AOS COLEGAS PROFESSORES

Esta coleção, fruto de muitos anos de estudo, de trabalho e de pesquisa, destina-se ao segmento do 6º ao 9º ano. Ela pretende auxiliar o estudante a compreender conceitos, aprimorar o letramento científico e desenvolver competências desejáveis a qualquer cidadão.

A obra também pretende oferecer a professores e estudantes informações atualizadas e conceitualmente corretas, em uma estrutura que atenda às necessidades de quem adota o livro didático ou nele estuda.

Nesta coleção, há a constante preocupação em primar pela linguagem correta e acessível, mantendo sempre o necessário rigor conceitual. Grande esfôrço foi realizado na busca de dados corretos e atuais, a fim de que as convenções científicas em vigor sejam sempre seguidas na obra.

Empenhamo-nos da maneira mais intensa e comprometida possível no sentido de atender às orientações da Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê), tanto em suas disposições gerais quanto nas específicas da área de Ciências da Natureza.

O Manual do professor traz, em sua primeira parte, considerações gerais sôbre a coleção. É feita a apresentação da obra (estrutura, objetos didáticos-pedagógicos e considerações sôbre a avaliação) e de subsídios para que o docente possa fazer o planejamento escolar mais adequado à sua realidade local.

A segunda parte apresenta considerações específicas acêrca dêste volume, fornece textos de aprofundamento para os docentes e relaciona sugestões comentadas de leitura complementar para estudantes e professores.

A terceira parte consiste na reprodução do livro do estudante acrescida de orientações – que procuram ser claras e precisas destinadas aos docentes.

Agradecemos aos professores que nos têm honrado com o uso desta obra em suas edições anteriores e, com muita satisfação, apresentamos a todos esta nova edição, que traz consigo nosso sincero desejo de que possa contribuir para o ensino e o aprendizado de Ciências da Natureza em nosso país.

Os autores

SUMÁRIO

Considerações gerais sobre a coleção

Apresentação da obra cinco

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) sete

Abordagem teórico-metodológica das seções e sua relação com a BNCC nove

Subsídios para ordenações do conteúdo dezessete

Sugestão de cronograma – Unidades e capítulos – 6º ano e 7º ano dezoito

Sugestão de cronograma – Unidades e capítulos – 8º ano e 9º ano dezenove

Algumas terminologias usadas nesta obra para referência aos conteúdos vinte

Considerações sobre a avaliação vinte e um

Diferentes perfis de aprendizagem vinte e quatro

Elementos para a reflexão sobre a prática docente vinte e oito

Práticas didático-pedagógicas alinhadas ao papel de professor mediador trinta

Algumas considerações sobre inferir, propor e argumentar trinta e quatro

Visitas guiadas trinta e oito

Textos para reflexão sobre a prática docente quarenta e um

Considerações sobre este volume (8º ano)

Abordagem teórico-metodológica no desenvolvimento de habilidades e competências sessenta e dois

BNCC – Competências gerais – 8º ano sessenta e seis

BNCC – Competências específicas – 8º ano sessenta e sete

BNCC – Habilidades de Ciências – 8º ano sessenta e oito

Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) na BNCC sessenta e nove

Propostas de avaliação setenta

Aprofundamento ao professor cento e dez

Sugestão de leitura complementar para estudantes cento e vinte e um

Sugestão de leitura complementar para professores cento e vinte e dois

Referencial bibliográfico comentado cento e vinte e seis

Reprodução comentada do livro do estudante (8º ano)

Unidade A

Capítulo 1 Alimentos e nutrientes 12

Capítulo 2 Sistema digestório 26

Capítulo 3 Sistemas circulatório, linfático e urinário 42

Unidade B

Capítulo 4 Sistema respiratório 69

Capítulo 5 Reprodução sexuada e reprodução assexuada em animais 89

Capítulo 6 Reprodução sexuada e reprodução assexuada em plantas 102

Unidade C

Capítulo 7 Adolescência, puberdade e sistema endócrino 131

Capítulo 8 Reprodução humana 151

Capítulo 9 Sexo, saúde e sociedade 163

Unidade D

Capítulo 10 Previsão do tempo 175

Capítulo 11 Lua e constelações 199

Capítulo 12 Produção e uso de energia elétrica 213

Suplemento de projetos 236

Referencial bibliográfico comentado 249

CONSIDERAÇÕES GERAIS sôbre A COLEÇÃO

Apresentação da obra

Prezado professor,

Esta coleção destina-se ao ensino de Ciências da Natureza do 6º ao 9º ano.

Entre os pressupostos envolvidos em sua elaboração, destacam-se os seguintes:

  • O ensino de Ciências da Natureza na escola fundamental deve contribuir para o aprendizado de conteúdos necessários à vida em sociedade e para o desenvolvimento das capacidades do estudante. Não há por que incluir na prática docente temas que não tenham significação imediata para o estudante, sob o argumento de que poderão vir a ser úteis no futuro, em outras etapas da escolarização.
  • Os conteúdos escolares ganham fôrça e sentido se o estudante os aprende de fórma significativa, relacionando-os com seus saberes prévios. A relação entre o conhecimento escolar e os demais conhecimentos é indispensável, e a aprendizagem de conteúdos só é significativa se o estudante souber relacioná-los com seus conhecimentos prévios, sejam eles constituídos por ideias cientificamente corretas ou não.
  • Aprender conteúdos científicos ajuda o estudante a compreender melhor o mundo em que vive e a interagir melhor com ele.
  • O aprendizado de conteúdos ocorre se forem apresentados ao estudante desafios que estejam além do que ele pode ou sabe efetivamente naquele momento, mas que ele seja capaz de vencer se for corretamente estimulado.
  • Os conhecimentos científicos contribuem para o pleno exercício da cidadania.
  • O estudante deve ser incentivado a exercer e a desenvolver suas capacidades de criação e de crítica.
  • O estudante deve ser incentivado a produzir e a utilizar variadas linguagens para expressar o conhecimento científico que adquire. Isso pode ser feito por meio de atividades como colagens, encenações, debates, simulações de comerciais para dio e tevê, elaboração de blogs, produção de textos, desenhos e cartazes.
  • A realidade local da comunidade em que o estudante vive deve ser respeitada e valorizada como precioso elemento envolvido na aprendizagem.
  • Existem muitas maneiras diferentes de relacionar o que se aprendeu. Uma delas é por meio de mapas conceituais. Há diversos mapas conceituais possíveis que envolvam determinado conjunto de ideias.
  • Outras fontes de informação são importantes, além do livro didático. Internet e biblio­tecas são exemplos de fontes de informações que os estudantes devem aprender a consultar.
  • Temas Contemporâneos Transversais (tê cê tês), pela urgência social que lhes é própria, devem permear o ensino de Ciências da Natureza.
  • O trabalho de planejamento, produção e execução da prática educativa é um atributo do professor, e um livro didático deve fornecer a ele informações relevantes, a fim de contribuir para o planejamento pedagógico e a prática docente.
  • Os diferentes tipos de conteúdos escolares conceituais, procedimentais e atitudinais , cada um com suas características particulares, merecem atenção específica no planejamento do curso. (Veja a seção Algumas terminologias usadas nesta obra para referência aos conteúdos, mais à frente, neste Manual do professor.)

O livro do estudante

Em cada um dos anos, os capítulos do livro do estudante estão agrupados em quatro unidades, cada uma com três capítulos. A estrutura dos capítulos se mantém ao longo dos quatro volumes.

Cada um deles começa com uma fotografia e com a seção Motivação. Trata-se de um momento em que o professor pode explorar concepções prévias dos estudantes para utilizá-Ias no ensino (veja mais à frente, neste Manual do professor, considerações sôbre “avaliação prévia”).

Os assuntos são tratados, em seguida, na seção Desenvolvimento do tema.

Atividades de diferentes tipos são propostas ao longo dos capítulos, não apenas no seu final.

Os quadros intercalados ao conteúdo – por exemplo Reflita sôbre suas atitudes, Trabalho em equipe, Tema para pesquisa, Certifique-se de ter lido direito, Para fazer no seu caderno e Para discussão em grupo – permitem trabalhar conteúdos procedimentais e atitudinais relacionados aos conteúdos conceituais que estão sendo abordados.

A seção Organização de ideias apresenta um dos possíveis mapas envolvendo conceitos tratados no capítulo. Existem diferentes mapas conceituais possíveis para um conjunto de conteúdos escolares e você pode ensinar os estudantes a construí-los por meio de um procedimento explicado mais à frente, neste Manual do professor, no quadro Como ajudar os estudantes a construir um mapa conceitual.

Em Use o que aprendeu são propostas situações em que os estudantes podem aplicar e verificar seus conhecimentos sôbre os temas estudados.

A seção Explore diferentes linguagens apresenta atividades em que diferentes fórmas de expressão (cartazes, encenações, desenhos, ditados populares, piadas, textos técnicos, poemas, trechos de entrevistas, textos de internet, esquematizações, tabelas, gráficos, slogans, tirinhas e charges) podem ser interpretadas e/ou elaboradas pelos estudantes.

Os capítulos contêm ainda as seções Amplie o vocabulário! e Seu aprendizado não termina aqui, que são comentadas a seguir, neste Manual do professor.

No encerramento de cada unidade, aparece a seção Isso vai para o nosso blog!, que também será comentada adiante, neste Manual do professor.

O Suplemento de projetos, ao final do livro do estudante, contém propostas de atividades em grupos, cuja realização, a critério do professor, permite um trabalho mais aprofundado de alguns conteúdos estudados no livro.

O material destinado aos professores

O Manual do professor divide-se em três partes. A primeira delas, Considerações gerais sôbre a coleção, inclui a apresentação da obra, que é comum aos quatro volumes, e oferece orientações e subsídios para que o professor possa realizar o planejamento mais adequado à sua realidade local. Essa parte contém considerações sôbre: terminologias empregadas na obra, importância da avaliação e sua implementação, diferentes perfis de aprendizagem, elementos para a reflexão sôbre a prática docente e orientações para a realização de visitas guiadas e estudos do meio. Também inclui textos de apôio sôbre temas que requerem atenção dos educadores, como bullying, automutilação, cultura de paz, protagonismo da mulher, etnociência, entre outros.

A segunda parte, Considerações sôbre êste volume, apresenta quadros com as competências gerais, as competências específicas e as habilidades da Bê êne cê cê para Ciências da Natureza destinadas ao ano específico a que se destina este volume. Todas elas são contempladas neste volume, nos locais indicados nos quadros. Essa segunda parte também contém os Temas Contemporâneos Transversais contemplados, uma sugestão de cronograma bimestral, propostas de avaliação, textos complementares dirigidos aos professores (a título de aprofundamento) e sugestões bibliográficas para estudantes e docentes.

A terceira parte do Manual do professor constitui-se da reprodução do livro do estudante, acompanhada de textos destinados ao docente. Esses textos relacionam e comentam os conteúdos indicados para cada capítulo, indicam eventuais situações problemáticas inerentes ao desenvolvimento do tema e como podem ser contornadas, apresentam sugestões adicionais de atividades e fornecem as respostas de atividades do livro e comentários sôbre elas.

Essa terceira parte contém também comentários específicos sôbre a Bê êne cê cê – que aparecem sob o título De ôlho na Bê êne cê cê! –, orientações claras e precisas que contribuem para o desenvolvimento das competências gerais, das competências específicas e das habilidades de Ciências da Natureza, bem como indicações que sinalizam os momentos propícios à realização de atividades (por exemplo, pesquisas, projetos, atividades relacionadas ao vocabulário científico e uso guiado da tecnologia) e as oportunidades de dialogar com outras áreas de conhecimento.

A Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê)

De acôrdo com a Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê), o ensino de Ciências da Natureza é considerado imprescindível para que os estudantes tenham uma formação que possibilite o pleno exercício da cidadania.

O documento enfatiza a necessidade da formação integral dos estudantes e a relevância dos conhecimentos científicos nesse processo, ao afirmar que, para “debater e tomar posição sôbre alimentos, medicamentos, combustíveis, transportes, comunicações, contracepção, saneamento e manutenção da vida na Terra, entre muitos outros temas, são imprescindíveis tanto conhecimentos éticos, políticos e culturais quanto científicos. Isso por si só já justifica, na educação formal, a presença da área de Ciências da Natureza, e de seu compromisso com a formação integral dos alunos” (Bê êne cê cê, 2018, página 321).

Para que o ensino de Ciências não seja um apanhado de informações desprovidas de significado para os estudantes, a Bê êne cê cê dá atenção especial ao letramento científico.

Mais do que aprender conceitos, os estudantes precisam ser capacitados a compreender e a interpretar o mundo, bem como a poder interferir nele de fórma consciente, sabendo que suas ações têm consequências na vida individual e coletiva e sendo capazes de avaliar tais consequências.

De acôrdo com a Bê êne cê cê, os estudantes devem ser “progressivamente estimulados e apoiados no planejamento e na realização cooperativa de atividades investigativas” (Bê êne cê cê, 2018, página 322). Nesse sentido, é essencial motivar os estudantes a ser questionadores e divulgadores dos conhecimentos científicos, de modo que se construa um caminho que os leve a exercer plenamente sua cidadania.

No desenvolvimento das aprendizagens essenciais propostas pela Bê êne cê cê, é relevante que os estudantes reconheçam a Ciência como construção humana, histórica e cultural.

Entre as mudanças curriculares trazidas pela Bê êne cê cê em Ciências da Natureza está a distribuição, ao longo da Educação Básica, de conhecimentos das diferentes áreas científicas, tais como a Física, a Química, a Biologia, a Astronomia e a Geologia.

A formalização de conhecimentos de Física e Química, outrora concentrada no 9º ano em livros didáticos, passa a ser distribuída ao longo de todo o Ensino Fundamental, estando agora em progressão gradual e contínua, instrumentalizando os estudantes para uma visão mais integrada da Ciência.

O mesmo acontece com temas relacionados ao meio ambiente e ao corpo humano, fornecendo bases científicas para os estudantes desenvolverem a atenção e o cuidado com a saúde individual, coletiva e ambiental.

Nos anos finais do Ensino Fundamental (6º a 9º anos), os estudantes devem, utilizando as competências científicas desenvolvidas e demonstrando a aquisição de uma visão mais crítica e sistêmica do mundo, ser capazes de avaliar e intervir, assumindo protagonismo na escolha de posicionamentos e fórmas de atuação.

A Bê êne cê cê estabelece dez competências gerais do Ensino Fundamental e oito competências específicas da área de Ciências da Natureza. Esses dois conjuntos de competências estão transcritos integralmente a seguir. A Bê êne cê cê também estabelece habilidades de Ciências para cada ano. Elas serão apresentadas e vinculadas a este volume, mais à frente.

Competências gerais da Bê êne cê cê

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sôbre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
  1. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
  2. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
  1. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
  2. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
  3. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
  4. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
  5. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
  6. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
  7. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.” (Bê êne cê cê, 2018, página 9-10.)

Competências específicas da área de Ciências da Natureza na Bê êne cê cê

1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.
  1. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
  2. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.
  3. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho.
  4. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que promovam a consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.
  5. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natureza de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética.
  6. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.
  7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.” (Bê êne cê cê, 2018, página 324.)

Abordagem teórico-metodológica das seções e sua relação com a Bê êne cê cê

Nesta edição da obra, houve intenso esfôrço para alinhá-la do modo mais completo possível às diretrizes da Bê êne cê cê. As diferenças no trabalho a ser realizado com as competências gerais e as competências específicas e as habilidades de Ciências da Natureza dêsse documento foram elemento norteador de variados aspectos na elaboração dos volumes.

No tocante a esse trabalho com competências expressas na Bê êne cê cê e sua relação com as seções da obra, alguns comentários nos parecem oportunos e relevantes, sendo apresentados a seguir. A articulação entre as competências e as habilidades de Ciências no volume é comentada no item Abordagem teórico-metodológica no desenvolvimento de habilidades e competências, na segunda parte dêste Manual do professor.

Foto de abertura do capítulo

Na abertura de cada capítulo há uma foto alusiva a algo que nele é tratado. Com essa foto, instiga-se a curiosidade do estudante, que, interessado no assunto, pode ter um aprendizado mais efetivo.

A contextualização e/ou problematização envolvendo a imagem de abertura auxilia no desenvolvimento: da competência geral 1, pois estimula os estudantes a evocar conhecimentos prévios sôbre o mundo e faz uma provocação no sentido de que procurem explicar a realidade; da competência geral 2, já que procura despertar a curiosidade intelectual e incitar o desejo de conhecer a abordagem própria das Ciências da Natureza; da competência geral 3, na medida em que algumas das imagens utilizadas (geralmente fotos) remetem a aspectos artísticos e/ou culturais; e da competência geral 8, porque, em determinados casos, aborda aspectos relacionados à saúde.

As imagens utilizadas nas aberturas de capítulos, de modo geral, auxiliam no desenvolvimento da competência específica 3, pois estimulam exercitar a curiosidade para fazer perguntas e buscar respostas com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.

Miniatura da página do livro com abertura de capítulo, composta por texto e imagem.

Motivação

Após a foto de abertura, todos os capítulos contêm a seção Motivação, que contribui para a problematização inicial por meio de experimentos, textos de outros livros ou da internet, situações cotidianas etcétera Há capítulos em que essa seção também permite desenvolver conteúdos de natureza procedimental. Você pode aproveitar essa seção, bem como a foto de abertura, para realizar a avaliação prévia (avaliação diagnóstica) dos saberes que os estudantes trazem de sua vivência pregressa.

A seção possibilita desenvolver: a competência geral 2, ao incluir textos que exercitam a curiosidade intelectual e recorrem à abordagem própria das ciências, ou ao propor atividades práticas que estimulam a reflexão e a análise crítica, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses; e a competência geral 7, quando envolve atividades que requerem argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular ideias.

Os textos e as atividades práticas que abrem um novo assunto, por meio dessa seção, também tornam propício desenvolver: a competência específica 1, conduzindo os estudantes a compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico; a competência específica 2, por estimular a compreensão de conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como o domínio de processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas; e a competência específica 5, pelo estímulo a construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista.

Miniatura da página do livro com a seção Motivação. Composta por textos e imagens.

Desenvolvimento do tema

Por se tratar da seção da obra que desenvolve as diversas temáticas de Ciências da Natureza, ela propicia o trabalho com diversos aspectos da Bê êne cê cê.

Entre outros, podemos destacar: a competência geral 1, porque estimula entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; a competência geral 2, na medida em que fomenta a curiosidade intelectual e a utilização da abordagem própria das ciências; a competência geral 3, naqueles momentos em que associa aspectos artísticos ou culturais a assuntos de cunho científico, ajudando a valorizar e fruir manifestações artísticas e culturais; a competência geral 6, ao abranger temáticas científicas também relacionadas ao mundo do trabalho e incentivar escolhas alinhadas ao exercício da cidadania, com consciência crítica e responsabilidade; a competência geral 7, pôsto que fornece repertório e ajuda a construir conhecimentos necessários à tomada de decisões que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta; e a competência geral 10, pelo favorecimento à ação pessoal e coletiva com autonomia e responsabilidade.

Miniatura da página do livro com a seção Desenvolvimento do tema. Composta por textos e imagens.

Em decorrência de sua abrangência, essa seção cria oportunidades para desenvolver também diversos aspectos das competências específicas de Ciências da Natureza.

Entre as diversas possibilidades, algumas das mais recorrentes são as seguintes: a competência específica 1, porque a seção possibilita compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico; a competência específica 2, já que as abordagens realizadas permitem construir conhecimentos para os estudantes terem segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, sentirem-se estimulados a continuar aprendendo e a colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; a competência específica 3, na medida em que as discussões apresentadas fornecem subsídios para analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico, como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza; a competência específica 7, uma vez que as abordagens sôbre o organismo humano potencializam conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias; e a competência específica 8, pôsto que a construção de saberes científicos é de relevância para que se possa agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Miniatura da página do livro com a seção Desenvolvimento do tema. Composta por textos e imagens.

Use o que aprendeu e Explore diferentes linguagens

Nessas seções, são incluídas atividades que favorecem o desenvolvimento: da competência geral 1, uma vez que estimulam valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sôbre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade; da competência geral 2, por requererem que os estudantes recorram à abordagem própria das Ciências da Natureza para resolver problemas e criar soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas; da competência geral 4, pôsto que os estudantes são conclamados a interpretar e utilizar diferentes linguagens para se expressar e partilhar conclusões; da competência geral 6, já que apresentam propostas que implicam expressar escolhas alinhadas ao exercício da cidadania, com autonomia, consciência crítica e responsabilidade; e da competência geral 7, porque incluem situações que demandam argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o consumo responsável.

As atividades propostas no Use o que aprendeu pretendem exercitar a curiosidade para buscar respostas e criar soluções com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza (competência específica 3), avaliar aplicações e implicações da ciência e de suas tecnologias (competência específica 4) e construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista (competência específica 5).

Miniatura da página do livro com a seção Use o que aprendeu. Composta por textos e imagens.

A seção Explore diferentes linguagens é bastante diversa nas atividades que propõe. Diferentes competências específicas são contempladas de modos pontuais. Em caráter geral, várias atividades favorecem adquirir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas e socioambientais, desenvolvendo qualidades que permitam ao estudante/cidadão colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva (competência específica 2). Outras possibilitam interpretar e usar diferentes linguagens para se comunicar e acessar informações, e solucionar problemas das Ciências da Natureza de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética (competência específica 6).

Miniatura da página do livro com a seção Explore diferentes linguagens. Composta por textos e imagens.

Use a internet

Por sua própria proposta, essa seção oportuniza o desenvolvimento da competência geral 5, requerendo compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética para acessar informações, exercendo protagonismo no seu aprendizado.

Nesse tipo de boxe, são feitas propostas que incentivam o desenvolvimento da capacidade de empregar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para acessar informações e expandir conhecimentos, conseguindo (no caso de propostas que requeiram uma devolutiva ao docente, em formato físico ou digital, a seu critério) se expressar de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética, indo ao encontro da competência específica 6.

Miniatura da página do livro com a seção Use a internet. Composta por textos e imagens.

