interciência, 2002.

Texto em nível universitário que aborda diversos aspectos da Biologia marinha, com destaque para a realidade brasileira.

RIBEIRO-COSTA, C. S.; ROCHA, R. M. (edição). Invertebrados: manual de aulas práticas. segunda edição Ribeirão Preto: Holos, 2006.

Voltado ao professor universitário de Zoologia dos invertebrados, esse livro pode ser útil ao professor do Ensino Fundamental dois porque aborda características de espécies de ocorrência no Brasil.

, E. E.; fóks, R. S.; BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados. sétima edição São Paulo: Roca, 2005.

Tradução de livro universitário destinado aos cursos de Biologia.

, J. O fenômeno das abelhas. Porto Alegre: Artmed, 2010.

Livro em linguagem bastante acessível sobre a biologia das abelhas, com destaque para o comportamento social.

, C. A.; Dionsan, N. F. Estudo dos insetos. São Paulo: Cengage, 2011.

Obra universitária que aborda as diversas ordens de insetos e suas características.

Capítulo 6

AZEVEDO, E. B. Poluição . tratamento de água: duas faces da mesma moeda. Química Nova na Escola, número 10, página 21-25, 1999. (Veja também errata no número 14, página 46.)

O autor discute o que é poluição, quais suas fontes e que métodos há para seu contrôle.

bróun, T. L. êti áli. Química: a Ciência central. décima terceira edição São Paulo: Pearson, 2017.

O capítulo 13 dêsse livro universitário de Química Geral abrange a físico-química da solubilização de gases em líquidos, explicando a ocorrência de poluição térmica em lagos e rios.

CARVALHO, A. R.; OLIVEIRA, M. V. C. Princípios básicos do saneamento do meio. décima edição São Paulo: Senac, 2010.

Trata de saneamento ambiental e traz, entre outros assuntos, temas como a qualidade da água e do ar, tratamento de esgotos, contrôle dos vetores que causam zoonoses, cuidado com alimentos e limpeza dos ambientes.

CIMERMAN, B.; CIMERMAN, S. Parasitologia humana e seus fundamentos gerais. segunda edição São Paulo: Atheneu, 2002.

Livro universitário no qual o professor encontrará dados específicos sobre as diversas parasitoses.

Clárque, R.; Quíngui, J. O atlas da água. São Paulo: PubliFolha, 2006.

Traz mapas com a distribuição das águas no mundo. Trata também de escassez, exploração de águas subterrâneas, desperdício, secas e inundações, tratamento, entre outros temas.

DALLARI, D. A. Direitos humanos e cidadania. segunda edição São Paulo: Moderna, 2004. (Coleção Polêmica).

O autor, jurista e professor de Direito, discorre sobre as várias faces dos direitos humanos. O capítulo 13 fala sobre o direito à saúde e oferece subsídios para tocar nesse importante ponto. No final do livro, há um anexo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

GRASSI, M. T. As águas do planeta Terra. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, número 1, página 31-40, 2001.

Entre outros assuntos ligados à importância da água, o artigo apresenta informações sobre o tratamento da água destinada ao consumo humano e sua importância na melhoria da qualidade de vida.

GUIMARÃES, J. R.; , E. A. A. Tratando nossos esgotos: processos que imitam a natureza. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, número 1, página 19-30, 2001.

Entre outros aspectos relacionados ao tratamento das águas residuárias, o artigo apresenta o papel dos processos de oxirredução envolvendo matéria orgânica.

MADIGAN, M. T. êti áli. Microbiologia de Brock. décima segunda edição Porto Alegre: Artmed, 2010.

Abrange doenças de origem microbiana e aspectos profiláticos.

MAIA, A. S.; OLIVEIRA, W.; OSÓRIO, V. K. L. Da água turva à água clara: o papel do coagulante. Química Nova na Escola, número 18, página 49-51, 2003.

Artigo que apresenta procedimentos para experimento demonstrativo que reproduz etapas da clarificação da água, possibilitando ilustrar o papel da floculação.

NEVES, D. P. êti áli. Parasitologia dinâmica. terceira edição São Paulo: Atheneu, 2009.

Livro universitário que apresenta informações sobre variadas fórmas de parasitas humanos, não apenas vermes.

