SUMÁRIO

I. Apresentação quatro

II. Pressupostos teórico-metodológicos cinco

1. A Base Nacional Comum Curricular cinco

As competências gerais da Educação Básica cinco

As competências específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental seis

As competências específicas de Geografia para o Ensino Fundamental sete

As habilidades da BNCC sete

2. A abordagem teórico-metodológica da coleção treze

Por uma Educação Geográfica treze

Abordagem científica e identificação de pseudociências treze

Raciocínio geográfico catorze

Conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais quinze

Os conceitos-chave da Geografia dezesseis

3. Os princípios pedagógicos norteadores da coleção dezoito

O trabalho com conhecimentos prévios dezoito

Uso e domínio de diferentes linguagens dezoito

A alfabetização cartográfica dezenove

Aplicação das metodologias ativas de aprendizagem dezenove

Realização de atividades que promovam a leitura inferencial vinte e um

Uso do pensamento computacional vinte e dois

Interdisciplinaridade, contextualização e transversalidade vinte e quatro

Protagonismo do aluno no processo de aprendizagem vinte e sete

O combate à intimidação sistemática vinte e oito

Maior visibilidade às culturas juvenis trinta

4. A proposta didático-pedagógica da coleção trinta e dois

A organização geral dos volumes trinta e dois

Os recursos didático-pedagógicos dos livros trinta e três

Sugestões de cronogramas trinta e oito

5. O processo de avaliação da aprendizagem em sua globalidade trinta e oito

A avaliação formativa trinta e oito

Apoio a alunos com diferentes níveis de aprendizagem quarenta

A avaliação prognóstica quarenta e um

Os critérios de avaliação em Geografia quarenta e dois

Os instrumentos de avaliação e a autoavaliação quarenta e dois

Preparação para exames de larga escala quarenta e três

6. Bibliografia quarenta e cinco

III. Trabalhando com o volume do 8º ano cinquenta

1. Introdução ao volume do 8º ano cinquenta

Objetivos e justificativas do volume do 8º ano cinquenta

Objetivos das unidades do 8º ano cinquenta e dois

Objetos de conhecimento e habilidades no livro do 8º ano cinquenta e cinco

2. Textos complementares sessenta

IV. Orientações específicas sessenta e três

Conheça a parte específica deste manual sessenta e três

Unidade 1 – Espaço mundial: diversidade e regionalização 12

Unidade 2 – População mundial, fluxos migratórios e problemas urbanos na América Latina 44

Unidade 3 – A ascensão dos Estados Unidos e da China no cenário internacional e os BRICS 79

Unidade 4 – América: regionalizações, meio natural e países desenvolvidos 112

Unidade 5 – América: países emergentes 154

Unidade 6 – América: economias com bases mineral e agropecuária 184

Unidade 7 – América: organizações, conflitos e integração 218

Unidade 8 – África: heranças, conflitos e diversidades 247

um APRESENTAÇÃO

São apresentados a seguir os recursos oferecidos no Manual do Professor desta coleção. Esse material está alinhado com as orientações curriculares da Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê) – documento que define as aprendizagens essenciais a que todos os estudantes brasileiros têm direito ao longo da Educação Básica.

O Manual do Professor visa contribuir para o trabalho docente. Não obstante, as práticas didático-pedagógicas nele sugeridas poderão ser enriquecidas por meio do protagonismo e da experiência do professor e adaptadas a fim de dialogar com o projeto político-pedagógico da escola e atender às necessidades dos alunos.

O Manual do Professor busca orientar e apoiar o trabalho do professor com os livros desta coleção. Nele são apresentados os pressupostos teórico-metodológicos que norteiam a proposta e os recursos da coleção com base na Bê êne cê cê e em outros referenciais pedagógicos importantes para o ensino de Geografia.

Além disso, o Manual do Professor apresenta a estrutura da obra e as seções didáticas que, em conjunto, concretizam a proposta pedagógica com foco no desenvolvimento das competências gerais e específicas descritas na Bê êne cê cê, como também nos objetos de conhecimento e nas habilidades previstas para o componente curricular Geografia.

Com o intuito de propiciar ao professor uma ocasião para refletir sobre a prática docente, o manual também discute ideias norteadoras acerca do processo de avaliação (fórmas, possibilidades, recursos e instrumentos) e fornece sugestões de leitura que poderão enriquecer as práticas de ensino e contribuir para a formação continuada do professor.

Nas partes que se referem a cada volume da coleção, o Manual do Professor explicita a relação dos conteúdos com os objetos de conhecimento e as habilidades da Bê êne cê cê previstos para o ano letivo. Além disso, nas orientações específicas, apresenta uma reprodução do Livro do Estudante, acompanhada por orientações, respostas às atividades nele propostas, sugestões de atividades complementares e de trabalho interdisciplinar, além de identificar temas e recursos que possibilitam abordagens relacionadas à educação em valores, aos temas contemporâneos transversais, às competências e às habilidades da Bê êne cê cê.

dois PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

1. A Base Nacional Comum Curricular

A elaboração dos livros desta coleção baseou-se no referencial curricular e nos fundamentos pedagógicos da Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê). Homologado em dezembro de 2018, esse documento define as aprendizagens essenciais a que todos os estudantes brasileiros têm direito ao longo da Educação Básica e está estruturado com foco no desenvolvimento de competências e habilidades para promover o desenvolvimento integral dos estudantes e a sua atuação na sociedade.

• As competências gerais da Educação Básica

Na Bê êne cê cê, define-se competência como:

reticências a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”1nota de rodapé .

Propõe-se nesse documento que, ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais (habilidades) devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais. Inter-relacionadas e pertinentes a todas as áreas de conhecimento e componentes curriculares, consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos. São elas:

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 9-10.

• As competências específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental

Em articulação com as competências gerais, a Bê êne cê cê elenca competências específicas de cada área do conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas), que “explicitam como as dez competências gerais se expressam nessas áreas”2nota de rodapé , e cujo desenvolvimento deve ser promovido ao longo do Ensino Fundamental de nove anos.

A área de Ciências Humanas abrange dois componentes curriculares, Geografia e História, que devem garantir aos alunos do Ensino Fundamental o desenvolvimento das seguintes competências:

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 357.

• As competências específicas de Geografia para o Ensino Fundamental

A Bê êne cê cê definiu competências específicas a serem desenvolvidas pelo componente curricular Geografia no Ensino Fundamental. Elas se articulam com conceitos e princípios do raciocínio geográfico e com as competências gerais e as específicas da área de Ciências Humanas. Consideradas fundamentais para a aprendizagem desse componente curricular, as competências específicas de Geografia são as seguintes:

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 366.

• As habilidades da Bê êne cê cê

Para garantir o desenvolvimento das competências gerais e específicas, a Bê êne cê cê define um conjunto de objetos de conhecimento e habilidades para cada componente curricular. Os objetos de conhecimento correspondem a conteúdos, conceitos e processos e são organizados em unidades temáticas. As habilidades, por sua vez, “expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares”3nota de rodapé .

Nos quadros a seguir, são apresentados os objetos de conhecimento e as habilidades, agrupados em unidades temáticas, relativos ao componente curricular Geografia para os Anos Finais do Ensino Fundamental. É importante ressaltar que, de acordo com a Bê êne cê cê, a organização e o agrupamento desses elementos “expressam um arranjo possível (dentre outros)” e “não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos”4nota de rodapé .

Ao trabalhar com os volumes desta coleção, nas orientações específicas que acompanham o Livro do Estudante, optamos por reproduzir apenas os códigos alfanuméricos das habilidades para privilegiar as orientações e as respostas das atividades. Sempre que necessário, sugerimos a consulta ao texto integral de cada habilidade.

Habilidades da Bê êne cê cê – 6º ANO

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 384-385.

Habilidades da Bê êne cê cê – 7º ANO

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 386-387.

Habilidades da Bê êne cê cê – 8º ANO

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 388-391.

Habilidades da Bê êne cê cê – 9º ANO

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 392-395.

2. A abordagem teórico-metodológica da coleção

A concepção dos quatro volumes da coleção orientou-se por estudos e pesquisas do campo da didática do ensino de Geografia. Em anos recentes, esses estudos avançaram muito no Brasil e em outros países, e, de modo geral, neles é reconhecido o fato de que a Geografia escolar ou a praticada nas escolas se diferencia da científica ou daquela produzida nas universidades e institutos de pesquisa. Ou seja, admite-se para a Geografia ensinada na Educação Básica a importância das mediações didáticas em termos de estrutura, objetivos, conteúdos, contextos e práticas de ensino.

Assumimos essa perspectiva baseados em nossa experiência como professores e educadores, considerando também as necessidades e especificidades relacionadas à faixa etária dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental e as orientações pedagógicas consubstanciadas na legislação e em diretrizes e normas oficiais relativas à Educação Básica brasileira.

• Por uma Educação Geográfica

Cabe à ciência praticada pela Geografia acadêmica responder aos problemas colocados pela sociedade, ao passo que à Geografia escolar cabe responder a demandas específicas da escola e de seus componentes curriculares. Apesar de a Geografia acadêmica ser uma fonte básica para a legitimação do saber escolar, a cultura escolar, vista em conjunto com discussões e documentos oficiais de cunho didático-pedagógico e curricular, também desempenha papel no ensino da Geografia, transformando-a em conhecimento geográfico efetivamente trabalhado em sala de aula.

Desse modo, preferimos pensar a Geografia escolar – e, por conseguinte, o livro didático – sob a perspectiva do conceito de Educação Geográfica. Por meio de pesquisas compartilhadas ou individuais que resultam em encontros científicos, artigos, livros, dissertações de mestrado e teses de doutorado, vários autores trabalham atualmente esse conceito, com destaque para a Rede Latino-americana de Pesquisadores em Didática da Geografia (rédilagéo), que, desde 2007, reúne docentes pesquisadores em ensino de Geografia atuantes em vários países da América Latina.

De acordo com Helena Copetti Callai, a Educação Geográfica pode ser compreendida como:

reticênciasum conceito que está sendo construído e diz respeito a algo mais que simplesmente ensinar e aprender Geografia. Significa que o sujeito pode construir as bases de sua inserção no mundo em que vive e compreender a dinâmica do mesmo através do entendimento da sua espacialidade. Esta como decorrência dos processos de mundialização da economia e de globalização de todo o conjunto da sociedade requer novas ferramentas para sua compreensão. Educação Geográfica significa, então, transpor a linha de obtenção de informações e de construção do conhecimento para realização de aprendizagens significativas envolvendo/utilizando os instrumentos para fazer a análise geográfica. Essa perspectiva considera que entender a sociedade a partir da espacialização dos seus fenômenos pode ser uma contribuição para a construção da cidadania”5nota de rodapé .

A mesma autora, em outro trabalho, complementa:

“A Educação Geográfica é a possibilidade de tornar significativo o ensino de um componente curricular sempre presente na educação básica. Nesse sentido, a importância de ensinar Geografia deve ser pela possibilidade que a disciplina traz em seu conteúdo que é discutir questões do mundo. Para ir além de um simples ensinar, a educação geográfica considera importante conhecer o mundo e obter e organizar os conhecimentos para entender a lógica do que acontece reticências6nota de rodapé .

Colocar a análise geográfica na centralidade da Geografia ensinada na Educação Básica significa estimular os alunos a pensar espacialmente, o que demanda desenvolver com eles o raciocínio geográfico e construir um conhecimento a respeito de sua realidade tanto próxima como também distante, e, essencial, sobre as relações existentes entre as duas (multiescalaridade), promovendo a discussão a respeito de como as ações da sociedade se articulam, concretizam e materializam no espaço.

• Abordagem científica e identificação de pseudociências

A história das inovações e dos avanços nos mais variados campos do conhecimento está diretamente associada aos resultados obtidos pelos métodos científicos. Ao mesmo tempo, nos dias atuais, práticas caracterizadas como pseudociências têm adquirido cada vez mais popularidade, sobretudo pela viabilidade de divulgação permitida pela internet e redes sociais. Entre outros eventos, sobretudo nos anos 2020 a 2022, a pandemia da covíd-19 revelou os perigos e as consequências que a disseminação e a reprodução de ideias, práticas e orientações não comprovadas cientificamente podem trazer para a sociedade. De fato, no âmbito da vida cotidiana permeada pela cultura digital é fundamental aprender a discernir informações que podem ser consideradas oriundas da inovação e validadas pelo método científico de outras questionáveis e produzidas de acordo com interesses políticos, ideológicos e econômicos.

Uma das grandes distinções entre ciência e pseudociência é a possibilidade de avaliar as hipóteses formuladas no primeiro caso, uma vez conduzidas pelos métodos convencionados, testados e aceitos pela comunidade científica. Em contrapartida, as pseudociências são teorias que procuram obter a legitimidade da ciência sem que tenham sido testadas e aprovadas por métodos rigorosos de observação, teste e análise. Para o público leigo, cada vez é mais difícil distinguir entre ciência e pseudociência em virtude da “avalanche” de desinformação gerada por meio da manipulação de imagens, fotos, vídeos e textos que circulam nos meios digitais.

As pseudociências tendem a atrair e a cativar a atenção dos sujeitos cujo capital cultural não é suficiente para fazê-los desconfiar das explicações acerca da realidade geralmente convincentes, porém falsas e sem respaldo científico ou nos próprios fatos. Mais recentemente, no Brasil e em outros países, as disputas e interesses políticos, ideológicos e econômicos têm influenciado e agravado o embate entre narrativas baseadas na ciência e na pseudociência, dificultando ainda mais o exercício da capacidade crítica dos cidadãos.

O trecho a seguir, escrito por Carl Seigãn, extraído de um livro que pode ser considerado uma tentativa de formular estratégias para identificar discursos pseudocientíficos com viés ideológico, destaca critérios essenciais que caracterizam o conhecimento científico.

“A ciência é diferente de muitos outros empreendimentos humanos reticências pela sua paixão de formular hipóteses testáveis, pela sua busca de experimentos definitivos que confirmem ou neguem as ideias, pelo vigor de seu debate substantivo e pela sua disposição a abandonar as ideias que foram consideradas deficientes. Porém, se não tivéssemos consciência de nossas limitações, se não procurássemos outros dados, se nos recusássemos a executar experimentos controlados, se não respeitássemos a evidência, teríamos muito pouca fôrça em nossa busca da verdade. Por oportunismo e timidez, poderíamos ser então fustigados por qualquer brisa ideológica, sem nenhum elemento de valor duradouro a que nos agarrar.”7nota de rodapé

Vale ressaltar, com base no agrupamento de componentes curriculares na Educação Básica de acordo com áreas de conhecimento, que as Ciências Humanas (na qual se inclui a Geografia) compartilham métodos que estão na origem do processo científico de outras áreas e que correspondem aos fundamentos lógicos e aos processos de raciocínio adotados (indutivo, dedutivo, indutivo-dedutivo, hipotético-dedutivo, dialético etcétera). No entanto, a depender dos objetos de estudo e do que se deseja investigar, cada área do conhecimento desenvolve e aprimora metodologias que se referem aos procedimentos e podem ser chamadas de técnicas de pesquisa (bibliográfica, documental, levantamento de dados, estudo de campo, estudo de caso, pesquisa participante etcétera).

A Geografia, como qualquer outra ciência, busca evidências na realidade e, por estar amparada em métodos e metodologias adequados aos seus objetos de estudo, investiga e produz conhecimentos sobre vários fenômenos, contribuindo, sem dúvida, para a leitura científica e crítica do mundo. Como outras ciências da área de Ciências Humanas, para produzir e validar conhecimentos, a Geografia utiliza-se de recursos e procedimentos ausentes na pseudociência, como: análises qualitativas e quantitativas; observação em campo; coleta, seleção e análise de dados primários por meio de entrevistas, formulários, experimentos em laboratório, simulação de eventos, condução em grupos de contrôle etcétera; pesquisa de dados secundários em banco de dados oficiais, publicações em jornais e periódicos de grande circulação, anais de congressos e eventos, pesquisa iconográfica etcétera; formulação e verificação de hipóteses; revisão por pares, entre outros. Esses recursos e procedimentos – ressalvadas as devidas diferenças e especificidades entre a Geografia acadêmica desenvolvida nas universidades e a Educação Geográfica que se deseja praticar no contexto escolar – são fundamentais para a compreensão do mundo a partir de bases e critérios científicos, e contribuem para que os estudantes sejam capazes de identificar discursos pseudocientíficos por meio de uma leitura de mundo complexa e reflexiva, baseada em pensamento crítico.

• Raciocínio geográfico

Para que os alunos exercitem a análise geográfica e sejam estimulados a pensar científica e espacialmente, de modo que realizem a leitura (representação e interpretação) do mundo em que vivem, é fundamental desenvolver com eles o raciocínio geográfico, aplicando seus princípios no decorrer do processo de ensino-aprendizagem em Geografia (consulte quadro na página seguinte).

Princípios do raciocínio geográfico

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Fontes: FERNANDES, José Alberto Rio; TRIGAL, Lourenzo López; SPÓSITO, Eliseu Savério. Dicionário de Geografia aplicada. Porto: Porto Editora, 2016.

* MOREIRA, Ruy. A diferença e a Geografia: o ardil da identidade e a representação da diferença na Geografia. Geografía, Rio de Janeiro, ano 1, número 1, página 41-58, 1999.

** MOREIRA, Ruy. Repensando a Geografia. ín: SANTOS, Milton (organizador). Novos rumos da Geografia brasileira. São Paulo: Ucitéc, 1982. página 35-498nota de rodapé .

Cabe destacar que os princípios do raciocínio geográfico descritos na Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê) são trabalhados, nos quatro volumes da coleção, por meio dos conteúdos abordados no texto didático, das representações cartográficas e das atividades que se referem a eles.

A multiescalaridade no ensino de Geografia

Em particular, dada a sua estreita relação com um dos princípios do raciocínio geográfico, o de conexão, o conceito de escala expressa as diferentes dimensões ou recortes espaciais, tão essenciais para a aprendizagem em Geografia. Relacionada com esse conceito, a multiescalaridade é uma abordagem importante para a construção do pensamento espacial e do raciocínio geográfico pelos alunos e pode ser compreendida como a articulação dialética entre os diferentes espaços e escalas de análise (local, regional, nacional e mundial). Ela permite que os alunos compreendam as interações entre as diferentes escalas de análise e, por conseguinte, as relações existentes entre “sua vida familiar, seus grupos e espaços de convivência e as interações espaciais mais complexas”, além dos “arranjos das paisagens, a localização e a distribuição de diferentes fenômenos e objetos técnicos, por exemplo”9nota de rodapé .

Sugerimos ao professor criar oportunidades e estratégias voltadas para esse objetivo, como também trabalhar com os alunos seções e subseções didático-pedagógicas dedicadas a esse propósito presentes nos quatro volumes da coleção, como No seu contexto e Contextualize.

• Conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais

Nesta coleção, cuja proposta assenta-se no conceito de Educação Geográfica, ao longo das unidades dos quatro volumes, é proposto o trabalho com conteúdos da Ciência Geográfica e espera-se que, tal como se encontram, articulados com os objetos de conhecimento e habilidades previstos na Bê êne cê cê, eles sejam problematizados e contextualizados pelo professor de acordo com sua formação ou suas preferências teórico-metodológicas, como também com base na realidade de seus alunos.

Para que isso ocorra desenvolvendo o pensamento espacial e o raciocínio geográfico, que possibilitam ao aluno compreender o mundo, o ensino de Geografia, com seus recursos e estratégias didáticas (incluindo o livro didático), o professor deve buscar promover o contato não somente com conteúdos factuais, mas também com os instrumentos para fazer a análise geográfica, ou seja, os conteúdos conceituais e procedimentais específicos desse componente curricular. Nessa perspectiva pedagógica, os conteúdos da coleção a serem trabalhados de maneira organizada e sistemática são de diferentes tipos, podendo ser divididos em factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais. Essa diversidade de conteúdos, somada a diferentes estratégias didáticas, colabora para promover uma aprendizagem significativa em Geografia. No que concerne aos tipos de conteúdo trabalhados, segundo Helena Copetti Callai10nota de rodapé :

Os conteúdos factuais são informações relativas a fatos singulares ou fenômenos concretos que são significativos para o processo de aprendizagem, sobretudo acontecimentos que podem ser observados e localizados no tempo e no espaço. Podem ser obtidos por meio dos noticiários, dos livros, dos mapas, e “sendo corriqueiros são também considerados do aporte de conteúdos específicos da disciplina”, como, no caso da Geografia, “as informações sobre aspectos físicos da natureza, da organização do espaço, de população, de desenvolvimento econômico-social, de classificação regional, de hierarquias urbanas e de países reticências”.

  • Os conteúdos conceituais dizem respeito aos saberes teóricos (conceitos), aqueles que podem ser reproduzidos, repetidos e utilizados pelo aluno “como instrumento para interpretar, para avançar na compreensão da realidade em que vive ou simplesmente da temática que está sendo estudada”.
  • Os conteúdos procedimentais são aqueles que envolvem a mediação do professor no sentido de desenvolver nos alunos a capacidade de saber fazer algo ou utilizar instrumentos e técnicas para a realização de um estudo específico ou de determinada tarefa. Dirigidos à realização de um objetivo por meio de ações ordenadas, os conteúdos procedimentais podem ser desenvolvidos no contexto de observações concretas da realidade – como nos trabalhos de campo que exigem observações, entrevistas, orientação espacial – ou, ainda, por meio do trabalho com diversas fontes, da interação com textos, do trabalho com mapas, gráficos, tabelas etcétera.
  • Os conteúdos atitudinais envolvem o aspecto afetivo e práticas socioemocionais dos alunos e incidem em valores, atitudes e comportamentos que resultam do modo como veem e interagem com o mundo. São importantes para o desenvolvimento da participação do aluno no plano coletivo, promovem a consciência ética e o pleno exercício da cidadania. No contexto escolar estão baseados na reflexão sobre as relações entre os diversos grupos e indivíduos da escola e são capazes de tratar sobre “as convicções cidadãs dos sujeitos, do respeito à diferença, da valorização do outro”, relacionando-se ainda com a “construção da identidade e do pertencimento das pessoas, de modo que sejam capazes de respeitar e valorizar o lugar em que vivem”. Em outras palavras, relacionam-se com as competências gerais da Educação Básica – como a 8, a 9 e a 10, que, respectivamente, dizem respeito ao autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação e responsabilidade e cidadania.

• Os conceitos-chave da Geografia

Da mesma maneira que a Bê êne cê cê11nota de rodapé , esta coleção considera os principais conceitos da Geografia, que se diferenciam por níveis de complexidade. Eles contribuem para a Educação Geográfica e desempenham importante papel na formação do pensamento espacial dos alunos. Pesquisas recentes sobre ensino de Geografia também destacam a construção e o domínio de conceitos geográficos como estratégia para promover o desenvolvimento do pensamento espacial dos alunos e a importância de levá-los a confrontar os conceitos cotidianos e os científicos durante o processo de ensino-aprendizagem.

Os principais conceitos estruturantes da Ciência Geográfica trabalhados na coleção são: paisagem, lugar, região, espaço natural e espaço geográfico, território e territorialidade e redes geográficas.

Paisagem

Para a Geografia, paisagem é uma realidade concreta e visível, resultante de fatores naturais e sociais acumulados ao longo do tempo. Definida por Milton Santos como “o conjunto de fórmas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre Homem e natureza”12nota de rodapé , a paisagem é modificada ou construída constantemente, podendo ser um ponto de partida para conduzir os alunos a reconhecer o espaço geográfico.