Reflita sôbre suas atitudes

Estimula reflexões individuais e relaciona-se mais proximamente às competências gerais 7 e 10.

Favorece apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, respeitando também o outro (competência específica 7) e agir com respeito, autonomia e responsabilidade, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e ambientais (competência específica 8).

Miniatura da página do livro com a seção Reflita sobre suas atitudes. Composta por textos e imagens.

Certifique-se de ter lido direito e Para fazer no seu caderno

Boxes para propiciar a compreensão de conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza (com­petência específica 2).

Trabalho em equipe e Para discussão em grupo

O tipo de atividade proposta para Trabalho em equipe poten­cializa, em especial, o desenvolvimento: da competência geral 4, pois permite ao estudante se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo; da competência geral 9, por exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro; e da competência geral 10, uma vez que permite, ao se expressar nesse tipo de debate, exercitar autonomia, responsabilidade, flexibilidade e resiliência, pautando-se em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

O Para discussão em grupo, além dessas, potencializa também desenvolver a competência geral 6, na medida em que favorece a valorização da diversidade de saberes e vivências culturais.

Esses dois tipos de boxe incentivam analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (competência específica 3), negociar e defender ideias e pontos de vista, acolher e valorizar a diversidade de indivíduos, sem preconceitos de qualquer natureza (competência específica 5).

Miniatura da página do livro com a seção Para discussão em grupo. Composta por textos e imagens.

Tema para pesquisa

Propõe a ampliação dos horizontes de conhecimento, ajudando a desenvolver as competências gerais 1 e 5.

Da mesma maneira que o Use a internet, aqui também existem propostas que incentivam o desenvolvimento da competência específica 6, pôsto que exercitam a capacidade de usar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para acessar informações e expandir conhecimentos, expressando o resultado da pesquisa de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética.

Miniatura da página do livro com a seção Tema para pesquisa. Composta por textos e imagens.

Amplie o vocabulário!

A seção Amplie o vocabulário! propicia um trabalho ativo com as terminologias mais importantes que aparecem nos capítulos.

Os estudantes discutem o significado dos principais termos estudados e elaboram, com a supervisão do professor, uma definição que se incorpora ao vocabulário da turma, uma espécie de dicionário de Ciências da Natureza criado ao longo do curso.

A critério do professor, essas definições devem ser reunidas no blog de Ciências, criado e mantido pelas equipes da turma, e/ou em cartazes, em fichas ou nas páginas finais do caderno de cada estudante. Esse trabalho participativo contribui efetivamente para a construção de conceitos e, por conseguinte, para ampliar o vocabulário dos estudantes.

A atuação conjunta para a construção de redações apropriadas para os conceitos estudados possibilita que se desenvolvam: a competência geral 1, por utilizar os conhecimentos historicamente construídos sôbre o mundo físico aprendidos no capítulo; a competência geral 2, por recorrer à abordagem científica, à reflexão e à análise crítica; a competência geral 4, por exigir dos estudantes o emprêgo da linguagem escrita, bem como das linguagens matemática e científica, para se expressar e partilhar informações e ideias, produzindo sentidos que levem ao entendimento mútuo; a competência geral 5, pôsto que o resultado pode ser difundido, de fórma crítica e significativa, utilizando tecnologias digitais de informação e comunicação; e a competência geral 9, porque o debate em grupo (visando à elaboração das redações) exercita a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro.

O que é proposto nessa seção alinha-se também com o que está enunciado na competência específica 1, pois a atividade envolvendo o significado de terminologias científicas auxilia os estudantes a compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.

Miniatura da página do livro com a seção Amplie o vocabulário! Composta por textos e imagens.

Seu aprendizado não termina aqui

Essa seção convida o estudante a continuar buscando o conhecimento e desenvolvendo suas capacidades, independentemente de estar no ambiente escolar.

Situada ao final dos capítulos, essa seção propõe uma atividade facultativa e continuada que está alinhada com: a competência geral 1, no que diz respeito a entender e explicar a realidade e continuar aprendendo; a competência geral 2, por instigar o exercício da curiosidade intelectual e estimular o uso da abordagem própria das ciências, e a competência geral 6, já que, em alguns casos, abrange diversidade de saberes e vivências culturais.

Também pode contribuir, entre outras, para o desenvolvimento: da competência específica 2, por estimular a compreensão de conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como o domínio de processos, práticas e procedimentos inerentes à atividade científica; e da competência específica 5, pôsto que amplia repertórios, permitindo tecer argumentações embasadas em informações confiáveis e defender pontos de vista que promovam a consciência socioambiental.

Miniatura da página do livro com a seção Seu aprendizado não termina aqui. Composta por textos e imagens.

Isso vai para o nosso blog!

Essa é uma seção que aparece no encerramento de todas as unidades da obra. Para sua realização, os estudantes são divididos em equipes (de 4 ou 5 integrantes, por exemplo), e cada equipe criará e manterá um blog de Ciências da Natureza. A divisão dos participantes pode ser feita pelos próprios estudantes ou seguir o critério do professor.

Ao longo do ano, em função das reacomodações naturais no ambiente de socialização da escola, intervenções do professor podem ser requeridas para redistribuir alguns estudantes, até mesmo com a criação de novas equipes e blogs.

Essa seção estimula a pesquisa de informações em diferentes fontes, a leitura e a seleção do material que será postado pelos estudantes no blog. Propicia discussões sôbre o material reunido e publicado. Desenvolve competências relativas ao acesso e ao tratamento de informações, à discussão em grupo, à cooperação e à interação social. Os temas escolhidos favorecem reflexões sôbre as atitudes de cada um e podem produzir mudanças benéficas.

É importante ao docente avaliar se é conveniente haver acesso irrestrito aos blogs ou se é mais apropriado sua hospedagem em páginas de redes sociais restritas, permitindo configurar o acesso apenas a estudantes, professores e demais educadores.

Em função do formato aberto das produções culturais que as equipes de estudantes podem realizar, essa seção é uma das mais ricas no que tange a potencializar competências e habilidades. A diversidade dos temas propostos, ao longo dos volumes, também contribui para isso, pois, entre eles, há assuntos ligados aos conhecimentos científicos de Astronomia, Biologia, Física, Geologia e Química, à saúde e ao bem-estar humanos, ao meio ambiente e à relação entre ciência, tecnologia e sociedade.

Assim, a seção permite desenvolver, em maior ou menor grau, todas as competências gerais da Bê êne cê cê, principalmente: a competência geral 1, porquanto explora os conhecimentos historicamente construídos sôbre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; a competência geral 4, na medida em que propõe utilizar diferentes linguagens, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo; a competência geral 5, já que requer compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva; a competência geral 9, pois, sendo uma atividade colaborativa, proporciona oportunidade para exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza; e a competência geral 10, porque incentiva agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Miniatura da página do livro com a seção Isso vai para o nosso blog! Composta por textos e imagens.

Essa seção, pela diversidade das temáticas envolvidas e das modalidades de produção cultural que os estudantes podem realizar, contribui para o desenvolvimento de muitas competências e habilidades, contemplando, ao longo dos volumes, várias das competências específicas da Bê êne cê cê. Cumpre-nos aqui destacar: a competência específica 4, por requerer avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias; a competência específica 6, já que exige utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética; e a competência específica 8, favorecendo agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Mapas conceituais

Desenvolvidos por Joseph Novák a partir de ideias relacionadas à aprendizagem significativa, de Deivid Ausubaal, os mapas conceituais são um modo de expressar graficamente re­lações entre conteúdos conceituais (fatos, conceitos e princípios). São um poderoso instrumento auxiliar da aprendizagem, por meio do qual os estudantes evidenciam diversas conexões entre o que aprenderam.

Os conceitos abordados, discutidos e compreendidos ao estudar um capítulo podem ser inter-relacionados de muitas maneiras diferentes (veja comentário sôbre isso logo mais à frente). Essa seção sugere uma das possibilidades.

Sempre que julgar oportuno, convide os estudantes a explorar outros encadeamentos. O quadro Como ajudar os estudantes a construir um mapa conceitual apresenta orientações sôbre como ensinar os estudantes a elaborar seus próprios mapas conceituais.

Miniatura da página do livro com a seção Organização de ideias: mapa conceitual. Composta por textos e fluxograma.

Proposições e palavras de ligação

Consideremos as expressões lixo urbano e restos de comida, que desig­nam conceitos. Ao ouvi-las, fazemos uma imagem mental do significado de cada uma. Esses dois conceitos estão relacio­na­dos.

Ao dizer que lixo urbano contém restos de comida, ela­­bo­ramos uma proposição. Nela, “contém” atua como palavra de ligação, conexão ou enlace entre os dois conceitos. (Para elaborar uma proposição, podem ser usadas uma ou mais palavras de ligação.) Essa proposição pode ser expressa graficamente assim:

Esquema. Lixo urbano (seta para a direita) contém restos de comida.

Vantagens didáticas

Para docentes, os mapas concei­tuais ajudam a planejar o curso, a visualizar pré-requisitos e a buscar estratégias para favorecer a construção e a interligação de conceitos numa aprendizagem sig­nificativa. Será muito útil ao profes­sor elaborar seus próprios mapas conceituais considerando diferentes partes do livro, que o ajudarão a adequar o curso à realidade local.

Para os estudantes, a interpretação e a elaboração dessas representações ajudam a distinguir as informações fundamentais das acessórias. Também os auxiliam a estabelecer a relação dos conceitos mais abran­gentes com outros, deles decorrentes.

O trabalho com mapas conceituais favorece o desenvolvimento da competência geral 4, pois utiliza a linguagem científica para expressar e partilhar informações e ideias, produzindo sentidos sôbre a realidade física e biológica.

A concatenação de ideias estimulada por essa seção contribui para compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza (competência específica 2) e também para analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural e tecnológico, assim como as relações que se estabelecem entre eles (competência específica 3).

Lembre-se: existem muitos mapas possíveis!

Eis alguns exemplos de encadeamentos (diversos outros seriam possíveis) envolvendo um mesmo conjunto de conceitos.

Três fluxogramas. O fluxograma da esquerda traz as seguintes possibilidades: Sofá (seta) pode ficar na sala de estar. Sofá (seta) tem assento e encosto. Sofá (seta) estofado com espuma (seta) revestida de tecido ou couro. O fluxograma do meio apresenta as seguintes possibilidades: Sofá (seta) pode ter acabamento em tecido ou couro (seta)  ficam ao redor da espuma. Sofá (seta) pode, por exemplo, ser usado em uma sala de estar. Sofá (seta) tem assento e encosto. O fluxograma da direita apresenta as seguintes possibilidades: Sala de estar (seta) pode ter sofá (seta) tem assento e encosto (seta) estofados com espuma (seta) envolta por tecido ou couro.

Com o seu auxílio, os estudantes adquirirão gradual desenvoltura na interpretação dos mapas mostrados no livro e, posteriormente, na elaboração dos seus próprios mapas. Um dos possíveis métodos para construir um mapa conceitual é sugerido a seguir. Oportunidades para usar essa técnica incluem as situações em que outros textos (paradidáticos, artigos etcétera) são usados para trabalhar um tema.

Como ajudar os estudantes a construir um mapa conceitual

Os passos descritos a seguir mostram uma das maneiras para elaborar um mapa com os conteúdos conceituais de um texto.

  1. Após a leitura atenta, listar os conceitos importantes, sejam eles abrangentes ou específicos. Ajuda bastante prestar atenção aos títulos, aos subtítulos e às palavras destacadas em itálico ou negrito, pois frequentemente expressam fatos, conceitos ou princípios.
  2. Agrupar os conteúdos conceituais mais fortemente relacionados.
  3. Arranjar, em ordem de importância ou abrangência, os conteúdos conceituais de cada um dêsses grupos.
  4. Escrever cada um dêsses conteúdos numa folha, den­tro de um retângulo (ou um círculo, ou uma elipse etcétera). De modo ge­ral, é conveniente que os mais abrangentes fiquem em cima, e os mais específicos, embaixo.
  5. Inter­ligar os retângulos com setas (ou apenas linhas) e escrever uma ou mais palavras de ligação que estabeleçam uma proposição.
  6. Ana­lisar o mapa para ver em que ele pode ser me­lho­rado: remanejar blocos, estabelecer relações cru­­­zadas, omitir partes menos importantes em prol da clareza, modificar a disposição para facilitar a visua­li­zação etcétera

Ao trabalhar com os estudantes essas etapas, é conveniente escrever os conteúdos concei­tuais em retângulos de papel, para que possam ser facilmente trocados de lugar.

É esperado que não haja concordância sôbre a hie­rar­qui­zação e o estabeleci­mento das pro­posi­ções. No caso de equipes, fazendo cada uma o seu mapa referente a um mesmo texto, mapas bem distintos podem surgir. Não há problema nisso. A apresentação em público dêsses mapas propicia uma discussão enrique­cedora, em que conteúdos são retrabalhados, dúvidas aparecem e podem ser resolvidas.

Subsídios para ordenações do conteúdo

É do professor a prerrogativa de adaptar o uso do livro didático à realidade das suas turmas, o que se traduz no planejamento pedagógico e na sua implementação. Este Manual do professor procura oferecer subsídios para que o professor reflita a respeito dos conteúdos e opte pela sequência que mais se aplica ao seu caso. A seguir, destacamos alguns aspectos que devem ser considerados ao tomar tal decisão, a fim de assegurar encadeamentos lógicos e uma progressão didática ao longo do ano letivo.

Ao elaborar a obra, levamos em conta a assertiva da Bê êne cê cê, ao se referir às unidades temáticas e aos objetos de conhecimento, que “os critérios de organização das habilidades na Bê êne cê cê (com a explicitação dos objetos de conhecimento aos quais se relacionam e do agrupamento dêsses objetos em unidades temáticas) expressam um arranjo possível (dentre outros). Portanto, os agrupamentos propostos não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos” (Bê êne cê cê, 2018, página 330).

Todos os volumes são constituídos de quatro unidades com três capítulos cada. A grande vantagem dessa estrutura é que o professor começa seu planejamento considerando uma unidade por bimestre letivo. Se necessário, eventuais adaptações subsequentes podem alocar mais tempo naquelas unidades que, considerando a realidade local, podem demandar mais tempo. Esse tempo adicional é conseguido ao abordar com maior horizontalidade (menor profundidade) outras unidades. Além disso, também podem ser feitas alterações de sequência.

A unidade A de cada volume contém pré-requisitos para as demais, ainda que eventualmente não trate de modo explícito alguma das habilidades específicas da Bê êne cê cê. Sugere-se, portanto, que seja trabalhada no início do ano. A partir daí, existe certa flexibilidade na ordem em que as demais unidades podem ser abordadas.

Existe um quadro na segunda parte dêste Manual do professor que relaciona as habilidades específicas que constam da Bê êne cê cê para a área de Ciências da Natureza e explicita os locais em que são trabalhadas neste volume. Os esquemas do item Sugestão de cronograma Unidades e capítulos, logo mais à frente neste Manual do professor, fornecem uma visão geral da distribuição de conteúdos nos quatro anos. Além disso, subsídios específicos para o planejamento de cada capítulo são encontrados na terceira parte dêste Manual do professor, Reprodução comentada do livro do estudante.

Como comentamos anteriormente, mapas concei­tuais ajudam a planejar o curso, a visualizar pré-requisitos e a buscar estratégias para favorecer a construção e a interligação de conceitos numa aprendizagem sig­nificativa. Assim, caso o docente deseje criar novas sequências para a abordagem dos conteúdos, pode, por exemplo, elaborar seus próprios mapas conceituais envolvendo as ideias que considerar essenciais à luz da sua realidade. Então, a partir do encadeamento lógico de conceitos que estiver mais alinhado ao seu estilo pedagógico e às necessidades de seus estudantes, o docente cria a sua própria sequência para a abordagem dos capítulos.

Miniatura da página do manual do professor com quadro da BNCC.

Sugestão de cronograma • Unidades e capítulos • 6º ano

Cronogramas bimestral, trimestral e semestral sugeridos para o volume do 6º ano

Unidade

Capítulo

Bimestral

Trimestral

Semestral

A

1. Seres vivos e cadeias alimentares

1º bimestre

1º trimestre

1º semestre

2. Fotossíntese

3. Teias alimentares

B

4. Níveis de organização do corpo humano

2º bimestre

5. Ossos e músculos

2º trimestre

6. Visão

C

7. Sistema nervoso

3º bimestre

2º semestre

8. Substâncias químicas

9. Transformações químicas

3º trimestre

D

10. Atmosfera e hidrosfera

4º bimestre

11. O Planeta Terra e os recursos minerais

12. Dia e noite: regularidades celestes

Sugestão de cronograma • Unidades e capítulos • 7º ano

Cronogramas bimestral, trimestral e semestral sugeridos para o volume do 7º ano

Unidade

Capítulo

Bimestral

Trimestral

Semestral

A

1. Biodiversidade

1º bimestre

1º trimestre

1º semestre

2. Adaptação dos seres vivos

3. Diversidade da vida microscópica

B

4. Fungos

2º bimestre

5. Animais invertebrados: principais grupos

2º trimestre

6. Saneamento básico

C

7. Peixes, anfíbios e répteis

3º bimestre

2º semestre

8. Aves e mamíferos

9. Principais biomas brasileiros

3º trimestre

D

10. Máquinas simples

4º bimestre

11. Temperatura, calor e efeito estufa

12. Gases da atmosfera e placas da litosfera

Sugestão de cronograma • Unidades e capítulos • 8º ano

Cronogramas bimestral, trimestral e semestral sugeridos para o volume do 8º ano

Unidade

Capítulo

Bimestral

Trimestral

Semestral

A

1. Alimentos e nutrientes

1º bimestre

1º trimestre

1º semestre

2. Sistema digestório

3. Sistemas circulatório, linfático e urinário

B

4. Sistema respiratório

2º bimestre

5. Reprodução sexuada e reprodução assexuada em animais

2º trimestre

6. Reprodução sexuada e reprodução assexuada em plantas

C

7. Adolescência, puberdade e sistema endócrino

3º bimestre

2º semestre

8. Reprodução humana

9. Sexo, saúde e sociedade

3º trimestre

D

10. Previsão do tempo

4º bimestre

11. Lua e constelações

12. Produção e uso de energia elétrica

Sugestão de cronograma • Unidades e capítulos • 9º ano

Sugestões de cronogramas bimestral, trimestral e semestral para o volume do 9º ano

Unidade

Capítulo

Bimestral

Trimestral

Semestral

A

1. Reações químicas e Teoria Atômica de Dalton

1º bimestre

1º trimestre

1º semestre

2. Cargas elétricas e modelo atômico de Rutherford

3. Ondas eletromagnéticas e modelo atômico de Bohr

B

4. Ligações químicas

2º bimestre

5. Acústica

2º trimestre

6. Óptica

C

7. Cinemática

3º bimestre

2º semestre

8. Dinâmica

9. Gravitação

3º trimestre

D

10. Genética e hereditariedade

4º bimestre

11. Evolução dos seres vivos

12. Desenvolvimento sustentável

Algumas terminologias usadas nesta obra para referência aos conteúdos

No Ensino Fundamental, os conteúdos escolares devem estar intimamente relacionados com usos práticos e imediatos, revelando seu caráter funcional. Devem, também, propiciar ao estudante condições para que ele mesmo possa ampliar seus conhecimentos. Nas atividades escolares, os estudantes devem construir significados e atribuir sentido àquilo que aprendem, o que promove seu crescimento pessoal, contribuindo para seu desenvolvimento e socialização.

Assim, conteúdos são conhecimentos ou fórmas culturais cuja assimilação é considerada essencial para o desenvolvimento e a socialização dos estudantes.

Aprender a aprender

Os conteúdos conceituais estabelecem o fio de continuidade que encadeia os temas nesta obra. A inclusão dos conteúdos procedimentais e dos atitudinais visa ao desenvolvimento do estudante em múltiplos planos. O desenvolvimento de atitudes positivas, vinculado aos conteúdos conceituais, contribui para a vida pessoal e em sociedade. Ensinar procedimentos consiste em fazer a ponte entre o ponto de partida e o objetivo de uma sequência de ações; equivale a ensinar meios para alcançar, modos de fazer. É dotar o estudante de fórmas de agir. É ajudar o estudante a aprender a aprender.

Ao longo dos quatro volumes, alguns exercícios e atividades envolvem temas polêmicos. Não se deve esperar unanimidade de opinião. A divergência de pontos de vista, acompanhada do respeito ao outro e às suas ideias, contribui para a troca de ideias e o amadurecimento individual e coletivo. Ao pretender o desenvolvimento das capacidades do estudante, a escola – e, no nosso caso, o ensino de Ciências da Natureza – assume a necessidade de promover a autonomia do estudante e sua capacidade de interagir e cooperar.

Conteúdos conceituais

Fato ou dado é uma informação que, por si só (isto é, sem o auxílio de conceitos ou princípios), é desprovida de conexão significativa com ideias anteriores. Exemplos de fatos ou dados são o nome de ossos do corpo humano, o nome de aparelhos de laboratório e uma tabela de resultados numéricos prove­nien­tes de um experimento de laboratório.

Conceito corresponde a um conjunto de acontecimentos, símbolos, seres vivos, materiais ou objetos que apresentam algumas características comuns. Exemplos são os conceitos de vertebrado, de massa de ar, de corrente marítima, de reação química, de fôrça e de rocha.

Princípio designa um enunciado que relaciona as mudanças de um acontecimento, símbolo, ser vivo, material ou objeto (ou conjunto deles) com as mudanças em outro acontecimento, símbolo, ser vivo, material ou objeto (ou conjunto deles).

Em outras palavras, princípios correspondem a regularidades do tipo causa e efeito. Em Ciências da Natureza, são conhecidos com os nomes de leis ou princípios. Como exemplos, podemos citar o ciclo da água, a lei da gravidade, o princípio da inércia, as teias alimentares, a conservação da energia, a repetição das estações do ano e a variação do comportamento animal em função da estação do ano.