REY, L. Parasitologia. quarta edição Rio de Janeiro: Guanabara coogan, 2008.

Obra universitária sobre parasitas humanos e doenças causadas por eles.

TUNDISI, J. G. Água no século vinte e um: enfrentando a escassez. terceira edição São Paulo: Rima, 2009.

Destaca a ação do ser humano nos principais problemas da água e defende a necessidade de uma gestão integrada e adaptativa de bacias hidrográficas. Entre os problemas, estão a saúde, as crises de abastecimento e os conflitos nacionais e internacionais.

Capítulos 7 e 8

RILDEBRÉN, M.; , G. Análise da estrutura dos vertebrados. segunda edição São Paulo: Atheneu, 2006.

Em capítulos separados, analisa as diferentes características estruturais e funcionais dos organismos.

, K. V. Vertebrados: anatomia comparada, função e evolução. quinta edição São Paulo: Roca, 2010.

Obra destinada ao nível superior, que abrange diversos aspectos biológicos dos vertebrados. Contém quadros com curiosidades específicas.

, C. D.; , P. M. Princípios de Fisiologia animal. segunda edição Porto Alegre: Artmed, 2010.

Livro com tratamento em nível superior para o funcionamento dos organismos animais. A abordagem é integrada; cada capítulo versa sobre um sistema ou funcionalidade.

Pougui, F. H.; , C. M.; Ráiser, J. B. A vida dos vertebrados. quarta edição São Paulo: Atheneu, 2008.

O livro aborda os vertebrados em seus aspectos morfológicos e fisiológicos, a integração entre eles e trata de assuntos como ecologia e evolução das espécies.

rríci, J. B. êti áli. Biologia de Quêmbol. décima edição Porto Alegre: Artmed, 2015.

Os capítulos 32 a 34 dêsse livro universitário de Biologia abordam a evolução animal. E os capítulos da unidade 7 são sobre fórma e função nos animais.

REIS, N. R. êti áli. Mamíferos do Brasil: guia de identificação. Rio de Janeiro: Technical Books, 2010.

Obra ilustrada por fotografias e mapas sobre os mamíferos de ocorrência no país. Fornece nome popular e científico, descrição, região em que ocorrem, reprodução, hábitos e, se for o caso, grau em que está ameaçado.

SADAVA, D. êti áli. Vida: a ciência da Biologia. oitava edição Porto Alegre: Artmed, 2009. volume 2 e volume 3.

Os capítulos 31, 32 e 33 do volume 2 dessa obra universitária de Biologia Geral apresentam a diversidade da vida animal. Os capítulos 46 a 57 do volume 3 tratam de aspectos específicos da Biologia Animal.

Capítulo 9

AB’SÁBER, A. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. sexta edição Cotia: Ateliê, 2010.

O autor analisa os domínios paisagísticos e ecológicos do território nacional e também as faixas de transição.

AB'SÁBER, A. Brasil: paisagens de exceção. O litoral e o Pantanal Mato-Grossense. Cotia: Ateliê, 2006.

O autor chama a atenção para uma reflexão ética quanto à exploração do Pantanal Mato-Grossense e do litoral.

Capítulo 10

fíxer, L. A Ciência no cotidiano: como aproveitar a Ciência nas atividades do dia a dia. Rio de Janeiro: Jorge zarrár, 2004.

O capítulo 3 dêsse livro de divulgação científica aborda as máquinas simples, comenta um pouco de sua história, analisa sua utilidade na vida diária e apresenta várias curiosidades a respeito do tema.

gref – Grupo de Reelaboração do Ensino de Física. Física. sétima edição São Paulo: Edusp, volume 1, 2002.

O primeiro volume dessa coleção, para professores de Física, trata de ferramentas e mecanismos, entre outros temas de Mecânica.

RIVAL, M. As grandes invenções da humanidade. São Paulo: Larrússi, 2009.

Apresenta, em ordem cronológica desde períodos pré-históricos até o final do século vinte, as principais invenções, sua história e suas características.

Capítulo 11

CORRÊA, A. G.; ZUIN, V. G. Química verde: fundamentos e aplicações. São Carlos: edufiscar, 2009.