Com apoio em imagens do livro didático e de trabalhos de campo, ao trabalhar com estudo e leitura de paisagens em sala de aula é provável que o professor constate que os alunos poderão observá-las de fórma distinta, atribuindo a elas interpretações variadas conforme suas representações e identidades. É importante respeitar suas leituras e saberes, e, de qualquer modo, não se deve perder de vista que a percepção das paisagens propicia a oportunidade de trabalhar os elementos naturais, culturais, políticos, econômicos e ambientais que lhes conferem complexidade e dinamismo.

Nesta coleção, o conceito de paisagem está associado ao tratamento de vários objetos de conhecimento e habilidades da Bê êne cê cê, sendo essencial para que o aluno desenvolva, com base nos conhecimentos da Geografia, aprendizagens como a observação, a descrição, a analogia, a interação, a ação e a síntese.

Lugar

O conceito de lugar diz respeito às localidades onde as pessoas constroem referências pessoais por meio de relações afetivas, subjetivas, além de estabelecerem suas identidades e valores. Nesse sentido, estudar o lugar ou os lugares com os alunos inclui compreender e refletir com eles sobre seus espaços de vivência, valorizando os acontecimentos que lhes são mais próximos, como também aqueles de outras pessoas, povos e culturas. Além disso, é no lugar ou nos lugares que ocorre a conexão entre o local, o regional, o nacional e o mundial. Isso exige que o professor esteja sempre atento aos acontecimentos globais, cuidando para relacioná-los à vivência dos alunos sem desconsiderar as inúmeras relações que se estabelecem entre os diferentes lugares do mundo – o que implica identificar as características de um lugar, como localização, extensão, conectividade, entre outras.

Nos volumes da coleção, o conceito de lugar é referência constante, pois contribui para melhor compreensão dos assuntos estudados. Surge relacionado a conteúdos e temas tratados no texto principal e representados em imagens, merecendo destaque, em particular, no boxe No seu contexto e na subseção Contextualize. Observadas em conjunto, essas seções promovem a articulação entre as aprendizagens essenciais trabalhadas (novas ou já adquiridas) e os espaços de vivência, o cotidiano e o contexto cultural do aluno. Como o conceito de lugar nem sempre é considerado apenas referência local, mas

também uma escala de análise necessária para compreender os fenômenos que acontecem no mundo, ele também surge com ênfase e visibilidade em ocorrências das seções Rotas e encontros e Cruzando saberes.

Região

Desde as origens da Geografia como ciência sistematizada, o conceito de região é discutido, tendo adquirido várias definições. Recentemente, alguns autores chegaram a anunciar o fim das regiões em virtude da globalização e do entendimento de que esse processo resultaria na homogeneização dos espaços e na uniformização dos processos sociais. Para o geógrafo Milton Santos, o fenômeno da região é universal, pois “nenhum subespaço do planeta pode escapar ao processo conjunto de globalização e fragmentação, isto é, individualização e regionalização”13nota de rodapé , podendo-se entender as regiões como a condição e o suporte das relações globais.

Na coleção, o conceito de região é importante e visto em conjunto com outros conceitos articuladores que se integram e ampliam as escalas de análise em Geografia. Foi escolhido como caminho didático para abordar vários conteúdos e temas, como: o estudo do território brasileiro de acordo com as cinco macrorregiões do í bê gê É (volume do 7º ano); o estudo sobre as diferentes regionalizações do espaço mundial e os conjuntos regionais da América e da África conforme critérios socioeconômicos (volume do 8º ano); e também de outros espaços mundiais (volume do 9º ano). Também valorizou-se o processo de regionalização e como ele resulta em regiões, classificando partes do espaço geográfico de acordo com critérios previamente estabelecidos, que permitem compará-las com base em suas semelhanças ou diferenças (princípios de analogia e diferenciação do raciocínio geográfico).

Espaço natural e espaço geográfico

Nos volumes da coleção, o espaço natural é considerado aquele que sofreu pouca ou nenhuma intervenção humana, no qual predomina a atuação das forças naturais, como a ação das águas, dos ventos, dos terremotos etcétera, que transformam a paisagem. Em contraposição, o espaço geográfico é considerado produzido ou construído pelas forças sociais, modificado e organizado pelas sociedades humanas, um produto histórico, social e cultural que expressa, até visivelmente, a organização das sociedades com todas as suas contradições.

Além de sua historicidade e de seu caráter político, na coleção considera-se que o espaço geográfico é modificado constantemente em razão das ações humanas e merece, por esse motivo, ser tratado em sala de aula sob a perspectiva de tensões e conflitos gerados no decorrer de sua produção, revelando aos alunos a sua heterogeneidade graças aos diferentes interesses envolvidos em sua construção. Isso poderá incentivá-los a refletir e a se posicionar perante as contradições do espaço geográfico, buscando solucionar situações-problema que surgem por meio da leitura dos processos e acontecimentos com ele relacionados.

Território e territorialidade

Nos volumes da coleção, território surge como um conceito essencial para o estudo e as aprendizagens da Geografia. De maneira geral, é considerado delimitação das relações de poder, domínio de parcelas do espaço natural e do espaço geográfico, apropriados política, econômica e culturalmente. Refere-se, assim, aos Estados nacionais como nações politicamente organizadas, estruturadas sobre uma base física.

Em particular, no tratamento de alguns objetos de conhecimento e habilidades, o conceito de território é empregado para que os alunos compreendam, em diferentes escalas de análise, a produção social do espaço e a transformação do espaço em território usado, ou seja, “espaço da ação concreta e das relações desiguais de poder reticências14nota de rodapé .

No 6º ano, por exemplo, esse conceito articulador é tratado no contexto dos conflitos por recursos e territórios entre sociedades cujos modos de vida são diferenciados, como o dos povos originários e comunidades tradicionais em face da sociedade urbano-industrial, além de estar associado aos direitos territoriais. No 7º ano, auxilia na compreensão dos conceitos de Estado-nação e soberania, do processo socioespacial da formação territorial do Brasil e, no decorrer de assuntos abordados em escala regional, é associado aos usos desiguais do território brasileiro. No 8º ano, por ocasião do tratamento de aprendizagens essenciais a respeito da América e da África, o conceito de território é aprofundado quando são analisadas as implicações na ocupação e nos usos do território americano e africano. No 9º ano, esse conceito também é aplicado sempre que se estudam conjuntos regionais ou países da Europa, da Ásia e da Oceania, para explicar seja a formação territorial e a dimensão sociocultural, seja a dimensão geopolítica, disputas territoriais e mobilidade das fronteiras no decorrer do processo histórico.

De maneira complementar, sempre que oportuno na coleção, o conceito de territorialidade emerge no texto principal e em seções didático-pedagógicas específicas, como Rotas e encontros e Cruzando saberes. Em algumas delas, por meio de textos complementares, mapas, fotografias e atividades, busca-se revelar fronteiras concretas e simbólicas que se manifestam em escalas diferentes do Estado-nação. O propósito consiste em oportunizar aos alunos refletir sobre a diversidade e a complexidade das relações de poder entre grupos e culturas no interior de um mesmo Estado. Isso é importante para que identifiquem e compreendam melhor a sociodiversidade e as territorialidades de culturas não hegemônicas (indígenas, quilombolas, povos da floresta etcétera) e, sob a perspectiva da educação em valores, sejam mais conscientes quanto a acolher e valorizar a diversidade cultural, sem preconceitos de qualquer natureza.

Redes geográficas

Na coleção, o conceito de redes é trabalhado associado a objetos de conhecimento e habilidades do componente curricular Geografia. No 6º ano, é utilizado na explicação de componentes físico-naturais (redes hidrográficas) e articulado à apropriação dos recursos hídricos (redes de distribuição de água); no 7º ano, contribui para a aprendizagem do aluno em relação à influência e ao papel das redes de transporte e comunicação na configuração do território brasileiro; no 8º e 9º anos, volumes nos quais o estudo da Geografia se concentra no espaço mundial, o conceito é empregado no tratamento de redes de interdependência em diferentes escalas e nas dimensões política, econômica, geopolítica, ambiental e cultural, além de contribuir para a aprendizagem do aluno sobre os fluxos imateriais e materiais no atual período da globalização, associados aos deslocamentos de ideias, informações, pessoas, mercadorias, serviços etcétera. Sob uma ampla perspectiva, esse conceito permite tratar aspectos relacionados à transformação cada vez mais intensa de paisagens, lugares, regiões e territórios.

3. Os princípios pedagógicos norteadores da coleção

• O trabalho com conhecimentos prévios

Nas aberturas das unidades, imagens são acompanhadas por questões da seção Verifique sua bagagem. O objetivo desse recurso é promover e auxiliar na sondagem de conhecimentos prévios dos alunos. Nos percursos que compõem cada unidade, essa preocupação também se faz presente: em articulação com conhecimentos já adquiridos, na abordagem e no desenvolvimento de novos conhecimentos são introduzidos e explicados conceitos necessários ao estudo.

Entende-se por conhecimento prévio o que o aluno já sabe (conceitos, proposições, princípios, fatos, ideias, imagens, símbolos, vivências e valores) sobre o assunto a ser estudado, ou seja, aquilo que é preexistente em sua estrutura cognitiva e socioemocional, tendo sido adquirido dentro ou fóra da escola, em aprendizagens e experiências adquiridas ou vividas anteriormente.

O conhecimento prévio é essencial para a teoria da aprendizagem significativa, formulada na década de 1960 por Dêivid Paul Aussubel (1918-2008), célebre pensador da Psicologia da Educação. Nessa perspectiva, o conhecimento prévio é considerado determinante do processo de aprendizagem, uma vez que é significativo por definição, ou seja, base para a transformação dos significados lógicos dos materiais de aprendizagem, potencialmente significativos, em significados psicológicos15nota de rodapé .

Entre as estratégias para explorar, mapear e ativar os conhecimentos prévios dos alunos, sugere-se desenvolver, de modo desafiador, leituras de imagens ou textos escritos, rodas de conversa, resolução de problemas e debates. De acordo com Campos e Nigro16nota de rodapé , as entrevistas são outra estratégia eficaz, por meio das quais os alunos respondem a diversas perguntas, problemas ou executam tarefas, embora nem sempre seja viável realizá-las em sala de aula, devendo o professor criar outras oportunidades reais para que eles expressem suas ideias. Miras17nota de rodapé , por exemplo, destaca instrumentos fechados (como listas, questionários, redes, mapas), que parecem funcionar melhor com alunos mais velhos, pois envolvem a capacidade de registro gráfico ou escrito; a autora sugere a aplicação de instrumentos abertos (como conversas entre o professor e os estudantes) com os alunos mais novos, pois proporcionam uma exploração mais rica e flexível dos conhecimentos prévios.

Para o planejamento das aulas, não se deve perder de vista a importância de registrar os conhecimentos prévios dos alunos, sondados antes do início do trabalho com uma unidade do Livro do Estudante, pois ao final dela poderão ser retomados ou relembrados como elementos de avaliação, fazendo-se assim um “balanço” sobre o que os alunos sabiam antes da ampliação e sistematização dos conhecimentos e das habilidades e o que sabem após o desenvolvimento dessas etapas do processo de ensino-aprendizagem. Contudo, é importante ter em vista que a sondagem de conhecimentos prévios pode ser realizada em qualquer etapa do processo de ensino-aprendizagem, entre outras razões, porque com base na verificação e na análise das respostas dos estudantes o professor poderá perceber equívocos, erros conceituais, dúvidas e dificuldades no domínio das aprendizagens essenciais (habilidades).

• Uso e domínio de diferentes linguagens

Um foco importante desta coleção consiste em incentivar o uso de diferentes linguagens (como a verbal, visual, digital, artística etcétera) no processo de ensino-aprendizagem. De acordo com os objetos de conhecimento e habilidades específicos de cada componente curricular, podem ser adotadas estratégias didáticas variadas, com o propósito de tornar as diferentes linguagens recursos que possibilitem aos alunos um aprendizado mais proveitoso, além de favorecer que se expressem e partilhem “informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos”, produzindo “sentidos que levem ao entendimento mútuo”18nota de rodapé .

No caso do componente curricular Geografia, é reconhecida a forte relação com imagens, gráficos, tabelas, mapas, tecnologias digitais de informação e comunicação, além de charges, textos científicos, opinativos, literários etcétera O importante é fazer deles instrumentos que levem os alunos a posturas reflexivas em relação ao mundo e suas transformações, promovendo a leitura crítica da espacialidade produzida socialmente e que pode ser estudada por meio de diferentes escalas geográficas. Assim, espera-se que o aluno desvende a realidade, desenvolva o pensamento espacial e o raciocínio geográfico, “fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas”19nota de rodapé , o que contribui para que ele compreenda o mundo em que vive, exercite a cidadania, pense e resolva problemas gerados na vida cotidiana – condições essenciais para o desenvolvimento das competências gerais da Educação Básica.

Na coleção, são oferecidas diferentes linguagens como suporte para o trabalho do professor em sala de aula. Elas poderão ser complementadas com outras obtidas pelo professor em livros, jornais, revistas e em meios digitais. O importante é trabalhá-las para que o aluno desenvolva autonomia, incentivando-o a ler, interpretar, pesquisar, debater e agir de maneira mais consciente no contexto social, econômico, político, cultural e ambiental. Também é importante levar o aluno a compreender as particularidades de cada linguagem, suas potencialidades e suas limitações, a fim de reconhecer seus produtos não como verdades, mas como possibilidades.

• A alfabetização cartográfica

Nesta coleção, de fórma gradual e em consonância com o desenvolvimento cognitivo dos alunos, propõe-se a continuidade do trabalho dirigido à alfabetização cartográfica iniciado no contexto das aprendizagens do Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Considera-se que as várias fórmas de representação gráfica – mapas, anamorfose, blocos-diagramas, perfis topográficos, desenhos, fotografias, imagens de satélites, gráficos, entre outras – são recursos fundamentais da Geografia. Desse modo, busca-se aprimorar a leitura, interpretação e elaboração de mapas e outras fórmas de representação da parte dos alunos, levando-os a analisar, comparar, classificar, sintetizar e apresentar dados e informações geográficos. Isso é realizado ao longo das unidades de cada volume da coleção, por meio de recursos e seções didático-pedagógicas que conferem maior relevância ao trabalho com as representações cartográficas, como as atividades orais sistemáticas, que acompanham elementos gráficos, além de algumas ocorrências da seção Mochila de ferramentas.

Vale ressaltar que diferentes fórmas de representação também estão disponíveis em meios de comunicação do cotidiano (jornais, revistas, telejornais, internet, entre outros), sendo importante o professor selecioná-las e utilizá-las em sala de aula, a fim de ampliar o domínio das linguagens gráfica e cartográfica pelos alunos.

• Aplicação das metodologias ativas de aprendizagem

Nos quatro volumes desta coleção, sempre que possível, foram incorporadas atividades para propiciar o trabalho com metodologias ativas. Nelas, há enfoque no protagonismo do estudante, compreendido como centro do processo de aprendizagem, o que requer dele uma postura ativa, isto é, deslocá-lo da posição de ouvinte para a posição de produtor de conhecimento. Observe, no quadro, alguns exemplos de metodologias ativas.

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Fonte: SILVA, Alexandre José de Carvalho. Guia prático de metodologias ativas com uso de tecnologias digitais da informação e comunicação. Lavras (Minas Gerais): ufla, 2020. página 12-13.

Por meio de atividades baseadas nas metodologias ativas, os estudantes são convidados a trabalhar colaborativamente para pensar, refletir, questionar, argumentar, confrontar e negociar pontos de vista, produzir e divulgar informações a partir do uso de diversos meios. Essas atividades também buscam propiciar maior proximidade com as referências simbólicas e culturais dos estudantes, articulando os conteúdos escolares à sua realidade, conferindo-lhes significado.

Nesse sentido, há proposições para a análise e resolução de problemas que estimulem o pensamento e a ação, bem como atividades contextualizadas para favorecer a leitura inferencial, a argumentação e o uso pedagógico da tecnologia, de modo a favorecer a pesquisa, a seleção e a organização de informações e diferentes maneiras para compartilhar o conhecimento produzido pelos estudantes.

Parte-se do pressuposto, como demonstrado no diagrama a seguir, extraído de artigo em que o autor analisa a relação entre metodologias ativas e o uso da tecnologia, que determinadas atividades são mais eficazes do que outras para promover o engajamento do estudante e garantir que ele realize processos cognitivos que vão assegurar a internalização de uma ou mais informações e sua transformação em conhecimento.

Pirâmide de aprendizagem

Gráfico. Pirâmide de aprendizagem.  Como os alunos aprendem.  Do topo para a base: 10 por cento aprendem do que leem em livros, revistas ou artigos (metodologia passiva);  20 por cento aprendem do que escutam em uma palestra (metodologia passiva);  30 por cento aprendem do que veem em fotos, imagens ou ilustrações (metodologia passiva);  50 por cento aprendem do que veem e ouvem em filmes e demonstrações (metodologia passiva).  70 por cento aprendem do que dizem e escrevem em grupos de discussão (metodologia ativa);  90 por cento aprendem do que fazem quando estão praticando.

Fonte: LEITE, Bruno Silva. Aprendizagem tecnológica ativa. Revista Internacional de Educação Superior. Campinas (São Paulo), volume 4, número 3, setembro a dezembro 2018. página 585. Disponível em: https://oeds.link/kIIqK9. Acesso em: 7 abril 2022.

Para Leite (2018), é essencial que professores sejam flexíveis e considerem em seu planejamento de ensino algumas estratégias que propiciem o fazer e, sobretudo, o refletir sobre o fazer. Nesse sentido, o uso pedagógico da tecnologia pode favorecer a criação e a interação, não somente entre estudantes, mas entre cada indivíduo e as inúmeras possibilidades de fóra dos muros da escola. Nas palavras do autor:

reticências as metodologias ativas sugerem que o aluno busque o conteúdo, pesquise e encontre soluções para os problemas que se deparam e dessa fórma aprendam a selecionar suas respostas. Elas geram interações entre docentes e estudantes nas atividades acadêmicas, de modo que não haja um único detentor pleno e absoluto do conhecimento”20nota de rodapé .

Essa perspectiva assume que os estudantes devem desenvolver competências alinhadas a uma sociedade em transformação, um mundo permeado pelas inovações tecnológicas e seus efeitos e um mercado de trabalho revolucionado pelas novas demandas da economia global. Nessa lógica, a memorização e a reprodução de informações e conhecimentos devem ceder espaço ao pensamento crítico e inovador. Nela, a Pedagogia, como exposto por Camargo e Daros (2018), em publicação com exemplos de estratégias ativas para a sala de aula, deve ser:

reticências dinâmica, centrada na criatividade e na atividade discente, em uma perspectiva de construção do conhecimento, do protagonismo, do autodidatismo, da capacidade de resolução de problemas, do desenvolvimento de projetos, da autonomia e do engajamento no processo de ensino-aprendizagem por meio das metodologias de abordagem ativa”21nota de rodapé .

Isso só é possível a partir do reposicionamento do professor, que deve estar preparado para mediar esse processo, oferecendo mais perguntas do que soluções prontas, estimulando a troca de ideias e criando oportunidades para que os estudantes assumam a responsabilidade por sua jornada como aprendizes.

Vale lembrar que a perspectiva ativa da aprendizagem tem como premissa o fato de que pessoas são diferentes e, portanto, aprendem de fórmas e em tempos distintos, sendo missão do professor reconhecer as particularidades de seus estudantes e diversificar as estratégias de ensino, promovendo a personalização delas.

Atividades planejadas para uma aprendizagem ativa, no entanto, não são simplesmente lúdicas ou divertidas. Tampouco devem dar enfoque apenas àquilo que atrai a atenção dos estudantes. Trata-se de planejar e executar estratégias de ensino que sejam eficientes, que favoreçam a construção de compreensões duradouras e possam ser relacionadas e aplicadas pelos estudantes em outros contextos. Desse modo, mais do que trabalhar com os estudantes para que obtenham bons resultados em provas, o objetivo é formá-los para que integrem a vida em sociedade de maneira íntegra, participativa e responsável.

• Realização de atividades que promovam a leitura inferencial

O desenvolvimento da leitura é uma preocupação nos quatro volumes desta coleção e neles são apresentados temáticas, atividades e recursos variados para desenvolver e estimular a leitura inferencial dos alunos ao longo das unidades.

A leitura é uma ferramenta fundamental para que os estudantes possam interpretar a realidade e construir sentidos sobre o mundo em que vivem. Desde os Anos Iniciais da Educação Básica, eles são estimulados a reconhecer figuras, letras, palavras, símbolos e sinais que atribuem significado às coisas e aos fatos, além de instruírem o processo cognitivo. Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, quando se espera que os estudantes disponham de melhores condições e receptividade para um trabalho que desenvolva a interdisciplinaridade e o pensamento complexo, a competência leitora deve ser trabalhada de modo recorrente para que eles possam ir além da leitura literal, exercitando a leitura inferencial, que possibilita a melhor compreensão da realidade e favorece, inclusive, a construção de projetos de vida. A estratégia, nessa etapa, deve partir do estímulo a uma reflexão amparada na construção de narrativas e associações cognitivas e não limitar-se à decodificação mecânica das palavras. Mas, afinal, o que é o processo de inferência?

A inferência é um processo cognitivo de significação em que, por meio da análise de argumentos, dados e informações, chega-se a novas conclusões e reflexões.

Durante a leitura de um texto escrito, a inferência ocorre na busca por significado no que se lê. Parte da compreensão vem das informações explícitas no texto. Outra parte da compreensão decorre da leitura interativa e da construção de significados feita pelo leitor, que utiliza seus conhecimentos prévios para deduzir informações não explícitas. Inferir, portanto, é o processo de deduzir informações não explícitas no texto, mas que são essenciais para o leitor criar conexões e chegar a uma compreensão mais abrangente do que foi lido.

O benefício do trabalho consciente com a leitura inferencial é incentivar o estudante a refletir sobre aquilo que lê com base nas informações dadas pelo texto em associação com seus conhecimentos prévios, permitindo-lhe fazer as articulações entre diferentes informações que o levarão a alguma conclusão.

Os elementos mais importantes da inferência são a coparticipação e a dedução. A leitura inferencial é colaborativa uma vez que o texto só é completo na medida em que seu leitor o interpreta. E todo leitor, independentemente de sua faixa etária, já possui suas próprias experiências pessoais. Por isso, no processo de inferência o conhecimento de mundo do leitor é tão importante.

Segundo Regina Lúcia Perrê Déuisôla, pesquisadora com experiência na área de Letras, com ênfase em Linguística e Linguística Aplicada:

reticências A informação fornecida direta ou indiretamente é uma pista que ativa uma operação de construção de sentido. Portanto, ao contrário do que muitos acreditam, a inferência não está no texto, mas na leitura, e vai sendo construída à medida que leitores vão interagindo com a escrita.”22nota de rodapé

Na escola, uma das práticas viáveis para estimular e desenvolver inferências é a prática da leitura e da escrita. Ler, analisar e reconstituir, de fórma condensada ou extensa, um fato, uma história, um acontecimento político ou um conjunto de operações são práticas que exercitam processos cognitivos dos estudantes.