O aprendizado de fatos, conceitos e princípios implica que o estudante passe a ser capaz de, por exemplo, reconhecer, descrever e comparar ocorrências, ideias ou objetos. Assim, nesta obra, os seguintes verbos poderão aparecer intrinse­camente ligados aos conteúdos conceituais1nota de rodapé :

Identificar, reconhecer, classificar, descrever, comparar, conhecer, explicar, relacionar, situar (no espaço ou no tempo), lembrar, analisar, inferir, generalizar, comentar, interpretar, tirar conclusões, esboçar, indicar, enumerar, assinalar, resumir, distinguir.

Conteúdos procedimentais

Procedimento é o conjunto de ações organizadas para que se obtenha determinado objetivo. São exemplos de procedimento o uso do microscópio para examinar células de ce­bola, o emprêgo do computador para acessar uma página da internet, a construção de uma maquete de estação de tratamento de água, a observação de insetos no gramado de uma praça e a busca de informações em uma biblioteca.

Aprender um procedimento se traduz na capacidade de empregá-lo de fórma espontânea, a fim de enfrentar situações em busca de resultados. Ao longo desta obra, os seguintes verbos poderão ser encontrados na explici­ta­ção dos conteúdos proce­dimentais2nota de rodapé :

Manejar, confeccionar, utilizar, construir, coletar, repre­sen­tar, ob­ser­var, experimentar, testar, elaborar, si­mu­lar, demonstrar, re­construir, planejar, executar, compor.

Conteúdos atitudinais

Valor é uma ideia que regulamenta o comportamento da pessoa em qualquer situa­ção ou momento, ou seja, trata-se de um princípio ético com o qual a pessoa sente forte compromisso emocional. Os valores são usados como referencial para o julgamento das condutas próprias e alheias. Exemplos de valores são a solidariedade e o respeito à vida e à integridade física, tanto própria quanto alheia.

Norma é uma regra de comportamento que pessoas de um grupo devem respeitar quando em determinada situação. Em outras palavras, normas são padrões de conduta que membros de um mesmo agrupamento social compartilham. As normas são a concretização dos valores. Como exemplos delas, podemos citar o respeito ao silêncio em um hospital, a adequação do vocabulário à pessoa com quem falamos, o ato de não jogar lixo no chão e o ato de parar o carro quando o sinal está vermelho.

Atitude é a disposição adquirida e relativamente duradoura para avaliar uma ocorrência, situação, pessoa ou objeto e para atuar em concordância com essa avaliação. Em outras palavras, uma atitude corresponde à tendência a comportar-se de fórma consistente com os valores e as normas, diante de ocorrências, situações, pessoas ou objetos.

São as atitudes que trazem à tona o grau de respeito que o indivíduo tem aos valores e às normas, manifestando-o de fórma observável. Exemplificando, podemos relacionar a atitude sistemática de não fazer barulho num hospital como uma demonstração da interiorização do respeito a normas e valores relacionados a essa prática.

Há vários modos para explicitar aqueles conteúdos atitu­di­nais que se deseja que o estudante aprenda. Nesta obra, os seguintes verbos3nota de rodapé poderão ser encontrados na expli­citação objetivos:

Valorizar, comportar-se (de acôrdo com), respeitar, tolerar, apreciar, ponderar (positiva ou negativamente), aceitar, praticar, ser consciente de, reagir a, conformar-se com, agir, conhecer, perceber, estar sensibilizado, sentir, pres­tar atenção a, interessar-se por, obedecer, permitir, con­cordar com, preocupar-se com, deleitar-se com, re­crear-se, preferir, inclinar-se a.

Considerações sôbre a avaliação

Avaliar é uma das tarefas mais delicadas no ensino. A reflexão constante sôbre quatro perguntas básicas — Por que avaliar? Quando avaliar? O que avaliar? e Como avaliar? — pode ajudar o professor a aprimorar cada vez mais o processo de avaliação.

Por que avaliar?

Erros fazem parte do processo de aprendizagem. Não se pode considerar que a aprendizagem seja significativa somente se não ocorrerem erros.

Ao contrário, são os erros que norteiam as alterações de rumo e as constantes intervenções pedagógicas e tornam o processo de aprendizagem efetivo.

Vista sob essa óptica, a avaliação tem caráter formativo.

Além disso, prepara progressivamente os estudantes para situações existentes na vida em que somos avaliados, seja nas entrevistas de emprêgo ou nos exames de larga escala, por exemplo, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os concursos de admissão à universidade (vestibulares).

A avaliação não pode se limitar a provas mensais ou bimestrais, principalmente se constarem de perguntas que cobrem a mera repetição de palavras ou frases tiradas do livro adotado.

Considerar as provas como único modo de avaliar é perder a perspectiva da avaliação como algo muito mais amplo e que engloba, entre outras possíveis metas, verificar o grau de aprendizagem dos estudantes, orientar e ajustar a atuação dos professores e da escola e propiciar elementos para o constante repensar da prática do ensino.

Quando avaliar?

Avaliar, nesse contexto, equivale a muito mais do que simplesmente saber o resultado final do processo de aprendizagem de um conjunto de conteúdos.

Diz respeito ao acompanhamento dêsse processo em suas múltiplas etapas e facetas, avaliando o que realmente aconteceu durante a aprendizagem. Diz respeito ao acompanhamento das dificuldades e dos progressos dos estudantes à luz da realidade local. Diz respeito ao constante cuidado em perceber falhas do processo e intervir nele a fim de eliminá-las ou, pelo menos, minimizá-las.

Assim, faz-se necessário um processo de avaliação o mais contínuo possível, não se limitando apenas aos finais de capítulos ou blocos deles.

A prática de uma avaliação bem distribuída ao longo do curso, se adequadamente implementada, reduz a tensão introduzida pelas provas mensais ou bimestrais e favorece a aprendizagem significativa em detrimento da pura e simples memorização.

Avaliação inicial (avaliação diagnóstica)

Antes de iniciar novos capítulos ou blocos de conteúdos, é conveniente fazer uma avaliação inicial. Seu objetivo é sondar as ideias prévias que os estudantes têm sôbre o tema.

A partir delas, o professor prepara suas aulas e estratégias, direciona rumos, elabora revisões e retomadas que se fazem necessárias.

Além disso, conhecendo essas ideias prévias, mesmo que sejam cientificamente incorretas, pode-se utilizá-las como fontes de problematização e como ideias inclusoras.

A avaliação inicial pode ser feita de modo informal, uma vez que os estudantes invariavelmente expressam suas concepções prévias ao se posicionarem perante fatos e situações. Não é conveniente que a avaliação inicial seja longa e cansativa.

O que avaliar?

O que avaliar é decorrência dos objetivos estipulados para a aprendizagem. Deve-se cobrar, portanto, aquilo que se colocou em jôgo nas situações de aprendizado, o que não descarta todo um leque de aplicações do que se aprendeu a situações similares, mas não exatamente iguais, às vivenciadas durante o processo.

Este Manual do professor traz — na terceira parte, entre os diversos comentários pedagógicos de cada capítulo — as sugestões de conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais a serem desenvolvidos. Elas servem de roteiro para o que avaliar. Assim, o processo de avaliação permitirá também ao professor tirar conclusões sôbre o grau em que as condições de ensino criadas por ele e pela escola propiciaram a aprendizagem.

Como avaliar?

No processo de avaliação, é essencial que o professor considere as diferentes maneiras de expressão — oral, escrita, pictórica etcétera Assim fazendo, não estará privilegiando um estudante que escreve bem em detrimento de outro que se comunica com mais clareza de fórma oral ou de outro que desenha melhor do que escreve, por exemplo.

Introduzir complicadores desnecessários no momento da avaliação, além de conturbar o processo, pode distorcê-lo. É também fundamental explicitar aquilo que está sendo avaliado, pois os estudantes dão muita importância a isso e têm o direito de saber quais são as regras do processo.

Algumas sugestões

  • Observação do processo de aprendizagem, no dia a dia da sala de aula. O registro em tabelas permite ao professor avaliar a evolução de cada estudante, dedicando atenção diferenciada àqueles que, por alguma razão, dela necessitem. O acompanhamento do empenho na realização das múltiplas atividades, aliado à evolução demonstrada ao longo do tempo, é fundamental no processo de avaliação.
  • Observação das atividades em equipe e dos debates. Isso é particularmente importante para avaliar o aprendizado de atitudes gerais — respeito às ideias alheias, por exemplo — e específicas — respeito à biodiversidade, por exemplo.
  • Observação da produção dos estudantes. Durante o desenvolvimento de projetos e a realização de experimentos, o professor tem excelente oportunidade para avaliar o aprendizado de procedimentos.
  • Análise das exposições em público de textos e outras produções. Atitudes, procedimentos e conceitos estão em jôgo no momento dessas exposições.
  • Provas escritas. A sugestão é evitar a concentração de provas das várias disciplinas em um período. Fazer provas mais curtas e com maior frequência, além de poupar os estudantes da tensão que faz alguns deles se saírem mal, permite avaliar de modo mais contínuo. Nas provas, devem-se evitar situações meramente repetitivas. Não se deve, contudo, tender ao extremo oposto, o de oferecer situações muito distintas das que ocorreram durante as aulas. Equilíbrio e bom senso são fundamentais. Provas são instrumentos úteis, desde que sejam aplicadas juntamente com outros mecanismos de avaliação.

Avaliação de conteúdos conceituais

Como o aprendizado de fatos requer a memorização, é fundamental que o professor avalie qual é a real necessidade de os estudantes conhecê-los. Cobrar o conhecimento de fatos só se justifica na medida em que tal conhecimento seja útil no cotidiano ou potencialize aprendizagens subsequentes. Caso contrário, é mais importante trabalhar os procedimentos de busca de informações, pois são eles que permitem acessar uma informação sempre que necessário.

É mais difícil avaliar se um conceito foi aprendido. Como fórmas de fazer essa avaliação, sugerimos:

  • reconhecer a definição do conceito entre várias possibilidades oferecidas;
  • identificar exemplos ligados ao conceito;
  • separar em categorias exemplos ligados ao conceito;
  • fazer uma exposição oral sôbre o conceito;
  • aplicar o conceito à resolução de algum problema;
  • pedir a definição do significado do conceito.

No Ensino Fundamental nem sempre pedir a definição é o melhor modo de verificar se um conceito foi aprendido. As outras sugestões apresentadas podem se mostrar mais adequadas, desde que convenientemente trabalhadas.

Quando o processo de avaliação se resume a provas mensais ou bimestrais, a aprendizagem por memorização é estimulada. Os estudantes tentam se adaptar a esse modelo de avaliação buscando o meio mais fácil de obter “nota”. Preferem, por isso, tentar memorizar definições de conceitos em vez de compreendê-los. Para favorecer a aprendizagem significativa, é necessário que o processo de avaliação seja o mais contínuo possível.

Avaliação de conteúdos procedimentais

Avaliar um procedimento consiste essencialmente em saber se o estudante tem o conhecimento relativo a ele e se sabe executá-lo.

Assim, aprender um procedimento não significa conhecer sua “receita”. Consiste em saber usá-la. Não adianta, por exemplo, saber que numa biblioteca os livros estão catalogados em fichas. É preciso saber acessar uma informação desejada por meio delas. O grau de aprendizagem de um procedimento é tanto maior quanto maior a desenvoltura com que é executado.

Para avaliar procedimentos, é preciso acompanhar sua execução. Imagine, por exemplo, que se deseje avaliar se o estudante consegue utilizar caixinhas, cola e tesoura para construir uma maquete. Se o procedimento for deixado para ser feito em casa, o professor poderá apenas julgar se ele está finalizado ou não e a qualidade do trabalho. Não pode, porém, julgar a desenvoltura do estudante ao executá-lo. Não pode sequer ter certeza de que foi mesmo o estudante que a construiu.

O ensino explícito de procedimentos envolve uma avaliação compatível.

Avaliação de conteúdos atitudinais

Talvez a maneira mais eficiente de verificar se um estudante adquiriu uma atitude seja a observação do seu comportamento.

Isso inclui toda uma gama de situações, como a postura perante os colegas em situações de trabalho grupal, as posições defendidas em debates cujo tema esteja relacionado à atitude em questão etcétera

Por exemplo, no 7º ano pode-se verificar o aprendizado da atitude de “respeitar a vida em sua diversidade” observando as opiniões dos estudantes ao debater um tema como “O ser humano depende da biodiversidade? Por quê? Que motivos temos para conservá-la?”.

Existem, entretanto, determinados conteúdos atitudinais que não são facilmente observáveis porque envolvem comportamentos que ocorrem fóra do contexto escolar ou porque as manifestações comportamentais não são muito claras.

É o caso, por exemplo, das atitudes com relação a si próprio (cuidado consigo mesmo, aceitação própria, higiene íntima, rejeição ao consumo de drogas etcétera).

Nesses casos, é necessário solicitar aos estudantes que se expressem por escrito ou oralmente sôbre esses conteúdos.

Diferentes perfis de aprendizagem

Cada indivíduo apresenta um modo próprio de aprender coisas novas. Embora o aprendizado requeira a existência e a mobilização de diversas potencialidades individuais, a maior ou menor contribuição relativa de algumas delas faz com que cada pessoa tenha sua maneira peculiar de obter e processar as informações para construir novos conhecimentos.

A diferente contribuição ponderal das potencialidades individuais foi percebida em diversos trabalhos acadêmicos e tornou-se progressivamente objeto de pesquisa e de teorização por pesquisadores da educação. Assim surgiram descrições de estilos de aprendizagem, que refletem como diferentes pessoas podem aprender por diferentes caminhos, mesmo quando submetidas, por exemplo, a um mesmo contexto escolar.

A preocupação em detectar e descrever estilos de aprendizagem existe há algumas décadas. Os pesquisadores Rita e Quenef dãn iniciaram suas pesquisas nesse campo na década de 1960. Diversos modelos sucederam o deles, influenciando a elaboração de materiais didáticos e de propostas governamentais, nacionais ou locais, em diversos países. Alguns dos modelos de estilos de aprendizagem se fundamentam em teorias anteriores a essa época, por exemplo, os trabalhos do suíço Jan piagê (1896-1980), do bielorrusso vigótisqui (1896-1934) e do suíço carl iúng (1875-1961).

A literatura contém uma profusão de materiais diferentes a respeito dos estilos de aprendizagem. Esse campo de estudo “não tem uma história unificada e fundações filosóficas e teóricas coesas. Principalmente em razão dessa falta de raízes históricas e teóricas, o grau de avanço dessa área foi alentecido por muitos desafios na história dos estilos. Apesar dessas dificuldades, esse campo floresceu nas últimas três décadas.” (Tiã, L; Istãrnberg, ; Ráiner, sem Intellectual styles: challenges, milestones, and agenda. ín: Tiã, ; Istãrnberg, ; Ráiner, sem Handbook of intellectual styles: preferences in cognition, learning, and thinking Nova York: Springer, 2012. página 16-17. Tradução dos autores.)

Uma extensa revisão crítica da literatura realizada por Cófildi e colaboradores, publicada em 2004, identificou 71 modelos diferentes descrevendo estilos de aprendizagem (Cófildi, F. êti áli. Learning styles and pedagogy in post-16 learning: a systematic and critical review. Londres: Learning Skills Research Centre, 2004). Embora diferentes, todos esses modelos compartilham a premissa de que os estudantes têm propensões diversas quanto à fórma de captar informações e de processá-las, e o aprendizado é favorecido quando os métodos empregados na educação se harmonizam com suas preferências individuais. Em outras palavras, indivíduos distintos apresentam peculiaridades quanto ao modo de instrução e de estudo que é mais efetivo para o seu caso particular.

Mesmo concordando quanto a essa premissa, a variedade de modelos existente na literatura e as variadas acepções com que certas terminologias são empregadas tornam necessário explicitar com clareza qual é o modelo escolhido nesta obra de Ciências da Natureza para sugerir abordagens que favorecem cada modo de aprendizagem, bem como o significado dos termos que são empregados nas sugestões.

Nesta obra, utilizamos aspectos de um modelo desenvolvido pelo teórico da educação Deivid Colbi. Ele elaborou, em 1984, um inventário de estilos de aprendizagem que é um dos instrumentos de diagnóstico bastante difundidos quando se fala em estilos de aprendizagem. Colbi e diversos colaboradores continuaram a angariar evidências que corroboram esse modelo e a desenvolvê-lo, sendo que uma das atualizações mais significativas foi publicada em 2015 (Colbi, D. A. Experiential learning: experience as the source of learning and development. segunda edição Upper Saddle River: Pearson, 2015). No modelo de Colbi, os estilos de aprendizagem individual estão relacionados à importância de quatro aspectos.

Dois dêsses aspectos, denominados experiência concreta e conceitualização abstrata, referem-se à apreensão daquilo que é novo, à maneira como o indivíduo percebe o mundo, ao modo como ele recebe as informações:

Experiência concreta (ê cê) – Algumas pessoas têm preferência por receber a informação por meio de experiências (não nos referimos aqui a experimentos científicos), ou seja, percepções que envolvem o momento presente, vivências sensoriais e/ou emocionais, interações com os outros. Indivíduos que têm forte viés experiencial confiam bastante na própria intuição e apreciam estar imersos na experiência. Gostam de ouvir e compartilhar histórias, de dialogar e se envolver em atividades em equipe.

Conceitualização abstrata (cê á ) – Outros indivíduos preferem receber a informação de modo intelectual, gostando da leitura e da pesquisa. Têm predileção por receber a informação de uma fonte que considerem ter domínio do assunto e por meio de apresentações bem estruturadas, sejam aulas, palestras ou material para leitura. Normalmente, sentem-se à vontade com aulas expositivas e palestras.

A percepção de informações por diferentes estudantes pode variar dentro de uma ampla gama que vai desde a intensa preferência pela experiência concreta até uma predileção acentuada pela conceitualização abstrata.

Fotomontagem. Seta vertical dupla, com o termo percepção. Na ponta superior da seta, o termo 'sentimento' e a fotografia de três meninas sorridentes e abraçadas, uma negra com camiseta vermelha, uma asiática com camiseta azul escura, e uma branca com camiseta azul clara. Ao lado há o texto 'Indivíduos experienciais aprendem por meio de suas próprias experiências.'
Na ponta inferior da seta, o termo 'pensamento' e a fotografia de uma menina negra com camisa xadrez deitada de bruços e segurando um livro aberto. Ao lado há o texto 'Indivíduos 'conceituadores' apoiam-se em fontes externas de expertise.'
A percepção de mundo vinculada à obtenção de informações pode ir desde um viés intenso de sentimento (experiência concreta) até um de pensamento (conceitualização abstrata).

Fonte: Engage: the trainer’s guide to learning styles. Hoboken: John Wiley, 2012. página 50.

Quando recebemos uma nova informação, nós a processamos para que faça sentido. Assim, os outros dois aspectos do modelo de Colbi, a observação reflexiva e a experimentação ativa, relacionam-se ao modo como o indivíduo processa a informação para a construção de conhecimentos, ou seja, como ele significa (dá sentido, traduz, interpreta, entende) a nova informação:

  • Observação reflexiva (ó érre) – Existem pessoas que, ao receberem informações, ponderam sôbre elas, refletindo antes de agir. Assim, atuam como espectadores que desejam entender as informações, esforçando-se mentalmente para que o experienciado adquira sentido antes de utilizar a nova informação. Em uma situação de aprendizagem, indivíduos nos quais esse viés é intenso mantêm-se cautelosos e observam, perguntam para esclarecer suas dúvidas, são reflexivos acêrca das atividades propostas e, às vezes, gostam de esperar o desenrolar das coisas antes de se aventurar nelas.
  • Experimentação ativa (ê á) – Ao contrário, há pessoas com predileção por entrar logo em ação, tentando dar sentido às novas informações por meio de sua aplicação. (Nesse contexto, o termo experimentação não se refere exclusivamente ao contexto científico, embora possa também incluí-lo.) Pessoas com esse perfil agente prontamente imaginam de que modo utilizar a nova informação ou como compartilhá-la. Gostam de fazer. Diligentemente colocam-se em atividade e tendem a terminar as tarefas com rapidez, às vezes deixando de lado alguns aspectos que deveriam também contemplar. Estudantes nos quais esse perfil é intenso tendem a manifestar mais interêsse por assuntos cuja utilidade ou significado prático seja evidente.
Fotomontagem. Seta horizontal dupla, com o termo 'processamento' Na ponta esquerda da seta, o termo 'Ação' e a fotografia de três adolescentes: uma menina negra com camisa vermelha, um menino asiático com camisa azul e uma menina branca com camisa verde clara. Eles estão sentados em volta de uma mesa com computador, tablet e outros objetos. Abaixo há o texto 'Indivíduos 'fazedores' preferem que as informações adquiram sentido por meio da prática.' Na ponta direita da seta, o termo 'Reflexão' há a fotografia de um grupo de quatro estudantes, todos com camisa branca. Duas meninas brancas, um menino branco e uma menina negra. Eles estão em uma sala de aula usando cadernos, lápis e canetas. Acima, há o texto 'Indivíduos 'espectadores' preferem que as informações façam sentido por meio da reflexão.'
O processamento das informações pode variar desde um viés intenso de observação acompanhada da tentativa de interpretação (observação reflexiva) até um de agir para aplicar a informação (experimentação ativa).

Fonte: , djêi, ópi citi, página 51.

Nas palavras do próprio Colbi:

“Uma orientação para a experiência concreta foca em estar envolvido em experiências e em estabelecer, de modo pessoal, interações humanas diretas. Enfatiza o sentir em oposição ao pensar; uma preocupação com a unicidade e a complexidade da realidade presente em contraposição a teorias e generalizações; uma abordagem intuitiva, ‘artística’, em oposição à abordagem sistemática e científica dos problemas. Pessoas com orientação para experiências concretas apreciam o relacionamento com outras e são boas nisso. São frequentemente tomadoras de decisões intuitivas e funcionam bem em situações não estruturadas. O indivíduo com essa orientação valoriza relacionar-se com pessoas e estar envolvido em situações reais, apresentando uma atitude de mente aberta para a vida.