Esse livro, escrito por professores da Universidade Federal de São Carlos (São Paulo), apresenta os princípios básicos da química verde e exemplifica sua utilização no desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, em áreas como catálise, solventes alternativos, minimização de resíduos e desenvolvimento de processos mais seguros e de maior eficiência.

gref – Grupo de Reelaboração do Ensino de Física. Física. quinta edição São Paulo: Edusp, volume 2, 2005.

O segundo volume dessa coleção voltada para professores de Física traz informações sobre Física Térmica.

JARDIM, W. F. A evolução da atmosfera terrestre. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, número 1, página 5-8, 2001.

Artigo que discute a variação da composição da atmosfera terrestre ao longo do tempo e a relação disso com o aparecimento e o desenvolvimento da vida. O efeito estufa e sua importância também são tratados.

MATEUS, A. L. M. L.; MACHADO, A. H.; BRASILEIRO, L. B. Articulação de conceitos químicos em um contexto ambiental por meio do estudo do ciclo de vida de produtos. Química Nova na Escola, volume 31, número 4, página 231-234, 2009.

Artigo que aborda projetos de análise do ciclo de vida de produtos, articulando saberes científicos e contexto ambiental.

OLIVEIRA, J. S.; MARTINS, M. M.; APPELT, H. S. Trilogia: Química, sociedade e consumo. Química Nova na Escola, volume 32, número 3, página 140-144, 2010.

O artigo faz uma retrospectiva histórica da relação entre Química, sociedade e consumo, apresentando razões pelas quais a Química não deveria ser estigmatizada.

TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. sexta edição Rio de Janeiro: éle tê cê, 2009. volume 2.

Livro universitário que traz na sua terceira parte os temas temperatura, escalas de temperatura, mudança de fase, troca de calor, entre outros.

uólquer, J. O circo voador da Física. segunda edição Rio de Janeiro: éle tê cê, 2008.

As situações curiosas e/ou cotidianas tratadas no capítulo 4 dêsse livro envolvem processos térmicos.

Capítulo 12

AFONSO, J. C.; LIMA, A. C. S. A química do refrigerante. Química Nova na Escola, volume 31, número 3, página 210-215, 2009.

Artigo que fornece ao professor informações acerca da composição e das propriedades dos refrigerantes. Inclui dados sobre a produção, os aditivos e a carbonatação.

CAMILLO JÚNIOR, A. B. Manual de prevenção e combate a incêndios. sexta edição São Paulo: Senac, 2008.

O autor discute aspectos referentes à causa dos incêndios, aos diferentes tipos de fogos, à prevenção de incêndios e à sua extinção.

CHAGAS, A. P. A história e a química do fogo. Campinas: Átomo, 2006.

O autor aborda como a humanidade aprendeu a fazer o fogo e a utilizá-lo, controlá-lo e combatê-lo. Também trata das concepções científicas acerca da combustão, inclusive sob o ponto de vista termodinâmico. Merece destaque o capítulo dedicado à combustão usando outros comburentes que não o oxigênio.

MARTINS, C. R. êti áli. Ciclos globais de carbono, nitrogênio e enxofre: a importância na Química da atmosfera. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, número 5, página 28-41, 2003.

Artigo que aborda as camadas da atmosfera terrestre, suas características e seus constituintes químicos principais, bem como os ciclos globais dos elementos químicos carbono, nitrogênio e enxofre.

MOZETO, A. A. Química atmosférica: a Química sobre nossas cabeças. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, número 1, página 41-49, 2001.

Artigo que aborda aspectos da química da atmosfera e as implicações da poluição do ar.

Referencial bibliográfico comentado

Auzúbel, D. P. The acquisition and retention of knowledge: a cognitive view. bóston: Kluwer/Springer, 2000.

Obra em que o autor discorre sobre aprendizagem significativa. Relevante para a adequada exploração de oportunidades de problematização e contextualização, sobretudo no início de novos blocos de conteúdo, criando situações que possibilitem que as novas informações sejam interpretadas, relacionadas e incorporadas a saberes pré-existentes.

Bírlei, S. The vlogger’s handbook. Londres: Quarto pãblichin, 2019.

Livro que explica os principais conceitos relacionados à prática de vlogging (isto é, elaborar postagens de blog em vídeo). Inclui aspectos técnicos para assegurar uma boa produção, e também sugere como elaborar um roteiro e transformá-lo em uma produção. Empregado como fonte para a elaboração da infografia sobre mídias digitais.