Nesse sentido, é recomendável propor atividades estratégicas para fortalecer essa dinâmica e complementar o trabalho desenvolvido nos livros desta coleção. Como exemplos, os docentes podem sugerir redações, fichamentos, reaction papers, exposições resumidas, esquemas geométricos com hierarquia, especialmente em atividades que exijam leitura e interpretação de textos. Esse conjunto de atividades é uma oportunidade para explorar as habilidades dos estudantes de diferentes perfis durante as tarefas que exigem a realização da leitura inferencial, cujo objetivo, entre outros, é aprimorar as capacidades analíticas e potencializar a mobilização de conhecimentos. Nessa perspectiva, a inferenciação pode ser melhor compreendida como:

reticências um processo cognitivo básico de construção de significados, consequência, na leitura, da integração de duas fontes de informação: a informação visual (texto) e o conhecimento prévio reticências. Dessa fórma, um leitor só é capaz de atribuir sentido a um texto se passa a constituí-lo também, transformando-o em algo novo. A construção de inferências é, assim, um processo de criação, um processo básico de produção de (novos) significados. reticências a inferência torna-se a evidência de que a leitura é essencialmente integrativa, uma vez que, ao mesmo tempo em que é o resultado de uma integração conceptual, representa o que retemos após a realização de uma leitura. Assim, mais do que uma interação na qual leitor e texto contribuem para a construção de significados por meio dos movimentos ascendente e descendente, o que temos é uma verdadeira integração entre texto e leitor, sendo os resultados dessa integração completamente novos em relação aos domínios que os formam e únicos para cada leitor em cada momento de cada leitura”23nota de rodapé .

E qual é o papel do professor nesse processo de estímulo à leitura inferencial? E quais práticas em sala de aula colaboram para que ela seja praticada pelos estudantes? Resultados mais consistentes podem ser obtidos por meio de ações assertivas de acompanhamento e orientação, direcionadas para desenvolver a autonomia dos estudantes em busca do aperfeiçoamento contínuo das habilidades de decodificação. Entre as práticas sugeridas para tal fim, destaca-se orientá-los a: decifrar as “camadas” de cada texto, fato, discurso etcétera; organizar conhecimentos prévios, formais ou informais, que contribuem para a integração e atribuição de sentidos e, consequentemente, para a construção de significados, produzindo inferências. Sugerimos também que os estudantes sejam desafiados a elaborar perguntas e formular questões amplas sobre os objetos ou textos em análise antes de concluírem raciocínios e inferências. Por fim, atividades de análise comparativa também são eficientes para o desenvolvimento de capacidades argumentativas, modos de interpretação, conteúdos linguísticos, extrapolação de ideias e cruzamento de contextos.

Não se deve perder de vista a importância de as atividades serem avaliadas pelo docente, com base em objetivos previamente planejados, apontando aos estudantes possibilidades de novas estratégias para a melhoria contínua da leitura inferencial, seja quando o objeto ou os textos trabalhados forem mais abertos ou passíveis de discussão, indicando lacunas ou erros de procedimentos, seja quando as análises forem mais formais, como o levantamento de dados apresentados em gráficos e tabelas.

• Uso do pensamento computacional

Crianças, adolescentes e jovens estão utilizando os meios digitais para se comunicar, informar e entreter, tornando a formação cultural e a socialização processos cada vez mais influenciados pela tecnologia em constante e acelerada transformação, com difusão e abrangência social. Essa realidade é considerada nos quatro volumes desta coleção por meio de propostas de atividades e orientações pedagógicas direcionadas às novas fórmas de aprendizagem e sociabilidade mediadas pelas interações tecnológicas, que modificam a maneira de pensar dos estudantes.

Nas discussões educacionais, um dos desdobramentos dessa realidade refere-se ao pensamento computacional e como suas noções, para além da argumentação e da leitura inferencial, poderiam contribuir para aprimorar processos cognitivos dos estudantes. O pensamento computacional (pê cê) pode ser considerado uma metodologia que:

reticênciasse adquire aprendendo conceitos da Ciência da Computação e, portanto, não se caracteriza como uma disciplina por si. Entretanto, como metodologia, pode e deve ser utilizado, de maneira interdisciplinar, em qualquer outra disciplina.

Acima de tudo, o pê cê não pode ser confundido com Informática, que necessariamente envolve máquinas e a execução de programas. Ou seja, o estudo e a utilização do pê cê não necessariamente envolvem máquinas reticências O Pensamento Computacional envolve identificar um problema (que pode ser complexo) e quebrá-lo em pedaços menores de mais fácil análise, compreensão e solução (decomposição). Cada um desses problemas menores pode ser analisado individualmente em profundidade, identificando problemas parecidos que já foram solucionados anteriormente (reconhecimento de padrões), focando apenas nos detalhes que são importantes, enquanto informações irrelevantes são ignoradas (abstração). Passos ou regras simples podem ser criados para resolver cada um dos subproblemas encontrados (algoritmos ou passos). Os passos ou regras podem ser utilizados para criar um código ou programa, que pode ser compreendido por sistemas computacionais e, consequentemente, utilizado na resolução de problemas complexos, independentemente da carreira profissional que o estudante deseje seguir”24nota de rodapé .

Deve-se registrar, portanto, que o pensamento computacional não está relacionado necessariamente ao uso de tecnologias ou de máquinas. O principal objetivo do pensamento computacional é a introdução de uma metodologia de encadeamento em etapas do processo cognitivo, com foco em raciocinar e oferecer resoluções de problemas. Identificado o problema observado, a aplicação das noções do pensamento computacional ajuda a criar passos para se encontrar as respostas por meio da decomposição, reconhecimento e abstração das informações que devem ser aproveitadas e/ou descartadas. Uma vez concluídas essas etapas, espera-se que os estudantes possam construir e articular uma síntese sobre aquilo que foi observado.

Recentemente, o uso do pensamento computacional não tem se limitado apenas às práticas e metodologias destinadas aos laboratórios de universidades ou centros de pesquisa, mas também como uma fórma de engajamento pedagógico no contexto escolar. Nesse meio de formação, sociabilidade e aprendizado, em que a dinâmica coletiva favorece a discussão e o trabalho colaborativo, pode-se implementar meios para que o pensamento computacional seja desenvolvido. A Bê êne cê cê incorporou e preconiza o pensamento computacional como uma orientação para o estímulo ao raciocínio lógico e dedutivo com o objetivo de solucionar problemas no contexto das transformações induzidas pelas tecnologias, mundo e culturas digitais, como segue:

“pensamento computacional: envolve as capacidades de compreender, analisar, definir, modelar, resolver, comparar e automatizar problemas e suas soluções, de fórma metódica e sistemática, por meio do desenvolvimento de algoritmos [entendidos como regras e procedimentos lógicos aplicáveis a problemas de mesma natureza]”25nota de rodapé .

Além de estimular o raciocínio lógico, o pensamento computacional é uma técnica de caráter interdisciplinar e transversal, passível de ser utilizado para resolução de problemas em qualquer componente curricular, preparando melhor os estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental para transitar rumo às complexidades do Ensino Médio. O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Claudio F. André (2018), em artigo sobre a aplicação do pensamento computacional nas estratégias de ensino-aprendizagem, reúne alguns dos principais conceitos sobre esse assunto e reforça que o seu principal propósito é desenvolver competências para o aperfeiçoamento do raciocínio, aprendizado e compreensão do mundo. Para esse autor, o pensamento computacional possibilita o desenvolvimento da autonomia do aluno, tanto nas suas fórmas de pensar como nas fórmas de agir:

“Podemos, dessa fórma, entender que o aluno se torna sujeito de sua aprendizagem quando é dele o movimento de dar novos significados ao mundo, o que pode ser entendido como construir explicações norteadas pelo pensamento computacional. Nas atividades propostas na escola consideramos sempre que a melhoria da aprendizagem dos alunos passa pelo pensamento computacional. Devemos então considerar atividades práticas como situações que possibilitem aprendizagem significativa dando condições para que os alunos possam:

  1. formular questões acerca de sua realidade e dos fenômenos que vivenciam;
  2. elaborar hipóteses sobre essa realidade e esses fenômenos e testá-las, orientando-se por procedimentos planejados;
  3. interagir com seus colegas em um ambiente coletivo e propício ao debate de ideias e ao desenvolvimento da capacidade de argumentação através do confronto de suas opiniões”26nota de rodapé .

Embora o pensamento computacional seja associado diretamente com a Matemática, quando analisado como uma metodologia cujas noções básicas extrapolam esse componente curricular e em sua possibilidade de mobilizar temas transversais de fórma encadeada, lógica e interacional, ele também pode ser trabalhado nos demais componentes curriculares e áreas de conhecimento da Educação Básica. Ao proporcionar benefícios educacionais individuais e coletivos aos estudantes, que terão efeitos de longo prazo, igualmente possibilita o uso e o exercício da lógica e do senso crítico que favorecem não somente a sistematização de informações e a análise, mas também a construção de seus projetos de vida.

• Interdisciplinaridade, contextualização e transversalidade

Em cada volume da coleção, o professor encontrará seções didático-pedagógicas e orientações específicas voltadas para incentivar a interdisciplinaridade, a contextualização e a transversalidade na abordagem dos conteúdos. Isso se deve ao fato de considerarmos essencial a atenção a esses princípios pedagógicos como também, para além do livro didático, a implementação deles em práticas de sistemas ou redes de ensino e das instituições escolares.

Esses princípios pedagógicos, que devem ser constantes em todo o currículo, estão previstos na Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê), documento normativo que, baseado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (éle dê bê, Lei nº 9394/1996)27nota de rodapé e nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (dê cê êne)28nota de rodapé , reconhece que eles colaboram para que a educação tenha um “compromisso com a formação e o desenvolvimento humano global, em suas dimensões intelectual, física, afetiva, social, ética, moral e simbólica”29nota de rodapé .

Interdisciplinaridade

A interdisciplinaridade constitui um dos desafios mais importantes no contexto da educação. Consiste em levar em conta a inter-relação e a influência entre os diferentes campos de conhecimento, questionando a visão compartimentada ou disciplinar predominante em muitas escolas.

No contexto escolar, consideramos que trabalhos em perspectiva interdisciplinar estimulam a adoção de estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas entre o professor de Geografia e a equipe escolar com a qual atua, além de fortalecerem o compromisso da Educação com a formação e o desenvolvimento integral dos alunos.

Possibilidades de trabalhos interdisciplinares podem ocorrer por meio da ação simultânea dos professores de dois ou mais componentes em torno de uma temática comum; da articulação dos currículos em torno de uma investigação ou um tema; ou ainda, como alguns pesquisadores defendem, organizando estudos em projetos e abolindo as fronteiras rígidas entre as disciplinas30nota de rodapé .

Por essas razões, a proposta didático-pedagógica da coleção incorpora e expressa forte preocupação com a interdisciplinaridade. Nos quatro volumes da coleção, possibilidades de articulação ou de diálogo entre a Geografia e outros componentes curriculares (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Arte e Educação Física) surgem no decorrer das unidades, associadas à abordagem de vários conteúdos, temas e conceitos. Em particular, mas não exclusivamente, isso ocorre nas seções Cruzando saberes e Desembarque em outras linguagens.

Para fins de orientação do trabalho docente, as orientações específicas do Manual do Professor indicam possibilidades de abordagem integrada e pontos de contato entre conteúdos e temas da coleção com outros componentes curriculares.

Para que isso seja realizado, sugerimos ao professor manter e estimular um intercâmbio de ideias com professores de outras áreas, com o intuito de desenvolver trabalhos conjuntos para que conhecimentos e aprendizagens sejam aprofundados e compartilhados – e não compartimentados – pelo diálogo integrado dos saberes. Isso pode ser realizado por meio de reuniões periódicas de planejamento, nas quais cada professor poderá explicitar os objetivos de aprendizagem, as competências e as habilidades a serem desenvolvidos em sua área de conhecimento e componente curricular e, em seguida, avaliar com os demais professores as possibilidades de projetos didático-pedagógicos comuns a serem planejados e realizados.

Essa orientação, por meio de várias experiências vividas e relatadas por educadores, tem demonstrado sua validade, uma vez que o professor de Geografia, justamente por lidar com um componente curricular fundamentalmente interdisciplinar, pode desempenhar o papel de integrador das contribuições provenientes das diversas áreas de conhecimento, orientando trabalhos e projetos didático-pedagógicos significativos, inter-relacionados no contexto escolar.

Certamente, projetos ou iniciativas de cunho interdisciplinar na sala ajudam a conferir mais dinamismo e atratividade às aulas de Geografia, além de, no plano da formação humana integral do aluno, favorecer o alargamento de seus horizontes científicos e culturais. Em relação ao ensino, também contribuem para superar o modelo analítico – divisão do todo em suas partes constitutivas –, que fragmenta o conhecimento em disciplinas estanques, que não dialogam entre si.

Contextualização para a vida do aluno

Na coleção, esse princípio pedagógico é trabalhado na seção No seu contexto, nas atividades orais sistemáticas e nas subseções Contextualize e Viaje sem preconceitos. Vale ressaltar a importância de desenvolvê-lo em redes de ensino e instituições escolares, que podem criar e aperfeiçoar, para além do livro didático, materiais de apoio e práticas para tal fim.

Em sentido amplo, esse princípio busca assegurar o estabelecimento de relações entre os conteúdos dos componentes curriculares e experiências da realidade, da vida social ou do contexto do aluno, tornando-os “significativos, com base na realidade do lugar e do tempo nos quais as aprendizagens estão situadas”31nota de rodapé .

Nessa perspectiva, para que esse princípio seja praticado, é imprescindível relacionar os conhecimentos com a vida, em oposição a metodologias pouco ou nada ativas e sem significado para os estudantes, superando o caráter expositivo e “transmissivista” em sala de aula, que nem sempre permite “favorecer a participação ativa de alunos com habilidades, experiências de vida e interesses muito diferentes”32nota de rodapé , ou mesmo inseri-los em situações de vida real, de fazer e de elaborar aprendizagens que sejam relevantes e socialmente significativas. A contextualização é, assim, de fundamental importância para o próprio processo de aprendizagem, integrando a teoria à vivência de temas da realidade do aluno e de sua comunidade.

Transversalidade: educação em valores e temas contemporâneos transversais

Em sua origem, tema transversal corresponde a conteúdos curriculares importantes que devem ser tratados transversalmente pelos componentes curriculares, ou seja, não ensinados e aprendidos em apenas um deles, e que podem “enriquecer o currículo sem sobrecarregá-lo, por meio da introdução de tópicos 

adicionais de ensino; além de facilitar o pensamento interdisciplinar e a aprendizagem colaborativa”33nota de rodapé . No Brasil, esse conceito se disseminou com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (pê cê êne), um conjunto de volumes preparados em 1997 pela Secretaria de Educação Básica (sébi) do Ministério da Educação (Méqui), dedicados a cada componente curricular, e também outros cinco cadernos que abordavam os temas transversais saúde, pluralidade cultural, meio ambiente, orientação sexual e ética.

Mais recentemente, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (dê cê êne):

“A transversalidade é entendida como uma fórma de organizar o trabalho didático-pedagógico em que temas, eixos temáticos são integrados às disciplinas, às áreas ditas convencionais de fórma a estarem presentes em todas elas. A transversalidade difere-se da interdisciplinaridade e complementam-se; ambas rejeitam a concepção de conhecimento que toma a realidade como algo estável, pronto e acabado. A primeira se refere à dimensão didático-pedagógica e a segunda, à abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento. A transversalidade orienta para a necessidade de se instituir, na prática educativa, uma analogia entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real (aprender na realidade e da realidade). Dentro de uma compreensão interdisciplinar do conhecimento, a transversalidade tem significado, sendo uma proposta didática que possibilita o tratamento dos conhecimentos escolares de fórma integrada. reticências34nota de rodapé .

Nos dias atuais, de acordo com a Bê êne cê cê, integrar temas e eixos temáticos aos componentes curriculares e às propostas pedagógicas, de modo que estejam presentes em todos eles e com o objetivo de propiciar ao aluno “aprender na realidade e da realidade”, implica neles incorporar a abordagem dos chamados temas contemporâneos transversais (tê cê tês)35nota de rodapé . Esses temas dizem respeito a questões de urgência social, que afetam a vida humana em escala local, regional e global, e estão orientados por princípios éticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática, sustentável, inclusiva e solidária. Podem ser agrupados em seis conjuntos:

Temas contemporâneos transversais (tê cê tês) propostos pela Bê êne cê cê

Esquema. Temas contemporâneos transversais propostos pela Base Nacional Comum Curricular. No centro, um retângulo verde com o texto: Temas Contemporâneos Transversais na Base Nacional Comum Curricular.  Ao redor, diversos retângulos amarelos com as informações:  Meio Ambiente: Educação ambiental. Educação para o consumo.  Economia: Trabalho. Educação financeira. Educação fiscal.  Saúde: Saúde. Educação alimentar e nutricional.  Cidadania e Civismo: Vida familiar e social. Educação para o trânsito. Educação em direitos humanos. Direitos da criança e do adolescente. Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso.  Multiculturalismo: Diversidade cultural. Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.  Ciência e Tecnologia. Ciência e tecnologia.

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Temas contemporâneos transversais na Bê êne cê cê: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília: Méqui, 2019. página 13. Disponível em: https://oeds.link/Mp6RcA. Acesso em: 11 abril 2022.

Vistos em conjunto, esses temas, a serem trabalhados de fórma transversal, contribuem para a educação em valores, de modo que o aluno conheça e se posicione diante de questões relevantes para a sociedade. Permitem desenvolver valores éticos universais, que têm como princípio a dignidade do ser humano, a igualdade de direitos e a corresponsabilidade social.

A proposta pedagógica da coleção incorpora os tê cê tês na abordagem da Geografia, no decorrer das unidades dos livros. Reforça o incentivo ao trabalho transversal e contextualizado com esses temas por meio de sugestões que surgem nas orientações específicas do Manual do Professor, para indicar quando e onde, no Livro do Estudante, seria possível aprofundar o trabalho com eles. Nos volumes da coleção, além de algumas abordagens, questões e atividades propostas que permitem trabalhá-los, eles são contemplados na seção Cruzando saberes, como também na seção Rotas e encontros e na subseção Viaje sem preconceitos, que buscam incentivar mais especificamente o trabalho com a pluralidade cultural e o combate aos preconceitos.

• Protagonismo do aluno no processo de aprendizagem

Outro princípio pedagógico norteador desta coleção é o protagonismo do aluno no processo de aprendizagem. Os recursos didático-pedagógicos dos livros, que serão apresentados adiante, compõem um conjunto de atividades diversas que buscam estimular esse princípio, que abrange aprendizagens diferenciadas e complementares.

Uma delas consiste na aprendizagem baseada em pesquisa, ou seja, oferecer oportunidades para que o aluno exercite seu protagonismo ao construir o próprio entendimento da complexidade do mundo natural e social a seu redor por meio da investigação de questão, problema ou conceito relevante. Sob essa perspectiva, a seção Mochila de ferramentas oferece oportunidades para aproximar o aluno de processos, práticas e procedimentos de análise e investigação, com propostas de atividades que estimulam observação, curiosidade, experimentação, interpretação, análise, discussões de resultados, criatividade, síntese, registros e comunicação. De maneira adicional, no Livro do Estudante, na seção Atividades dos percursos, e nas atividades complementares da parte específica do Manual do Professor, sempre que oportuno são propostas temáticas com vistas a desenvolver noções introdutórias de práticas de pesquisa (revisão bibliográfica, análise documental, construção e uso de questionários, estudo de recepção, observação, tomada de nota e construção de relatórios, entrevistas e análise de mídias sociais).

Visando exercitar a autonomia e ampliar a pesquisa e o repertório cultural e científico do aluno, o protagonismo também é estimulado por meio das seções Quem lê viaja mais, Pausa para o cinema e Navegar é preciso, que apresentam, respectivamente, sugestões de livros, filmes, documentários, sites e podcasts que ampliam e enriquecem os conteúdos temáticos tratados no livro didático. E, sempre que oportuno, por meio do boxe No seu contexto, o protagonismo do aluno também é estimulado por meio de atividades que incentivam pesquisas e visitas a espaços extraescolares que favoreçam o processo de ensino-aprendizagem.

De maneira complementar, entendemos que desenvolver o protagonismo do aluno também envolve colocar em marcha a aprendizagem baseada em problemas, isto é, desafiá-lo, de fórma experimental e focada em questões, dúvidas, polêmicas e incertezas associadas aos conteúdos temáticos desenvolvidos em sala de aula, levando-o a investigar, raciocinar e refletir sobre várias perspectivas possíveis para solucionar problemas complexos significativos, autênticos e relevantes para sua vida e sua aprendizagem. Nesta coleção, subseções didático-pedagógicas como Argumente, Contextualize e Viaje sem preconceitos buscam propiciar a mobilização dessa orientação no processo de ensino-aprendizagem, pois oportunizam em várias de suas ocorrências o desenvolvimento da autonomia de pensamento, do raciocínio crítico e da capacidade de argumentar do estudante.

Outra aprendizagem essencial para desenvolver o protagonismo dos estudantes requer torná-los capazes de produzir análises críticas, criativas e propositivas. Todavia, para que isso seja possível e aconteça de maneira efetiva, cabe ao professor estar atento aos diferentes perfis sociais e comportamentais dos estudantes. É importante implementar estratégias didáticas direcionadas para o exercício da argumentação e para a análise de temáticas e problemas valorizando cada indivíduo em sua singularidade vivencial e cultural, o que demanda o uso de linguagens, recursos e estratégias de aprendizagem adequados e, sobretudo, diversificados, a fim de despertar o interesse e o engajamento dos estudantes de diferentes perfis no processo de ensino-aprendizagem.

Há que se destacar, ainda, a aprendizagem social e emocional e sua importância no desenvolvimento do protagonismo do aluno, propiciando estratégias e situações de aprendizagem que permitam articulá-la aos conteúdos temáticos, objetos de conhecimento e habilidades. Isso requer que conteúdos, informações, conceitos e atividades trabalhados no componente curricular Geografia não sejam um objetivo em si mesmos, mas que se faça deles oportunidades para motivar e orientar o aluno a aprender a lidar com sentimentos e relações com outros, reconhecer emoções e manter relações positivas, como empatia, desenvolver resiliência, gerir situações desafiadoras e conflitantes, tomar decisões apropriadas e responsáveis, além de cuidar de outras pessoas e respeitá-las. Isso é ainda mais relevante quando se considera que os sentimentos não só interferem na capacidade de resolução de problemas de um indivíduo, como também são essenciais para que ele os resolva.

Por fim, cabe dizer que incentivar o protagonismo do aluno requer o apoio intencional e planejado do professor, com o intuito de mobilizar essas aprendizagens, assumindo o papel de mediador que as trabalha de modo articulado aos conteúdos temáticos, às competências gerais, específicas e habilidades do componente curricular Geografia.

• O combate à intimidação sistemática

Conflitos e desentendimentos costumam fazer parte da rotina do contexto escolar. Muitas vezes, as desavenças acabam resultando em situações de violência, seja ela física ou verbal, que desafiam a construção de um ambiente de convivência equilibrado e harmônico, no qual as diferenças coexistem e são respeitadas. As práticas intimidatórias cotidianas nas escolas e suas extensões, e em outros espaços de relações interpessoais, são conhecidas como bullying, que por definição é o conjunto de ações violentas, agressões físicas e intimidações psicológicas, praticadas e dirigidas de fórma contínua contra uma pessoa por um ou mais indivíduos.

De modo geral, o bullying é concebido equivocadamente como parte do desenvolvimento da criança e do adolescente, mas o resultado muitas vezes são marcas de longo prazo e profunda insegurança física e emocional produzida em suas vítimas.

No Brasil, a Lei nº 13185, de 6 de novembro de 2015, instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), legislação que enquadra e tipifica a prática do bullying como sendo:

um – verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente;

dois – moral: difamar, caluniar, disseminar rumores;

três – sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

quatro – social: ignorar, isolar e excluir;

cinco – psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar;

seis – físico: socar, chutar, bater;

sete – material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;

oito – virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social”36nota de rodapé .

O bullying abrange todas essas categorias de comportamento agressivo listadas, e o principal objetivo ao praticá-lo é causar desconforto a alguém e reafirmar uma relação de desequilíbrio entre a vítima e o perpetrador. O desequilíbrio pode ser a diferença de idade, estrutura física, assimetria no desenvolvimento emocional, altura, apoio moral e tipo de exposição social.