Uma orientação para a observação reflexiva foca em entender o significado de ideias e situações por meio de sua observação cuidadosa e descrição imparcial. Enfatiza entender em oposição a aplicar na prática; uma preocupação com o que é verdadeiro ou como as coisas acontecem em contraposição ao que funcionará; uma ênfase na reflexão em oposição à ação. Pessoas com orientação reflexiva apreciam intuir o significado das situações e das ideias e são boas em antever suas implicações. Têm facilidade para perceber as coisas de diferentes perspectivas e apreciar pontos de vista distintos. Gostam de confiar em seus próprios pensamentos e sentimentos para elaborar opiniões. Indivíduos com essa orientação valorizam a paciência, a imparcialidade e a opinião ponderada.

Uma orientação para a conceitualização abstrata foca em usar lógica, ideias e conceitos. Enfatiza pensar em oposição a sentir; uma preocupação em elaborar teorias gerais em contraposição ao entendimento intuitivo de áreas únicas ou específicas; uma abordagem científica, em vez de artística, aos problemas. Um indivíduo com orientação abstrata e conceitual aprecia planejamento sistemático, manipulação de símbolos abstratos e análise quantitativa, sendo bom em tudo isso. Pessoas com essa orientação valorizam a precisão, o rigor e a disciplina na análise de ideias, bem como a qualidade estética de um sistema conceitual organizado.

Uma orientação para a experimentação ativa foca em influenciar ativamente as pessoas e modificar situações. Ela enfatiza aplicações práticas em oposição ao entendimento por reflexão; uma preocupação pragmática com o que funciona em contraposição ao que é absolutamente verdadeiro; uma ênfase no fazer em vez de observar. Pessoas com orientação para a experimentação ativa gostam de fazer coisas e são boas nisso. Elas estão dispostas a correr algum risco para atingir seus objetivos. Valorizam ter uma influência no ambiente ao seu redor e apreciam ver resultados.” (Colbi, D. A., ópi citi, página 105. Tradução dos autores.)

A partir dêsses quatro aspectos, tem-se a possibilidade de representar em um espaço bidimensional as contribuições de cada um, evidenciando, dessa maneira, a gama de variações possíveis da ponderação que essas influências fundamentais podem ter no estilo de aprendizagem das pessoas. Uma das dimensões dessa representação envolve a priorização da experiência concreta (ê cê) ou da conceitualização abstrata (cê á ), ou seja, do sentir ou do pensar. Outra dimensão expressa a predileção pela observação reflexiva (ó érre) ou pela experimentação ativa (ê á), ou seja, por assistir ou por fazer. Nesse espaço bidimensional, Colbi reconheceu inicialmente quatro estilos de aprendizagem, conforme as possibilidades de combinação de pares dessas influências.

Esquema com um círculo rosa dividido em quatro quadrantes por uma seta vertical e outra horizontal. No quadrante superior esquerdo, entre 'Experimentação ativa (EA)' e 'Experiência concreta (EC)', há o texto 'Aprendizes que preferem 'fazer' e 'sentir''. No quadrante superior direito, entre 'Experiência concreta (EC)' e 'Observação reflexiva (OR)', há o texto 'Aprendizes que preferem 'sentir' e 'assistir''. No quadrante inferior direito, entre 'Observação reflexiva (OR)' e 'Conceituação abstrata (CA)', há o texto 'Aprendizes que preferem 'assistir' e 'pensar''. No quadrante inferior esquerdo, entre 'Conceitualização abstrata (CA)' e 'Experimentação ativa (EA)', há o texto 'Aprendizes que preferem 'pensar' e 'fazer''.
As contribuições relativas de cada uma das quatro orientações fazem cada indivíduo ser único em termos de aprendizagem. Considerando-se as orientações duas a duas, tem-se o que está nesse esquema: contribuições mais marcantes de um dos modos de obter as informações (perceber) e de uma das maneiras de processá-las (dar sentido a elas).

Fonte: , djêi, ópi citi, página 52; Colbi, D. A., ópi citi, página 140.

Dentro dessa linha de pensamento, os aprendizes cujo perfil tem alta influência de ê cê e ó érre se apoiam na intuição e nos sentimentos ao captar a informação e atribuir significância a ela, utilizando um tempo para refletir antes de agir. Esse estilo é denominado imaginativo.

Aqueles que têm forte influência de ó érre e cê á , em uma situação de aprendizagem, tendem a se apoiar na informação e no conhecimento da fonte externa para decidir a relevância da nova informação, refletindo sôbre seu sentido antes de atuar. Esse estilo é chamado de analista.

Quando existe forte viés de cê á e ê á, existe a tendência de, ao receber novas informações, tentar dar sentido a elas por meio da ação, colocando a “mão na massa”, testando, fazendo e verificando os resultados. Esse estilo é denominado decididor.

Estudantes com alta ponderação relativa de ê á e ê cê são influenciados pelos sentimentos durante a situação de aprendizagem e atribuem significado às novas informações por meio do fazer, da atuação prática. Esse estilo é chamado de iniciante.

Esse cenário de quatro perfis de aprendizagem, caracterizados pela forte influência de um par de aspectos em cada um, foi ampliado por Colbi, em função dos resultados de seus estudos e dos de outros pesquisadores envolvidos na aplicação do modelo. No novo cenário, mais cinco foram acrescentados: o estilo experimentador, fortemente influenciado pela ê cê (com contribuições equilibradas de ê á e ó érre), o estilo reflexivo, com forte viés da ó érre (e balanceamento entre ê cê e cê á ), o estilo pensador, com predomínio da cê á (e contribuições equânimes de ê á e ó érre), o estilo atuante, no qual é grande a predominância da ê á (e existe harmonia entre cê á e ê cê), e o estilo balanceado, caracterizado por contribuições igualitárias das quatro componentes, ê cê, cê á , ó érre e ê á.

Perfis de aprendizagem e esta obra

Apresentado esse arcabouço teórico, podemos comentar como, ao utilizar esta obra, o docente consegue contemplar diferentes perfis de aprendizagem.

Não há a necessidade de se apegar aos nomes dados aos estilos nem ao estabelecimento de um diagnóstico pormenorizado de como cada estudante aprende. O ponto essencial é perceber e aceitar a importância de diversificar a fórma de trabalhar os conteúdos e a necessidade de oferecer atividades de diferentes tipos.

Ao equilibrar a utilização de abordagens e atividades que favoreçam a experiência concreta com outras que priorizem a conceitualização abstrata, o docente terá chances muito maiores de atingir todo o espectro de maneiras como os estudantes percebem e captam as novas informações essenciais para a construção de novos conhecimentos.

Também ao mesclar abordagens e atividades que vão ao encontro de quem tem propensão à observação reflexiva com outras que coadunam com quem é mais propenso à experimentação ativa, você aumenta as chances de favorecer toda a gama de modos de processamento das novas informações em situações de ensino-aprendizagem.

Nesse sentido, no que tange à apreensão das informações, tenha em mente que:

  • Estudantes com elevada propensão à experiência concreta podem aprender melhor em situações calcadas na interação social, na experiência com seus pares, tais como debates e atividades coletivas. Também apreciam filmes, simulações digitais, encenações, atividades práticas, visitas e trabalhos de campo. Eles são favorecidos por atividades como as dos boxes Trabalho em equipe e Para discussão em grupo, as da seção Isso vai para o nosso blog! e as sugestões de visita guiada.
  • Estudantes com alta inclinação à observação reflexiva são favorecidos por circunstâncias em que podem assistir e julgar o que presenciam, pensando a respeito das informações recebidas. Sentem-se à vontade com leituras, vídeos e aulas expositivas, bem como na busca de informações. São favorecidos pelos textos incluídos na obra e pelas atividades dos boxes Use a internet e Tema para pesquisa.

Quanto ao processamento da informação, lembre-se sempre de que:

  • Indivíduos com forte viés de conceitualização abstrata sentem-se mais confortáveis quando submetidos a situações que favorecem aprendizado conceitual e analítico fundamentado no raciocínio lógico. Apreciam a ênfase teórica e a análise sistemática, assistir a aulas e palestras com estruturação bem definida e a utilização de modelos, analogias, protocolos e classificações. Costumam ter facilidade no reconhecimento de padrões. Eles são favorecidos pelos esquemas presentes na obra, pela interpretação de mapas conceituais e pela seção Use o que aprendeu.
  • Indivíduos inclinados à experimentação ativa têm grande disposição para atividades práticas. Aprendem com maior facilidade ao se envolver em atividades experimentais das Ciências da Natureza e ao participar de projetos e da construção de coisas. Engajam-se em atividades de sala, estudos de caso e visitas guiadas. Eles são favorecidos pelas atividades práticas da seção Motivação e do Suplemento de projetos, bem como por diversas atividades da seção Explore diferentes linguagens.

Elementos para a reflexão sôbre a prática docente

Todo educador almeja ser melhor e conseguir auxiliar verdadeiramente os estudantes. As reflexões sôbre como o papel de educador é exercido podem adquirir diversas dimensões. Uma delas, de grande relevância, diz respeito às práticas docentes escolhidas e como elas são realizadas.

Para lançar algumas ideias que podem ser úteis nessa reflexão, consideremos, a título de exemplo, quatro docentes e algumas de suas caraterísticas.

Docente A – É acolhedor, dialoga, favorece experiências de aprendizagem centradas nos aspectos que considera verdadeiramente relevantes, propõe com frequência trabalhos em equipe e discussões em grupo, promove ações cooperativas entre os estudantes, propõe situações que favorecem o autoconhecimento, procura incentivar o crescimento individual, valoriza e promove a autenticidade, considera que o conhecimento potencializa insights pessoais (“inspirações”, “sacadas”) e fornece devolutivas (feedback) aos estudantes sôbre sua participação na coletividade.

Docente B – Procura desenvolver nos estudantes o gôsto intelectual pelo conhecimento, preocupa-se em transmitir informações, tem convicção de que o ensino deve priorizar a apresentação sistemática e organizada dos conteúdos, incentiva o pensamento e o estabelecimento de relações entre os conceitos, considera que os saberes permitem ampliar as conexões entre as experiências pessoais do estudante, planeja detalhadamente o curso e as aulas (e respeita esse planejamento), é convicto de que o ensino deve aprofundar o entendimento dos pontos mais significativos, apega-se a informações factuais e a pormenores, procura manter-se bem informado e ser o mais preciso possível ao transmitir informações.

Docente C – Valoriza apresentar aplicações práticas do que é estudado, tem convicção de que o conhecimento possibilita a correta tomada de decisões, acredita que uma abordagem lógica a um problema é mais eficiente que uma emocional, considera que o ensino deve ser direcionado ao desenvolvimento de habilidades e competências, dá grande importância à capacidade de execução (por exemplo, redigir, esquematizar, calcular, relacionar, resolver), foca na obtenção dos resultados, propõe atividades que envolvam execução (“mãos à obra”), aprecia as aptidões técnicas e atribui pontuações seguindo critérios bem definidos e sistemáticos.

Docente D – Procura elevar o ânimo dos estudantes, proporciona situações de aprendizagem que se constituam em experiências pessoais enriquecedoras, cria oportunidades para favorecer a autodescoberta, ajuda os estudantes a atuarem conforme seus objetivos pessoais e seus projetos de vida, preocupa-se em ampliar as fronteiras dos estudantes, utiliza metodologias ativas diversificadas, propõe situações em que os aprendizes possam atuar, tem convicção de que o ensino deve levar em conta as inclinações e os interêssis dos estudantes e é interessado em buscar novas fórmas de ensinar e de estimular o gôsto pelo aprendizado.

Reflita um pouco sôbre essas descrições. Compare com você, sua atuação, seus valores e suas concepções sôbre a atuação do educador.

Com qual dêsses docentes você mais se identifica? Por quê? Que características dele vão ao encontro de suas aspirações e de seus valores? Mesmo havendo essa identificação, é possível que você não tenha algumas das características dêsse docente. Quais? Por quê? Não concorda com elas ou não as desenvolveu?

Qual dos quatro docentes apresentados menos se parece com você? Quais das características dele são as mais distantes do seu perfil? Ainda assim, é provável que você respeite e valorize alguns aspectos do perfil dele. Quais? Por quê?

Cada um dos quatro educadores, apesar de suas diferentes propensões, apresentam algumas qualidades relevantes para o ensino, sôbre as quais podemos refletir e com as quais podemos aprender.

O docente A enfatiza a interação entre os estudan­tes e a necessidade de diálogo entre eles. Prioriza a efetividade, a relevância e a significância para o indivíduo. Estudantes que apresentam alta tendência à experiência concreta e à observação reflexiva tendem a apreciar esse estilo de professor. (Veja essas terminologias na seção Diferentes perfis de aprendizagem.) Para os aprendizes mais propensos à conceitualização abstrata e à experimentação ativa, o estilo do docente A poderá ser um pouco desafiador, mas proporcionar crescimento. Para ser mais efetivo no direcionamento a esses perfis de aprendizagem, o docente A pode estruturar melhor sua abordagem, aproveitar as terminologias e os conceitos que surgem no diálogo para realizar uma formalização e conectar esses termos a fontes de informação, como o livro do estudante, referências bibliográficas e páginas confiáveis da internet.

Ele também pode enunciar melhor as competências e habilidades que deseja desenvolver e aproveitar o diálogo para preparar os estudantes para a ação, para aplicações em atividades que envolvam leitura e interpretação de textos, esquemas e gráficos, bem como a elaboração de textos, postagens e esquematizações. A interpretação e a construção em aula de mapas conceituais podem auxiliar esse docente a ser mais efetivo. (sôbre isso, veja o quadro Como ajudar os estudantes a construir um mapa conceitual, apresentado anteriormente, neste Manual do professor). O docente A pode, ainda, dedicar um pouco de tempo para que os aprendizes compreendam as aplicações práticas do que aprendem.

O docente B valoriza o conhecimento, a precisão e a clareza didática. Seu estilo vai ao encontro do modo como aprendem os estudantes com viés fortemente influenciado pela observação reflexiva e pela conceitualização abstrata. Ele pode ser ainda mais efetivo ao proporcionar situações práticas para os estudantes verificarem se conseguem aplicar o que aprenderam. Ele também pode priorizar os pontos mais importantes (em vez de se apegar a pormenores) e explorar outras metodologias além da aula expositiva.

O docente B é, às vezes, receoso de abrir o diálogo e as coisas saírem de seu contrôle. Também considera que situações de interação “atrasam o andamento do programa”. Contudo, os estudantes com maior inclinação à experimentação ativa e à experiência concreta podem ter dificuldade com esse perfil docente, pois se ressentem do excesso de informações expositivas e de não atuarem na prática. Esses aprendizes precisam ter a chance de explorar e compartilhar vivências relacionadas ao conteúdo. Para ser mais efetivo, esse educador pode, gradualmente, utilizar situações que oportunizem a interação (debates com a turma, trabalhos em equipe, encenações), até que se sinta seguro em administrá-las.

Também é oportuno que o docente B diversifique as metodologias empregadas, a fim de proporcionar situações para a apreensão do conhecimento em outros contextos que não sejam apenas a leitura e a exposição. (Veja, por exemplo, a seção Práticas didático-pedagógicas alinhadas ao papel de professor mediador, à frente.)

O docente C tem seu foco na eficiência, na competência e na produtividade. Esse estilo vai ao encontro dos aprendizes inclinados à experimentação ativa e à conceitualização abstrata, pois eles apreciam relacionar o que se aprende ao mundo real, lançando-se prontamente à ação e às aplicações. Entre estudantes com esse perfil, alguns manifestam propensão a carreiras como engenharia e tecnologia da informação.

Já os estudantes mais inclinados à observação reflexiva e à experiência concreta podem apresentar algumas dificuldades com esse estilo de docência, por sentirem falta de situações de interação pessoal ou por não perceberem claramente as inter-relações conceituais lógicas envolvidas nos aspectos teóricos. Para ser mais efetivo e conseguir atingir também esses aprendizes, o docente C pode propor a discussão de temas que envolvam aplicações das Ciências da Natureza, incluindo nela a oportunidade de os estudantes manifestarem suas experiências de vida e suas opiniões sôbre as temáticas envolvidas. Também pode dedicar um pouco mais de tempo para o arcabouço conceitual que embasa as aplicações práticas.

Esse docente encontra oportunidades para seu aprimoramento ao perceber as necessidades dos estudantes propensos às vivências pessoais e/ou à reflexão sôbre as novas informações antes de colocá-las em prática. (sôbre isso, veja também a seção Práticas didático-pedagógicas alinhadas ao papel de professor mediador, à frente.)

O docente D preocupa-se com a inovação e a busca de novas possibilidades. Sua fórma de atuação favorece os aprendizes com propensão à experiência concreta e à experimentação ativa, na medida em que proporciona situações de interação do estudante com seus pares e também a atuação prática em diferentes cenários metodológicos. Docentes com esse perfil costumam deixar certo espaço no seu planejamento pedagógico para que possam aproveitar situações oportunas que surgem durante o percurso, flexibilizando sua abordagem e oportunizando novas vivências. Em função do modo de ser dêsse educador, alguns estudantes podem não acompanhar os saltos mentais durante sua fala. Além disso, podem considerar que sua fórma de abordagem é desorganizada ou incompleta.

O docente D pode crescer profissionalmente ao atentar a aspectos que favoreçam os estudantes inclinados à observação reflexiva e à conceitualização abstrata. Pode, por exemplo, dedicar mais tempo ao trabalho ativo com terminologias (veja a proposta da seção Amplie o vocabulário!), à interpretação de mapas conceituais e à estruturação das aulas, demarcando mais enfaticamente a relação entre o que se está estudando e o livro do estudante ou outras fontes de informação.

A reflexão sôbre os pontos aqui tratados – aliada à permanente abertura ao diálogo, à atenção aos aspectos humanos envolvidos na interação entre professores e estudantes e à relação cordial com os demais docentes e profissionais da escola – pode influenciar muito positivamente as práticas pedagógicas e resultar em crescimento significativo para todos.

Práticas didático-pedagógicas alinhadas ao papel de professor mediador

Tão importante quanto o que ensinar é como ensinar. Logo, além de dominar os conteúdos de Ciências da Natureza, o professor precisa oferecer oportunidades adequadas para que o estudante assuma o protagonismo do seu processo de aprendizagem. Nessa perspectiva, o livro do estudante é um parceiro do professor, na medida em que sugere práticas didático-pedagógicas apropriadas ao desenvolvimento das habilidades e competências propostas pela Bê êne cê cê.

A seguir, são apresentadas algumas práticas que podem auxiliar o professor no desenvolvimento dos estudantes.

Pesquisa

A atividade de pesquisa se constitui em um valioso recurso para desenvolver uma postura investigativa, à medida que favorece a participação ativa do estudante na construção e na produção do conhecimento.

Essa atividade permite que o estudante exerça sua criatividade, construa um raciocínio crítico para articular os vários conhecimentos, aprenda a organizar, tratar e analisar as informações, bem como a compartilhá-las por meio da escrita ou da apresentação oral. Assim, o estudante pode desenvolver algumas das competências gerais, como aquelas que exercitam comunicação, argumentação, conhecimento, pensamento científico, crítico e criativo.

Experimentação

A atividade experimental é fundamental para a aprendizagem em Ciências, uma vez que estimula o estudante a se tornar um sujeito ativo na construção do conhecimento. De acôrdo com a literatura especializada, a experimentação motiva os estudantes e desperta sua atenção; promove o desenvolvimento de trabalhos em grupo e incentiva a tomada de decisões; auxilia a estimular a criatividade e a aprimorar a capacidade de observação, o registro, a análise de dados e a proposição de hipóteses para os fenômenos; possibilita que os estudantes aprendam conceitos científicos, detectem e corrijam erros conceituais; permite que compreendam a natureza das Ciências e as relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade, e aprimorem habilidades manipulativas.

As experimentações propostas são investigativas, oferecendo ao estudante maior oportunidade de aprendizado, uma vez que ele pode exercer o protagonismo em sua condução, elaborando, discutindo, reformulando e descartando hipóteses, enquanto o professor atua como mediador do processo. Essa prática possibilita o desenvolvimento das competências gerais que enfatizam conhecimento, comunicação, argumentação, assim como pensamento científico, crítico e criativo.

Registro reflexivo

Esse modelo de atividade se caracteriza como uma ferramenta valiosa para desenvolver normas, atitudes e valores com o objetivo de suscitar no estudante habilidades socioemocionais, como: cooperação, solidariedade, respeito, capacidade de fazer melhores escolhas e cuidado consigo e com o outro. Nesse contexto, ficam em evidência as competências gerais propostas pela Bê êne cê cê que desenvolvem autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação.

Um exemplo presente no capítulo 4 do livro do estudante do 6º ano é a proposta de reflexão sôbre a crença indiscriminada de algumas pessoas em anúncios publicitários relacionados aos cuidados com o corpo. Os estudantes são instigados a pensar sôbre a veracidade das inúmeras propagandas que prometem “milagres” para a beleza e a saúde, levando-os a refletir acêrca de si mesmos, de sua relação com o próprio corpo e de suas escolhas, além de contribuir para o desenvolvimento de uma visão crítica sôbre as informações amplamente disponíveis nos dias atuais, principalmente nas plataformas digitais, tão acessíveis às crianças e aos jovens.

O capítulo 6 do 7º ano propõe, por exemplo, uma reflexão sôbre o consumo de água tratada e os danos causados pelo desperdício de água e, também, sôbre os hábitos de higiene pessoal e seus impactos sôbre a própria saúde. Alguns exemplos presentes nos capítulos 8 e 9 do 8º ano propõem reflexões sôbre cuidados relacionados à reprodução e à sexualidade, como a importância de realizar a higiene da região genital, as vantagens do planejamento familiar e os cuidados que a mulher deve ter durante a gestação para garantir a saúde do bebê. Um exemplo presente no capítulo 12 do 9º ano é a proposta de reflexão sôbre hábitos e atitudes que impedem o desenvolvimento sustentável. A atividade estimula a proposição de ideias que contribuam para modificar esses aspectos do comportamento.

Questões discursivas

A atividade é uma ferramenta para os estudantes desenvolverem suas habilidades de leitura, interpretação e produção de texto. Por meio dela, competências como comunicação, conhecimento e argumentação são trabalhadas ao longo do ano. As questões discursivas podem ser utilizadas depois que cada capítulo for trabalhado ou antes de trabalhar o conteúdo. Nesse caso, o estudante deverá estudar em casa, fazendo pesquisas e levando suas dúvidas para a sala de aula.