, B. F. A teacher's guide to organizational strategies for thinking and writing. Lanham: Rowman & Littlefield, 2015.

Livro sobre como desenvolver nos estudantes habilidades relacionadas ao pensamento e à escrita, consultado quanto à metodologia para produção de textos com análises críticas, criativas e propositivas.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê). Brasília: Méqui, 2018.

Documento oficial do Méqui criado para nortear as políticas públicas educacionais e servir de referência para os currículos desenvolvidos nos âmbitos estadual e municipal, garantindo as aprendizagens essenciais ao longo da escolaridade, sem deixar de levar em conta a autonomia das escolas e dos professores e a heterogeneidade da sociedade brasileira. Tem como foco o desenvolvimento de competências, definidas como a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, a fim de permitir aos indivíduos a resolução de demandas complexas do cotidiano e o pleno exercício da cidadania.

ciébi. Currículo de referência em tecnologia e computação: da Educação Infantil ao Ensino Fundamental. São Paulo: Centro de Inovação para a Educação Brasileira (ciébi), 2018.

Proposta que inclui marcos conceituais, bases teóricas e metodológicas para ensino de tecnologia e computação em consonância com a Bê êne cê cê. Utilizado para pautar sugestões de atividades que contemplem pensamento computacional dentro da abordagem de Ciências da Natureza.

Cófildi, F. êti áli. Learning styles and pedagogy in post‑16 learning: a systematic and critical review. Londres: Learning Skills Research Centre, 2004).

Revisão da literatura sobre estilos de aprendizagem, analisada visando à adoção de um modelo significativo.

cól, C. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Ática, 1997.

Obra consultada para auxiliar na indicação de conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Também usada na reflexão sobre propostas de avaliação dêsses tipos de conteúdos.

cól, C. êti áli. Os conteúdos na Reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Livro que esmiúça a distinção entre as categorias de conteúdos – conceituais, procedimentais e atitudinais –, discutindo critérios para sua inclusão nos currículos, como são aprendidos, quais as estratégias que favorecem seu aprendizado e quais as fórmas mais adequadas de avaliá-los. Obra amplamente consultada na concepção desta obra, na seleção dos conteúdos e na elaboração das propostas de abordagem.

cól, C. êti áli. (organizador). Desenvolvimento psicológico e educação. segunda edição Porto Alegre: Artmed, 2004.

Obra sobre concepções e tendências atuais em psicologia da educação. Aborda os processos educacionais a partir de uma perspectiva psicológica, os fatores envolvidos na aprendizagem escolar, a dinâmica ensino-aprendizagem em sala de aula, a influência da interação, do ambiente familiar e das novas tecnologias na aprendizagem de conteúdos escolares.

CURZON, P. êti áli. Computational thinking: a guide for teachers. Swindon: Computing at School, 2015.

Material elaborado para explicar a docentes em que consiste o pensamento computacional e quais são suas características e seus métodos. Apresenta exemplos de como ele pode ser desenvolvido na escola. Empregado para a elaboração de atividades e orientações ligadas ao pensamento computacional.

FIORIN, J. L. Argumentação. São Paulo: Contexto, 2018.

Obra que explora os diversos aspectos envolvidos na argumentação. Explica os conceitos envolvidos e mostra os formalismos clássicos dos quais se originaram as formas de argumentação atualmente empregadas. Analisa as diversas técnicas argumentativas. Referência quanto a informações explicativas sobre dedução e indução.

fráulei, W. vigótisqui e a ciência cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Aborda, entre outros aspectos, como a interação de estudantes com pares mais capazes possibilita a potencialização de aprendizados e da resolução de problemas.

GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. vigésima sétima edição Rio de Janeiro: Editora éfe gê vê, 2010.

Livro sobre as variadas construções gramaticais usadas em diversos gêneros do discurso e que aborda também a eficácia argumentativa. Consultado como referência sobre indução e dedução.

Gardner, H. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Nesta obra, o autor revisita e dá prosseguimento ao seu trabalho sobre inteligências múltiplas, ampliando o conjunto de inteligências elencadas. Fonte de inspiração para a criação de vivências que contemplem modos de interação entre os estudantes e formas de expressão envolvendo diferentes linguagens, incluindo a artística.