É importante que os profissionais escolares e os responsáveis pelos estudantes se informem e discutam o bullying e suas práticas, para que estejam atentos e mais capacitados para identificarem sinais de agressões físicas ou psicológicas dirigidas aos seus filhos/estudantes, mobilizando-se contra elas. Na cartilha Bullying não é brincadeira, a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude do Ministério Público da Paraíba apresenta atitudes e comportamentos de crianças e adolescentes que podem representar sinais sobre a ocorrência de práticas intimidatórias, como:

  • “Não querer ir à escola
  • Sentir-se mal perto da hora de sair de casa
  • Pedir para trocar de escola constantemente
  • Voltar da escola com roupas ou livros rasgados
  • Apresentar baixo rendimento escolar
  • Abandono dos estudos
  • Isolamento”37nota de rodapé .

Para além dos indícios apresentados, existem outros que as vítimas de bullying podem apresentar, de ordem emocional ou física, como: depressão, agressividade, autodestruição, sentimento de vingança, baixa autoestima, ansiedade, medo e dificuldades de relacionamento interpessoal.

Quanto a identificar possíveis causadores do bullying, é importante observar comportamentos que são geralmente recorrentes naqueles que o praticam:

“Na escola os bullies (agressores) fazem brincadeiras de mau gosto, gozações, colocam apelidos pejorativos, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns alunos. Furtam ou roubam dinheiro, lanches e pertences de outros estudantes. Costumam ser populares na escola e estão sempre enturmados. Divertem-se à custa do sofrimento alheio.

No ambiente doméstico, mantêm atitudes desafiadoras e agressivas em relação aos familiares. São arrogantes no agir, no falar e no vestir, demonstrando superioridade. Manipulam pessoas para se safar das confusões em que se envolveram. Costumam voltar da escola com objetos ou dinheiro que não possuíam. Muitos agressores mentem, de fórma convincente, e negam as reclamações da escola, dos irmãos ou dos empregados domésticos”38nota de rodapé .

No tocante à ocorrência do bullying nas escolas brasileiras, em 2019 o í bê gê É divulgou a publicação intitulada Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Nela são apresentados dados preocupantes sobre o problema. Na totalidade dos estudantes, 12% deles relataram ter praticado algum tipo de bullying contra colegas. Esse grupo – formado em maior proporção por estudantes do sexo masculino (14,6%) do que do feminino (9,5%) e por alunos de escolas privadas (13,5%) do que entre as públicas (11,8%) – contrasta com outro grupo, formado por cêrca de 23% de estudantes que revelaram ter sido vítimas de algum tipo de bullying praticado por colegas escolares (observe o gráfico).

Brasil: percentual de escolares de 13 a 17 anos, por posição assumida na efetivação da prática de bullying, segundo o sexo e a dependência administrativa da escola – 2019

Gráfico de colunas. Brasil: percentual de escolares de 13 a 17 anos, por posição assumida na efetivação da prática de bullying, segundo o sexo e a dependência administrativa da escola, em 2019.  Total de escolares assumidos como vítimas: 23 por cento. Total de escolares assumidos como causadores na efetivação da prática de bullying: 12 por cento.  Escolares homens assumidos como vítimas: 19,5 por cento. Escolares homens assumidos como causadores: 14,6 por cento.  Escolares mulheres assumidas como vítimas: 26,5 por cento. Escolares mulheres assumidas como causadoras: 9,5 por cento.  Escolares de escola pública assumidos como vítimas: 23,0 por cento. Escolares de escola pública assumidos como causadores: 11,8 por cento.  Escolares de escola privada assumidos como vítimas: 22,9 por cento; escolares de escola privada assumidos como causadores: 13,5 por cento.  Gráfico de colunas. Brasil: percentual de escolares de 13 a 17 anos, por posição assumida na efetivação da prática de bullying, segundo o sexo e a dependência administrativa da escola, em 2019.  Total de escolares assumidos como vítimas: 23 por cento. Total de escolares assumidos como causadores na efetivação da prática de bullying: 12 por cento.  Escolares homens assumidos como vítimas: 19,5 por cento. Escolares homens assumidos como causadores: 14,6 por cento.  Escolares mulheres assumidas como vítimas: 26,5 por cento. Escolares mulheres assumidas como causadoras: 9,5 por cento.  Escolares de escola pública assumidos como vítimas: 23,0 por cento. Escolares de escola pública assumidos como causadores: 11,8 por cento.  Escolares de escola privada assumidos como vítimas: 22,9 por cento; escolares de escola privada assumidos como causadores: 13,5 por cento.

Fonte: í bê gê É. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2019. Rio de Janeiro: í bê gê É (Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais), 2021. página 41.

Nos últimos anos, com a ascensão das redes sociais e o alcance e a capilaridade social delas por meio dos dispositivos eletrônicos na vida social em geral e, em particular, na dos estudantes e contexto escolar, o bullying passou a ser praticado também em meio virtual. O unicéfi define o cyberbullying como:

reticências o bullying realizado por meio das tecnologias digitais. Pode ocorrer nas mídias sociais, plataformas de mensagens, plataformas de jogos e celulares. É o comportamento repetido, com intuito de assustar, enfurecer ou envergonhar aqueles que são vítimas. Exemplos incluem: espalhar mentiras ou compartilhar fotos constrangedoras de alguém nas mídias sociais; enviar mensagens ou ameaças que humilham pelas plataformas de mensagens; se passar por outra pessoa e enviar mensagens maldosas aos outros em seu nome”39nota de rodapé .

De fato, as redes sociais são os principais repositórios de cyberbullying e por isso precisam de monitoramento dos responsáveis pelos estudantes e da própria comunidade escolar. Nelas também ocorre o cyberbullying em variadas fórmas de preconceitos e discriminação (racismo, homofobia, violência de gênero etcétera), que geralmente ganham maior exposição nos meios digitais, nos quais a ausência física acaba encorajando comportamentos desse tipo.

Com base no cenário atual e na frequência cada vez maior do bullying e do cyberbullying, esta coleção sugere algumas medidas preventivas e atividades que possam ser pedagógicas para uma conscientização mais ampla sobre suas consequências. A promoção de palestras, de debates, de rodas de conversa e de apresentações teatrais, musicais ou textuais sobre o tema, abertas a pais, funcionários e estudantes, é considerada uma ação de prevenção ao bullying que pode ser adotada com regularidade pela comunidade escolar.

Além dessas atividades pontuais, é importante que a escola tenha critérios e planejamento para identificar pontos focais de ocorrência de bullying e ter um plano de ação pronto para combatê-lo. Para isso é desejável que a escola consiga identificar a natureza do problema, que pode, entre outras, ser falta ou deficiência de comunicação não violenta, um ato de indisciplina isolado ou uma agressão recorrente, originadas dentro ou fóra do contexto escolar. Uma vez identificada a causa e o tipo de problema, é fundamental: apresentar propostas de resolução e apaziguamento de conflitos; discuti-los junto à comunidade escolar e extraescolar; quando possível e pertinente, por meio dos componentes curriculares, mobilizar projetos temáticos e multidisciplinares que priorizem a valorização das diferenças, o respeito e a solidariedade. Essas práticas contribuem para a criação e o fortalecimento de ambientes e projetos colaborativos com o objetivo de melhorar os canais e as fórmas de comunicação e a integração da comunidade. Quanto mais oportunidades de criação de laços, de comunicação e de acolhimento forem oferecidas, mais prováveis serão as chances de eliminar a prática do bullying no contexto escolar.

• Maior visibilidade às culturas juvenis

O conceito de cultura juvenil tem sido utilizado para diferenciar hábitos, comportamentos, valores e processos de socialização das comunidades de jovens no Brasil e em outros países. Essas comunidades não formam uma unidade coesa nem possuem fórmas de pensar homogêneas, e para que sejam compreendidas devem-se considerar suas particularidades geracionais, de classe, raça e gênero, e regionais que criam subculturas que se expressam de fórma distinta – individual e coletivamente –, a partir de diferentes estilos de vida.

No Brasil, país de dimensões continentais, com grandes desigualdades sociais e regionais, seria imprecisa qualquer compreensão sobre essa parcela da população baseada em ideias generalizantes sobre o que é ser jovem, pois esse grupo se reinventa continuamente, criando fórmas repentinas de sociabilidade. Podemos dizer que a juventude é uma categoria socialmente construída, uma fase temporal da vida, forjada em circunstâncias econômicas, sociais e políticas particulares à sua época. Quando analisada historicamente, nota-se que as tensões sociais provocam modificações nos indivíduos e coletividades que a compõem.

Observar as transformações da juventude e promover as culturas juvenis por meio de práticas pedagógicas que considerem suas linguagens e tendências é um papel importante da escola. Os quatro volumes da coleção foram elaborados considerando-se a diversidade dos estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental, com a incorporação de temáticas, atividades e diferentes abordagens de conteúdos com o propósito de contribuir para novas fórmas de aprendizagem que levem em conta diferentes interesses juvenis.

No contexto escolar, a troca de experiências e socialização entre jovens com diferentes perfis proporciona diversidade de referências e mícsses culturais. Ressaltando esse aspecto, em 2018 os pesquisadores Cleomar Gomes e Márcia Cristina Coffani, em artigo publicado na Revista Caminhos da Educação (camine), observaram como a escola se tornou o ambiente referencial para o desenvolvimento das culturas juvenis e suas fórmas de sociabilidade:

“A organização da sociedade industrializada com a complexa divisão do trabalho gerou a organização de um sistema de ensino escolar, que assumiu a tarefa de treino profissional dos jovens. A escola, paulatinamente, se dissemina e se torna pública e obrigatória aos mais jovens. Há uma revisão da centralidade do trabalho e da família como fatores de socialização reticências, o que provoca mudanças no quadro de formação das ‘novas gerações’. O que releva que ‘a escola é um dos elementos fundantes do triunfo da modernidade’.

A organização da escola propicia que o jovem passe a conviver com outros jovens de sua idade. O que parece promover um estreitamento de relações interpessoais entre os jovens, que formam grupos culturais, tomando a feição de uma ‘microssociedade dos jovens’. Neste ‘espaço’ e ‘tempo’, os jovens se organizam e produzem culturas, com seus rituais, símbolos, regras de apresentação do corpo, estilos linguísticos, entre outros. Os jovens parecem tomar por referência às produções culturais das gerações antecessoras, como há também, um movimento de significação ou ressignificação da herança cultural, que revela diferenças entre jovens e adultos, e levam à legitimidade da presença de muitas ‘culturas juvenis’ no ‘espaço’ da escola 40nota de rodapé

Compreende-se, assim, que a escola é uma instituição base da sociedade, com seus tempos e espaços próprios, na qual crianças e jovens estabelecem relações com colegas de faixa etária similar e de grande diversidade socioeconômica e cultural. Nesse contexto, os alunos se influenciam mutuamente ao mesmo tempo em que são influenciados pela institucionalidade a eles imposta – geralmente pelos programas escolares, conteúdos curriculares, professores, ambiente externo etcétera.

Cabe atentar que é na diversidade do contexto escolar que o jovem vivencia e expressa em boa parte as transformações em suas maneiras de pensar, em seu corpo e comportamentos, passando a se projetar diante da sociedade como sujeito ao adquirir maior discernimento sobre o conjunto de direitos e deveres, remodelando a sua identidade pessoal e social. Nesse sentido, além de ser o lugar de construção e convívio de culturas heterogêneas próprias da juventude, a escola também é o espaço de vivência por excelência para se colocar em marcha um processo de formação voltado para a construção de projetos de vida, além do desenvolvimento de competências e habilidades.

Nessa perspectiva mais ampla, as unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades da Geografia podem contribuir para ampliar a formação científica e cidadã dos estudantes, assim como os horizontes e reflexões sobre seus projetos de vida, sendo fundamental incorporar nesse processo o diálogo com a pluralidade das culturas juvenis. Esse componente curricular trabalha conceitos que contribuem para a melhor compreensão da realidade social pelos estudantes, em diferentes escalas de análise, e, de acordo com a Bê êne cê cê, a ele também é atribuído um papel relevante na construção de projetos de vida:

“Espera-se, assim, que o estudo da Geografia no Ensino Fundamental – Anos Finais possa contribuir para o delineamento do projeto de vida dos jovens alunos, de modo que eles compreendam a produção social do espaço e a transformação do espaço em território usado. Anseia-se, também, que entendam o papel do Estado-nação em um período histórico cuja inovação tecnológica é responsável por grandes transformações socioespaciais, acentuando ainda mais a necessidade de que possam conjecturar as alternativas de uso do território e as possibilidades de seus próprios projetos para o futuro. reticências41nota de rodapé .

Convém lembrar que os Anos Finais do Ensino Fundamental são uma etapa importante da Educação Básica, pois, para além de suas especificidades, também representa a transição para o Ensino Médio, etapa na qual são comuns e recorrentes cobranças e questionamentos sobre o futuro dos estudantes. Nesse novo momento da vida escolar e pessoal, eles ressignificam experiências, vivências e conhecimentos adquiridos e passam a refletir mais intensamente sobre seus projetos de vida, o que implica a construção de uma ideia de futuro e em avaliar seus possíveis desdobramentos. Sem dúvida, para que essa transição ocorra e projetos de vida sejam construídos com mais consciência, é importante a contribuição da Geografia e dos conhecimentos e a ampliação do repertório cultural que ela possibilita aos estudantes nos Anos Finais do Ensino Fundamental.

4. A proposta didático-pedagógica da coleção

A proposta didático-pedagógica da coleção envolve dois aspectos: a organização geral dos volumes, com o sequenciamento didático dos conteúdos e temas, e os recursos didático-pedagógicos dos livros. Vistos em conjunto, ambos oferecem condições para que o processo de ensino-aprendizagem, mediado pelo professor, ocorra articulado com a Bê êne cê cê, a abordagem teórico-metodológica e os princípios pedagógicos norteadores da coleção apresentados anteriormente.

• A organização geral dos volumes

No tocante à organização e distribuição dos conteúdos e temas, os volumes da coleção compõem-se de 8 unidades, cada uma com 4 percursos. Nos quadros seguintes, apresentamos a organização das unidades em cada volume da coleção.

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Os recursos didático-pedagógicos dos livros

O livro didático deve conter recursos para auxiliar o professor em seu planejamento, proposta e desenvolvimento de curso, contribuindo para a dinâmica de suas aulas e para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra articulado com a construção de conhecimentos, de competências e de aprendizagens essenciais que, em âmbito pedagógico, consubstanciam os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.

A seguir são apresentadas as seções e subseções didático-pedagógicas que constituem os recursos da coleção. Com propósitos definidos, por meio delas procuramos subsidiar o trabalho do professor na sala de aula.

A maioria das seções é acompanhada por exercícios dirigidos que, entre outros objetivos, buscam desenvolver com os alunos princípios indissociáveis do processo de ensino-aprendizagem em Geografia: o trabalho com conhecimentos prévios; o repertório cultural e a comunicação por meio do uso de diferentes linguagens; o raciocínio geográfico e a multiescalaridade; a alfabetização cartográfica; o trabalho com conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais; o exercício do protagonismo social e da cidadania ativa; a argumentação e o pensamento científico, crítico e criativo que envolve capacidades de problematização, formulação de hipóteses, generalização e a resolução de problemas; a educação em valores e temas contemporâneos transversais, que favorece, inclusive, o trabalho com competências gerais como as relacionadas com responsabilidade e cidadania, empatia e cooperação, autoconhecimento e autocuidado, trabalho e projeto de vida; a interdisciplinaridade; e a contextualização no processo de aprendizagem.

Ícone. Abertura de unidade. Composto por uma placa verde com o texto: UNIDADE 1.

Abertura de unidade

A abertura da unidade é composta de recursos gráfico-visuais sobre os quais são propostas leitura e interpretação com o objetivo de permitir ao professor levantar conhecimentos prévios dos alunos e motivá-los a respeito dos assuntos que serão tratados nos quatro percursos da unidade. Com o mesmo objetivo, apresenta um texto introdutório sobre os conteúdos e temas que serão estudados, além da subseção Verifique sua bagagem.

Ícone. Boxe Verifique sua bagagem. Composto por uma placa amarela com um semáforo no centro.

Verifique sua bagagem

Introduz questões com o objetivo de promover e auxiliar na sondagem de conhecimentos prévios dos alunos, além de despertar o interesse deles sobre as temáticas abordadas ao longo da unidade. As questões buscam valorizar a vivência e as experiências dos alunos e seus referenciais prévios de conhecimentos, exercitam a leitura e interpretação de imagens da abertura e estimulam discussões sobre temas e conteúdos que serão tratados posteriormente.

Ícone. Percurso. Composto por uma placa amarela com o texto: PERCURSO 1.

Percurso

Todas as unidades são desenvolvidas em quatro percursos, que apresentam o texto principal com conteúdos e temas organizados de fórma clara, hierarquizados em títulos e subtítulos que facilitam o estudo e as aprendizagens, com linguagem e extensão adequadas à faixa etária a que se destinam. Para complementar e exemplificar o texto principal, também há mapas e outras fórmas de representação cartográfica, gráficos, tabelas, ilustrações, croquís, blocos-diagramas, fotografias, entre outros recursos.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa lendo.

Quem lê viaja mais

Com o objetivo de desenvolver o uso e o domínio de diferentes linguagens, ampliar o repertório cultural e também apresentar, de fórma contextualizada, sugestões para que os alunos acessem outras fontes de informações fóra dos limites do próprio livro didático, esta seção é encontrada sempre na coluna lateral do texto principal, e nela são sugeridos livros relacionados aos temas estudados. Os livros indicados são acessíveis e adequados à faixa etária à qual a coleção se destina, permitindo que o professor articule estudos dirigidos baseados em trechos dos textos ou os proponha como entretenimento ou ainda como aprofundamento do conteúdo. As indicações permitem desenvolver trabalhos com a área de Linguagens, sobretudo com o componente curricular Língua Portuguesa. Alguns títulos estão fóra de catálogo em editoras, mas podem ser encontrados em bibliotecas, em sites de venda de livros e até mesmo em sebos, quando existirem no espaço de vivência do aluno, o que possibilita visitas a eles, atitudes que devem ser desenvolvidas e estimuladas no processo de ensino-aprendizagem.

Ícone. Seção Pausa para o cinema. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa segurando uma câmera na altura dos olhos.

Pausa para o cinema

Posicionada ao longo dos percursos, na coluna lateral do texto principal, esta seção sugere filmes ficcionais e documentários com o mesmo propósito de desenvolver o uso e o domínio de diferentes linguagens, ampliar o repertório cultural e estimular o protagonismo do aluno para que acesse outras fontes de informações, inclusive em meios digitais, para além dos limites do próprio livro didático. Os filmes indicados passaram por seleção prévia, para evitar temáticas preconceituosas, violentas ou com cenas inapropriadas para a faixa etária à qual se destina a coleção.

Consideramos que o recurso audiovisual amplia o repertório cultural do aluno, como parte da valorização de diversas manifestações artísticas e culturais, além de apresentar grande potencial quando utilizado no ensino. Por isso, sugerimos que, após a exibição do filme ou documentário, seja realizado um debate sob a orientação do professor com a participação de todos os alunos, objetivando, ao menos: a) a interpretação do que foi visto; b) a elaboração, em grupo ou individualmente, de um texto-resumo sobre a temática tratada. A respeito do assunto, sugerimos as seguintes leituras: NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. quinta edição São Paulo: Contexto, 2019. 249 página; RODRIGUES, Rejane Cristina de Araújo; SANTANA, Fábio Tadeu de Macedo; Ertal, Leopoldo Carriello. Aprendendo com filmes: o cinema como recurso didático para o ensino de Geografia. Rio de Janeiro: Lamparina, 2013. 224 página

Ícone. Seção Navegar é preciso.

Navegar é preciso

Visando contribuir para que o aluno utilize tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), nesta seção, também posicionada na coluna lateral do texto principal, são sugeridos sites e alguns podcasts para consulta e pesquisa de informações complementares sobre os conteúdos abordados.

Ícone. Seção No seu contexto. Composto por uma placa amarela com o desenho de um binóculo no centro.

No seu contexto

Nos quatro volumes da coleção, esta seção se encontra ao longo dos percursos, na coluna lateral do texto principal, e propõe questões de resolução imediata, evitando a interrupção da aula. Por meio dela, são oferecidas possibilidades para o aluno articular os conhecimentos e aprendizagens adquiridos e em formação com seus espaços de vivência, suas experiências da realidade, vida e contexto sociocultural, tornando-os significativos (objetivo também trabalhado na subseção Contextualize explicada adiante). Quando oportuno, são também propostas articulações dos conteúdos estudados com competências e temas contemporâneos transversais.

Nos volumes do 8º e 9º anos, dedicados ao estudo do espaço mundial, a seção também possibilita associar os conteúdos trabalhados ao contexto brasileiro, motivando o aluno a articular o geral e o particular e a trabalhar com diferentes escalas de análise e com princípios do raciocínio geográfico, tais como analogia, conexão e diferenciação.

Por meio de questões que convidam o aluno a relacionar os conteúdos estudados com a realidade e os espaços de vivência imediata ou locais e/ou escala nacional, é oferecida a oportunidade aos professores e alunos para um ensino-aprendizagem mais significativo e emancipador, voltado para o incentivo ao protagonismo do aluno, abrindo possibilidades para o desenvolvimento do pensamento crítico e da autonomia.

Ícone. Glossário. Composto por uma placa amarela com o desenho de um livro fechado com uma interrogação na capa.

Glossário

Encontrada na coluna lateral do texto principal dos percursos ou nas diferentes seções, esta seção apresenta o significado de termos pouco comuns ou provavelmente desconhecidos para os alunos. Visa contribuir tanto para o enriquecimento do vocabulário do aluno como para o esclarecimento sobre conceitos importantes. Para o professor, além das definições apresentadas nas orientações específicas de cada volume, sugerimos a busca de glossários em sites de universidades e outros órgãos, para a constituição de um glossário adequado a cada nível de ensino; por exemplo, com as palavras-chave glossário de Geografia e glossário de Geologia, entre outras.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Atividades orais sistemáticas

As atividades orais sistemáticas acompanham elementos gráficos dos percursos (mapas, fotografias, esquemas, imagens de satélite, blocos-diagramas, gráficos, tabelas, ilustrações etcétera), por meio de questões com enunciados simples e diretos que convidam o aluno à observação e

ao debate, favorecendo a dinamização das aulas e, no caso dos mapas, a alfabetização cartográfica.

Por meio desse recurso, espera-se contribuir para que ele desenvolva aprendizagens relacionadas à leitura e à interpretação das linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, o que auxilia o desenvolvimento do pensamento espacial e a ampliação da produção de sentidos na leitura de mundo. Embora a aplicação e as respostas dessas atividades sejam propostas na fórma oral, a critério do professor também poderão ser realizadas na fórma escrita pelos alunos, em sala de aula ou fóra dela.

Ícone. Seção Cruzando saberes. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa atravessando na faixa de pedestres.

Cruzando saberes

Com ocorrências ao longo das unidades, Cruzando saberes apresenta textos de terceiros, extraídos de revistas, jornais, livros e sites, possibilitando ao aluno o contato com estilos argumentativos, vocabulário e gêneros textuais diferentes do texto principal. Em algumas ocorrências, a seção ainda complementa os conteúdos dos percursos por meio de textos de autoria própria e ilustrações, buscando proporcionar maior visibilidade e motivação para que o professor desenvolva a abordagem interdisciplinar e o trabalho transversal por meio de temas contemporâneos transversais.