Compartilhamento de conhecimentos em plataforma digital

O objetivo principal é que os estudantes sejam estimulados a escrever sôbre os temas da aula, bem como sôbre os resultados de aulas práticas e algumas curiosidades. Essa atividade permite reconhecer o papel da tecnologia a favor da aprendizagem e também como meio de produzir e compartilhar informações e conhecimento. Além disso, desenvolve a capacidade de argumentação e leitura e promove a interação necessária para a comunicação. São trabalhadas, dessa fórma, as competências gerais que enfatizam cultura digital, comunicação, conhecimento, argumentação, empatia e cooperação.

Trabalho em grupo utilizando o método jigsaw

O livro do estudante propõe diversas atividades em grupo, o que favorece o desenvolvimento de habilidades relacionadas, por exemplo, à escuta, à cooperação e à autonomia, de modo que os estudantes possam buscar benefícios individuais e coletivos. O método jigsaw (“quebra-cabeça”, em inglês) é uma oportunidade para desenvolver competências cognitivas, pois permite que cada estudante assuma um papel. O método é estruturado em duas fases. Na primeira, os estudantes são divididos em grupos base, e um tópico específico é debatido por todos do grupo, a partir de questões norteadoras. Esse tópico é, então, subdividido de acôrdo com a quantidade de estudantes do grupo base. Na segunda fase, os estudantes estudam e debatem os subtópicos com estudantes de outros grupos, desde que tenham esse subtópico em comum, formando, assim, grupos de especialistas. Posteriormente, os estudantes retornam ao seu grupo base e apresentam aos demais estudantes o que aprenderam. Reúnem-se, dessa fórma, conhecimentos indispensáveis para a compreensão do tópico específico.

Ao utilizar esse método, é fundamental que o professor defina com antecedência os temas a serem discutidos, forneça um texto-base e elabore as questões norteadoras para fomentar a discussão, bem como organize os grupos e atue como mediador em todo o processo.

Sala de aula invertida

Essa prática pedagógica favorece o protagonismo do estudante como sujeito responsável por sua própria aprendizagem. Os estudantes têm acesso direto ao conhecimento, e o professor atua como orientador e mentor, sustentando a aprendizagem do estudante enquanto o estimula a se envolver com as tarefas propostas. Tal prática exige que o professor:

  • disponibilize os conteúdos em ambiente virtual para que os estudantes possam acessá-los, cada um no seu tempo, quantas vezes quiserem. Os conteúdos podem ser vídeos, imagens, textos, apresentações ou qualquer outro material educativo escolhido pelo professor. O estudante deve ser orientado a interagir com esses materiais antes da aula, levando suas dúvidas para a sala;
  • planeje o que será feito durante a aula. Para tanto, é fundamental que o professor escolha atividades diferenciadas que estejam relacionadas ao que o estudante leu/estudou/assistiu. Assim, na sala de aula, conceitos são discutidos e aplicados, projetos são realizados, trabalhos em pares são executados, atividades experimentais são desenvolvidas, entre outras propostas, enquanto o professor se dedica a oferecer atenção mais personalizada a cada estudante.

A partir dessa prática, competências como conhecimento, pensamento científico, crítico e criativo, comunicação, argumentação e autogestão são desenvolvidas.

Seminário

O seminário constitui-se na apresentação oral de um tema por um estudante ou grupo a um público, que pode ser interativo. Material audiovisual pode dar suporte à apresentação oral. É fundamental o apôio do professor em todo o processo de realização do seminário, desde o planejamento e a organização até a escolha dos temas, a orientação dos estudantes, a disponibilização dos recursos necessários e a mediação no dia da apresentação. Os estudantes podem utilizar, como recurso visual de apôio, cartazes confeccionados em cartolina, maquete, apresentação elaborada no computador, de acôrdo com as possibilidades e a fase de transição entre os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental.

Por envolver apresentação oral e interação com o público, o seminário contribui para que o professor atinja propósitos como o aprofundamento de um determinado tema e o desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos estudantes. A atividade contribui para desenvolver competências como comunicação, conhecimento, argumentação, autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação, se realizada em grupo, cultura digital, se houver pesquisa na internet, e uso de tecnologia como recurso de apresentação.

Gestão de sala de aula

Uma boa gestão de sala de aula é extremamente importante para o professor atingir os objetivos educacionais, desenvolvendo as habilidades e competências propostas pela Bê êne cê cê, e, assim, contribuir para a formação do cidadão atuante. Gerir a sala de aula inclui aspectos que claramente se relacionam durante as práticas, como o trabalho com o conhecimento, a organização da coletividade e o cultivo e o cuidado das relações interpessoais.

O estabelecimento de regras claras é fundamental para uma gestão participativa, uma vez que a definição dêsses combinados rege os direitos e as responsabilidades de todos em sala de aula.

É importante observar que o 6º ano se caracteriza por um período de transição entre os anos iniciais e finais do ensino fundamental, acarretando mudanças significativas para o estudante que devem ser consideradas pelo professor de Ciências. A mudança do professor generalista dos anos iniciais para o professor especialista de cada componente e o aumento da complexidade dos conhecimentos a partir do 6º ano, decorrente dessa especialização, são alguns dos pontos relevantes que podem causar impactos no processo de aprendizagem do estudante. Não menos importante é a faixa etária do 6º ano, que corresponde ao período de entrada na adolescência, caracterizado por intensas mudanças biológicas, psicológicas, sociais e emocionais do sujeito. É necessário, portanto, que o professor apoie o estudante nessa transição, fortalecendo sua autonomia e oferecendo-lhe diferentes oportunidades e ferramentas para uma interação eficaz com os conhecimentos e as fontes de informação.

No 7º ano inicia-se um período de consolidação do ensino fundamental, no qual os conhecimentos decorrentes da especialização de cada componente curricular se tornam mais complexos. É necessário que o professor apoie o estudante nessa fase de consolidação, fortalecendo sua autonomia e oferecendo-lhe diferentes oportunidades e ferramentas para uma interação eficaz com os conhecimentos e as fontes de informação.

É importante atentar para a fórma como os estudantes organizam seus estudos e perceber se estão enfrentando alguma dificuldade específica. Se necessário, o tempo em sala de aula pode ser empenhado para apoiá-los nessa organização.

No trabalho com o conhecimento, o professor deve gerenciar os conteúdos e o desenvolvimento das atividades em sala de aula. Portanto, as práticas e as situações de aprendizagem devem ser planejadas em consonância com os objetivos de aprendizagem a serem alcançados. Ao planejar as práticas, é importante considerar o espaço onde elas serão desenvolvidas e o tempo necessário, organizar previamente os materiais para sua realização e providenciar os equipamentos a serem utilizados. O espaço deve acolher a atividade proposta. As experimentações apresentadas no livro do estudante, por exemplo, podem ser realizadas na própria sala de aula, lembrando que o professor deve preparar e disponibilizar todo o material necessário antes da aula.

Para a atividade proposta na seção do livro do estudante Isso vai para o nosso blog!, em que os estudantes realizam o compartilhamento de conhecimento em plataforma digital, por exemplo, é preciso reservar um ambiente com computadores conectados à internet, ao menos no início do ano, para que a turma construa um blog (diferentes plataformas gratuitas para criação de blogs estão disponíveis na internet), que depois de pronto pode ser operado pelos estudantes em casa, quando necessário, a partir de computadores pessoais ou smartphones. Muitas das atividades de pesquisa propostas no livro também sugerem o uso da internet.

Nas propostas do boxe Para discussão em grupo, caso proponha aos estudantes uma apresentação oral em sala de aula sôbre o tema discutido pelo grupo, é essencial orientá-los quanto à importância de se expressar com clareza, conectando-se com os interlocutores, à postura adequada a um palestrante, à relevância da comunicação não verbal e à preparação do material de apôio, como slides. Nessas atividades, as competências relativas à comunicação e à argumentação são enfatizadas.

É extremamente importante planejar previamente as atividades e aulas, mas também é essencial que o professor se mantenha aberto a eventuais mudanças em uma atividade, de acôrdo com as necessidades da turma.

A habilidade de lidar com o inesperado e de se adaptar deve ser também desenvolvida pelo professor, assim como gerir as diversidades, possibilitando o desenvolvimento de todos os estudantes, incluindo aqueles que apresentam mais dificuldade de aprendizado. É sabido que cada indivíduo aprende de maneira diferente, e contemplar as diferentes fórmas de aprender é um dos objetivos de muitas das práticas didático-pedagógicas propostas no livro do estudante.

Diferentes estratégias devem ser utilizadas pelo professor no esfôrço de potencializar as capacidades de aprendizado dos estudantes com mais dificuldade. Atividades em grupo, nas quais estudantes com diferentes níveis de aprendizado e culturas distintas interagem, são importantes para estimular a cooperação e contribuir para o desenvolvimento mútuo.

Durante a realização das atividades, o professor deve estar atento à movimentação dos estudantes e à maneira como eles se relacionam entre si, sobretudo nas atividades em grupo. Fomentar um clima de responsabilidade, troca e respeito é extremamente importante para o cultivo das competências socioemocionais. Para tanto, o professor deve garantir a participação e a segurança de todos os estudantes durante as atividades propostas. Isso significa deixá-los à vontade para perguntar e participar, sem nenhum temor, sentindo-se confortáveis com a aproximação dos colegas e do professor. Portanto, as questões referentes ao relacionamento interpessoal professor-estudante e estudante-estudante devem ser valorizadas. Quanto melhor o relacionamento, mais efetivo é o processo de ensino e aprendizagem.

É importante que o professor se preocupe em desenvolver habilidades próprias que garantam uma relação cada vez melhor com os estudantes, incluindo a capacidade de escutar e de fazer que eles se sintam acolhidos, valorizados e respeitados no ambiente escolar.

O professor também precisa gerenciar condutas em sala de aula. O cultivo do diálogo e da confiança, os informes sôbre as consequências de condutas inadequadas e a busca por parcerias com outros membros da comunidade escolar e com os pais podem ajudar nessa tarefa. O empenho do professor no cultivo dos relacionamentos interpessoais ajuda a desenvolver a aceitação e o respeito à diversidade.

Acompanhamento das aprendizagens

O acompanhamento das aprendizagens dos estudantes deve ser realizado de modo contínuo pelo professor, abrangendo todo o processo em vez de evidenciar apenas o produto da ação educativa. Isso significa que, muito mais do que verificar e quantificar a aprendizagem dos estudantes, a prática avaliativa tem como objetivo oferecer indicadores de qualidade do processo de ensino, permitindo ao professor repensar constantemente sua prática e reconstruir seu fazer pedagógico.

O olhar reflexivo do professor sôbre o processo de avaliação é coerente com o desenvolvimento integral do estudante e seu protagonismo no processo de aprendizagem. O acompanhamento das aprendizagens deve permitir ao professor reconhecer as potencialidades do estudante para fomentá-las e, ao mesmo tempo, ser instrumento para o estímulo do protagonismo do estudante sôbre seu aprendizado.

Assim, um primeiro instrumento proposto para a avaliação integral do estudante é a confecção de um portfólio ou relatório anual. Este deve ser construído pelo professor, com o registro contínuo das informações relacionadas à aprendizagem, incluindo conhecimentos, habilidades, atitudes e valores mobilizados pelo estudante ao longo do ano, a partir da observação e da interação professor-estudante e estudante-estudante em sala de aula. Esse novo olhar sôbre “o que avaliar” favorece claramente o desenvolvimento das competências gerais e específicas propostas pela Bê êne cê cê.

Um segundo instrumento consiste na valorização e no aproveitamento da autoavaliação e da avaliação por pares entre os estudantes. Ambos os processos geram reflexões sôbre o que e como eles estudam, ressaltando a importância do protagonismo no aprendizado e ajudando-os a identificar a necessidade de mudanças de atitude. O papel do professor em todo esse processo é fundamental, ensinando os estudantes a realizá-lo, dando seguimento e orientando os ajustes necessários.

Além dêsses, muitos outros instrumentos de avaliação podem e devem ser utilizados para acompanhar a aprendizagem do estudante ao longo do ano letivo. Com o auxílio do livro do estudante e a partir de sua organização, sugere-se que os processos avaliativos sejam realizados em três momentos distintos, para garantir o desenvolvimento das habilidades propostas em cada unidade:

  • No início da unidade, como avaliação diagnóstica. Tem como objetivo avaliar os conhecimentos prévios e as habilidades já desenvolvidas pelo estudante para auxiliar o professor a planejar ou replanejar suas práticas e condutas em sala de aula.
  • Durante a unidade, para acompanhar a aprendizagem e o desenvolvimento das habilidades propostas. Muitas das práticas didático-pedagógicas oferecidas pelo livro podem ser utilizadas também como instrumento avaliativo pelo professor. Alguns exemplos são as atividades de pesquisa, a experimentação, a resposta às questões discursivas e os registros reflexivos.
  • No final da unidade, para avaliar se as habilidades do período foram alcançadas. Uma possibilidade para o professor é a utilização da pesquisa temática proposta ao final de todas as unidades e sua divulgação em plataforma digital como instrumento avaliativo.

Outras possibilidades de acompanhamento das aprendizagens podem ser utilizadas pelo professor, além do livro do estudante, como avaliações de múltipla escolha, produção textual, seminários e produção de mapa conceitual.

Algumas considerações sôbre inferir, propor e argumentar

Organização de ideias e diversidade de modos de expressão

A habilidade de se expressar com clareza, em textos orais ou escritos, requer a capacidade de pensar com clareza, de ordenar ideias.

Assim, um passo importante para ajudar os estudantes a desenvolver a capacidade de inferir, de argumentar e de produzir análises críticas, criativas e propositivas envolve, em boa medida, auxiliá-los a enunciar e organizar as ideias envolvidas.

Neste item, pretendemos tecer alguns comentários que, esperamos, contribuam como apôio e ponto de partida para que o docente possa auxiliar os estudantes, em diversos momentos de utilização desta obra, a desenvolver a capacidade de argumentar, de inferir (por dedução ou por indução) e de estabelecer proposições.

Digamos que os estudantes pretendam explicar que a sociedade atual é dependente do petróleo como um recurso energético e, além disso, haja a intenção de salientar que seu uso na geração de energia acarreta poluição. Podemos ajudá-los a perceber que são duas as ideias envolvidas:

O mundo é dependente do petróleo como recurso energético. (Ideia que terá menor pêso.)

A utilização do petróleo como recurso energético gera poluição. (Ideia que terá maior pêso.)

Após organizar essas ideias (em pensamento ou por escrito), os estudantes podem reuni-las em uma única frase. Há inúmeras possibilidades para fazer isso. Duas delas são:

O mundo é dependente do petróleo como recurso energético, mas esse uso acarreta poluição.

Embora o mundo seja dependente do petróleo como recurso energético, esse uso acarreta poluição.

Na primeira construção, após enunciar a ideia de menor pêso (o mundo é dependente do petróleo como recurso energético), empregou-se a palavra mas para iniciar a exposição do pensamento que recebe maior ênfase (esse uso acarreta poluição). Já na segunda construção, a palavra embora introduziu a ideia de menor pêso para que, após a vírgula, fosse enunciada a ideia principal. Assim, as duas fórmas expressam um mesmo pensamento.

Os estudantes utilizam com certa frequência a conjunção mas (à qual equivalem contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto) e, por isso, é frequentemente necessário ajudá-los a perceber que ela introduz a ideia à qual se pretende dar maior importância.

Analise este outro exemplo:

Metais pesados viabilizam muitos dispositivos eletrônicos, mas são ambientalmente perigosos.

Metais pesados são ambientalmente perigosos, mas viabilizam muitos dispositivos eletrônicos.

Essas duas frases expressam ideias diferentes. A primeira reconhece a importância dos metais pesados, contudo coloca a ênfase no risco que representam. A segunda menciona que são perigosos, porém valoriza sua importância. (Perceba, neste parágrafo, como as palavras contudo e porém, equivalentes a mas, foram usadas na análise!)

Se as mesmas frases fossem elaboradas usando a conjunção embora (à qual equivalem apesar de, ainda que, conquanto), ficariam, respectivamente, assim:

Embora metais pesados viabilizem muitos dispositivos eletrônicos, são ambientalmente perigosos.

Embora metais pesados sejam ambientalmente perigosos, viabilizam muitos dispositivos eletrônicos.

Como já mencionamos, embora demarca a ideia a que se atribui menor significância. Então, na primeira construção, continuamos com ênfase no problema ambiental e, na segunda, na importância para a indústria eletrônica.

Inferência por dedução

A inferência é um raciocínio que estabelece, por implicação ou por generalização, que determinada conclusão é decorrência de informações tomadas como pontos de partida e consideradas verdadeiras.

De modo simplificado inferir é tirar conclusões com embasamento.

Uma fórma de inferência é a dedução, raciocínio que conduz do geral ao particular, do abrangente ao que nele está contido, do amplo àquilo que se identifica como a ele pertencente. Veja um exemplo:

Os metais são bons condutores de corrente elétrica.

O ouro é um metal.

Portanto, o ouro é um bom condutor elétrico.

As duas primeiras frases são premissas (do latim prae, antes, e , emitir; aquilo que é dito de antemão, pronunciado previamente), afirmações aceitas como válidas e que constituem o ponto de partida para chegar à conclusão, expressa na terceira frase.

A primeira premissa é bastante abrangente (e, no jargão da lógica argumentativa, é denominada premissa maior) e a segunda tem menor abrangência (chamada de premissa menor).

A consideração de que o ouro é um metal nos permite inferir que ele apresenta a propriedade mencionada, comum aos metais. Assim, consideradas em conjunto, as duas afirmações possibilitam tirar, de maneira lógica, a conclusão apresentada. A estrutura esquemática de uma dedução é:

Esquema. Premissa 1, premissa 2 e outras eventuais premissas implicam (seta) conclusão.

Vejamos outro exemplo:

Os peixes são vertebrados.

O tubarão é um peixe.

Consequentemente, o tubarão é um vertebrado.

Às vezes, parte dessa estrutura não é explicitamente apresentada. Um exemplo é:

Os seres vivos necessitam de energia para se manterem vivos.

Então, fungos precisam de energia para sobreviver.

Nesse caso, o falante/escritor deixou implícito que os fungos são seres vivos, e a percepção disso fica a cargo do ouvinte/leitor. (Aqui cabe uma digressão: durante a prática docente, omitir uma passagem do raciocínio pode, para um estudante que não consiga depreendê-la, dificultar o entendimento de como se chegou a determinada conclusão enunciada.)

Dois erros comuns ao realizar uma inferência são a falha lógica e a utilização de uma premissa incorreta. Vejamos um exemplo de cada situação.

O seguinte exemplo contém uma conclusão que não é válida, pois cometeu-se um erro de lógica ao realizar a inferência:

Todas as moscas voam.

O morcego voa.

Assim, o morcego é uma mosca.

Já no caso a seguir, embora a dedução seja logicamente consistente com as premissas, a conclusão a que se chegou não é correta porque uma das premissas (a primeira) não é verdadeira:

Todas as aves voam.

Os pinguins são aves.

Portanto, os pinguins voam.

A premissa inicial é incorreta, pois nem toda ave voa, a exemplo de emas, avestruzes, cormorões-das-galápagos e (como é de especial interêsse nesse caso) pinguins.

Ao solicitar a um estudante que faça uma dedução, estamos solicitando a ele que parta de informações consideradas verdadeiras (fornecidas como parte de um texto, de uma atividade ou conhecidas previamente por ele) para mostrar que delas decorre, de modo lógico, uma conclusão desejada. Assim, deduzir é mostrar que, à luz de um conjunto de informações, determinada conclusão é válida. Realizar uma dedução é extrair das premissas algo que, de certa fórma, já estava contido nelas.

Ao pedirmos, por exemplo, que os estudantes expliquem por que um morcego é um mamífero, uma estruturação possível é:

Mamíferos são animais vertebrados que apresentam pelos na superfície do corpo e cujas fêmeas produzem leite para nutrir os jovens filhotes.

Morcegos são vertebrados, têm pelos na superfície do corpo e as fêmeas alimentam os filhotes com o leite que produzem.

Então, morcegos são mamíferos.

Ainda que os estudantes omitam a segunda premissa, ao falar ou escrever, a dedução continuará fazendo sentido. Além disso, eles podem utilizar uma outra construção, começando pela conclusão e, a seguir, enunciando como chegaram a ela, por exemplo:

Morcegos são mamíferos, pois são animais vertebrados que apresentam pelos na superfície do corpo e cujas fêmeas produzem leite para nutrir os jovens filhotes.

Ajudar os estudantes a elaborar inferências por dedução consiste em auxiliá-los a: (1) buscar as premissas (no livro do estudante, no enunciado de uma atividade, em seus conhecimentos e/ou mediante busca) e enunciá-las; (2) verificar, em caso de dúvida, se as premissas são verdadeiras (empregando fontes confiáveis); (3) tirar uma ou mais conclusões (que sejam lógicas); e (4) redigir o texto que encadeie corretamente as ideias envolvidas, ou seja, as premissas e as conclusões delas decorrentes.

Em raciocínios mais longos, cada conclusão tirada pode servir de premissa para uma nova dedução:

Quando a temperatura da água se eleva, a sua capacidade de dissolver gás oxigênio diminui.

Poluição térmica de um rio é o aquecimento de suas águas provocado por indústrias, usinas e outras atividades humanas.

Logo, a poluição térmica causa redução da concentração de gás oxigênio no rio.

Peixes respiram gás oxigênio dissolvido na água.

Se a concentração de gás oxigênio na água for drasticamente reduzida, peixes podem morrer.

Portanto, a poluição térmica pode matar peixes.

Inferência por indução

Além da dedução, outra maneira de realizar inferências é por meio da indução, um tipo de raciocínio que vai da parte para o todo, ou seja, partindo de uma amostragem, generaliza-a para a coletividade. Para exemplificar, imaginemos que uma caixa fechada esteja cheia de bolas. Retiramos algumas delas e as examinamos. A partir disso, elaboramos o seguinte raciocínio:

Das bolas que foram retiradas da caixa e examinadas, todas têm cor roxa.