Geóguegãn, M. W.; Clás, D. Podcast solutions: the complete guide to audio and video podcasting. segunda edição bârclei: , 2007.

Livro sobre podcasts, que abrange desde planejamento e formas de implementação, incluindo aspectos técnicos, até pós-produção e divulgação. Empregado na elaboração do infográfico sobre mídias digitais.

quíne, M. S. (edição). Computational thinking in the STEM disciplines: foundations and research highlights. Cham: Springer, 2018.

Obra consultada sobre implementação de fundamentos de pensamento computacional em Ciências da Natureza.

quíne, M. S.; , S. (edição). STEAM education: theory and practice. Cham: Springer, 2019.

Livro consultado sobre possibilidades de diálogo entre os componentes Ciências e Arte.

KOBAYASHI, V. N. Reflections on STEAM in Education.ín: bábassi uílrite, Z. (edição). Promoting language and STEAM as human rights in education: science, technology, engineering, arts and mathematics. : Springer, 2019.

A sigla STEM é empregada para uma abordagem com a intenção de favorecer aprendizagens relacionadas às áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, cujas inicias, em inglês, constituem a sigla. Já STEAM é uma abordagem que se diferencia da STEM por incluir a Arte.

Esse capítulo de livro foi consultado para elucidar potencialidades da interação entre os componentes curriculares Ciências e Arte.

Colbi, D. A. Experiential learning: experience as the source of learning and development. segunda edição Upper Saddle River: Pearson, 2015.

Livro em que o autor revisita e amplia seu trabalho sobre perfis de aprendizagem. Usado como referência para esse modelo, com especial interesse nos dois aspectos relacionados à apreensão das informações, a experiência concreta e a observação reflexiva, e nos dois aspectos ligados ao processamento da informação, a conceitualização abstrata e a experimentação ativa. O livro também ajudou a determinar os tipos de atividades que favorecem estudantes com um viés de maior propensão a cada um deles.

KONG, S.-C.; ABELSON, H. (edição). Computational thinking education. Singapura: Springer, 2019.

Obra consultada sobre o ensino dos fundamentos do pensamento computacional.

, A. A.; ruszquiéviquis, J. J.; uólters, K. Every­thing's an argument: with readings. sétima edição Boston: Bedford/St. Martin's, 2016.

Obra inteiramente destinada ao reconhecimento, à análise e à elaboração de argumentações, em diversos tipos de texto e em situações variadas. Inclui vasta quantidade de exemplos, não apenas na fórma de textos, mas também em fotos, charges e outras imagens. Consultada sobre tipos de argumentos e também acerca de como orientar estudantes na elaboração de textos que contenham análises críticas, criativas e propositivas.

múun, B. M. êti áli. (organizador). Applied concept mapping: capturing, analyzing, and organizing knowledge. Bouca Ráton: CRC Prés, 2011.

Compêndio, escrito por diversos pesquisadores, sobre a importância e a utilização de mapas conceituais na educação, utilizado como referência para esse tema.

MORAES, R. Aprender Ciências: reconstruindo e ampliando saberes. ín: , M. C. êti áli. (organizador). Construção curricular em rede na educação em Ciências: uma aposta de pesquisa na sala de aula. Ijuí: Unijuí, 2007. (Coleção Educação em Ciências).

Capítulo que discute a aprendizagem de Ciências como reconstrução de saberes prévios. Consultado no tocante à valorização das ideias prévias dos estudantes.

MORAES, R.; RAMOS, M. G.; , M. C. A epistemologia do aprender no educar pela pesquisa em Ciências: alguns pressupostos teóricos. ín: MORAES, R.; MANCUSO, R. (organizador). Educação em Ciências: produção de currículos e formação de professores. Ijuí: Unijuí, 2004.

Os autores compartilham os pressupostos teórico-práticos que orientam sua atuação na formação de professores. Consultado sobre aspectos epistemológicos da Ciência e a importância de aspectos socioculturais na aprendizagem.

nôvac, J. D. Concept mapping: a useful tool for science education. Journal of Research in Science Teaching, volume 27, página 937-949, 1990.

Artigo em que Joseph Novák, fundamentado em conceitos subjacentes à teoria da aprendizagem significativa, de Deivid Ausubaal, descreve a gênese dos mapas conceituais e sua importância na educação científica. Consultado sobre a fundamentação teórica dessa ferramenta.