As abordagens variam no decorrer da coleção, mas estão sempre vinculadas a pelo menos um dos objetivos a seguir:

  • tratar dos aspectos históricos de determinado tema, com textos e atividades que buscam reforçar as relações entre espaço geográfico e tempo histórico, possibilitando diálogos ou relações entre a Geografia e o componente curricular História.
  • levar o aluno a refletir sobre o papel da ciência, da tecnologia e da inovação para o desenvolvimento das sociedades e, em muitas ocorrências, permitir diálogos entre a Geografia e o componente curricular Ciências.
  • propor a leitura e a interpretação de textos que, com as atividades, possibilitam levar o aluno a exercitar a responsabilidade, a cidadania ativa e o protagonismo social, motivando-o a conhecer, refletir e assumir posições diante de problemas, discutindo medidas e soluções com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Em algumas ocorrências da seção, possibilita diálogos interdisciplinares com outros componentes curriculares.
  • abordar temas sociais e ambientais com o propósito de desenvolver a compreensão das relações entre sociedade, espaço geográfico e meio ambiente, a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza, incentivando o trabalho com temas contemporâneos transversais e, em alguns casos, com a interdisciplinaridade.

A seção Cruzando saberes pode ser trabalhada de diferentes maneiras: para desenvolver e aprimorar o uso e o domínio de diferentes linguagens, como material para realização de seminários e discussões de conteúdos e temas, para exercitar a capacidade dos alunos no estabelecimento de relações entre seus textos e os conteúdos e temas estudados nos percursos.

Além disso, a seção é acompanhada por atividades que podem ser respondidas por escrito ou oralmente e que se subdividem em quatro subseções que trabalham diversos aspectos. Observe o quadro a seguir.

Subseções das atividades:

  • Interprete: subseção que promove a competência leitora, levando o aluno a relacionar informações dos textos.
  • Argumente: desenvolve o senso crítico e a capacidade de o aluno argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis; propor soluções individuais ou coletivas às situações-problema; problematizar, formular e defender hipóteses e ideias por meio de afirmação argumentativa, inferências e confronto de pontos de vista com base nos assuntos abordados.
  • Contextualize: articula os temas abordados ao contexto do aluno, promovendo responsabilidade, valores, o protagonismo social e a cidadania ativa e, sempre que oportuno, levando-o a refletir sobre as dimensões do autoconhecimento e autocuidado e da empatia e cooperação.
  • Viaje sem preconceitos: suscita reflexão e debate sobre diversos tipos de preconceito, como condições econômico-sociais, étnicas, de gênero etcétera, e sobre atitudes individuais e coletivas para combatê-los com base no respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade.
Ícone. Seção Rotas e encontros. Composto por uma placa amarela com o desenho de duas mãos se cumprimentando.

Rotas e encontros

Esta seção apresenta aspectos de pessoas, comunidades, povos e grupos sociais e culturais, no Brasil e no mundo, que vivenciam os problemas tratados pela Geografia, privilegiando a diversidade étnico-cultural. Também possibilita conhecer lugares diferentes, que tenham significado religioso, cultural, arquitetônico, científico etcétera, com o objetivo de ampliar os horizontes e o repertório cultural dos alunos e, em muitos casos, refletir e desconstruir estereótipos sobre lugares, países, sociedades e povos.

Propõe, assim, uma reflexão sobre a importância da diversidade e do respeito à diferença. Também tem o propósito de colocar o aluno em contato com as linguagens e narrativas de protagonistas sociais e viajantes, o que favorece sua aproximação e sensibilização em relação às experiências ou problemas por eles vividos. Desse modo, a seção Rotas e encontros visa contrabalançar a abordagem descritiva e conceitual muitas vezes praticada em sala de aula no tratamento de conhecimentos e informações geográficos, concedendo ênfase às pessoas, suas culturas e locais de origem. Embora propicie o trabalho mais direto com o tema contemporâneo transversal Diversidade Cultural, em algumas ocorrências desta seção, sempre que pertinente, também há possibilidades de trabalho com outros temas e interdisciplinaridade com outros componentes curriculares.

Esta seção também é acompanhada pelas subseções Interprete, Argumente, Contextualize e Viaje sem preconceitos, conforme a pertinência dos assuntos.

Ícone. Seção Mochila de ferramentas. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa em pé com uma mochila grande nas costas, segurando uma vara.

Mochila de ferramentas

Composta de passos didáticos e atividades que podem ser de interpretação, argumentação e preferencialmente procedimentais, um dos objetivos desta seção é ensinar e exercitar com o aluno técnicas de estudo e pesquisa que permitam aprimorar o trabalho individual ou em grupo acerca de temáticas propostas nos percursos. Essas técnicas, inclusive, poderão auxiliá-lo no estudo de outros componentes curriculares, favorecendo o desenvolvimento da autonomia e aprendizagens sobre maneiras diferentes e complementares para se organizar e sistematizar conhecimentos.

Além disso, esta seção propõe o trabalho com procedimentos específicos da Geografia, relacionados com os conteúdos estudados nos percursos nos quais ocorrem, favorecendo o desenvolvimento de objetos de conhecimento e habilidades desse componente curricular. Entre outros exemplos, nesta seção desenvolvem-se a leitura, a interpretação e a elaboração de diferentes fórmas de representação relacionadas ao pensamento espacial, como anamorfose, perfil de vegetação, mapa de fluxos etcétera

Ícone. Seção Atividades dos percursos. Composto por uma placa amarela com o desenho de um livro fechado com um lápis em cima.

Atividades dos percursos

Dispostas em duas páginas, ocorrem duas vezes em cada unidade, ao final dos percursos pares. São compostas de atividades que se referem aos conteúdos dos dois percursos imediatamente anteriores, apresentando estratégias diversificadas que atendem a diferentes propósitos:

  • releitura, revisão e aplicação de conhecimentos e aprendizagens trabalhados nos percursos por meio de questões diretas e, sempre que possível, apresenta enunciados que estimulam os alunos a resolver situações-problema.
  • leitura, interpretação e elaboração de mapas, que também podem estar associados a textos e outras fórmas de representação gráfica (gráficos, tabelas etcétera). Vista em conjunto com as atividades orais sistemáticas que acompanham mapas no decorrer dos percursos e algumas ocorrências da seção Mochila de ferramentas, as atividades relacionadas com a linguagem cartográfica fortalecem aprendizagens que envolvem informações geográficas e o raciocínio geográfico e visam contribuir para a alfabetização cartográfica, ampliando-se, assim, as possibilidades de produção de sentidos dos alunos na leitura do mundo.
  • exploração de textos, imagens, tabelas, gráficos, charges etcétera Dessa fórma, busca-se ampliar os conhecimentos e aprendizagens desenvolvidos nos percursos, propondo inter-relações com registros, recursos e informações adicionais ou externas ao texto principal dos percursos, incentivando o aluno a relacioná-las com o que foi estudado, favorecendo assim o desenvolvimento da análise e a argumentação. Contribui para diversificar o trabalho com linguagens na coleção, o que favorece a construção pelos alunos de um repertório maior na leitura da realidade.
  • pesquisas individuais ou em grupo sobre o lugar/contexto do aluno, motivando-o a exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas. Reforçam, assim, com a seção

No seu contexto e a subseção Contextualize, um dos princípios da proposta didático-pedagógica da coleção, qual seja o de possibilitar a articulação de conteúdos, conceitos e habilidades com a realidade e a comunidade do aluno, valorizando os contextos mais próximos da vida cotidiana.

  • pesquisas gerais, que contribuem para que o aluno aprofunde ou complemente os conhecimentos e as aprendizagens desenvolvidos nos percursos. Dessa maneira, incentiva-se a pesquisa como princípio pedagógico, a observação e a análise, e a atenção dos alunos é direcionada para aspectos importantes sobre o que foi estudado, levando-os a rever e assimilar os pontos relevantes, como também a ampliar seus conhecimentos e repertório cultural, motivando-os a elaborar trabalhos escritos e orais.
  • execução de procedimentos individuais ou em grupo, visando a produção de conhecimento e o seu compartilhamento de maneiras variadas.

Vistas em conjunto, as atividades ao final dos percursos pares também buscam: incentivar as relações interpessoais, por intermédio de trabalhos em grupo; sensibilizar o estudante para os fatos sociais pelo conhecimento da realidade local; colaborar para a quebra de preconceitos; aguçar sua percepção e atuação no espaço vivido para desenvolver a postura crítica e científica; apoiar os alunos com diferentes níveis de aprendizagem, pois podem ser trabalhadas como instrumento de diagnóstico de aprendizagens, oferecendo diferentes possibilidades para que explorem e exercitem processos cognitivos e desenvolvam fórmas diversas de apreensão dos conhecimentos.

Ícone. Seção Desembarque em outras linguagens. Composto por uma placa amarela com a silhueta de  uma pessoa saindo de um ônibus.

Desembarque em outras linguagens

Composta de uma dupla de páginas, esta seção fecha as unidades 1 e 5 de cada volume da coleção, totalizando 8 ocorrências na coleção (duas por livro). Nela, é apresentado o trabalho de artistas e outras personalidades por meio de temas relacionados aos conteúdos estudados nessas unidades. A abordagem é interdisciplinar e apresenta linguagens variadas, como fotografia, música, pintura, desenho, literatura e paisagismo.

Um dos objetivos desta seção é possibilitar aos professores uma “pausa” no decorrer do 1º e 3º bimestres ou do 1º e 2º trimestres (dependendo do planejamento do curso), além de articular e enriquecer o trabalho entre Geografia e práticas diversificadas da produção artístico-cultural, ao mesmo tempo que possibilita aos alunos e professores intercalar e relacionar, na passagem de uma unidade à outra, a linguagem conceitual dos percursos com a linguagem artística. Em algumas ocorrências da seção, também são indicadas oportunidades de trabalhos interdisciplinares entre Geografia e outros componentes curriculares, como Língua Portuguesa e Arte.

Quando oportuno, a subseção Viaje sem preconceitos acompanha esta seção, que apresenta atividades recorrentes, com propósitos didático-pedagógicos definidos e complementares, distribuídas em três subseções específicas:

  • Caixa de informações: conduz o aluno para a leitura e interpretação das informações expostas em textos e imagens, contribuindo para o uso e domínio de diferentes linguagens.
  • Interprete: propõe a releitura e interpretação das informações da seção, levando o aluno a relacioná-las, como também a articulá-las com os conhecimentos e aprendizagens estudados nas unidades, ou mesmo com informações contextuais.
  • Mãos à obra: possibilita que o aluno coloque em prática a linguagem apresentada, sempre que possível, sugerindo atividades que não representem riscos de segurança ou dificuldades de execução em relação aos materiais necessários para sua realização. A seção incentiva o aprendizado em meios eletrônicos e propõe variados modos para a divulgação dos trabalhos dos alunos, como exposição virtual, blogs, redes sociais ou sítios eletrônicos da escola.
Ícone. Seção Caminhos digitais. Composto por uma placa amarela com o desenho de um celular com duas setas na tela.

Caminhos digitais

Em uma dupla de páginas, esta seção apresenta textos, atividades, ilustrações e/ou fotografias voltados à compreensão e à reflexão acerca da utilização de tecnologias digitais de fórma crítica, significativa e ética. Tem por objetivo principal propiciar o debate e a resolução de problemas sobre questões pertinentes à cultura digital, geotecnologias e uso de tecnologias de informação e comunicação e sua importância, nos dias atuais, para a sociedade e o cotidiano dos alunos.

Nessa perspectiva, a seção focaliza e busca contribuir para o trabalho com a Competência Geral 5 da Educação Básica:

“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”42nota de rodapé .

Em particular, são trabalhadas: a dimensão cultural e a compreensão do impacto das tecnologias na vida das pessoas e na sociedade, incluindo relações sociais, culturais e comerciais; e a utilização das tecnologias, mídias e dispositivos de comunicação modernos de fórma ética, discutindo comportamentos adequados e inadequados.

Há duas ocorrências desta seção em cada volume, ao final das unidades 4 e 8 (totalizando 8 ocorrências na coleção). Dependendo do planejamento do curso, sugerimos ao professor trabalhá-las ao final do 2º e do 4º bimestres ou no 2º e 3º trimestres. O professor também poderá ampliar e desenvolver o trabalho com os temas desta seção na fórma de um projeto semestral, uma vez que os temas nela abordados não são necessariamente atrelados às unidades nas quais ela surge, mas aos conteúdos estudados no semestre.

A seção é composta de subseções com propósitos didático-pedagógicos definidos e complementares:

  • Confira: apresenta questões com foco na interpretação e compreensão do texto principal.
  • Fique ligado!: apresenta dicas de uso e orientações sobre segurança, questões éticas e cidadania na internet, relacionando aspectos socioemocionais com a utilização de tecnologias digitais de comunicação e informação, de fórma ética e responsável.

Nas orientações específicas do Manual do Professor são propostas questões adicionais sobre os temas da seção para reflexão e debate em sala de aula. O professor também poderá solicitar pesquisas prévias para que os alunos reúnam informações sobre o tema e elaborem argumentações para debatê-las durante a aula.

• Sugestões de cronogramas

O planejamento e o cronograma escolar são ferramentas essenciais para a organização do trabalho docente, pois têm o objetivo de facilitar o desenvolvimento das práticas pedagógicas, sistematizar as atividades previstas e direcionar didaticamente os conteúdos que deverão ser tratados na sala de aula ao longo do ano.

Com a finalidade de auxiliar o professor no estabelecimento de uma ordem de execução das ações planejadas, serão apresentadas sugestões de cronograma nos quadros a seguir, considerando as possibilidades de cursos bimestrais, trimestrais ou semestrais, a depender da orientação das redes públicas de ensino ou do que é praticado em unidades escolares. As sugestões foram baseadas na organização e distribuição dos conteúdos e temas tratados nos volumes da coleção.

Sugestão de cronograma bimestral

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Sugestão de cronograma trimestral

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Sugestão de cronograma semestral

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

5. O processo de avaliação da aprendizagem em sua globalidade

• A avaliação formativa

A avaliação não é um assunto isento de polêmicas nas escolas, e também não se resume aos exames tradicionais escolares. Na verdade, há muito se discute a necessidade de superá-los, para, como determina o inciso terceiro do Artigo 32 da Resolução cê êne Ê/séb 7/2010:

terceiro – fazer prevalecer os aspectos qualitativos da aprendizagem do aluno sobre os quantitativos, bem como os resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais, tal como determina a alínea ‘a’ do inciso quinto do Artigo 24 da Lei nº 9394/96”43nota de rodapé .

Nesse sentido, em vários documentos nos quais a avaliação da aprendizagem escolar é analisada, o Conselho Nacional de Educação (cê êne Ê) recomenda o predomínio do caráter formativo sobre o quantitativo e classificatório, indicando ainda a importância de adotar “uma estratégia de progresso individual e contínuo que favoreça o crescimento do estudante, preservando a qualidade necessária para a sua formação escolar”44nota de rodapé .

Em acordo com essa orientação, aponta-se a necessidade de se distinguir o examinar e o avaliar para que o processo de avaliação no dia a dia da sala de aula não deixe de cumprir todo o seu potencial. Cipriano Carlos Luquézi, apesar de reconhecer a utilidade e a necessidade dos exames nas situações que exigem classificação e certificação de conhecimentos – como no caso dos exames vestibulares, avaliações externas ou outros –, considera, no contexto de uma avaliação formativa, que ocorre durante todo o processo educacional, que “a sala de aula é o lugar onde, em termos de avaliação, deveria predominar o diagnóstico como recurso de acompanhamento e reorientação da aprendizagem”45nota de rodapé .

Tal orientação, aliás, coincide com as diretrizes sobre avaliação descritas em diversos documentos oficiais, como a do parágrafo 1º do Artigo 47 da Resolução séb 4/2010, no qual se lê:

1º A validade da avaliação, na sua função diagnóstica, liga-se à aprendizagem, possibilitando o aprendiz a recriar, refazer o que aprendeu, criar, propor e, nesse contexto, aponta para uma avaliação global, que vai além do aspecto quantitativo, porque identifica o desenvolvimento da autonomia do estudante, que é indissociavelmente ético, social, intelectual”46nota de rodapé .

Ademais, considerando-se que a avaliação formativa, contínua e diagnóstica do aluno permite redimensionar a ação pedagógica, deve-se realizá-la tendo em vista o que é definido nas alíneas “a” e “b” do inciso primeiro do Artigo 32 da Resolução séb 7/2010:

“a) identificar potencialidades e dificuldades de aprendizagem e detectar problemas de ensino;

b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e abordagens de acordo com as necessidades dos alunos, criar condições de intervir de modo imediato e a mais longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o trabalho docente”47nota de rodapé .

Pensar nessa perspectiva significa conceber e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de resultado no âmbito de um projeto pedagógico construtivo, ou seja, regulador da aprendizagem, voltado para a melhoria do ensino e para o desenvolvimento de competências e aprendizagens essenciais dos alunos. Nesse processo, os desempenhos dos alunos são tomados sempre como provisórios ou processuais, o que faz dela um modo de intervenção não pontual porque considera o aluno um ser humano em construção permanente, além de diagnóstica, pois permite a tomada de decisões para a melhoria do ensino, e, consequentemente, inclusiva, pois convida e apoia o aluno a superar suas dificuldades. Isso se torna tão mais importante quando se considera que:

“A intervenção imediata no sentido de sanar dificuldades que alguns estudantes evidenciem é uma garantia para o seu progresso nos estudos. Quanto mais se atrasa essa intervenção, mais complexo se torna o problema de aprendizagem e, consequentemente, mais difícil se torna saná-lo”48nota de rodapé .

Esse tipo de avaliação é conhecido como avaliação formativa e opõe-se à avaliação tradicional, somativa ou classificatória, ou seja, aquela que tem por objetivo, ao final de uma unidade de estudos (mês, bimestre, trimestre, semestre ou ano letivo), a aplicação de provas ou testes para definir uma nota ou atribuir um conceito, para obter uma visão sobre o desempenho dos estudantes, classificando os que aprenderam ou não, ordenando-os ou listando-os conforme o conjunto de aprendizagens que eles dominam.

• Apoio a alunos com diferentes níveis de aprendizagem

Outro aspecto importante na avaliação formativa é a dificuldade em trabalhar com alunos que possuem diferenças significativas de conhecimentos e habilidades, e mesmo de atitudes e valores. Geralmente isso se manifesta por meio de diferentes comportamentos e graus de interesse dos alunos diante do que é desenvolvido em sala de aula, acarretando, inclusive, assimetrias em relação à aprendizagem. É importante que esses aspectos sejam considerados transitórios e que mesmo o erro cometido pelo aluno em atividades, provas e demais propostas de trabalho que impliquem avaliação não seja considerado uma “falta” definitiva de algo, mas uma “falta” momentânea, considerada parte integrante do processo de aprendizagem e sobre a qual se pretende voltar para reorientar tanto o ensino praticado pela escola e pelo professor como também a própria aprendizagem dos alunos. Nesse aspecto, a Bê êne cê cê é clara quando se refere à ação de:

“construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos alunos”49nota de rodapé .

Por ser contínua e com prioridade para a qualidade do processo de aprendizagem, a avaliação formativa indica a necessidade de avaliar o desempenho do aluno ao longo de todo o ano e não apenas em uma prova ou um trabalho, assegurando-se, ainda, meios e estratégias para a recuperação dos alunos com menor rendimento50nota de rodapé .

Desse modo, a avaliação formativa visa promover a regulação das aprendizagens (ou, em sentido amplo, a formação humana integral), estando orientada para assegurar direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento a serem alcançados ao término de um programa ou de uma atividade educacional. Nesse tipo de avaliação, é essencial a intervenção ativa e contínua do professor, possibilitando que o fracasso escolar tenha chances de ser revertido, uma vez que o objetivo é a reinserção do aluno no processo educativo. E, com foco nessa intervenção, cabe não perder de vista que:

“A avaliação proporciona ainda oportunidade aos alunos de melhor se situarem em vista de seus progressos e dificuldades, e aos pais, de serem informados sobre o desenvolvimento escolar de seus filhos, representando também uma prestação de contas que a escola faz à comunidade que atende. Esse espaço de diálogo com os próprios alunos – e com as suas famílias, no caso do Ensino Fundamental regular – sobre o processo de aprendizagem e o rendimento escolar que tem consequência importante na trajetória de estudos de cada um precisa ser cultivado pelos educadores e é muito importante na criação de um ambiente propício à aprendizagem”51nota de rodapé .

Nessa perspectiva, a seção Atividades dos percursos – disposta ao final dos percursos pares do Livro do Estudante – pode ser trabalhada como apoio aos alunos com diferentes níveis de aprendizagem, ou seja, como instrumento de diagnóstico de aprendizagens, pois oferece várias possibilidades para que eles explorem e exercitem processos cognitivos e desenvolvam fórmas diversas de apreensão dos conhecimentos. Além desse recurso, nas orientações específicas deste manual, há atividades complementares de apoio à superação de possíveis dificuldades.

Além das dificuldades de trabalhar com diferentes níveis de aprendizagem dos alunos, outra dificuldade diz respeito ao trabalho em sala de aula com uma turma numerosa. Nesse caso, algumas estratégias pedagógicas e didáticas podem ser aplicadas, a fim de facilitar a condução do processo de ensino-aprendizagem pelo professor, como mobilizar a participação ativa dos alunos por meio do uso de metodologias ativas. Ao empregar uma ou mais delas, isoladamente ou de maneira associada, aplicando-as por meio de trabalhos em grupo ou não e com ou sem o uso de recursos tecnológicos digitais disponíveis atualmente, em uma visão de conjunto essas metodologias promovem o protagonismo e maior participação dos alunos nas escolhas e no ritmo do processo de ensino-aprendizagem, favorecendo que o professor se torne um facilitador, orientador, consultor

ou mediador desse processo, redimensionando o papel tradicionalmente a ele atribuído como o único responsável pela construção de conhecimentos no espaço-tempo da sala de aula.

Ademais, essas metodologias permitem exercitar competências e habilidades variadas e complementares e favorecem a criação de estratégias e contextos de aprendizagem mais atraentes e desafiadores para os estudantes, proporcionando maior engajamento individual e coletivo, o exercício da autonomia e da proatividade, além do respeito e da tolerância acerca de pontos de vista distintos.

• A avaliação prognóstica

Outro recurso importante da avaliação da aprendizagem que se soma ao seu caráter processual, formativo e participativo diz respeito à avaliação inicial, denominada pelos estudiosos de prognóstica. Essa modalidade de avaliação complementa as anteriores porque deriva da necessidade de o processo avaliativo iniciar-se antes mesmo de o ensino começar, o que possibilita ao professor “reticênciasconhecer o que cada um dos alunos sabe, sabe fazer e é, e o que pode chegar a ser, saber fazer ou ser reticências52nota de rodapé , permitindo que conheça melhor as necessidades educativas dos alunos e, por meio delas, realize ajustes em sua ação pedagógica.

Os alunos que compõem a classe são heterogêneos, e é diante dessa realidade que a avaliação prognóstica adquire sentido. Ela ajuda o professor a entrar em contato com os conhecimentos prévios e variados dos alunos colhidos em suas vivências familiares e socioculturais, como também suas particularidades e seus jeitos próprios de aprender. Isso adquire ainda mais sentido quando se considera que: “A consciência de que a escola se situa em um determinado tempo e espaço impõe-lhe a necessidade de apreender o máximo o estudante: suas circunstâncias, seu perfil, suas necessidades”53nota de rodapé .

As três modalidades de avaliação abordadas até aqui – somativa, formativa e prognóstica – apresentam objetivos e funções específicos e, no entanto, podem ser partes integrantes de um processo avaliativo quando este é tomado em sua globalidade (observe o esquema).