Portanto, todas as bolas da caixa são roxas.

Aqui, ao contrário dos casos analisados anteriormente, a primeira sentença (a premissa) não é suficientemente abrangente a ponto de garantir, com total certeza, que a segunda frase (a conclusão) seja verdadeira. A premissa abrange somente as bolas retiradas e examinadas, mas não todas que estavam na caixa. A conclusão só seria seguramente verdadeira se tivéssemos examinado todas as bolas da caixa.

Contudo, não se pode descartar a possibilidade de que a conclusão seja correta. Aqui, entra em cena um aspecto relevante, a amostragem. Como o número de bolas na caixa é finito (embora não saibamos qual é), a probabilidade de a conclusão ser verdadeira aumenta a cada nova bola roxa retirada. No entanto, basta uma bola de outra cor para invalidá-la. Uma única bola amarela, e lá se vai a conclusão por água abaixo!

O raciocínio por indução desempenha papel relevante nas Ciências da Natureza, pois possibilita inferir leis a partir de comportamentos sistematicamente observados. Esse é, por exemplo, o método usado para o estabelecimento de leis científicas de base empírica (experimental), como a conservação da massa nas reações químicas, as leis básicas da hereditariedade e o princípio fundamental da dinâmica.

Esquema. Observação 1, observação 2 etc. possibilitam (seta) generalização.

A indução é importante para as descobertas da ciência, pois permite generalizar. Nas generalizações representadas pelas leis científicas, o tamanho da amostragem é, em princípio, infinito, pois mais e mais novas observações podem ser feitas. Assim, o uso da indução é um motivo para que o conhecimento científico seja considerado permanentemente provisório, já que novos fatos experimentais podem ser como uma bola amarela saindo da caixa em que “só existem” bolas roxas. Esses novos fatos podem exigir revisão, modificação ou substituição de teorias vigentes.

Até o século dezoito, o mundo ocidental tinha certeza de que todos os cisnes (aves do gênero Síguinus) seriam brancos. Isso até que, com o avanço da colonização da Austrália, foi descrita uma espécie de cisne-negro (sígnus atrátus).

A bola de cor discrepante saindo da caixa remete a um caso envolvendo ainstain que é relatado por Stiven Róquin em um de seus livros (Róquin, S. Uma breve história do tempo. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015. página 232). Diz o autor que, após a publicação do livro Cem autores contra ainstain (na Alemanha, em 1931), teriam perguntado ao físico o que ele pensava a respeito. ainstain respondeu com uma pergunta, questionando por que seriam necessários cem, se bastaria um para mostrar que ele estava errado.

Quando os estudantes compreendem a diferença entre dedução e indução, podem ser mais críticos quanto a muitas conclusões cotidianas como esta:

Toda vez que uso essa camiseta no jôgo, a seleção ganha.

Então, vou usar no próximo jôgo e ela ganhará.

Ou como esta outra, que certamente merece análise em aula pelo docente de Ciências da Natureza:

Todas as pessoas que eu conheço que consomem uma laranja por dia não pegaram covid-19.

Portanto, uma laranja ao dia previne essa doença.

Discutir a não validade dessa conclusão permite chamar a atenção dos estudantes para a importância da representatividade da amostra e da utilização de metodologia científica adequada. Para que estudos comprovem, por exemplo, que alimentos ou medicamentos são eficazes na prevenção ou na cura de uma doença, é necessário cumprir uma série de critérios estatísticos quanto à amostragem e aos procedimentos. Ainda assim, as conclusões da pesquisa estarão determinadas pelas condições em que o estudo foi realizado e apresentarão determinada validade preditiva (que não será de 100%).

A indução envolve, nesse tipo de estudo, inferir causas a partir dos (seus supostos) efeitos observados.

Esquema. Consequência 1, consequência 2 etc. infere-se a (seta) causa.

No ensino de Ciências da Natureza, expor os estudantes a esse tipo de raciocínio é relevante para que eles possam desenvolver uma visão crítica sôbre conclusões que não têm validade porque decorrem de amostragens não representativas. Esse é o caso de atividades pseudocientíficas e de muitas fake news que recomendam alimentos miraculosos, terapias não convencionais e dietas infalíveis.

Elaboração de textos propositivos

É importante que os estudantes consigam identificar e redigir propostas. Em sua fórma mais simples e explícita, uma proposta (do latim , diante de, , colocar), ou proposição, tem a seguinte estrutura:

Esquema. Alguém deve fazer (seta) algo devido a um (seta) motivo.

Podemos exemplificar com:

Todo cidadão deve aprender conceitos científicos fundamentais porque eles permitem tomar decisões mais acertadas em muitas situações cotidianas e zelar pela saúde e pela qualidade de vida, própria e da sociedade.

Pode haver implícitos e a ordenação pode ser outra:

Confira (você) a previsão do tempo antes de viajar para que possa escolher roupas adequadas.

Devemos (nós) dar destino correto ao lixo reciclável para diminuir a exploração de recursos naturais, consumir menos energia e evitar o impacto ambiental que ele teria se fosse descartado no lixo orgânico ou no meio ambiente.

Para não sofrer intoxicação, (nós) jamais devemos ingerir cogumelos coletados no ambiente.

Este é um produto novo e revolucionário para emagrecer! (Então, você aí, compre-o já!)

Nas conversas cotidianas, na política, nos meios de comunicação, na publicidade e nas redes sociais, somos bombardeados por propostas (às vezes, disfarçadas).

Toda proposta tem algumas características, entre elas convocar para uma ação, geralmente em resposta a um problema que existe ou poderá existir, estar focada em quem a , e objetivar o futuro (seja a curto, médio e/ou longo prazo), pois a intenção é que uma ação seja executada e tenha consequências.

Para que os estudantes possam elaborar um texto propositivo, seja oral ou escrito, devem: (1) delimitar o problema que requer solução ou cujo surgimento deve ser evitado; (2) definir o público a que se dirigirão; (3) buscar ideias, enunciá-las e concatená-las; (4) elaborar uma proposta enfática de ação para resolver o problema; e (5) justificar por que a proposta funciona e é realizável.

Essa estruturação é encontrada, por exemplo, em propostas sérias e éticas sôbre meio ambiente, hábitos alimentares e cuidados com a saúde. Também está presente em textos publicitários, campanhas políticas, vídeos de influenciadores digitais e fake news.

Fatores que podem resultar em maior ou menor grau de credibilidade e de engajamento na ação pretendida são a qualidade, a validade e a fórça dos argumentos empregados. Então, precisamos discutir aspectos ligados à argumentação.

Argumentação

Dedução, indução e proposição exemplificam casos de argumentação, processo que tem a intenção de influenciar, provocando concordância e adesão. Uma argumentação é convincente quando é clara e emprega argumentos válidos (que decorrem de modo lógico das premissas usadas) e aceitáveis. Um argumento não é aceitável se: (1) é facilmente desmentido ou contestado; (2) uma ou mais premissas são falsas; (3) duas ou mais premissas se contradizem; (4) as premissas são vagas, mal expressas ou ambíguas; (5) o raciocínio é circular, saindo de um ponto e chegando ao mesmo ponto. Ao argumentar, é necessário considerar objetivo, contexto e linguagem apropriada. Quando se usam premissas que não sejam de conhecimento geral ou de ampla aceitação, é importante mencionar a fonte, que deve ter credibilidade. Os argumentos podem apelar, por exemplo, à razão, à ética ou à emoção.

Para ajudar os estudantes a elaborar análises críticas, criativas e propositivas sôbre um tema, explique que:

  • Uma crítica consiste em fazer uma apreciação, opinar a respeito de algo, avaliar detalhadamente, julgar.
  • Uma crítica criativa é inovadora, usa pontos de vista interessantes e incomuns, estabelece relações inventivas, não é uma mera reprodução do que outros já fizeram.
  • Uma crítica propositiva chama para a ação, propõe fazer algo para alcançar determinado objetivo.

Se, por exemplo, você pedir aos estudantes que façam uma análise crítica, criativa e propositiva sôbre o problema do saneamento básico na região, etapas importantes são: verificar, em fontes confiáveis, dados recentes a respeito do tema (por exemplo, cobertura de distribuição de água tratada, coleta e tratamento de esgotos, coleta de lixo); analisá-los e compará-los aos de outras regiões brasileiras e outros países; verificar de quem é a responsabilidade por tais serviços; acessar opiniões já veiculadas, atentando aos diferentes pontos de vista; refletir sôbre aspectos que não foram abordados e ideias que solucionariam problemas; decidir que ações precisam ser tomadas pelo poder público, pela iniciativa privada e pelos cidadãos; ordenar as ideias; elaborar um texto e melhorá-lo até a versão final.

Ajudar estudantes a produzir análises críticas, criativas e propositivas envolve, sobretudo, auxiliá-los a argumentar. E a capacidade argumentativa exige ter e organizar ideias. Pesquisa, estudo e leitura são fundamentais nesse processo. Só fala e escreve bem quem possui repertório, tem ideias e consegue articulá-las. O professor mediador deve estimular o aperfeiçoamento dessa capacidade, instigando os estudantes, sempre que possível, a colocarem-na em prática. É algo que eles só aprendem a fazer, fazendo.

Para o docente se aprofundar no tema argumentação, sugerimos FIORIN (2018), GARCIA (2010) e VELASCO (2010), obras listadas no Referencial bibliográfico comentado.

Visitas guiadas

Razões pedagógicas

Na educação, o diálogo entre as áreas do conhecimento é enfaticamente recomendado. Trabalhar com projetos interdisciplinares é estimulante e ao mesmo tempo desafiador.

Embora essa relação dialógica possa e deva acontecer dentro da sala de aula, vivências realizadas fóra do ambiente escolar têm muito a contribuir para a integração dos saberes construídos pelos estudantes.

Nesse sentido, visitas guiadas e pesquisas de campo podem auxiliar bastante. Instituições de pesquisa (como zoológicos, jardins botânicos, parques tecnológicos) e de aplicação (como empresas que utilizam diferentes aspectos da tecnologia) são importantes locais para uma interação entre o conteúdo estudado em sala de aula e a materialidade dos conceitos para os estudantes, assim como para a valorização da produção de conhecimento científico e de sua aplicação como pilares para o desenvolvimento da sociedade.

Essas atividades fóra do ambiente físico da escola também podem contribuir para o desenvolvimento de diferentes competências e habilidades propostas na Bê êne cê cê. Ao organizar uma saída com caráter pedagógico, que articule habilidades e competências e que seja significativa para o estudante, é necessário clareza dos objetivos propostos e antecedência no planejamento, como será comentado à frente.

Zoológicos são locais que geram muita curiosidade nos estudantes e, por isso, são interessantes para desenvolver a capacidade de observação. Além disso, permitem observar os animais em reproduções de seu ambiente natural.

Os museus históricos têm importância na manutenção de locais marcantes para a sociedade e/ou de acervos referentes a aspectos artísticos, científicos e tecnológicos desenvolvidos pelo ser humano. Existem diversos tipos de museus nas cidades, desde aqueles que abrigam um inventário pessoal de alguma personalidade ou entidade importante para a história local ou mundial até temas mais abrangentes, como geologia, paleontologia, arqueologia, tecnologias (antigas ou contemporâneas), línguas e artes. Museus de história natural, além de fósseis e reconstruções de organismos extintos, costumam ter no acervo modelos de anatomia, bem como pequenos animais (por exemplo, peixes, serpentes, lagartos e tartarugas).

Assim como os zoológicos, as saídas para estudos do meio costumam ser uma boa fórma de relacionar os temas estudados às suas ocorrências concretas, além de ajudarem a quebrar o ritmo da sala de aula. Uma saída de campo bem organizada e com objetivos claros pode ajudar a sedimentar os conceitos já trabalhados e potencializar outros por vir.

Existem diversas possibilidades de saídas de campo, desde a ida a uma praça, um parque ou um bosque locais até a visita a uma unidade de conservação que represente parte do bioma característico da região em que se vive.

Planejamento e desenvolvimento

Visitas a empresas de diferentes ramos de atividade, a zoológicos e a museus de história natural, bem como estudos do meio (em ambientes naturais, locais representativos do bioma local ou trechos urbanos de relevância), oferecem potencialidades extremamente enriquecedoras. A organização de uma atividade fóra do ambiente escolar requer planejamento detalhado, pois envolve diversos aspectos pedagógicos, burocráticos e operacionais.

Um primeiro passo é a proposição do trabalho pelos docentes. É recomendável, se possível, que ele envolva mais de uma área, para aproveitar melhor a saída. A área de Ciências da Natureza pode interagir com todas as demais áreas, em inúmeras possibilidades.

Uma visita guiada a uma empresa, na medida em que envolve aspectos ligados ao mundo do trabalho, pode, por exemplo, ser trabalhada com Língua Portuguesa e Língua Inglesa. Se a empresa se relaciona à engenharia ou à tecnologia da informação, a Matemática pode participar e contribuir.

A ida a um museu de história natural pode ser alinhada com Geografia, para que se abordem temas como o passado geológico do planeta, os tipos de rochas e a diversidade da fauna e da flora.

Um estudo do meio em um ambiente representativo do bioma local também pode ser elaborado junto com Geografia e, além dela, também com Arte, na medida em que os resultados podem ser expressos por meio de diferentes produções artístico-culturais.

Uma visita a uma empresa de rádio, de televisão ou de internet, além de contemplar a interdisciplinaridade com Língua Portuguesa e Arte, potencializa saberes de Língua Inglesa, ao se reconhecer a necessidade dêsse idioma para a compreensão do que se faz na área de comunicações, e História, para abordar a importância da comunicação humana em diferentes locais e épocas.

Uma visita a um centro de treinamento esportivo possibilita que as Ciências da Natureza abordem saberes referentes à constituição e ao funcionamento do organismo humano, bem como à manutenção da saúde dos atletas, ao mesmo tempo em que constitui uma oportunidade de ação interdisciplinar com Educação Física.

O ideal é estabelecer as parcerias interdisciplinares e propor as saídas antes do planejamento do ano letivo ou durante a sua elaboração.

O contato com os locais de visitação e o agendamento das visitas deve ser realizado com antecedência suficiente, assim como a resolução das questões ligadas à logística de transporte e, se necessário, de alimentação.

O número de professores e demais agentes escolares que acompanharão os estudantes deve ser compatível com o tipo de atividade: os estudantes devem permanecer o tempo todo acompanhados de perto. Isso é essencial para a segurança dos estudantes, pois quaisquer situações de risco devem ser evitadas.

Para que tudo corra bem e para que essa atividade externa ao ambiente da escola seja pedagogicamente relevante, alguns pontos fundamentais devem ser seguidos. Sugestões estão elencadas a seguir.

1ª etapa – ANTES

  1. Obtenha informações sôbre o local de visitação. Pesquise na internet o enderêço e os meios de contato. Se for museu, entre no sáite da instituição e saiba mais sôbre seu acervo. Verifique se existe um departamento de relações públicas e/ou colaboradores dedicados a receber e guiar os grupos de estudantes durante a visitação. Entre em contato e peça esclarecimentos.
  2. Visite previamente. Faça uma visita junto com os outros docentes envolvidos. Verifique se o local oferece segurança e acolhimento. Esteja atento à existência de sanitários e à acessibilidade. Analise o local de desembarque e de embarque dos estudantes, certificando-se de que ele seja apropriado. coléte o material de divulgação que porventura seja distribuído no local. Assista às palestras que são oferecidas, se houver. Tire fotos de tudo o que ajudar no planejamento.
  3. Roteirize e estabeleça objetivos. Com base no que coletou, faça um roteiro de objetivos e, se necessário, um mapa de visitação (esse é o caso, por exemplo, em museus que não têm guia ou em zoológicos, assim como em ambientes naturais). Se os estudantes precisarem ser divididos em grupos menores (frequentemente é o caso), estabeleça o trajeto dos grupos e certifique-se de haver docentes suficientes para acompanhá-los. Relacione o que você deseja que seja observado pelos estudantes e com quais objetivos. Estabeleça a maneira pretendida para a entrega dos resultados.
  4. Converse com os estudantes sôbre a atividade. Faça uma roda de conversa e lance informações motivadoras sôbre o local a ser visitado. Explique, em linhas gerais, como será a visita.
    • Quais são os objetivos da visita?
    • Que relação ela tem com o que estamos estudando ou vamos estudar?
    • O que os estudantes poderão experienciar com essa atividade?
    • Que tipo de material os estudantes deverão levar consigo?
    • Os estudantes irão de uniforme? Se não, existe alguma recomendação específica sôbre o traje?
    • O que deverão observar no local?
    • Como fazer anotações adequadas das observações?
    • Que textos devem ser lidos antes da visita ou que temas devem ser previamente pesquisados?
    • Em linhas gerais, como será a entrega dos resultados? (Não há necessidade de se alongar neste aspecto, pois você voltará a ele após a visita. Aqui, você deve fazer indicações genéricas do que será produzido, pois isso pode ter impacto nos registros a serem realizados.)

Se for uma atividade em equipes, atente à divisão dos grupos para que possam contemplar a diversidade de habilidades e proporcionar uma experiência em que os estudantes também aprendam com seus pares.

2ª etapa – DURANTE

5. Acolha os estudantes. Receba os estudantes e identifique cada um (com crachás ou etiquetas adesivas). Retome também os pontos da conversa prévia. Crie um ambiente favorável e insista na necessidade de respeito a todos os colegas e às demais pessoas, do grupo ou de fóra dele. Atente a possíveis situações de bullying e intervenha imediatamente. sôbre o tema bullying, veja o texto reproduzido nesta primeira parte do Manual do professor.

  1. Atente a aspectos relevantes ao chegar ao local. Insista que todos os estudantes devem seguir as orientações do educador que acompanhará seu grupo. Nunca conte com o olhar atento dos colaboradores do local visitado; lembre-se de que a segurança dos estudantes é sua responsabilidade e dos demais agentes escolares envolvidos. Se for necessário guardar mochilas e demais materiais em um local previamente combinado com a instituição, inicie com isso. Diga aos estudantes o que devem tirar das mochilas e portar durante a visita, com a finalidade de fazer os registros.
  2. Ajude os estudantes a entender a visita. Percorra o roteiro pré-definido, dando, a cada etapa, as informações necessárias para que os estudantes possam realizar as observações. Dê tempo e liberdade suficientes para que as realizem, primando sempre pela segurança. Estimule a curiosidade intelectual deles. Faça perguntas compatíveis com a faixa etária. Chame a atenção para aspectos do local. Esclareça dúvidas e, se necessário, corrija rumos. Se for um museu de história natural, explique o contexto, as características e a importância de cada peça ou conjunto delas. Se for um estudo do meio, situe os estudantes sôbre vegetação, solo e outras características, associando-as ao que foi estudado em sala, e retome aspectos da vida animal local. Se for uma visita a empresa, siga o trajeto combinado com ela. Nesse tipo de visita, a empresa costuma optar por fazer uma exposição no início e/ou no final. Nos momentos oportunos para dirigir perguntas aos profissionais que lá trabalham, estimule os estudantes a fazê-las. Se estes estiverem tímidos, inicie você mesmo fazendo algumas.
  3. Estimule uma resenha. Antes de deixar o local, se possível, faça uma roda de conversa e convide os estudantes a relembrar os pontos principais vistos, fazendo um balanço da visita. Faça também perguntas provocativas: O que você aprendeu hoje e que mais o impressionou? Qual o item do acervo que representaria melhor este museu em uma propaganda dele? De quais animais dêste zoológico você nunca tinha ouvido falar? Se você fosse explicar o que se faz nesta empresa, como resumiria isso em uma frase? Você trabalharia aqui? Por quê?

3ª etapa – DEPOIS

  1. Realize uma retrospectiva da visita. Na próxima aula, retome os aspectos da visita que têm maior relevância para os objetivos delineados inicialmente. Verifique se existem dúvidas que surgiram posteriormente à visita, discuta-as e esclareça-as.
  2. Proponha com clareza o trabalho a ser realizado. Explique detalhadamente qual é o trabalho que deverá ser feito, individualmente ou em equipes.
    • Haverá uma entrega? Sob qual formato? Pôster em papel? Cartaz digital? Quais formatos serão aceitos? Haverá relatório escrito? Ou produção de um vídeo ou de um áudio para podcast? Será uma postagem no blog?
    • Ocorrerá apresentação em sala? Estarão disponíveis tecnologias digitais da informação e comunicação (Tê dê i cês) para uso no dia? Existem dúvidas sôbre sua utilização? sôbre esse aspecto, dedique o tempo que for necessário em aula para auxiliar os estudantes quanto às fórmas que podem usar (projetor, conexão com a internet, aplicativos).
    • Quais são os aspectos esperados nessa produção cultural? Como os estudantes serão avaliados em função dêsses aspectos?
    • Se desejar oportunizar reflexões adicionais nos materiais a serem entregues ou na exposição a ser feita, proponha-as nesse momento. Essas reflexões não precisam ser iguais para todos os grupos. Podem ser customizadas para proporcionar maior abrangência e enriquecimento do material final.
    • Estipule uma data para a entrega e/ou para a apresentação.
  3. Faça uma amarração final. Se houver entrega de materiais, é importante que todos possam ter acesso a eles. Nesse caso, estimule os estudantes a analisar detalhadamente a produção intelectual dos colegas. Se o produto final forem apresentações, garanta um ambiente adequado e de respeito mútuo, no qual todos possam ser ouvidos com atenção quando for a sua vez de se expressar. Faça uma roda de conversa para um balanço completo do que se aprendeu e sôbre o crescimento que a atividade propiciou. E saliente que o conhecimento não é para ser guardado, mas para ser usado! Os saberes construídos acompanharão os estudantes daquele momento em diante e potencializarão aprendizagens futuras e o desenvolvimento de novas habilidades e competências.

Textos para reflexão sôbre a prática docente

Sobre a prática reflexiva

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente a perceber a necessidade de refletir permanentemente sôbre a docência.

Por que refletir sôbre a própria prática?

“Entre a fórma comum de refletir e uma prática reflexiva não há a mesma diferença que aquela existente entre a respiração de qualquer ser humano e a de um cantor ou de um atleta?