, J. Engage: the trainer’s guide to learning styles. Hoboken: John Wiley, 2012.

Livro que discorre sobre situações, atividades, vivências e estratégias de ensino que favorecem diferentes estilos de aprendizagem. Usado como fonte de informações sobre esses temas, em especial sobre práticas pedagógicas que podem favorecer estudantes com mais propensão à experiência concreta ou à observação reflexiva, bem como os mais inclinados à conceitualização abstrata ou à experimentação ativa.

ONTORIA, A. êti áli. Mapas conceptuales: una técnica para aprender. sétima edição Madri: Narcea, 1997.

Livro sobre a relevância dos mapas conceituais e como elaborá-los. Usado como fonte sobre como auxiliar estudantes a elaborar esses constructos.

PERELMAN, C.; Oubréchs titéca, L. Tratado de argumentação: a nova retórica. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

Livro clássico sobre técnicas argumentativas, empregado como referência para a exposição sobre o tema, na parte inicial deste Manual do professor.

Perrenôu, P. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Obra destinada à formação de docentes, na qual o autor expõe e justifica, com amplo repertório de argumentos, a permanente necessidade de reflexão sobre a prática docente, como maneira de ampliar os horizontes formativos dêsses profissionais e melhorar a educação.

, C. L. (edição) Innovative strategies for teaching in the Plant Sciences. Atlanta: Springer, 2014.

Obra consultada acerca da importância pedagógica, no ensino de Ciências da Natureza, da Etnociência, em especial da Etnobiologia e da Etnobotânica.

, The essential guide to classroom practice: 200+ strategies for outstanding teaching and learning. Abingdon: Routledge/Taylor & Francis, 2015.

Livro que apresenta estratégias para diversificar situações de aprendizagem. Consultado sobre metodologias ativas.

rís, S.; Niutom, D. Creative chemists: strategies for teaching and learning. Londres: Royal Society of Chemistry, 2020.

Obra consultada sobre aspectos referentes ao ensino de conceitos relacionados à Química e, em especial, sobre como criar vivências que possibilitem engajar diferentes perfis de estudante em situações de aprendizagem, possibilitando que se apropriem de saberes científicos.

SILVER, H. F.; , R. W.; PERINI, M. J. The strategic teacher: selecting the right research-based strategy for every lesson. Alexandria (Estados Unidos da América): Thoughtful Education Press, 2007.

Livro que discorre sobre diferentes metodologias ativas na educação, consultado como fonte de informações acerca dêsse tema.

VELASCO, P. D. N. Educando para a argumentação: con­tribuições para o ensino da lógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

Livro destinado ao ensino do reconhecimento de argumentos em textos, sejam acadêmicos ou não, e sua avaliação. A autora explica os diversos aspectos da lógica relacionados à elaboração de argumentos e discute diversas falácias (tipos de raciocínio incorretos) de argumentação. Usado como referência sobre premissas, conclusões, dedução, indução e argumentação.

Vads uorf, B. J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de piagê. quarta edição São Paulo: Pioneira, 1996.

Obra sobre construtivismo e aprendizagem. Foi amplamente consultado para auxiliar na concepção de diversas propostas de atividade desta coleção.

, C.; Bruquixáir, B.; Gôudmãn, J. G. (edição). Science blogging: the essential guide. New Haven: Yale University Press, 2016.

Coletânea de textos de diversos autores sobre a relevância e a implementação de blóguis com postagens de natureza científica, em contexto acadêmico ou não. Empregada na referenciação do infográfico sobre mídias digitais.

Tiã, L.-F.; Istãrnberg, R. J.; Ráiner, S. (edição). Handbook of intellectual styles: preferences in cognition, learning, and thinking. Nova York: Springer, 2012.

Compêndio de artigos escritos por pesquisadores de diversas áreas, que faz uma ampla revisão da literatura acerca de estilos intelectuais. Consultado como ponto de partida para optar pelo modelo de perfis de aprendizagem apresentado no Manual do professor.

Nota de rodapé
1
Segundo cól, C. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Ática, 1997.
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2
Segundo cól, C., ópi citi
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3
Segundo COLL, C., ópi citi
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