Concepção ampliada da avaliação formativa como um processo contínuo

Esquema. Concepção ampliada da avaliação formativa como um processo contínuo.  Há três quadros com informações ao redor da frase Aprendizagem e desenvolvimento do aluno. Os três quadros estão ligados por setas laranjas e circulares, formando um ciclo.  Avaliação inicial (prognóstica) Conhecer o ponto de partida para melhor adequar o planejamento às necessidades dos alunos.  Avaliação processual Acompanhamento contínuo do processo, ajustando o percurso às novas necessidades que se interpõem.  Avaliação conclusiva (somativa) Apreciação global do processo ensino- -aprendizagem, permitindo, além da certificação, a proposição de ações futuras em prol da melhoria contínua.

Fonte: RIBEIRO, Elizabete Aparecida Garcia. Avaliação formativa em foco: concepção e características no discurso discente. Dissertação de Mestrado. Centro de Educação, Comunicação e Artes. Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Estadual de Londrina. Londrina (Paraná), 2011. página 77.

O processo de avaliação deve incluir diferentes modalidades avaliativas, buscando sempre superar as dificuldades do professor ao ensinar e as do aluno para aprender. Vistas como complementares e não como excludentes, uma vez articuladas essas modalidades viabilizam ações essenciais a favor do processo formativo, devendo ser entendidas como diferentes fases de uma intervenção direcionada à promoção da aprendizagem. Essa articulação caracteriza o processo avaliativo em sua globalidade, estando presente antes, durante e depois do processo ensino-aprendizagem, mas sempre com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do aluno.

• Os critérios de avaliação em Geografia

Para se orientar sobre o que é importante ser avaliado em Geografia, recomendamos ao professor a leitura da Bê êne cê cê54nota de rodapé , de modo que conheça de fórma mais aprofundada os fundamentos pedagógicos mais amplos de uma educação integral como também as características peculiares do componente curricular Geografia nos Anos Finais do Ensino Fundamental. De acordo com esse documento, é fundamental desenvolver e avaliar o processo de ensino-aprendizagem com base em competências e habilidades.

No decorrer das unidades dos livros da coleção, acreditamos ser essencial atentar ao desenvolvimento do aluno quanto ao aprimoramento das expressões oral e escrita, averiguando também as aprendizagens relacionadas com noções e conceitos articulados aos objetos de conhecimento e habilidades do componente curricular, além dos aspectos valorativos, atitudinais e socioemocionais dos educandos. Isso, por um lado, requer que o professor esteja atento às intervenções do aluno em sala de aula, ao convívio social dele com os colegas e a comunidade escolar, à sua capacidade de reconhecer suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas; de outro lado, também demanda a atenção do professor à execução de atividades com comprometimento e responsabilidade, às dúvidas e opiniões expressas, aos registros feitos pelo aluno e se neles há protagonismo e autoria.

Devem-se valorizar ações como relacionar informações, acontecimentos e debates contemporâneos às discussões dos conteúdos e dos temas das aulas e dos volumes da coleção trabalhados em sala de aula. Isso sinaliza que os alunos estão sendo capazes de enriquecer seus horizontes conceituais e de pensamento, merecendo por esse motivo que tais ações sejam reconhecidas como critério de avaliação.

Os critérios de avaliação devem levar em conta a capacidade de observação, descrição, identificação, classificação, distinção e análise de informações, como também o uso e domínio de diferentes linguagens que são mobilizadas em Geografia. Dessa maneira, é válido e importante considerar a compreensão de textos e o estabelecimento de relações e correlações textuais por escrito ou oralmente (o que também implica observar a capacidade de os alunos realizarem associações com o conhecimento prévio e formularem hipóteses), além da compreensão, em particular, da linguagem cartográfica, tão importante para a Geografia.

De modo complementar, para a definição dos critérios de avaliação em Geografia, é importante buscar avançar em relação à lógica escolar usual, que costuma privilegiar conteúdos disciplinados estanques (substantivados). Nesse sentido, deve-se investir:

reticências em ações pedagógicas que priorizem aprendizagens através da operacionalidade de linguagens visando à transformação dos conteúdos em modos de pensar, em que o que interessa, fundamentalmente, é o vivido com outros, aproximando mundo, escola, sociedade, ciência, tecnologia, trabalho, cultura e vida”55nota de rodapé .

• Os instrumentos de avaliação e a autoavaliação

A avaliação na disciplina Geografia deve ser constituída preferencialmente por instrumentos e procedimentos variados e valorizar o uso de distintas linguagens56nota de rodapé . Entre os instrumentos de avaliação mais comuns destacam-se: provas objetivas e dissertativas, elaboração de textos diversos (fichamentos,

resenhas, resumos etcétera), apresentação e participação em seminários, murais e debates, elaboração e comentários de mapas, tabelas e gráficos, relatórios individuais produzidos depois de projetos temáticos ou de atividades práticas na escola ou em campo, entre outros.

São desejáveis a observação e a análise pelo professor do desempenho do aluno em fatos do cotidiano escolar ou em situações planejadas com o objetivo de obter uma avaliação sobre o desenvolvimento de suas dimensões cognitiva, afetiva e social. Nessa direção, por exemplo, nas atividades em grupo, pode-se avaliar se o aluno respeita a fala dos demais e eventuais diferenças de opinião, se é cooperativo, se atua de maneira autônoma, se apresenta interesse, iniciativa e responsabilidade na execução de tarefas individuais e em grupo.

De maneira complementar, o professor poderá aplicar a autoavaliação, uma prática que contribui para maior participação, autonomia e compromisso dos alunos em relação ao curso e que conduz “reticências a um diálogo mais profícuo entre os sujeitos da aprendizagem, à construção do conhecimento de fórma mais criativa e menos mecânicareticências57nota de rodapé .

De maneira mais específica, a autoavaliação consiste na autoavaliação do ensino, realizada pelo professor, e na autoavaliação da aprendizagem, efetuada pelo aluno. Em relação à primeira, é essencial ter em vista que:

reticências a avaliação não é apenas uma fórma de julgamento sobre o processo de aprendizagem do aluno, pois também sinaliza problemas com os métodos, as estratégias e abordagens utilizados pelo professor. Diante de um grande número de problemas na aprendizagem de determinado assunto, o professor deve ser levado a pensar que houve falhas no processo de ensino que precisam ser reparadas”58nota de rodapé .

Quanto à autoavaliação da aprendizagem realizada pelo aluno, ela pode ser feita individualmente ou em grupo, por meio da comunicação e da análise oral ou por escrito, podendo não somente contemplar aspectos relativos a atitudes e valores, como também permitir que os alunos reflitam sobre seus avanços em relação às suas aprendizagens específicas. Sugerimos que o professor reserve tempo adequado e forneça um roteiro para a sua realização. Uma vez concluída, a autoavaliação poderá ajudar o professor a planejar os próximos objetivos de aprendizagem, rever sua metodologia e prática de ensino, como também auxiliar na identificação de necessidades específicas do aluno.

O importante é que esses e outros instrumentos de avaliação sejam planejados e considerados pelo professor no sentido do processo avaliativo em sua globalidade, o que exige a articulação das avaliações formativa, somativa e prognóstica com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do aluno. É imprescindível ter em mente que nenhuma avaliação é formativa ou não em si mesma; o que a define como tal é a intenção dominante do avaliador.

Uma vez munido dessa orientação, o professor poderá utilizar como oportunidades para a realização da avaliação formativa as várias modalidades de atividades existentes na coleção, além de complementá-las com outras atividades e projetos. Poderá apoiar-se também nas atividades complementares presentes nas orientações específicas deste manual.

• Preparação para exames de larga escala

Nos últimos anos, os exames de larga escala se tornaram os principais instrumentos utilizados no país para avaliar os níveis de aprendizagem dos estudantes e, assim, buscar um diagnóstico para subsidiar o planejamento e promover melhorias do sistema educacional brasileiro. No Brasil, esses exames também são denominados de avaliações externas e são aplicados na rede pública e na rede privada, sob a coordenação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inépi).

O Sistema de Avaliação da Educação Básica (saébi), por exemplo, é composto de um conjunto de exames de larga escala, cujos resultados são utilizados para realização de uma análise detalhada sobre o desempenho dos estudantes dos Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Tais análises permitem identificar os fatores que podem prejudicar e potencializar o processo de ensino e aprendizagem na sala de aula.

Considerando a importância dos exames de larga escala e com vistas a contribuir para a preparação e o adequado desempenho dos estudantes neles, os volumes desta coleção disponibilizam abordagens e recursos diversificados que permitem desenvolver processos cognitivos e objetos de conhecimento, especificando competências e as aprendizagens esperadas ou, em outras palavras, as situações ou condições em que as habilidades devem ser desenvolvidas, considerando a faixa etária dos alunos59nota de rodapé , assegurando assim a efetiva apropriação do que é previsto na Bê êne cê cê.

A distribuição ou o sequenciamento didático dos conteúdos e temas abordados ao longo dos quatro volumes da coleção, por exemplo, foram elaborados de modo a viabilizar a mobilização dos eixos do conhecimento da Matriz de Referência de Ciências Humanas, proposta para os Anos Finais pelo saébi e publicada em 202060nota de rodapé . De maneira complementar, as sugestões de atividades, estratégias e práticas pedagógicas apresentadas no Livro do Estudante e no Manual do Professor contemplam os eixos cognitivos da mesma matriz de referência, considerando-se a faixa etária dos alunos e os diferentes graus de conhecimento, habilidades e perfis dos estudantes.

Matriz de Referência de Ciências Humanas

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Fonte: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inépi). Matriz de Referência de Ciências Humanas do saébi. Brasília, Distrito Federal: Inépi, 2020. página 3.

6. Bibliografia

ANDRÉ, Claudio F. O pensamento computacional como estratégia de aprendizagem, autoria digital e construção da cidadania. Téquicóguis: Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, número 18, página 94-109, julho a dezembro, 2018. Disponível em: https://oeds.link/5iHTnp. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo dedicado a explorar como o pensamento computacional organiza a aprendizagem e o engajamento cidadão com base em métodos de raciocínio lógico e encadeamento de passos e etapas.

Aussubel Dêivid P. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Plátano, 2003.

Obra que apresenta a atualização da teoria de aprendizagem desenvolvida pelo médico-psiquiatra Dêivid Paul Aussubel, que considera o conhecimento prévio do aluno um fator fundamental para o aprendizado.

Aussubel Dêivid Paul Novác Joséf Dônald Ranesian Élen. Psicologia educacional. Tradução de Eva Nick e outros. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.

Obra que explora a teoria de aprendizagem significativa, discutindo os tipos de aprendizado e a fórma como uma nova informação se relaciona com a estrutura cognitiva do aluno.

BARETTA, Danielle; PEREIRA, Vera W. Compreensão literal e inferencial em alunos do Ensino Fundamental. Revista Signo, volume 43, número 77, página 53-61, 2018. Disponível em: https://oeds.link/a2PLDy. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo científico que resultou de uma pesquisa com um grupo fechado de alunos do Ensino Fundamental, do 6º e 7º anos de uma escola pública federal da cidade de Porto Alegre (Rio Grande do Sul), para análise das capacidades de compreensão literal e inferencial.

BOTELHO, Patrícia F.; VARGAS, Diego da S. Inferências e atividades de leitura: cognição e metacognição em sala de aula. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas (São Paulo), volume 63, página 1-14, 2021. Disponível em: https://oeds.link/TwHWKW. Acesso em: 27 abril 2022.

Artigo em periódico sobre experiências de análise inferencial e processos cognitivos nas práticas pedagógicas em sala de aula.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. 598 página

Documento de caráter normativo e em conformidade com o Plano Nacional de Educação (pê êne é), que define as aprendizagens essenciais que devem ser garantidas para os alunos na Educação Básica.

BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e as bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dezembro1996.

Documento de caráter normativo que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

BRASIL. Lei nº 13185, de 6 de novembro de 2015. Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). Diário Oficial da União, Brasília, 6 novembro 2015.

Lei federal que instituiu o programa nacional de combate ao bullying, tipificando a prática e estabelecendo meios para combatê-lo.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Ministério da Educaçãoésse ê bê, 2013.

Documento que reúne as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica; apresenta os fundamentos, princípios e regulamenta em âmbito nacional o Ensino Fundametal de noveanos, definindo abordagens, currículo, entre outros assuntos; estabelece a base nacional comum e orienta as propostas pedagógicas das redes de ensino do Brasil.

BRASIL. Ministério da Educação. Temas contemporâneos transversais na Bê êne cê cê: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília: Méqui, 2019. Disponível em: https://oeds.link/Mp6RcA. Acesso em: 16 março 2022.

Documento que apresenta a contextualização e os pressupostos pedagógicos dos Temas Contemporâneos Transversais (tê cê tês), além da fórma como se articulam com a Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê).

BRASIL. Ministério da Educação. séb. Resolução norteº 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Brasília, 2010.

Documento de caráter normativo que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.

BRASIL. Ministério da Educação. séb. Resolução norteº 4, de 13 de julho de 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Brasília: Méqui, 2010.

Documento de caráter normativo que define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inépi). Matriz de referência de Ciências Humanas do saébi. Brasília: Inépi, 2020.

Documento que apresenta a Matriz de referência de Ciências Humanas, detalhando aspectos dos eixos do conhecimento e cognitivos propostos pelo saébi.

CALLAI, Helena Copetti. A educação geográfica na formação docente: convergências e tensões. ín: SANTOS, Lucíola Licínio de C. Paixão êti áli. (organizador). Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. (Coleção Didática e Prática de Ensino).

Trabalho que discute o sentido da formação do professor de Geografia, considerando as tensões existentes entre o conhecimento e as práticas de ensino escolar desse campo do saber.

CALLAI, Helena Copetti. A Geografia escolar e os conteúdos da Geografia. anecumêne: Revista virtual Geografía, cultura y educación, volume 1, número 1, página 131, janeiro até junho 2011. Disponível em: https://oeds.link/rQDz4R. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo que realiza uma análise do ensino da Geografia e suas práticas pedagógicas, considerando a definição de Educação Geográfica, o papel da escola e os desafios na escolha dos conteúdos curriculares.

CAMARGO, Fausto; DAROS, . A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018.

Obra que sugere um conjunto de metodologias ativas de aprendizagem, aplicadas pelos próprios autores em contextos de ensino diversificados, da Educação Básica ao Ensino Superior.

CAMPOS, Maria C. C.; NIGRO, Rogério G. Didática de Ciências: o ensino-aprendizagem como investigação. São Paulo: éfe tê dê, 1999. (Coleção Conteúdo e Metodologia).

Obra que sugere alguns recursos e práticas pedagógicas de Ciências, apresentando orientações gerais para que o processo de ensino-aprendizagem seja alcançado pelos professores e alunos em sala de aula.

CHAVES, Denise Raissa L.; SOUZA, Mauricio Rodrigues de. Bullying e preconceito: a atualidade da barbárie. Revista Brasileira de Educação, volume 23, página 1-17, 2018. Disponível em: https://oeds.link/0f0rW7. Acesso em: 27 abril 2022.

Artigo elaborado por pesquisadores da área de Educação com o objetivo de analisar a prática do bullying, associando-o a fórmas mais amplas de preconceito.

Déuisôla, Regina L. perrê. Inferência na leitura. ín: FRADE, I. C. A.; VAL, M. da G. C.; BREGUNCI, M. das G. de C. (organizador). Glossário ceále: termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte: ú éfe ême gê/Faculdade de Educação. Disponível em: https://oeds.link/WGRvcZ. Acesso em: 20 março 2022.

Glossário disponível on-line de termos específicos da área de Educação, com foco nos processos pedagógicos de ensino, leitura, escrita e alfabetização.

ESCOREL, Soraya Soares da Nóbrega êti áli. Bullying não é brincadeira. João Pessoa: Promotoria de Justiça da Infância e Juventude – Ministério Público da Paraíba / Gráfica jóta bê, junho de 2009.

Cartilha com textos e ilustrações produzida com o objetivo de alertar a comunidade escolar sobre as causas, consequências e fórmas de identificar vítimas e autores do bullying.

FAZENDA, Ivani C. A. (organizador). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 2005.

Obra que apresenta uma coletânea de trabalhos de diversos pesquisadores da área da Educação, com destaque para os desafios do processo de construção de práticas pedagógicas interdisciplinares.

FAZENDA, Ivani C. A. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro. São Paulo: loióla, 2002.

Obra que discute a necessidade de aprofundar os estudos a respeito da interdisciplinaridade no ensino brasileiro, mobilizando alguns conceitos fundamentais para a incorporação dessa perspectiva na formação dos professores e nas práticas escolares.

FAZENDA, Ivani C. A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 1994.

Obra que organiza os trabalhos desenvolvidos pela pesquisadora sobre o ensino interdisciplinar, com o objetivo de colaborar para a sistematização do conhecimento produzido na área da Educação brasileira.

FERNANDES, Cláudia de Oliveira; FREITAS, Luiz Carlos de. Indagações sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília: Ministério da Educação, 2007.

Documento que propõe uma reflexão sobre a avaliação escolar, considerando a legitimidade técnica e política desse instrumento, a importância e as implicações que ocorrem na formação dos estudantes.

GOMES, Cleomar F.; COFFANI, Maria Cristina R. da Silva. Estudos sobre juventudes: implicadores teóricos e metodológicos sobre culturas juvenis e Ensino Médio. Revista Caminhos da Educação (camine), Franca (São Paulo), volume 10, número 2, página 3-28, 2018. Disponível em: https://oeds.link/lkxnHd. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo em revista especializada que faz um levantamento sobre as metodologias de observação e análise das culturas juvenis no contexto escolar.

GONÇALO, Mariana Fancio. Projetos de vida, felicidade e escolhas profissionais de jovens brasileiros: um estudo na perspectiva da Teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2016.

Pesquisa que analisa como os jovens determinam e definem projetos e escolhas de longo prazo a partir do contexto escolar.

í bê gê É. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2019. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021.

Pesquisa realizada pelo í bê gê É com o objetivo de analisar a condição da saúde dos estudantes, do ponto de vista físico, emocional e da salubridade dos contextos escolares.

LEITE, Bruno Silva. Aprendizagem tecnológica ativa. Revista Internacional de Educação Superior. Campinas (São Paulo): Giépes – Faculdade de Educação da unicâmpi riépes – Universidade do Oeste Santa Catarinense. volume 4, número 3, página 580-609, setembro a dezembro 2018. Disponível em: https://oeds.link/kIIqK9. Acesso em: 20 março 2022.

Trabalho que explora a Aprendizagem Tecnológica Ativa (áta), por meio de pesquisa qualitativa que considera a abordagem descritiva, interpretativa e dedutiva para compreender esse tipo de prática pedagógica.

Luquézi, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2005.

Obra que defende a prática da avaliação da aprendizagem como um recurso para diagnosticar, acompanhar e reorientar o processo de aprendizagem dos estudantes, com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino brasileiro.

LUSSANI, Brendom da Cunha. Desenvolvimento da compreensão leitora com foco na estratégia de inferência no ano final do Ensino Fundamental. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre: Programa de Pós-Graduação em Letras, púqui, 2021.

Pesquisa que analisa as fórmas pelas quais a prática da leitura viabiliza o desenvolvimento de processos inferenciais nos Anos Finais do Ensino Fundamental, em particular com base em dados que mostram a proficiência leitora de estudantes do 9º ano.

MACHADO, Nilson José. Epistemologia e didática: as concepções de conhecimento e inteligência e a prática docente. São Paulo: Cortez, 2011.

Obra que propõe uma reflexão a respeito de questões teóricas e práticas que envolvem o trabalho dos professores em sala de aula, evidenciando o caráter conscientizador e construtivo que a escola pode desempenhar na sociedade.

MIRAS, Mariana. O ponto de partida para a aprendizagem de novos conteúdos: os conhecimentos prévios. ín: cól, César êti áli. O construtivismo em sala de aula. São Paulo: Ática, 2006.

Artigo que sugere estratégias e práticas pedagógicas que podem ser adotadas pelos professores em sala de aula com o objetivo de levantar os conhecimentos prévios dos estudantes, considerando, por exemplo, o perfil etário da turma.

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. quinta edição São Paulo: Contexto, 2019.

A obra explora o papel do cinema como um importante recurso a ser inserido no conjunto das práticas docentes, orientando procedimentos de análise e atividades em sala de aula, além de filmes para abordar temas interdisciplinares.

ôning, Lilian Isana G. Rocha. Adolescentes e ausência de projetos de vida: um estudo sobre o perfil dos “nem-nem”. Artigo científico apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação em Educação e Direitos Humanos da Universidade do Sul de Santa Catarina, 2016.

O artigo analisa a relação entre a ausência de projetos de vida, desemprego e baixa capacitação em grupos de jovens e adolescentes.

OLIVEIRA, Vitória Valentim de. Geografia escolar e tecnologias digitais: desafios da prática docente diante do ensino remoto emergencial (êre). Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Curso de Geografia, Fortaleza, 2020. Orientação: professor doutor Christian Dennys Monteiro de Oliveira. Disponível em: https://oeds.link/PEtqi9. Acesso em: 18 março. 2022.

O trabalho analisa os efeitos do ensino remoto com base no uso de tecnologias digitais da informação e comunicação na prática docente de Geografia.

A profile of bullying at school. Massachusetts: EBSCO Publishing, 2003. Disponível em: https://oeds.link/sUzekX. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo on-line que apresenta uma definição sobre bullying e mapeia o ciclo que configura esse tipo de prática intimidatória nas escolas.

Bully/victim problems in school: facts and intervention. European Journal of Psychology of Education, volume 21, número 4, 1997. página 495-510. Disponível em: https://oeds.link/Ngbpf0. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo científico elaborado para identificar fatores de geração de bullying e possíveis soluções nas escolas escandinavas.

RIBEIRO, Elizabete Aparecida Garcia. Avaliação formativa em foco: concepção e características no discurso discente. Dissertação de Mestrado. Londrina: Centro de Educação, Comunicação e Artes. Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Estadual de Londrina. Londrina (Paraná), 2011.

Pesquisa acadêmica que discute a concepção e as características da avaliação formativa, instrumento docente responsável por promover ajustes e readequações das práticas de ensino em sala de aula.

RODRIGUES, Rejane Cristina de Araújo; SANTANA, Fábio Tadeu de Macedo; Ertal, Leopoldo Carriello. Aprendendo com filmes: o cinema como recurso didático para o ensino de Geografia. Rio de Janeiro: Lamparina, 2013.

Obra que defende a utilização de filmes como um importante recurso didático capaz de despertar o interesse dos estudantes sobre os conteúdos curriculares trabalhados em sala de aula.

Seigãn Carl O mundo assombrado pelos demônios. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

Obra que discute a importância do papel da ciência na desconstrução de discursos que fornecem explicações místicas e ficcionais para fenômenos da realidade.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Ucitéc, 1996.

Obra clássica do geógrafo Milton Santos que apresenta conceitos fundamentais para compreender o espaço geográfico a partir da perspectiva proposta pela Ciência Geográfica.

SILVA, Alexandre José de Carvalho. Guia prático de metodologias ativas com uso de tecnologias digitais da informação e comunicação. Lavras: ufla, 2020.

Guia traz orientações de como trabalhar metodologias ativas utilizando tecnologias digitais de fórma estruturada.

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying. Cartilha 2016 – Projeto Justiça nas Escolas. Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2016.

Cartilha que trabalha os conceitos básicos para observar e reagir à ocorrência do bullying.

unêsco. Glossário de terminologia curricular. Brasília: unêsco, 2016.

Documento no qual se apresenta a definição de conceitos, termos e expressões amplamente utilizados na área da Educação e das práticas pedagógicas, representando um instrumento de referência para professores, pesquisadores, elaboradores de currículos e demais profissionais que trabalham nessa área.

unicéfi Brasil. Cyberbullying: o que é e como pará-lo: 10 coisas que adolescentes querem saber sobre cyberbullying. Disponível em: https://oeds.link/8aZUXB. Acesso em: 27 abril 2022.