Estamos falando, nesse caso, em uma postura e em uma prática reflexivas que sejam a base de uma análise metódica, regular, instrumentalizada, serena e causadora de efeitos; essa disposição e essa competência, muitas vezes, só podem ser adquiridas por meio de um treinamento intensivo e deliberado.

Vamos apresentar dez motivos ligados, de fórma desigual, às evoluções e às ambições recentes dos sistemas educativos. Entre esses motivos, não há cronologia nem hierarquia. Podemos esperar que uma prática reflexiva:

  • compense a superficialidade da formação profissional;
  • favoreça a acumulação de saberes de experiência;
  • propicie uma evolução rumo à profissionalização;
  • prepare para assumir uma responsabilidade política e ética;
  • permita enfrentar a crescente complexidade das tarefas;
  • ajude a vivenciar um ofício impossível;
  • ofereça os meios necessários para trabalhar sôbre si mesmo;
  • estimule a enfrentar a irredutível alteridade do aprendiz;
  • aumente a cooperação entre colegas;
  • aumente as capacidades de inovação.

O desenvolvimento de uma prática reflexiva é aprender a obter diversos benefícios da reflexão:

  • um ajuste dos esquemas de ação que permita uma intervenção mais rápida, mais direcionada ou mais segura;
  • um reforço da imagem de si mesmo como profissional reflexivo em processo de evolução;
  • um saber capitalizado, que permite compreender e dominar outros problemas profissionais.

Para exercer com serenidade uma profissão humanista, é preciso saber perfeitamente o que depende da ação profissional e o que não está ao alcance dela. Não é possível carregar todo o pêso do mundo, assumir todas as culpas e sentir-se constantemente culpado; mas, ao mesmo tempo, não podemos fechar os olhos, perceber o que poderíamos ter feito se tivéssemos compreendido melhor o que estava acontecendo, se tivéssemos sido mais ágeis, perspicazes ou convincentes. Aprendemos com a experiência, estreitando cada vez mais a margem em que a competência profissional faz diferença. Para ver tudo isso com maior clareza, às vezes temos de reconhecer que teríamos podido fazer algo melhor, compreendendo ao menos por que não conseguimos. A análise não suspende o julgamento moral, não vacina contra toda culpa; porém, incita o profissional a aceitar que não é uma máquina infalível, a assumir suas preferências, hesitações, lacunas, falhas de memória, preconceitos, desgostos e atrações, entre outras fraquezas inerentes à condição humana.

A cooperação profissional sempre está na ordem do dia. Seus motivos são muito razoáveis, inclusive o da rejeição da solidão do profissional. No entanto, seus mecanismos são menos transparentes: na cooperação, há transparência e segredo, partilha e concorrência, dezinterêssi e cálculo, poder e dependência, confiança e medo, euforia e raiva. Mesmo entre dois técnicos que estão consertando um sistema de aquecimento, entre dois programadores que concebem juntos um determinado software, entre dois mecânicos que desmontam um motor, há negociação e espaço para divergências que nem sempre são racionais. Quando convivemos com alunos e com intervenções em grupos, não é de se surpreender que nem sempre a cooperação seja serena e neutra, que nunca seja a simples conjugação eficaz de competências e de fôrças.

Nenhum envolvimento de pessoas em um grupo é simples; qualquer grupo, mesmo unido, é ameaçado por divisões, conflitos, abusos de poder, desequilíbrios entre as retribuições e contribuições de seus membros. Essas divergências provocam sensações de injustiça, exclusão, revolta e humilhação. Até mesmo as equipes mais experientes sofrem dessas atribulações; no entanto, em geral, sabem prevê-las e contê-las, evitando que elas resultem em crises. Para garantir esse tipo de funcionamento, é preciso, acima de tudo, conversar, de tal fórma que não agrave as tensões, os não-ditos ou as mágoas, mas que permita que eles sejam explicados.

Os únicos que podem adotar essa fórma de metacomunicação são os professores que se dedicam a alguma fórma de prática reflexiva e metacognição. Eles compartilham impressões e análises com os colegas, o que não é fácil, mas inicia a discussão.

Esses dez motivos [anteriormente listados] para formar os professores e para motivá-los a refletir sôbre sua prática poderiam ser resumidos em uma ideia principal: a construção do sentido, seja do trabalho e da escola, seja da própria vida, pois dificilmente eles podem ser separados em uma profissão humanista e, em geral, em uma sociedade na qual o trabalho é fonte crucial de identidade e de satisfação, mas também de sofrimento. Talvez haja sentido na imobilidade, na falta de decisão e na mais absoluta rotina. Em outras palavras, uma vida tranquila e metódica pode anestesiar a busca de sentido, levando as pessoas a nunca se perguntarem o porquê, com que direito e em virtude de que sonhos escolhem determinados caminhos.

O ofício de professor e a escola enfrentam demasiadas mudanças e crises para que essa tranquilidade ainda possa ser defendida. Devido ao avanço no ciclo de vida profissional, à expectativa de alcançar alguns objetivos, à perda de certas ilusões, à usura mental e ao tédio dos profissionais, às tomadas de consciência, às reformas de todo tipo, à heterogeneidade do público escolar, à degradação das condições de trabalho ou de recursos, a questão do sentido do ensino e da escola torna-se ainda mais importante. Ela não pode obter uma resposta satisfatória definitiva. Mesmo no curto período de um ano letivo, ocorrem microacontecimentos, fases de depressão, momentos de euforia, conflitos, chegadas e partidas, decisões difíceis ou satisfações que fazem o moral e o clima flutuarem, fatores que incitam à reconsideração do significado da profissão.

A formação em uma prática reflexiva não responde, como tal, à questão do sentido. No entanto, ela permite suscitar o problema, oferece algumas ferramentas e estimula uma fórma de sensatez, a qual consiste em abandonar as certezas, os problemas definitivamente resolvidos e os pareceres egocêntricos. O profissional reflexivo vive na complexidade ‘como um peixe dentro d'água’, ou, pelo menos, sem revolta e sem a nostalgia incurável do tempo em que tudo representava segurança.

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Portanto, podemos desejar que a prática reflexiva seja um referencial para os inovadores, formadores, autores de recursos e métodos de ensino e também para a direção e que não se perca nenhuma oportunidade de estimulá-la oferecendo espaço e recursos: seminários de análise de práticas, grupos de trocas sôbre problemas profissionais, acompanhamento de projetos, supervisão e auxílio metodológico.”

Fonte: Perrenôu, Filípe. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002. página 47-70.

Sobre a produção científica ser colaborativa

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente a conhecer aspectos importantes da epistemologia científica e da importância da interação social entre os estudantes para a construção de saberes científicos. (Epistemologia é o estudo da origem, do escopo, dos métodos e dos limites de uma área do conhecimento.)

A natureza da ciência e a importância da interação coletiva na aprendizagem

“A perspectiva atual da epistemologia da ciência define-a como o conhecimento sôbre a natureza que resume os esforços coletivos, as descobertas e a sabedoria da espécie humana em um momento determinado da história da humanidade.

A ciência é mais que um outro nome para designar o conhecimento; é uma atividade humana coletiva cujo objetivo é descobrir a ordem na natureza e averiguar as causas que governam essa ordem.

Ao longo da história, cientistas e pensadores substituíram teorias aceitas como verdadeiras durante muitos anos por outras que proporcionam uma melhor interpretação dos fenômenos. Muitas vezes, as mudanças referem-se a aspectos pontuais das teorias, que mudam de fórma gradual. Excepcionalmente, a mudança pode consistir em formulações teóricas radicalmente distintas. De acôrdo com cun [cun, T. S. The structure of scientific revolutions. Chicago: University of Chicago Press, 1962], um dos representantes da nova epistemologia da ciência, esses dois tipos de mudanças corresponderiam a duas maneiras distintas de ‘fazer ciência’. A primeira seria uma ciência normal, e a segunda, uma ciência revolucionária.

Segundo cun, a ciência avançaria mediante a combinação dessas duas maneiras de fazê-la. Os trabalhos de Copérnico e Galileu são um bom exemplo do que cun chama de ciência revolucionária. Copérnico tentava explicar a órbita de Marte utilizando a teoria geocêntrica do universo de Ptolomeu, mas com essa teoria era impossível. Ao revisar o sistema de Ptolomeu, pensou que seria muito mais simples postular que o Sol, e não a Terra, é o centro do universo (teoria heliocêntrica). Nesse momento do processo de criação, Copérnico chegou a uma ideia que permitia explicar as órbitas de outros planetas de fórma tão satisfatória como Ptolomeu explicava a órbita da Terra. Assim nasceu um novo paradigma. Passaram-se muitos anos até que a teoria heliocêntrica fosse aceita pela comunidade científica, porque em todas as épocas os intelectuais rebeldes costumam ser silenciados pelo poder estabelecido, embora, ao final, suas ideias científicas acabem sendo reconhecidas.

A análise epistemológica da natureza da ciência deve levar em conta a influência dos fatores ideológicos, econômicos e sociais na construção do conhecimento científico a partir de análises históricas e filosóficas.

Essa perspectiva não é compartilhada habitualmente pelos leigos e, inclusive, por muitos professores dos ensinos fundamental e médio, pois, quando se pergunta a eles o que é a ciência, costumam responder que esta é o que explicam as teorias científicas, que emanam de fórma rigorosa dos fatos observados e dos resultados das experiências; afirmam também que a ciência baseia-se naquilo que se pode tocar, ver, sentir, etcétera, e não em opiniões, preferências pessoais ou em imaginações especulativas, e, finalmente, consideram também que a ciência é objetiva e que o conhecimento científico é confiável porque é um conhecimento provado.

É fundamental que os professores de ciências ajudem seus alunos a entender que as teorias científicas são construções sociais, e que o conhecimento científico não existe porque tenha sido provado, mas sim porque ainda não tinha sido refutado.

Para isso, é necessário, no entanto, que os professores reconheçam o caráter construtivo e humano das ciências e abandonem as concepções dogmáticas muitas vezes ainda vigentes, de fórma explícita ou implícita, em determinadas práticas de ensino.

A epistemologia da ciência marcou a mudança nas concepções sôbre como se aprende e se ensina ciência. A concepção epistemológica da ciência que considera que esta se constrói socialmente coincidiu com uma perspectiva psicológica construtivista da aprendizagem das ciências, perspectiva esta que se opõe aos modelos de aprendizagem mais receptivos.

A construção de conhecimento científico implica a implementação de uma série de processos que desenvolvem determinadas atitudes, ativam conhecimentos prévios e originam determinadas estratégias que operam sôbre o conhecimento e ajudam a solucionar problemas. Tais aspectos da ciência são necessários para construir eficazmente o conhecimento científico. No transcurso dos últimos anos, esses aspectos foram destacados tanto pela pesquisa psicopedagógica como pela metodologia do ensino das ciências.

No momento atual de colaboração interdisciplinar, diversos grupos de formação e tradição de pesquisa distintas compartilham uma mesma proposição construtivista e um princípio comum: estudar os processos de construção e co-construção do conhecimento reticências envolvidos na aprendizagem das ciências a partir da análise de situações concretas de ensino e aprendizagem e da análise do conhecimento científico específico envolvido nessas situações.

De fórma similar, as diferentes concepções sôbre a natureza da ciência configuraram-se também nos objetivos do ensino das ciências, sôbre os quais existe atualmente um certo consenso: pretende-se que todos os cidadãos adquiram uma formação científica que lhes permita desenvolver-se com desembaraço em uma sociedade tecnologicamente avançada.

Esse consenso responde a uma tendência inovadora, denominada Ciência-Tecnologia-Sociedade (cê tê ésse), que defende a importância da dimensão social da ciência e que se configurou em numerosas propostas curriculares.

A ideia fundamental que subjaz a tais propostas é que o trabalho científico não ocorre à margem da sociedade na qual tem lugar, mas é influenciado pelos problemas sociais e, ao mesmo tempo, influi sôbre o meio físico e social em que é realizado.

Para essas propostas, o objetivo prioritário do ensino fundamental, e em particular do ensino médio, não é formar cientistas, mas formar cidadãos críticos diante de uma sociedade que muda rapidamente devido à ação da tecnologia e da ciência.

reticências

Não se pode concluir [este texto] sem mencionar as atividades de ensino e aprendizagem que sustentam a ideia de que a construção de conhecimento científico é uma construção social. Essas propostas partem da premissa de que a cognição é um processo distribuído, isto é, constitui um produto do enriquecimento que se produz quando várias mentes entram em interação, permitindo, ao relacionar diferentes níveis de conhecimento prévio, a criação e a ativação de múltiplas zonas de desenvolvimento proximal.

Nessa linha, [podemos exemplificar] com um programa pedagógico dirigido aos alunos de ensino fundamental baseado no modelo de aprendizagem recíproca. Nesse programa, os alunos pesquisam ciência ambiental, produzem trabalhos em grupo ou individuais e apoiam-se mutuamente em suas pesquisas. Cada aluno centra-se em um tema e torna-se um especialista nesse tema. [Mediante] formulações dêsse teor, promove-se a integração do conhecimento e a compreensão das ideias complexas. [sôbre isso, veja também, neste Manual do professor, a metodologia jigsaw, comentada na seção Práticas didático-pedagógicas alinhadas ao papel de professor mediador.]

Muitos dos projetos que promovem a dimensão social da aprendizagem utilizam computadores, ampliando o conceito de cognição distribuída para além das mentes e dando margem às interações da mente humana com o computador. reticências

reticências [Atualmente,] e após um longo período de ignorância mútua entre a psicologia da educação e as didáticas específicas, a psicopedagogia das ciências físico-naturais aparece como um campo de colaboração interdisciplinar com um objetivo compartilhado: estudar os processos escolares de ensino e aprendizagem tomando como unidade de análise a face de interações que se estabelecem entre o aluno, o professor e o conteúdo.

É claro que a ênfase pode ser colocada, e de fato se coloca muitas vezes, em um ou outro vértice do triângulo interativo. Entretanto, seja qual for o vértice ao qual se dê ênfase, o desafio é analisar e compreender as interações que se estabelecem entre eles.”

Fonte: , Merce. O ensino e a aprendizagem das ciências físico-naturais: uma perspectiva psicológica. ín: cól, C.; Marquézi, A.; PALACIOS, J. (organizador). Desenvolvimento psicológico e educação: Psicologia da educação escolar. segunda edição Porto Alegre: Artmed, 2004. volume 2. página 355-357, 367-369.

Sobre etnociência

Aqui, transcrevemos um texto que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados à importância da etnociência.

“Etnociências na sala de aula: uma possibilidade para aprendizagem significativa

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As diferentes populações humanas apresentam um arsenal de conhecimentos sôbre o ambiente que as cérca. Propriedades terapêuticas e medicinais de animais e plantas, a percepção dos fenômenos naturais, como as estações do ano, tempo para plantar e colhêr, classificação de animais e plantas, organização de calendários, dicionários, sazonalidade de animais e sua relação com aspectos da natureza são organizações que formam um cabedal de saberes que comumente são chamados de conhecimentos tradicionais.

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Há algum tempo, vemos que os conhecimentos da tradição vêm sendo resgatados de sua condição de conhecimento menor para serem colocados em um patamar de conhecimento diferente. Isso acontece quando, ao receberem uma nova ‘roupagem’ que vem precedida pelo termo Étnos, ganham possibilidade de visibilidade no cenário científico sendo alçados ao patamar de ciência. Portanto, é dessa fórma que temos a existência de um outro tipo de ciência que reúne um conjunto de saberes agrupados sob o prefixo ‘etno’, que é desenvolvida fóra dos laboratórios, por pessoas comuns, ou seja bem distante dos locais e do tipo de pessoas que historicamente associamos à produção do conhecimento científico.

A integração dos conhecimentos tradicionais com a ciência moderna era algo impensável até bem pouco tempo.

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A emergência dos saberes ditos tradicionais no meio acadêmico é um movimento que visa romper com o modelo de racionalidade científica fundamentada na cisão homem/natureza. A discussão sôbre a importância e a validade dêsses conhecimentos tem sido feita por vários autores em um processo de resgate do papel do sujeito na produção do conhecimento dentro de uma tendência que visa fazer desaparecer a distinção hierárquica entre o conhecimento científico (racional) e o conhecimento do senso comum. É nesse contexto que surgem como tendência os estudos em etnociências.

O prefixo Étnos (grego) serve para designar identidade de origem e de condição, incluindo-se identidade de crenças, de valores, de símbolos, de mitos, de ritos, de morais, de língua, de códigos e de práticas. Dessa fórma, podemos dizer que os estudos em etnociências têm como objeto de investigação o repertório de conhecimentos, saberes e práticas dos povos tradicionais (indígenas, caboclos, ribeirinhos, seringueiros, quilombos, entre outros) em um movimento de documentação, estudo e valorização de suas culturas.

reticências

As etnociências e a aprendizagem significativa

reticências se os conhecimentos prévios são importantes para construir uma aprendizagem com significados para o estudante é importante resgatá-los no contexto da sala de aula. reticências Se os saberes etnológicos são desprestigiados na academia, por não serem considerados científicos e dessa fórma, não fazem parte das discussões nos cursos de formação docente, como esperar que o professor insira esse conhecimento em sua prática cotidiana?

reticências os ‘saberes populares’ são valiosos no processo de ensino-aprendizagem e reticências devem ser acessados pelo contato com a realidade social dos alunos, dessa fórma, reticências deve-se utilizar o conhecimento (popular) como uma ferramenta de mobilização cognitiva e afetiva do aluno para a percepção do novo conhecimento curricular (científico) que se lhe apresenta. reticências

reticências

A aprendizagem significativa ocorrerá mediante a confrontação entre os conhecimentos científico e popular em uma possibilidade que visa permitir a mudança conceitual do aluno sôbre o mundo que o cérca. Nesse contexto, é importante ressaltar que a intenção ‘não é desconstruir as pré-concepções trazidas pelos alunos, mas garantir a evolução de suas ideias proporcionando uma internalização de novos conceitos.’”

Fonte: BASTOS, S. N. D. Etnociências na sala de aula: uma possibilidade para aprendizagem significativa. ín: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. EDUCERE, onze, 2013, Curitiba. Anais Curitiba: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 2013. página 6192-6201.

Sobre pensamento computacional

Este é um texto de nossa autoria que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados a noções de pensamento computacional.

Pensamento computacional, algoritmos e fluxogramas

Pensamento computacional

O pensamento computacional é um processo cognitivo (isto é, relacionado às estruturas mentais do pensamento, da aprendizagem e do raciocínio) que envolve uma maneira lógica de abordar problemas a serem solucionados e proporciona habilidades de analisar situações, fazer generalizações, identificar padrões e representar conceitos abstratos de fórma simplificada, deixando de lado elementos menos importantes do problema a fim de priorizar aqueles que têm maior relevância.

O pensamento computacional envolve a modelagem de determinados tipos de problema e suas soluções, isto é, descrever esses problemas e suas respectivas resoluções de maneira racional, expressando as etapas a serem executadas por meio de palavras e/ou equações.

Durante a modelagem, as situações-problema são desmembradas em problemas menores, mais simples de serem resolvidos individualmente. Feito isso, as soluções podem ser reunidas para obter uma solução integrada dessas partes, que resolve o problema maior inicialmente proposto.

Ao aprender fundamentos de pensamento computacional, são desenvolvidas habilidades que podem ser usadas em diversos momentos do estudo de conteúdos escolares e também em diversas situações da sua vida.

Algoritmos

O pensamento computacional inclui o raciocínio algorítmico, por meio do qual são definidas as etapas de resolução, incluindo a explicitação das ações que devem ser seguidas em cada etapa.

Um algorítmo é uma sequência de etapas que constituem o procedimento para resolver determinado problema, que pode incluir ações, regras e decisões sôbre ramificações da sequência de ações a executar.

Imagine, por exemplo, que desejemos orientar alguém sôbre como elaborar a fórmula molecular de uma substância a partir de um modelo que representa sua molécula (um modelo molecular).

As etapas dessa elaboração podem ser expressas sob a fórma do seguinte algoritmo:

  1. Escolha um dos elementos químicos presentes no modelo molecular.
  2. Procure na tabela periódica o símbolo que representa esse elemento químico.
  3. Escreva o símbolo dêsse elemento químico.
  4. Escreva, à direita do símbolo, um índice (número subscrito) que indique quantos átomos dêsse elemento existem na molécula. Se o índice for “1”, não precisa escrevê-lo.
  5. Há um ou mais elementos ainda não considerados? Se houver, escolha um deles e repita as instruções a partir do passo 2.

Fluxogramas

Quando for conveniente, um algoritmo pode ser expresso por meio de um fluxograma, que é uma representação gráfica da ordem de execução das etapas que constituem o algoritmo.

Para exemplificar um algoritmo, imagine que seu telefone celular não está realizando chamadas de voz. Uma possível maneira de executar etapas para resolver esse problema é descrita no fluxograma a seguir. Analise-o e verifique, de acôrdo com essa proposta, a sequência em que as etapas devem ser realizadas em diferentes situações.

Fluxograma. Doze balões com texto, conectados por setas. Dois quadros azuis, um com a palavra Início e outro com a palavra Fim. Cinco losangos amarelos, cada um com uma das perguntas a seguir: O celular funciona em chamadas de voz? Está em modo avião? O nível de sinal da operadora está bom? Verificou as configurações do celular? Já desligou e ligou o aparelho? Cinco retângulos verdes, cada um com a seguinte frase: Procure uma assistência técnica. Desabilite o modo avião. Procure local com sinal adequado. Verifique as configurações e ajuste-as se necessário. Desligue o celular e volte a ligá-lo. Os elementos do fluxograma permitem os seguintes caminhos: Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Sim. Fim. Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Sim. Verificou as configurações do celular? (seta) Sim. Já desligou e ligou o aparelho? (seta) Sim. Procure uma assistência técnica. (seta) Fim. Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Sim. Desabilite o modo avião. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Não. Procure local com sinal adequado. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Sim. Verificou as configurações do celular? (seta) Não. Verifique as configurações e ajuste-as se necessário. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Sim. Verificou as configurações do celular? (seta) Sim. Já desligou e ligou o aparelho? (seta) Não. Desligue o celular e volte a ligá-lo. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Sim. Verificou as configurações do celular? (seta) Sim. Já desligou e ligou o aparelho? (seta) Sim. Procure uma assistência técnica. (seta) Fim.