Artigo direcionado aos jovens com perguntas e respostas sobre cyberbullying e proteção infantojuvenil.

VICARI, Rosa Maria; MOREIRA, Álvaro Freitas; MENEZES, Paulo Fernando B. Pensamento computacional: revisão bibliográfica. Porto Alegre: u éfe érre gê ésse, 2018. Disponível em: https://oeds.link/wZlmo3. Acesso em: 20 março 2022.

Livro que apresenta um levantamento bibliográfico sobre o desenvolvimento do conceito de pensamento computacional.

uíguins grent méqui tái Diei. Planejamento para a compreensão: alinhando currículo, avaliação e ensino por meio do planejamento reverso. Porto Alegre: Penso, 2019.

Obra que explica a lógica do planejamento reverso como um instrumento que possibilita criar melhores experiências de aprendizagem na sala de aula.

Computational thinking. Communications of the ACM, volume 49, número 3, página 33-35, 2006. Disponível em: https://oeds.link/qNpSej. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo em periódico sobre os benefícios do pensamento computacional para áreas do conhecimento e disciplinas não necessariamente relacionadas com as Ciências da Computação.

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Obra que propõe alguns critérios que podem ser utilizados para tornar a prática educativa mais reflexiva e, ao mesmo tempo, coerente com as condições de conjuntura no contexto escolar.

III. Trabalhando com o volume do 8º ano

1. Introdução ao volume do 8º ano

As unidades e os percursos do volume do 8º ano buscam contribuir para que a metodologia e a prática de ensino se concretizem, no decorrer do ano letivo e em sala de aula, alinhadas ao desenvolvimento das competências gerais e específicas, objetos de conhecimento e aprendizagens essenciais (habilidades) que devem ser assegurados, em Geografia, aos alunos desse ano do Ensino Fundamental – Anos Finais.

• Objetivos e justificativas do volume do 8º ano

A seguir, explicitamos os objetivos gerais do volume do 8º ano, organizados por objetos de conhecimento, bem como suas justificativas e relações com os objetos dos anos anteriores e posteriores, referentes ao componente curricular Geografia, de acordo com a Bê êne cê cê.

Em relação à unidade temática O sujeito e seu lugar no mundo, no 8º ano as quatro habilidades reunidas nos objetos de conhecimento Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais e Diversidade e dinâmica da população mundial e local desenvolvem, em síntese, a diversidade, distribuição e dinâmica da população mundial, esclarecendo motivos e tipos de deslocamentos populacionais com destaque para a América Latina.

Desse modo, os conhecimentos anteriores construídos no 7º ano são complementados no 8º ano, oportunizando ao aluno estudar temas, fatos e processos populacionais em escala de análise mais abrangente, ampliando seus horizontes de compreensão a respeito deles, uma vez que antes o foco de análise esteve dirigido ao caso brasileiro (como, por exemplo, naquele ano, o estudo da distribuição da população e fluxos migratórios no espaço brasileiro, no âmbito da unidade temática Conexões e escalas, e do objeto de conhecimento Características da população brasileira).

Quando vistos em articulação com os conhecimentos posteriores do 9º ano, a construção do conjunto dessas aprendizagens contribui para que o aluno adquira maturidade para compreender e explorar duas habilidades desse ano de estudo, associadas ao objeto de conhecimento As manifestações culturais na formação populacional. Por meio delas, espera-se que associe as diferenças de paisagens aos modos de vida dos distintos povos na Europa, na Ásia e na Oceania, além de conhecer a multiplicidade cultural de grupos sociais em escala mundial, discutindo os direitos das minorias na perspectiva do princípio do respeito às diferenças, como também adquirindo argumentos que lhe permitam combater qualquer tipo de discriminação.

Nota-se, assim, que em sua integralidade esses conhecimentos colaboram para problematizar identidades e multiculturalidades vistas em diferentes escalas de análise, como, aliás, também foi trabalhado no 6º ano, construindo aprendizagens cujo objetivo consiste em desenvolver noções de pertencimento e identidade, conscientizando e sensibilizando os alunos sobre a dinâmica das populações, das relações sociais e étnico-raciais, e o respeito e valorização de diferentes contextos socioculturais e de identidades locais e regionais.

No que diz respeito aos conteúdos desenvolvidos no volume do 8º ano referentes à unidade temática Conexões e escalas, são trabalhadas, entre outras, aprendizagens relativas à atual situação do Brasil no contexto da América Latina e da ordem econômica e geopolítica mundial, incluindo-se as relações econômicas contemporâneas do país com os Estados Unidos e a China, analisando-se, ainda, com base em padrões e disparidades econômicos mundiais, a sua participação nos bríquis e em organismos de integração do território americano, como o Mercosúl. Cabe lembrar que, no 7º ano, construiu-se com o aluno a compreensão dos aspectos históricos e econômicos do território brasileiro, conhecimento anterior indispensável para que possa ter melhores condições para redimensionar, no 8º ano, do ponto de vista das interações espaciais, o território e a economia brasileiros na divisão internacional do trabalho atual e, consequentemente, perante a dinâmica da distribuição da riqueza, adquirir uma visão de mundo mais complexa no que tange às redes de interdependência que a explicam. Destaca-se, ainda, que os conceitos de território e região são redimensionados, no 8º ano, por meio dos estudos da América e da África, ao passo que anteriormente, no 7º ano, no âmbito do objeto de conhecimento Formação territorial do Brasil, esses conceitos foram abordados contextualizados ao espaço brasileiro.

De maneira semelhante, se no 7º ano se tratou sobre as tensões históricas e contemporâneas dos fluxos econômicos e populacionais com enfoque no processo de formação territorial do Brasil, além de estender essa análise para o caso latino-americano e africano no 8º ano, no seguinte (9º ano) amplia-se e aprofunda-se, em continuidade com os conhecimentos anteriores, o tratamento acerca das origens, estruturas econômicas, sociais, políticas e ideológicas e o significado das formações coloniais, demonstrando como foram condicionadas pelos interesses e ações das metrópoles. Em particular, no 9º ano, isso é realizado por meio de abordagens complementares que se traduzem em algumas habilidades relacionadas à unidade temática Conexões e escalas, organizada nos objetos de conhecimento: A divisão do mundo em Ocidente e Oriente, considerando os polos colonizador (metrópoles) e o colonizado (colônias); e Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização, objeto de conhecimento no qual se compreende a globalização como um processo histórico de internacionalização do mundo, que representa o ápice do capitalismo e é marcada pela mais-valia globalizada.

No que diz respeito à unidade temática Mundo do trabalho, no 8º ano são desenvolvidas aprendizagens relacionadas com o objeto de conhecimento Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. De posse de conhecimentos históricos e geográficos construídos nos anos anteriores, no âmbito da mesma unidade temática – no 6º ano, as características das paisagens transformadas pelo trabalho

humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização e as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades, e no 7º ano as mudanças do período mercantilista para o capitalismo –, no 8º ano o aluno amplia o entendimento sobre problemas correlatos a essas temáticas aos estudar problemas estruturais das cidades da América Latina, além de adquirir parâmetros críticos para analisar as condições de vida e de trabalho de suas populações e a degradação ambiental, entre outros conhecimentos. Por sua vez, no 9º ano, em uma das habilidades do objeto de conhecimento Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial espera-se que o aluno identifique a especificidade do trabalho na sociedade capitalista e, com base em épocas diferentes, associe a industrialização com as mudanças do trabalho no mundo atual, inclusive distinguindo-o em suas diversas fórmas no Brasil e no mundo.

Ainda no que diz respeito à unidade temática Mundo do trabalho, no 8º ano, no âmbito do objeto de conhecimento Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina, espera-se que o aluno avalie criticamente a importância dos recursos hídricos e identifique, entre outros assuntos, os principais mananciais de água da América Latina e os problemas associados aos seus usos. Esses conhecimentos enriquecem e complementam o que foi trabalhado no 7º ano sobre uso consciente dos recursos e impactos socioambientais das ações da sociedade nas esferas da produção, circulação e consumo.

De maneira complementar, cabe ressaltar que, no 8º ano, as habilidades do objeto de conhecimento Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção permitem que o aluno redimensione os conhecimentos adquiridos no 7º ano, relacionados à configuração do território brasileiro pelas redes de transporte e comunicação, a industrialização e a tecnologia. No 8º ano, esses fatores e processos são abordados em outras escalas de análise, ou seja, regionais (América e África) e mundial, e relacionados à alteração das relações e dos tipos de trabalho no campo e na cidade, além de se conceder tratamento aos atuais processos de produção econômica compreendendo, em escala global e também no Brasil, a tendência de desconcentração industrial. Vistos em relação ao que será desenvolvido no 9º ano, essas abordagens e conteúdos são fundamentais para a construção de habilidades mais complexas, relacionadas com os objetos de conhecimento Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial e Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas. Em particular, entre outros assuntos, permitem levar o aluno a compreender a importância e os impactos da tecnologia e da industrialização no desenvolvimento econômico dos países europeus e asiáticos, como também reconhecer contradições mundiais, como o fato de que o aumento expressivo da produção agropecuária proporcionado pelos avanços técnicos e científicos não foi acompanhado pela resolução do problema da desigualdade mundial de acesso aos recursos alimentares, entre outros impasses globais.

Quanto à unidade temática fórmas de representação e pensamento espacial, no livro do 8º ano ela é desenvolvida por meio do objeto de conhecimento Cartografia: anamorfose, croquís e mapas temáticos da América e África. As habilidades a ela relacionadas, além de estarem associadas aos conhecimentos cartográficos trabalhados nos 6º e 7º anos, também representam um avanço no aprendizado de diferentes fórmas de representação, aplicando-as para o caso de conjuntos regionais e do espaço mundial. Vale lembrar que no 6º ano, no âmbito do objeto de conhecimento Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras, o aluno adquiriu aprendizagens essenciais sobre códigos de representação cartográfica e representação de dados por meio de gráficos e, no 7º ano, desenvolveu habilidades do objeto de conhecimento Mapas temáticos do Brasil. Em uma visão de conjunto, no 8º ano a construção desses conhecimentos anteriores é essencial para a continuidade das aprendizagens referentes ao domínio da linguagem cartográfica, porém retomando-as e redimensionando-as por meio da leitura, interpretação e elaboração de distintas representações cartográficas, sobretudo sobre a América e a África (redes e dinâmicas do campo e da cidade, ordenamento territorial, uso e ocupação do solo, contextos culturais, entre outras). Ademais, no 8º ano as aprendizagens cartográficas são dotadas de maior complexidade, levando o aluno a analisar informações geográficas por meio de anamorfose cartográfica (em que há a distorção da dimensão dos territórios em correspondência com os dados quantitativos representados).

Cabe ressaltar que no 9º ano os conhecimentos anteriores citados são de extrema valia para a análise e elaboração de representações cartográficas, gráficos, tabelas e esquemas sobre dados populacionais, econômicos, socioambientais, diversidade, desigualdades sociopolíticas e geopolíticas de outros conjuntos regionais do mundo, contribuindo para a construção de habilidades do objeto de conhecimento Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquís e outras fórmas de representação para analisar informações geográficas.

Quanto à unidade temática Natureza, ambientes e qualidade de vida, o foco do livro do 8º ano está dirigido, entre outras temáticas, para o estudo das paisagens da América Latina e de seus aspectos geomorfológicos, biogeográficos e climatológicos, como também para as transformações nelas efetuadas em decorrência de atividades agropecuárias, industriais, de produção de energia, de extração vegetal, animal e mineral, analisando impactos ambientais associados, e a importância dos países da América do Sul e da Antártida nas pesquisas sobre o ambiente global. Esses conhecimentos estabelecem continuidade e representam um avanço em relação a outros desenvolvidos tanto no 6º como no 7º ano, no âmbito, respectivamente, dos objetos de conhecimento Biodiversidade e ciclo hidrológico e Atividades humanas e dinâmica climática (6º ano), e Biodiversidade brasileira (7º ano), quando foram analisadas questões pertinentes às consequências da interferência humana na dinâmica dos componentes naturais e a caracterização do quadro físico do território brasileiro, incluindo aspectos da biodiversidade dos domínios morfoclimáticos, e alterações neles processadas pelas atividades humanas.

No 9º ano, o conjunto dessas aprendizagens, abordadas em anos anteriores, contribui sobremaneira para a construção das três habilidades relacionadas ao objeto de conhecimento Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania. Isso porque, de posse de noções básicas desenvolvidas

sobre as dinâmicas do meio físico-natural, sua caracterização e diversidade no Brasil e na América Latina, no 9º ano o aluno vai adquirir uma visão mais ampla, reconhecendo diferenças e semelhanças entre os aspectos físico-naturais dos biomas existentes na Europa, Ásia e Oceania, relacionando-os com o uso da terra, a ocupação e a produção nessas regiões, além de avaliar criticamente, em diferentes países, os usos de recursos naturais e suas consequências com base nas diferentes fontes de energia.

• Objetivos das unidades do 8º ano

O volume do 8º ano é composto de oito unidades que mobilizam múltiplas competências – gerais, das Ciências Humanas e da Geografia –, além das habilidades específicas desse componente curricular. Cada unidade do livro mobiliza recursos didático-pedagógicos variados, de acordo com seus conteúdos e objetivos de aprendizagem específicos, que são a base temática das aulas, além de oferecer recursos necessários para o trabalho do professor.

A seguir, são apresentados os objetivos específicos e a pertinência deles em cada unidade proposta para o volume do 8º ano.

Objetivos da Unidade 1

Os conteúdos da Unidade 1 desenvolvem conhecimentos sobre o espaço mundial, permitindo que os alunos reconheçam os continentes da Terra, como também a diversidade e as possibilidades de regionalização de acordo com critérios distintos, cuja pertinência varia no decorrer do tempo. São introduzidos conceitos importantes para o entendimento de conflitos e tensões na contemporaneidade, como Estado, país, nação e território e, vistos em conjunto, os conteúdos abordados permitem compreender diferentes fórmas de apropriação política do espaço mundial e os distintos critérios de regionalização, com destaque para: as múltiplas regionalizações do mundo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a situação do Brasil, da América Latina e da África na ordem mundial, contribuindo para enfocar suas participações nos processos históricos geopolíticos; o desenvolvimento científico e tecnológico; Produto Interno Bruto (Píbi); Píbi per cápita; Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá); e níveis de desenvolvimento econômico e social (países do tipo Norte e países do tipo Sul).

Os objetivos da Unidade 1 são:

  • Reconhecer os continentes da Terra com base nos critérios geográfico-geológicos.
  • Comparar as áreas ocupadas por terras emersas e por águas em relação à área total da superfície terrestre.
  • Distinguir os conceitos de Estado, país, nação, território, povo e governo.
  • Indicar povos e nações que almejam criar seu próprio Estado na contemporaneidade.
  • Apontar as inconsistências da proposta de regionalização do mundo entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos após a Segunda Guerra Mundial.
  • Explicar a classificação dos países em Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo, explicitando as razões pelas quais essa regionalização deixou de ser apropriada atualmente.
  • Relacionar aspectos econômicos, sociais e científicos às múltiplas regionalizações do globo.
  • Explicar os problemas e fragilidades dos indicadores utilizados para classificar os países segundo níveis de desenvolvimento.

Objetivos da Unidade 2

Os conteúdos propostos na Unidade 2 visam colaborar para aprendizagens essenciais, como compreender: a dispersão da população humana ao longo da história; os condicionantes físico-naturais, históricos e econômicos que influenciam a distribuição da população mundial; os deslocamentos populacionais e as diferenças na dinâmica demográfica entre conjuntos de países; a desigual distribuição da população mundial; a diversidade e as principais causas das migrações internacionais e as diferenças entre imigrantes, refugiados e deslocados internos; a relação entre fatores econômicos, sociais e culturais e taxas demográficas (natalidade, fecundidade, mortalidade e expectativa de vida ao nascer) dos países e regiões. Além disso, os conteúdos desenvolvidos permitem que os estudantes compreendam as principais causas dos fluxos migratórios na América Latina (movimentos voluntários e forçados, assim como fatores e áreas de expulsão e atração de população), as principais políticas migratórias da região e os principais problemas das grandes cidades latino-americanas.

Os objetivos da Unidade 2 são:

  • Caracterizar os fluxos migratórios mundiais em diferentes períodos históricos.
  • Distinguir os termos imigrante, refugiado e deslocado interno, reconhecendo possíveis motivações relacionadas às necessidades de deslocamento desses grupos.
  • Explicar a distribuição desigual da população mundial pelos continentes.
  • Relacionar fatores econômicos, sociais e culturais às taxas demográficas (natalidade, fecundidade, mortalidade e expectativa de vida ao nascer) dos países e regiões do mundo.
  • Descrever as causas da intensificação dos processos de emigração na América Latina de 1970 até os dias atuais.
  • Caracterizar as migrações intrarregionais na América Latina, explicitando o papel do México no contexto das migrações regionais.
  • Explicar as causas da urbanização tardia na América Latina em comparação com os países desenvolvidos da Europa e os Estados Unidos.
  • Identificar e descrever os problemas sociais comuns às grandes cidades latino-americanas.

Objetivos da Unidade 3

No decorrer da Unidade 3, os conteúdos abordados permitem aos estudantes compreender a formação dos territórios e das sociedades dos Estados Unidos e da China, e como esses países exercem influência geoeconômica e geoestratégica no cenário econômico internacional, em particular no que diz respeito às relações que estabelecem com o Brasil e a

América Latina. Conteúdos complementares contribuem para uma melhor contextualização do cenário internacional, como os bríquis e os padrões econômicos de produção, distribuição e intercâmbio comercial entre os países desse grupo e deles com os Estados Unidos. Outros conteúdos, como os fatores locacionais da indústria e a distribuição industrial em escala global, permitem analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas no mundo contemporâneo, favorecendo aprendizagens relativas à presença dos capitais estadunidense e chinês no mundo, em particular na América Latina e no Brasil, como também a expansão econômica chinesa na África.

Os objetivos da Unidade 3 são:

  • Associar a criação da Doutrina Monroe pelos Estados Unidos à implementação de uma política intervencionista e imperialista direcionada aos países da América Latina.
  • Identificar fatores históricos que contribuíram para o estabelecimento dos Estados Unidos como uma grande potência econômica e produtiva no continente americano.
  • Explicar as características do modelo econômico praticado na China, a economia socialista de mercado.
  • Analisar a ascensão da China no cenário internacional com base em dados e informações.
  • Interpretar e comparar os indicadores sociais e econômicos dos países que compõem os bríquis.
  • Confrontar as condições de vida da população com os indicadores econômicos dos bríquis, avaliando a distribuição da riqueza nesses países.
  • Indicar os fatores que propiciam a dispersão espacial da atividade industrial no mundo contemporâneo.
  • Descrever as estratégias de expansão do capital chinês no mundo, principalmente nos países africanos.

Objetivos da Unidade 4

Os conteúdos da Unidade 4 contribuem para aprendizagens relacionadas à diversidade natural, humana, econômica, social, ambiental e cultural do continente americano. São abordados os meios naturais da América, as relações entre os “rios voadores”, o clima e o relevo da América do Sul, como também a importância dos recursos hídricos e desafios relacionados à gestão e comercialização deles no contexto latino-americano. Além disso, com base nos níveis de desenvolvimento e nas características das economias dos países da América, são analisados espaços urbanos e rurais, como o caso dos Estados Unidos, destacando aspectos populacionais (como distribuição, formação e minorias populacionais), espaços urbano-industriais e suas relações com o desenvolvimento da ciência e tecnologia, e a organização do seu território em áreas produtivas agropecuárias; e do Canadá, contextualizando esse país em relação ao Acordo Estados Unidos, México e Canadá (u ésse ême cê á), abordando seus aspectos populacionais, culturais e econômicos, como também concentrações industriais e uso da terra pelas atividades agropecuárias.

Os objetivos da Unidade 4 são:

  • Descrever as características do relevo americano.
  • Reconhecer a diversidade climática do continente americano por meio da análise de climogramas.
  • Associar a alta produtividade do setor agropecuário estadunidense com o uso intenso de tecnologias modernas.
  • Identificar as atividades econômicas desenvolvidas nos cinturões de produção dos Estados Unidos.
  • Indicar a localização geográfica do Vale do Silício nos Estados Unidos, mencionando as atividades econômicas que predominam nessa região.
  • Associar a diversidade étnica da população aos processos imigratórios nos Estados Unidos.
  • Explicar a importância do Acordo Estados Unidos, México e Canadá (u ésse ême cê á) para a economia do Canadá.
  • Relacionar a concentração industrial do Canadá à localização do principal polo de desenvolvimento científico e tecnológico dos Estados Unidos.

Objetivos da Unidade 5

Os conteúdos da Unidade 5 possibilitam ampliar o conhecimento dos estudantes a respeito dos fatores que favoreceram a industrialização do México, da Argentina e do Brasil, e contribuem para melhor compreensão dos aspectos populacionais relativos às principais aglomerações urbanas desses países e às desigualdades econômicas e sociais nas suas maiores cidades. De maneira complementar, os conteúdos abordados também possibilitam aprendizagens a respeito das concentrações industriais e atividades agropecuárias nesses países, com destaque para a atuação das transnacionais de alimentos no México e os circuitos da carne e da soja nos Pampas argentinos e no Brasil, e as consequências e conflitos socioambientais decorrentes da exploração dos recursos naturais na América Latina.

Os objetivos da Unidade 5 são:

  • Descrever os problemas socioeconômicos presentes em diversas cidades latino-americanas, reconhecendo as semelhanças que existem entre elas.
  • Selecionar indicadores que comprovem que o México, a Argentina e o Brasil são as maiores economias da América Latina.
  • Indicar os fatores locacionais que influenciaram a concentração industrial no chamado Polígono Industrial do Brasil.
  • Explicitar as vantagens para empresas estadunidenses em instalarem indústrias maquiladoras na fronteira com o México.
  • Comparar os circuitos da produção da carne e da soja no Brasil e na Argentina no que se refere à eficiência do escoamento da produção e dos modais de transporte utilizados.
  • Reconhecer as características naturais que propiciam ou dificultam o desenvolvimento das atividades agropecuárias na Argentina, no Brasil e no México, explicitando as vantagens e desvantagens apresentadas pelos países.
  • Definir o termo monopólio estatal e relacioná-lo às reformas políticas empreendidas pelos governos mexicanos nos setores de petróleo e eletricidade do país.
  • Identificar impactos e conflitos socioambientais relacionados à atividade de mineração nos países latino-americanos.

Objetivos da Unidade 6

Os conteúdos apresentados na Unidade 6 fornecem subsídios para os estudantes compreenderem as relações entre as condições físico-naturais (relevo, clima, hidrografia, formações vegetais naturais etcétera) e seu aproveitamento produtivo em países americanos cujas economias se assentam na exploração mineral e na produção agropecuária. Assim, as economias de base mineral do Chile e as de base agropecuária do Uruguai e do Paraguai são abordadas, como também as regiões continental e insular da América Central, considerando critérios naturais, populacionais, econômicos e produtivos, além de níveis de desenvolvimento social e a concentração fundiária e a questão da terra na América Latina. De maneira complementar, a abordagem sobre Cuba incide sobre aspectos geográficos, socioeconômicos e históricos relevantes desse país, com destaque para o circuito produtivo da cana-de-açúcar.

Os objetivos da Unidade 6 são:

  • Classificar países sul-americanos em economias de base mineral ou agropecuária.
  • Relacionar as principais atividades econômicas desenvolvidas no Chile às características físico-naturais do país.
  • Relacionar as características paisagísticas do Uruguai à principal atividade econômica desenvolvida no país.
  • Citar as principais mercadorias de base agropecuária produzidas pelo Paraguai e pelo Uruguai.
  • Explicar a existência de territórios controlados pelo Reino Unido, França, Países Baixos e Estados Unidos na América Central.
  • Problematizar a pobreza e a má distribuição de riquezas na América Latina.
  • Descrever as consequências econômicas do fim da União Soviética para Cuba.
  • Reconhecer as características físico-naturais do arquipélago de Cuba.

Objetivos da Unidade 7

Os conteúdos da Unidade 7 abordam as organizações internacionais mundiais (ônu, éfe ême í, Banco Mundial e ó ême cê) e regionais (blocos econômicos), em particular as que atuam nos países americanos (ô ê á, ó ê Í, unassul e Mercosúl, entre outras), visando promover a cooperação em âmbitos político, econômico, social e cultural e a integração. Por meio deles também são analisadas a existência de tensões e conflitos na América Latina, as relações nas zonas de fronteira do Brasil, os desafios para a integração sul-americana, e as características da Antártida, ressaltando sua importância científica mundial e suas relações com a América do Sul, sobretudo a presença do Brasil nesse continente.

Os objetivos da Unidade 7 são:

  • Explicar o contexto histórico de criação da ônu, mencionando alguns dos objetivos da organização.
  • Reconhecer a importância da ó ême cê para conduzir impasses relacionados a políticas comerciais protecionistas.
  • Identificar as características dos tratados comerciais firmados entre os países associados ao Mercosúl.
  • Citar os objetivos da ô ê á, indicando exemplos de resoluções direcionadas ao Brasil por essa organização.
  • Explicar a origem, as consequências e o desfecho do conflito que envolveu a Bolívia, o Peru e o Chile, a Guerra do Pacífico.
  • Descrever os impasses territoriais entre Brasil e Bolívia no início do século vinte, explicitando as condições nas quais o conflito foi resolvido.
  • Caracterizar a integração física e enérgica dos países sul-americanos levando em consideração o desenvolvimento de infraestruturas na região.
  • Citar os acordos e regras que foram firmados pelo Protocolo de Madri no que se refere à proteção da Antártida.

Objetivos da Unidade 8

Inicialmente, na Unidade 8, os conteúdos propostos apresentam as principais características naturais da África, abordando as variações de relevo, hidrografia, clima e vegetação. Posteriormente, discute-se o processo histórico de apropriação e espoliação dos povos desse continente no contexto do imperialismo europeu, explicando-o como uma das causas de muitas das dificuldades enfrentadas ainda hoje pelas sociedades africanas. Mais especificamente, em relação às características humanas do continente africano, são tratados aspectos populacionais, como a distribuição da população, como também urbanos, políticos e econômicos, discutindo conflitos, desigualdades socioeconômicas e pressões internacionais sobre a natureza e suas riquezas e a apropriação e valoração delas na produção e circulação mundiais. Os conteúdos ainda problematizam as regionalizações étnico-cultural e econômica da África, e apresentam os organismos internacionais e regionais atuantes nesse continente.

Os objetivos da Unidade 8 são:

  • Reconhecer as características físico-naturais do continente africano, associando suas características climáticas, geomorfológicas e paisagísticas.
  • Identificar e citar problemas ambientais causados pelas atividades antrópicas na África.
  • Explicar os objetivos da Conferência de Berlim realizada em 1884, descrevendo as consequências desse evento para o continente africano.
  • Comparar a distribuição das etnias ou de grupos linguísticos na África com a delimitação das fronteiras dos Estados africanos realizada pelos colonizadores.
  • Descrever as características das regiões africanas considerando os critérios étnicos e culturais.
  • Expor as contradições relacionadas à produção de alimentos na África Subsaariana, explicando a oposição entre agricultura de exportação e agricultura de subsistência.
  • Apontar as principais causas das guerras civis e conflitos que ocorrem no continente africano atualmente.
  • Descrever os fatores que dificultam a inserção dos países do continente africano no processo de globalização.

• Objetos de conhecimento e habilidades no livro do 8º ano

No quadro a seguir, apresentamos a articulação dos conteúdos do volume do 8º ano com os objetos de conhecimento e habilidades da Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê), identificadas pelos seus respectivos códigos alfanuméricos61nota de rodapé .

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Nota: Nesse quadro, indicamos apenas os conteúdos dos percursos cuja articulação com os objetos de conhecimento e habilidades da Bê êne cê cê é mais direta.

Vale ressaltar que a distribuição das habilidades nos volumes da coleção não segue necessariamente a ordem numérica sequencial apresentada na Bê êne cê cê. Isso se deve ao fato de que, de acordo com o próprio documento, “os critérios de organização das habilidades na Bê êne cê cê (com a explicitação dos objetos de conhecimento aos quais se relacionam e do agrupamento desses objetos em unidades temáticas) expressam um arranjo possível (entre outros). Portanto, os agrupamentos propostos [na Bê êne cê cê] não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos”62nota de rodapé . Desse modo, há habilidades que se encontram distribuídas nas obras, tendo suas partes trabalhadas em diferentes trechos dos volumes, sempre com intencionalidade, não de maneira secundária, e com vistas a garantir o seu pleno desenvolvimento.

2. Textos complementares

Com o objetivo de contribuir para a formação e atualização do professor em relação aos conteúdos e aprendizagens essenciais desenvolvidos no volume do 8º ano, sugerimos textos complementares que fornecem subsídios teóricos e metodológicos à prática docente.

TEXTO 1

No Percurso 13 da Unidade 4, são abordados os meios naturais da América. A seguir, sugerimos um texto para subsidiar o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero oito gê ê um cinco e que poderá servir de base para discussões em sala de aula a respeito da importância dos principais recursos hídricos da América Latina e os desafios relacionados à gestão e comercialização da água.

Cooperação e conflito por águas transfronteiras na América Latina

“Países vizinhos podem entrar em conflito pelo acesso e uso da água. Ainda mais quando existe uma grande assimetria entre eles, gerada por fatores militares, históricos, sociais, econômicos, políticos e ambientais. No passado recente, alguns países da América Latina enfrentaram problemas que podem levar, caso não sejam bem administrados politicamente, à instabilidade regional.

Faixas fronteiriças que envolvem o México e os Estados Unidos, a Argentina e o Uruguai, os países amazônicos, os que estão na Bacia do Prata e sobre o Sistema Aquífero Guarani – ságui – são muito relevantes por abrigarem importantes reservas hídricas que, em um cenário de escassez relativa, tornam a água um recurso estratégico. Além do uso para abastecimento humano e produção agrícola e industrial, a água tem outros destinos, como a geração de energia e o transporte, que acabam muitas vezes tornando-se o principal foco de tensão pela água entre países na América Latina.

Conflito é uma relação entre grupos e indivíduos, mediada pela visão diferente sobre o uso de um recurso natural. Portanto, ele não necessita avançar para uma guerra para ganhar visibilidade. O conflito se expressa por meio de declarações ríspidas de autoridades técnicas e políticas, por tensões entre chefes de Estado em reuniões multilaterais, por pressão de movimentos sociais que levam à revisão de projetos, por intenção de alterar contratos que estabelecem o pagamento pelo uso da água, dentre outras fórmas. Todas essas ações podem desencadear instabilidade regional, mas dificilmente levariam a uma guerra por água na América Latina, já que ela degradaria as fontes hídricas, que facilmente podem se contaminar em caso de conflito armado.

A cooperação internacional é uma ação entre países em busca de interesses comuns. Essa convergência deve pautar-se pelo domínio técnico e político que sustente acordos políticos, técnicos e acadêmicos. Entretanto, ela não ocorre facilmente. A dificuldade para a cooperação resulta de várias causas, como o conflito Norte-Sul, que apesar da recente crise que alterou o cenário internacional ainda mantém apartados países ricos, pobres e emergentes, pelo interesse dos estados em manter sua soberania e pela falta de incentivos para a negociação entre estados.

O reticências conflito entre Argentina e Uruguai, decorrente da instalação de uma fábrica de papel no último país às margens do Rio Uruguai, confirma que as tensões ainda pairam no ar. Infelizmente, a solução desse problema foi tomada muito além da América do Sul, em 2010, na côrte Internacional de Justiça em Haia, nos Países Baixos, resultado também da falta de instrumentos de solução de controvérsias regionais.

Do mesmo modo, ocorrem problemas pelo uso da água na Amazônia. Contrariando o mito do vazio demográfico, encontram-se na Bacia Amazônica diversos grupos sociais, muitos organizados, que geram pressão política sobre governos nacionais e estaduais, afetando projetos políticos de seus mandatários. Também é digna de nota a visibilidade que adquirem junto à opinião pública internacional, o que pode repercutir em processos sociais e políticos aplicados na região.

Apesar dessas dificuldades, vislumbram-se perspectivas de cooperação. O caso do ságui parece apontar nessa direção. Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai estabeleceram um acordo de cooperação que regula as relações quanto ao uso da água subterrânea antes que uma situação de tensão apareça. Espera-se que ele sustente ações de cooperação ainda mais intensas entre esses países.

Na América Latina, os conflitos entre países não ocorrem pela falta de água. Eles surgem pelo uso da água, que muitas vezes não atende interesses locais. O caso do ságui pode ser um caminho a ser empregado nas demais faixas de fronteiras latino-americanas em relação ao acesso e uso de água. É melhor prevenir conflitos e criar normas de convivência do que ter que resolvê-los depois que estão em curso. Apesar de existirem órgãos multilaterais regionais, eles possuem pequena institucionalização e não conseguem absorver as discussões. Fortalecer tais instrumentos é outra medida necessária.”

RIBEIRO, váguiner Costa. Cooperação e conflito por águas transfronteiras na América Latina. Desafios do Desenvolvimento, Brasília, ano 10, número 77,página 77, outubro 2013.

TEXTO 2

Além das habilidades cognitivas, as competências preconizadas pela Bê êne cê cê dizem respeito ao desenvolvimento no currículo de habilidades socioemocionais – solidariedade, responsabilidade, colaboração, empatia, organização, ética, cidadania, honestidade –, relacionadas às emoções e ao comportamento do indivíduo em relação a si mesmo e ao mundo ao seu redor. A seguir, sugerimos um texto para subsidiar reflexões a respeito.

Competências socioemocionais

“A designação do conceito de competência social, propriamente dito, surge na década de 80, decorrente dos estudos baseados no pressuposto de que as crianças aprendiam competências sociais ou manifestavam dificuldades em contextos de socialização precoce com a família. Na literatura, surge confundido com competência social, competência emocional ou inteligência social. Estas competências ganham relevância se as enquadrarmos num entendimento dinâmico e conflitual do desenvolvimento e da relação.

reticências Sugere-se a compreensão do conceito de competência social, referindo-se a dois conjuntos abrangentes de competências e processos: os que dizem respeito ao comportamento interpessoal, tal como a empatia e a assertividade, a gestão da ansiedade e da raiva, e as competências de conversação; e os que dizem respeito ao desenvolvimento e manutenção de relações íntimas, envolvendo a comunicação, resolução de conflitos e competências de intimidade.

reticências A competência implica a realização de uma tarefa ou atividade e reticências a sua definição surge relacionada com a avaliação que se faz do resultado obtido, em termos da qualidade da realização e adequação ao esperado. As aptidões são definidas reticências como um conjunto de saberes específicos necessários à realização de determinada tarefa, de fórma competente. Subentende-se desta conceção que a aquisição de uma competência é complexa e necessita de várias aptidões por parte de cada pessoa.

reticências O conceito de competência emocional reticências implica a aquisição de capacidades subjacentes à expressão de emoções, regulação socialmente adequada e conhecimento emocional, estando implicitamente relacionada com a identidade, história pessoal e com o desenvolvimento sociomoral da criança e do jovem. É considerada uma competência central na capacidade de crianças e jovens interagirem, autorregularem-se e estabelecerem relações gratificantes com os outros, na gestão do afeto no início e na continuidade do envolvimento evolutivo com os pares.

Decorrente dos conceitos referidos, pode afirmar-se que a Aprendizagem Socioemocional consiste no processo de desenvolvimento de competências sociais e emocionais pelas crianças, jovens e adultos, correspondendo aos conhecimentos, atitudes e competências que cada um/a precisa consolidar para fazer escolhas coerentes consigo próprio ou própria, ter relações interpessoais gratificantes e um comportamento socialmente responsável e ético. Estas aprendizagens podem ser aprofundadas através de programas de competências socioemocionais.

Segundo um breve olhar histórico reticências, os programas de competências pessoais e sociais surgiram na psiquiatria, tendo posteriormente sido utilizados por outras áreas de saber, com outras populações. A simplicidade deste tipo de estratégia favoreceu a sua expansão para a formação de profissionais de outras áreas, nomeadamente docentes, enfermeiros e polícias. Outros autores afirmam que os programas de competências sociais e emocionais evoluíram dos programas de desenvolvimento de competências pessoais e sociais.

O Modelo séu tem sido adotado por diversas correntes de pensamento, surgindo como proposta de intervenção de muitos subcampos científicos: educação, ciências sociais, neurociências, entre outros.

Em termos gerais, séu ou Social and Emocional Learning refere-se a um modelo, cuja tipologia de atividades permite a aquisição gradual de competências que todas as pessoas precisam de ter para se adaptarem a diversas situações e atividades do dia a dia, serem bem-sucedidas no seu projeto de vida, seja na família, na escola, no local de trabalho e na relação com os outros.

Os programas de Aprendizagem Socioemocional (séu) em contexto escolar surgem, assim, como um dos quadros de referência para a promoção da saúde mental A teoria holística defensora do desenvolvimento integral do ser humano, assim como as teorias de Gardner (teoria das inteligências múltiplas), os trabalhos de gôlman sobre inteligência emocional, de autores precursores em Aprendizagem Social e de outras perspectivas teóricas, suportam este quadro referencial da Aprendizagem séu.

Nesta perspectiva, as competências séu são um constructo multidimensional e interativo, incluindo fatores cognitivos, interpessoais, emocionais e sociais. A aplicabilidade desta tipologia de projetos promove ganhos, particularmente no que à saúde mental de toda a comunidade educativa se refere.

Neste sentido, a saúde mental pode ser entendida, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (ó ême ésse), como um estado de bem-estar em que cada indivíduo dá conta do seu próprio potencial intelectual e emocional para lidar com as tensões normais da vida, trabalhar de fórma produtiva e frutífera, e ser capaz de dar um contributo para a sua comunidade (2014). A dimensão positiva da saúde mental é, pois, enfatizada na definição de saúde da ó ême ésse, contida na sua constituição: “A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade. Está relacionada com a promoção do bem-estar, a prevenção de doença mental e o tratamento e a reabilitação de pessoas afetadas por perturbações mentais.

CARVALHO, Álvaro de êti áli. Saúde mental em saúde escolar – manual para a promoção de competências socioemocionais em meio escolar. Lisboa: dê gê ésse í pê ésse ê ésse ésse pê vê dê gê ê, 2016. página 18-20.

IV. Orientações específicas

Conheça a parte específica deste manual

Páginas de livro. Destaque para a abertura, respostas, habilidades da Base Nacional Comum Curricular e reprodução da página do livro do estudante.

Reprodução da página do Livro do Estudante

Abertura

Os principais temas abordados são identificados no início de cada unidade e percurso.

Respostas

As respostas às atividades estão dispostas nas laterais e abaixo das páginas do Livro do Estudante.

Para as atividades orais sistemáticas e questões propostas no boxe No seu contexto, as respostas aparecem na página do Livro do Estudante, próximo às questões.

Habilidades da Bê êne cê cê

As habilidades que podem ser desenvolvidas com base nos temas estudados são identificadas na abertura dos percursos, por meio de seus códigos alfanuméricos. Os recursos disponíveis para sua abordagem são identificados neste ponto e ao longo do percurso.

Página de livro. Destaque para temas contemporâneos transversais,
competências e atividades complementares.

Temas contemporâneos transversais

As possibilidades de trabalho com temas contemporâneos transversais são identificadas para apoiar o professor, estando geralmente associadas às seções Rotas e encontros e Cruzando saberes.

Competências

Sempre que oportuno, os assuntos apresentados no Livro do Estudante são relacionados às competências gerais da Educação Básica e às competências específicas da área de Ciências Humanas e do componente curricular Geografia.

Atividades complementares

Com o objetivo de aprofundar a abordagem dos assuntos tratados na unidade ou apoiar estratégias de trabalho com alunos com diferentes perfis e níveis de aprendizagem, ao longo do manual são propostas atividades complementares às do Livro do Estudante.

Página de livro. Destaque para comentários e orientações e interdisciplinaridade.

Comentários e orientações

Textos apresentados ao longo do Manual do Professor identificam os temas de estudo, sugerem estratégias de abordagem e explicam o significado de termos ou aprofundam conceitos.

Interdisciplinaridade

São sugeridas estratégias de trabalho com outros componentes curriculares com o objetivo de ampliar o desenvolvimento de habilidades e promover maior apreensão dos assuntos estudados.

Nota de rodapé
1
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2017. página 8.
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2
idem, página 28.
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3
idem, página 29.
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4
idem, página 365-366.
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5
CALLAI, Helena Copetti. A educação geográfica na formação docente: convergências e tensões. ín: SANTOS, Lucíola Licínio de Castro Paixãoêti áli. (organizador). Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. página 412. (Coleção Didática e Prática de Ensino).
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6
idem. A Geografia escolar e os conteúdos da Geografia. anecumêne: Revista virtual Geografía, cultura y educación, Bogotá, volume 1, número 1, página 131, janeiro a junho 2011.
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7
Seigãn Carl O mundo assombrado pelos demônios. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. página 305.
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8
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 360.
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9
ibídem, página 362.
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10
CALLAI, Helena Copetti. A Geografia escolar e os conteúdos da Geografia. anecumêne: Revista virtual Geografía, cultura y educación, Bogotá, volume 1, número 1, página 136-137, janeiro a junho 2011.
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11
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 361.
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12
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Ucitéc, 1996. página 86.
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13
ibídem, página 196.
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14
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 381.
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15
Leia-se a respeito: Aussubel Dêivid Paul Novác Joséf Dônald Ranesian Élen. Psicologia educacional. tradução Eva Níqui e outros. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980; Aussubel Dêivid Paul Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Plátano, 2003.
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16
CAMPOS, M. C. C.; NIGRO, R. G. Didática de Ciências: o ensino-aprendizagem como investigação. São Paulo: éfe tê dê, 1999. página 78-97.
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17
MIRAS, M. O ponto de partida para a aprendizagem de novos conteúdos: os conhecimentos prévios. ín: cól, C. êti áli. O construtivismo em sala de aula. São Paulo: Ática, 2006. página 57-76.
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18
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018.página 9.
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19
ibídem, pê ponto 366.
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20
LEITE, Bruno Silva. Aprendizagem Tecnológica Ativa. Revista Internacional de Educação Superior. Campinas (São Paulo), volume 4, número 3, setembro a dezembro 2018. página 580-609. Disponível em: https://oeds.link/kIIqK9. Acesso em: 27 abril 2022.
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21
CAMARGO, Fausto; DAROS, . A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018.
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22
Déuisôla, Regina L. perrê. Inferência na leitura. ín: FRADE, I. C. A.; VAL, M. da G. C.; BREGUNCI, M. das G. de C. (organizador). Glossário ceále: termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte: ú éfe ême gê/Faculdade de Educação. Disponível em: https://oeds.link/WGRvcZ. Acesso em: 19 março 2022.
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23
BOTELHO, P. F.; VARGAS, D. da S. Inferências e atividades de leitura: cognição e metacognição em sala de aula. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas (São Paulo), volume 63, página 4 e 5, 2021. Disponível em: https://oeds.link/LXXRtR. Acesso em: 12 maio 2022.
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24
VICARI, R. M.; MOREIRA, A. F.; MENEZES, P. F. B. Pensamento computacional: revisão bibliográfica. Porto Alegre: u éfe érre gê ésse, 2018. página 25 e 30. Disponível em: https://oeds.link/wZlmo3. Acesso em: 20 março 2022.
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25
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, sébi, 2018. página 474.
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26
ANDRÉ, Claudio F. O pensamento computacional como estratégia de aprendizagem, autoria digital e construção da cidadania. Téquicóguis: Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, número 18, página 105, julho a dezembro 2018. Disponível em: https://oeds.link/5iHTnp. Acesso em: 20 abril 2022.
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27
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e as bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dezembro 1996.
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28
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, dicêi, 2013.
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29
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. 16.
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30
Sugerimos as seguintes leituras sobre interdisciplinaridade: FAZENDA, Ivani C. A. (organizador). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 2005; idem. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro. São Paulo: loióla, 2002; idem. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 1994; MACHADO, Nilson José. Epistemologia e didática: as concepções de conhecimento e inteligência e a prática docente. São Paulo: Cortez, 2011.
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31
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 16.
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32
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, dicêi, 2013. página 118-119.
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33
unêsco. Glossário de terminologia curricular. Brasília: unêsco, 2016. página 81.
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34
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, dicêi, 2013. página 29.
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35
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 19.
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36
BRASIL. Lei nº 13185, de 6 de novembro de 2015. Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). Diário Oficial da União, Brasília, 6 novembro 2015. Disponível em: https://oeds.link/mmwTsj. Acesso em: 22 abril 2022.
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37
ESCOREL, Soraya Soares da Nóbrega; ESCOREL, éli Borges; BARROS, Ellen Emanuelle de França. Bullying não é brincadeira. João Pessoa: Promotoria de Justiça da Infância e Juventude – Ministério Público da Paraíba / Gráfica jóta bê, junho de 2009. página 6.
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38
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying. Cartilha 2016 Projeto Justiça nas Escolas. terceira edição Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2016. página 11.
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39
unicéfi Brasil. Cyberbullying: o que é e como pará-lo: 10 coisas que adolescentes querem saber sobre cyberbullying. Disponível em: https://oeds.link/8aZUXB. Acesso em: 27 abril 2022.
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40
GOMES, Cleomar; COFFANI, Maria Cristina. Estudos sobre juventudes: implicadores teóricos e metodológicos sobre culturas juvenis e ensino médio. Revista Caminhos da Educação (camine), Franca (São Paulo), volume 10, número 2, 2018, página 22.
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41
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 383.
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42
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 9.
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43
BRASIL. Méqui. séb. Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010: Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos. página 9.
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44
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, dicêi, 2013. página 52.
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45
Luquézi, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2003. página 47.
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46
BRASIL. séb. Resolução norteº 4, de 13 de julho de 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. página 15.
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47
BRASIL. séb. Resolução norteº 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. página 9.
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48
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, dicêi, 2013. página 123.
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49
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 17.
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50
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, dicêi, 2013. página 123.
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51
ibídem, página 124.
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52
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. página 199.
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53
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, dicêi, 2013. página 53.
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54
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018.
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55
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, dicêi, 2013. página 53.
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56
De acordo com o inciso segundo do Artigo 32 da Resolução séb 7/2010: “segundo utilizar vários instrumentos e procedimentos, tais como a observação, o registro descritivo e reflexivo, os trabalhos individuais e coletivos, os portfólios, exercícios, provas, questionários, dentre outros, tendo em conta a sua adequação à faixa etária e às características de desenvolvimento do educando” (BRASIL. Méqui. séb. Resolução norteº 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. página 9).
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57
FERNANDES, Cláudia de Oliveira; FREITAS, Luiz Carlos de. Indagações sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília: Méqui, sébi, 2007. página 34.
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58
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, dicêi, 2013. página 123.
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59
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 30.
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60
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inépi). Matriz de Referência de Ciências Humanas do saébi. Brasília, Distrito Federal: Inépi, 2020.
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61
Consulte a descrição completa das habilidades da Bê êne cê cê relativas ao 8º ano do componente curricular Geografia no quadro das páginas dez e onze.
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62
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 365-366.
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