Podem existir diferentes algoritmos que resolvem um mesmo problema. Além disso, um algoritmo pode ser representado graficamente de modos diferentes, isto é, por fluxogramas que parecem visualmente diferentes, mas que expressam a mesma sequência lógica de realização das etapas do algoritmo.

Erro (ou falha) de lógica

Frequentemente, ao usar pensamento computacional para resolver determinado problema, o algoritmo elaborado pode conter falhas que inviabilizam a obtenção de uma solução correta. Entre essas falhas podem estar ações incorretamente descritas, erros na ordem das etapas e perguntas (referentes a decisões sôbre o caminho a seguir) feitas em momentos não adequados.

Dizemos que um algoritmo contém um erro de lógica (ou uma falha de lógica) quando as ações propostas nas etapas e/ou o seu encadeamento não conduzem a uma solução satisfatória para o problema.

O fluxograma a seguir expressa outro algoritmo para resolver o problema de um telefone celular que não faz chamadas de voz. Ao contrário do mostrado anteriormente, este contém um erro de lógica que não permite resolver o problema em todas as circunstâncias.

Fluxograma. Dez balões com texto, conectados por setas. Dois quadros azuis, um com a palavra Início e outro com a palavra Fim. Quatro losangos amarelos, cada um com uma das perguntas a seguir: O celular funciona em chamadas de voz? Está em modo avião? O nível de sinal da operadora está bom? Verificou as configurações do celular? Quatro retângulos verdes, cada um com a seguinte frase: Desligue o celular e volte a ligá-lo. Desabilite o modo avião. Procure local com sinal adequado. Verifique as configurações e ajuste-as se necessário. Os elementos do fluxograma permitem os seguintes caminhos: Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Sim. Fim. Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Sim. Desabilite o modo avião. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Não. Procure local com sinal adequado. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Sim. Verificou as configurações do celular? (seta) Não. Verifique as configurações e ajuste-as se necessário. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Início. (seta) O celular funciona em chamadas de voz? (seta) Não. Está em modo avião? (seta) Não. O nível de sinal da operadora está bom? (seta) Sim. Verificou as configurações do celular? (seta) Sim. Desligue o celular e volte a ligá-lo. (seta) Volta para O celular funciona em chamadas de voz? Em vermelho, o texto: Aqui, há um erro de lógica. Se o problema do celular não foi resolvido nas etapas anteriores, haverá eterna repetição dessa instrução!

Fluxogramas e algoritmos dão origem a aplicativos

Usando linguagens de programação de computador adequadas, algoritmos podem ser transcritos em conjuntos de instruções executáveis por computadores. Os resultados são o que denominamos programas ou aplicativos.

Cada programa que rodamos em computadores ou aplicativo que usamos em celulares e tablets é o resultado de centenas, milhares ou milhões de linhas de código escritas em linguagem de programação a partir de ideias formuladas como algoritmos e fluxogramas.

Uma única linha de código errada pode originar um erro de lógica que faz com que possam acontecer bugs durante a utilização do programa.

O procedimento de analisar detalhadamente um algoritmo para eliminar os erros existentes é chamado de depuração. O verbo depurar também é empregado pelos programadores para se referirem ao processo de encontrar os erros de um programa de computador e resolvê-los.

Sobre culturas juvenis

Aqui, transcrevemos um texto que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados às culturas juvenis e o mercado de trabalho.

“Juventude, trabalho e cultura periférica

reticências

As dificuldades enfrentadas pelos jovens são ainda maiores no Brasil. Isso porque, o que poderia ser visto como potência para a formação e a qualificação de novos profissionais para o futuro, acaba se incorporando no mercado de trabalho como barreiras geracionais de oportunidades e os jovens enfrentam desemprêgo mais elevado e grandes dificuldades para uma boa inserção no mercado de trabalho.

A necessidade de conciliar estudo e trabalho aparece como entrave para a entrada e a permanência dos jovens em empregos de qualidade e, assim, a primeira experiência no mercado muitas vezes ocorre de fórma precarizada, justamente pelo pouco incentivo do próprio mercado de trabalho em suas estruturas consolidadas ao processo formativo para o trabalho de fórma geral no mercado.

O trabalho ocupa um lugar central na construção das fórmas de organização do cotidiano e mudanças na sua dinâmica também representam transformações para os indivíduos. Ele é uma baliza importante na vida social como um dos nucleares centros de construção de sentido para as trajetórias sociais. Sua falta, que pode também ser por escolha de não estar em um trabalho remunerado, tem enorme impacto nas fórmas de socialização, sobretudo nas consequências enfrentadas com as dificuldades de constituir e vislumbrar uma carreira mais linear. Mas também para entradas no mercado de trabalho mais tardias, que podem tornar ainda mais rebaixadas as experiências laborais, como acontece para muitas mulheres que se tornam mães mais precocemente, por exemplo.

reticências

As novas possibilidades de trabalho através da produção de cultura são disputadas. Se, por um lado, pode-se olhar para o processo como uma disputa por recursos e financiamentos para os projetos pelos editais públicos e privados que constituem um campo de atuação profissional em formação, há também, por outro lado, reivindicações para a formação de maior público e maior abertura de um mercado de produção de cultura na periferia que possa viabilizar esses trabalhos mais autônomos para um número maior de pessoas.

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As novas tecnologias [digitais] da informação e da comunicação [Tê dê i cês] e seus usos recentes trouxeram modificações importantes para a produção e divulgação dos produtos culturais mexendo em todo o mercado da cultura. Isso abre grandes oportunidades para que haja uma profissionalização maior na periferia de jovens que se interessam pela produção cultural. Há, sem dúvida, uma democratização dêsses processos que se tornaram mais acessíveis e criaram e fortaleceram novos modos de se produzir e de divulgar os trabalhos. A internet e as redes sociais são veículos fundamentais nessa cadeia de circulação da cultura reticências.

reticências

Para pensar a inserção no mercado de trabalho dos profissionais de cultura na periferia, em grande medida jovens, podemos pensar na qualificação necessária para trabalhos ligados à cultura. A qualificação profissional, muitas vezes, está estruturada sem levar em consideração os anseios dos jovens no mercado de trabalho. Apresentando um cardápio limitado, os cursos de qualificação e formação profissional para jovens são, geralmente, ligados diretamente ao que o empresariado apresenta como demanda. As políticas de qualificação somente conseguem apresentar uma nova perspectiva quando pensadas diretamente para o que os jovens têm interêsse. No geral, a gestão pública estabelece parcerias em convênios de execução dos programas de qualificação profissional de um modo bastante tradicional, ligados aos interêssis empresariais. reticências

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Nessa medida, a conquista por trabalhos que tragam maior autonomia se apresenta como um grande desafio e exige atitudes ‘rebeldes’ – que saiam do comum e façam parte da luta pelo direito à cidade reticências. A construção de práticas que tragam esses espaços em que as periferias possam se tornar territórios ativos da cidade é uma conformação que vai conquistando distintos arranjos através de lutas políticas dos seus moradores. Por vezes, somente os jovens podem realizar mudanças de atitudes, pois apresentam menor responsabilidade em relação a toda uma estrutura que vai se apresentando na vida adulta – amarrando os sujeitos nas fórmas usuais de organização da vida.

A autonomia pode ser apresentada como trabalhos com uso do tempo diferente, mais determinado pelos sujeitos e não tão organizados pelo trabalho remunerado. Os movimentos sociais reticências vêm buscando construir espaços de resistência que possam marcar distinções essenciais na construção da vida dos jovens – novos usos do território, sociabilidades que aproximem, reúnam, dialoguem, além de buscar novas dinâmicas de inserção no mercado de trabalho.

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Fonte: BERGAMIN, Marta de Aguiar. Juventude, trabalho e cultura periférica: a experiência da Agência Popular de Cultura Solano Trindade. Cadernos Adenauer dezesseis, 2015, número 1. Escola de Sociologia e Política de São Paulo – Féspi, São Paulo. Disponível em: https://oeds.link/b2VALR. Acesso em: 12 maio 2022.

Sobre projeto de vida

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente em aspectos relacionados ao trabalho com projetos de vida.

“A importância de construir Projetos de Vida na Educação

reticências

O projeto ou plano de vida representa o que o indivíduo quer ser e o que ele vai fazer em certos momentos de sua vida, bem como as possibilidades de alcançá-lo. Projeto de vida, num sentido amplo, é tornar conscientes e avaliar nossas trilhas de aprendizagem, nossos valores, competências e dificuldades e também os caminhos mais promissores para o desenvolvimento em todas as dimensões. É um exercício constante de tornar visível, na nossa linha do tempo, nossas descobertas, valores, escolhas, perdas e também desafios futuros, aumentando nossa percepção, aprendendo com os erros e projetando novos cenários de curto e médio prazo. É um roteiro aberto de autoaprendizagem, multidimensional, em contínua construção e revisão, que pode modificar-se, adaptar-se e transformar-se ao longo da nossa vida.

O projeto de vida bem desenhado é do interêsse de todos, porque nos ajuda a propor perguntas fundamentais, a buscar as respostas possíveis, a fazer escolhas difíceis e a avaliar continuamente nosso percurso. Isso dará sentido e prazer ao aprender em todos os espaços e tempos e de múltiplas fórmas, em cada etapa da nossa vida. reticências

Numa sociedade pluralista, o projeto de vida se traduz em propostas diferentes, fruto de filosofias distintas. O importante é que trabalhe com valores fundamentais, de amplo consenso e que não se feche em nichos ideológicos restritivos, preconceituosos, limitadores. O projeto de vida precisa estar num contexto de valorização pessoal, integração social, compreensão das diferenças e promoção da autonomia, a partir de uma visão científica e filosófica aberta e atualizada.

reticências

O projeto de vida na escola faz parte da metodologia de projetos, de aprendizagem ativa de valores, competências para que cada estudante encontre relevância, sentido e propósito no seu processo de aprender, e o integre dentro das suas vivências, reflexões, consciência, visão de mundo. É formado por um conjunto de atividades didáticas intencionais que orientam o estudante a se conhecer melhor, descobrir seu potencial e dificuldades e também os caminhos mais promissores para seu desenvolvimento e realização integral.

Passos para desenvolver o projeto de vida dos alunos na escola

A fórma mais rápida de implementação é realizando ações pontuais: palestras, cursos de curta duração, oficinas para professores (e, se possível, também para os pais) sôbre questões relacionadas ao projeto de vida. Depois módulos para os alunos em fórma de oficinas, como atividades complementares sôbre diversos temas como autoconhecimento, criatividade, resolução de problemas, comunicação, empreendedorismo, gestão do tempo, orientação de estudos. Esses módulos podem estar mais integrados dentro do currículo de fórma sequencial, constituindo um eixo importante e podem ser oferecidos de fórma híbrida (blended) parte online e parte presencialmente.

Uma ação paralela pode ser criar um tutor de projeto de vida por classe, que discute algumas destas questões com todos os alunos e os acompanha ao longo de um percurso formativo.

Uma fórma mais avançada é a criação de um mentor por aluno, que o acompanha permanentemente durante um ciclo específico. Do ponto de vista curricular, inserir o projeto como eixo integrador dos valores, competências socioemocionais, cognitivas, de fórma personalizada. O aluno percebe assim que o currículo fala o que lhe interessa, responde aos seus anseios e questionamentos e o ajuda a ampliar a visão de mundo. É um outro modo de ver a organização escolar mais centrada no aluno, que torna a aprendizagem muito mais relevante e significativa para ele.

O projeto deve acompanhar – de várias fórmas e com diferentes graus de intensidade – cada etapa da evolução da criança para a adolescência e juventude, seus novos questionamentos, descobertas, dificuldades. O projeto precisa ser assumido por gestores e docentes como um todo e, ao mesmo tempo, desenhar como se tornará mais tangível, progressivamente, através de tutoria, oficinas, projetos específicos. Se é um eixo fundamental deve aparecer continuamente como centro do currículo e não só como atividade complementar. reticências

Desafios ao trabalhar o projeto de vida

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O desafio é desenhar o Projeto de Vida dentro do modelo curricular e da cultura de cada escola, integrando-o de uma fórma peculiar e adaptando-o ao seu momento e possibilidades. O mais importante é a mudança de mentalidade de todos e a percepção da sua relevância. Algumas ações:

  • Conhecer os modelos de integração do Projeto de Vida no currículo feito por outras instituições educacionais.
  • Desenhar uma proposta viável no curto prazo e outra de implementação no médio prazo. Para isso é importante envolver as famílias, trazê-las para esta discussão e também os alunos para que opinem, entendam o processo e ajudem no seu desenho. reticências

O projeto ideal deveria ser construído em estreita colaboração com as famílias, para aproximar visões de mundo, expectativas, procedimentos, respeitando os papéis de cada qual. É importante que comece já desde criança, de fórma simples e lúdica, com atividades de autoconhecimento, de elaboração de narrativas de origem (conhecendo nossas famílias), e iniciando-os na explicitação de sonhos, desejos e possibilidades. Quanto mais se exercita o autoconhecimento e o conhecimento dos outros, mais rico é o processo de percepção e integração dos saberes.

No projeto de médio prazo o projeto de vida está no centro de um currículo personalizado; cada aluno tem seu mentor; o currículo é por competências e projetos, híbrido, com metodologias ativas e tecnologias digitais. É complexo, difícil, mas faz sentido no mundo de hoje.

Principais práticas pedagógicas

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Faz parte da metodologia de projetos, uma das metodologias ativas: projetos que desenvolvam a autonomia e a colaboração, construção de histórias, diversos tipos de jogos e dramatizações, investigação cartográfica (acompanhar a vida nos seus movimentos e onde ela está acontecendo, onde circulamos, vivemos, aprendemos, produzimos e nos relacionamos). Os modelos que fazem mais sentido hoje são os híbridos, onde o aluno aprende com materiais gamificados com desafios, missões, estações, vídeos, e com momentos de encontros com um Tutor ou Mentor.

É preciso tornar os alunos mais protagonistas nas decisões, na gestão do curso, na avaliação (portfólio digital, avaliação por pares, autoavaliação) e também formar de fórma imersiva e contínua os professores para projetos, entre eles o de vida, formações presenciais e online; o ideal é em modelos híbridos, combinando momentos presenciais e outros online. reticências

Fonte: MORAN, José. A importância de construir Projetos de Vida na Educação. São Paulo, 2017. Disponível em: https://oeds.link/nECMrT. Acesso em: 12 maio 2022.

Sobre interdisciplinaridade

Aqui, transcrevemos um texto que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados ao trabalho com interdisciplinaridade.

sôbre a prática pedagógica dos questionamentos como eixo mobilizador do ensino integrado

Partindo da dúvida, a postura interdisciplinar procura reindagar as certezas paradigmáticas resultantes das teorias que configuram a atual ciência escolar, e mais, procura considerar como fundamental à construção dessa ciência, a pesquisa criteriosa sôbre as ações comprometidas ocorridas em sala de aula. Essa fórma de pesquisa permitirá extrair do cotidiano de práticas bem-sucedidas os fundamentos de novas teorizações. reticências

Muitos autores têm estudado e discutido o sentido do humano em sua potencialidade interdisciplinar. Reflexões tais como a de Ruán permitem-nos nos rever a questão do humano em sua essencialidade. Para , o mais característico e constitutivo do caráter humanístico do ser encontra-se em seu dinamismo de perguntar. Nesse sentido, se o objetivo for, tal como anunciamos, investigar a intencionalidade da ação interdisciplinar em seu caráter antropológico, seremos obrigados a reindagar o – do homem como ser que pergunta e da situação específica do seu ato de perguntar. O constitui-se numa das últimas especificidades do ser-racional homem reticências.

O que importa, portanto, não é a fórma imediata ou remota de conduzir o processo de inquirição, mas a necessidade de verificarmos o sentido que a pergunta contempla. Existem perguntas cujo objetivo explícito é a obtenção de informações imediatas, às quais denomina intelectuais. Outras, entretanto, são existenciais, pois contemplam todos os compromissos e angústias que movem a vida. reticências

Essa questão da pergunta, do sentido cuaêrens, no homem, conduz-nos à seguinte constatação: o saber perguntar, próprio de uma atitude interdisciplinar, envolve uma arte cuja qualidade extrapola o simples nível racional do conhecimento. O exercício dessa arte de perguntar, que Sócrates denominara maiêutica, levou-nos em nossas pesquisas a algumas investigações especiais que nos suscitaram muitas dúvidas sôbre a fórma como se pergunta e se questiona em sala de aula. Nesse percurso, norteamo-nos mais pelas dúvidas do que pelos achados, entretanto, essas dúvidas nos conduziram a descrever e a investigar a sala de aula, da fórma como segue.

reticências Cada movimento interdisciplinar é como cada momento vivido – único, por isso sugere a quem dele participa (leitor) outros movimentos, também interdisciplinares, portanto, únicos. Falar de movimento interdisciplinar não é, pois, dizer de modelos, mas de possibilidades, que se iniciam no pesquisado e a partir dele podem se transmutar em múltiplas fórmas e atos.”

Fonte: FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 1994. página 75-79.

Sobre cultura de paz

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente em aspectos relacionados à cultura de paz na comunidade escolar a na sociedade.

“Cultura de paz no Brasil

reticências

A questão da violência no Brasil é uma das maiores preocupações da sociedade. Os índices de violência e de insegurança, especialmente nos grandes centros urbanos, aumentaram nas últimas duas décadas. Atualmente, os homicídios são uma das principais causas de morte entre homens jovens de idades entre 15 e 39 anos, sendo que a maioria das vítimas é constituída por homens negros.

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Educação sem violência

Mais do que teoria e prática, a não violência deve ser uma atitude que permeia toda a prática de ensino, envolvendo todos os profissionais de educação e os estudantes da escola, os pais e a comunidade, em um desafio comum e compartilhado. Assim, a não violência integrada confere ao professor outra visão do seu trabalho pedagógico. A escola deve dar lugar ao diálogo e ao compartilhamento, tornando-se um centro para a vida cívica na comunidade.

Para obter um impacto real, a educação sem violência deve ser um projeto de toda a escola, o qual deve ser planejado, integrado em todos os aspectos do currículo escolar, na pedagogia e nas atividades, envolvendo todos os professores e profissionais da escola, assim como toda a estrutura organizacional da equipe de tomada das decisões educacionais. As práticas de não violência devem ser coerentes e devem estar refletidas nas regras e na utilização das instalações da escola.

Vista pelo ângulo da não violência, a educação ajuda a:

  • aprender sôbre as nossas responsabilidades e obrigações, bem como os nossos direitos;
  • aprender a viver juntos, respeitando as nossas diferenças e similaridades;
  • desenvolver o aprendizado com base na cooperação, no diálogo e na compreensão intercultural;
  • ajudar as crianças a encontrar soluções não violentas para resolverem seus conflitos, experimentarem conflitos utilizando maneiras construtivas de mediação e estratégias de resolução;
  • promover valores e atitudes de não violência – autonomia, responsabilidade, cooperação, criatividade e solidariedade;
  • capacitar estudantes a construírem juntos, com seus colegas, os seus próprios ideais de paz.

Diálogo intercultural

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É fundamental promover e disseminar valores, atitudes e comportamentos que conduzem ao diálogo, à não violência e à aproximação das culturas, em consonância com os princípios da Declaração Universal da Diversidade Cultural, segundo a qual: ‘Em nossas sociedades cada vez mais diversificadas, é essencial garantir uma interação harmoniosa entre pessoas e grupos com identidades culturais plurais, variadas e dinâmicas, bem como sua disposição de viver juntos. Políticas para a inclusão e participação de todos os cidadãos são garantias de paz, coesão social e vitalidade da sociedade civil’.

Hoje, a paz exige investimentos ativos, liderança esclarecida, valores educacionais poderosos, pesquisa extensiva em inovação social e um ambiente progressista da mídia. reticências

Aprender a viver juntos

reticências a paz duradoura reside em uma rede complexa e frágil de práticas diárias incorporadas em contextos locais, bem como nas realizações mais efêmeras e criativas de indivíduos e comunidades, que se inspiram na convicção de que constituem as condições sustentáveis para viver juntos com dignidade e prosperidade compartilhada.

Em uma época de desafios e ameaças mundiais crescentes, como a desigualdade, a exclusão, a violência e o sectarismo, agravados pelas tensões e pelos conflitos locais que minam a coesão da humanidade, o ‘aprender a viver juntos, entre todos os membros da comunidade mundial, torna-se um fator mais atual do que nunca.

Os indivíduos se tornam competentes em termos interculturais por meio da aprendizagem e das experiências de vida na complexidade moderna de nosso mundo heterogêneo e, consequentemente, tornam-se preparados para apreciar a diversidade e para administrar conflitos, de acôrdo com os valores do pluralismo e da compreensão mútua.

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Fonte: UNESCO. Cultura de paz no Brasil. Brasília. Disponível em: https://oeds.link/SuW6X1. Acesso em: 12 maio 2022.

Sobre bullying

Aqui, transcrevemos um texto que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados à violência escolar, em especial o bullying.

“O problema – O que é a violência escolar?

A violência escolar inclui a violência física, psicológica, violência sexual e o bullying; é praticada e vivenciada por estudantes, professores e outros funcionários da escola.

Considera-se violência física qualquer fórma de agressão física com a intenção de machucar, e ela inclui o castigo físico e o bullying corporal praticados por adultos e outras crianças. No castigo físico, a\ fôrça física é usada com a intenção de causar algum grau de dor ou desconforto e é frequentemente usada para punir o fraco desempenho acadêmico ou corrigir mau comportamento.

A violência física inclui a agressão verbal e o abuso emocional, que se manifestam nos atos de isolar, rejeitar, ignorar, insultar, difamar, contar mentiras, xingar, ridicularizar, humilhar e ameaçar e também na fórma do castigo psicológico. Este último envolve tipos de castigo que não são físicos, mas que humilham, difamam, elegem um bode expiatório, ameaçam, assustam ou ridicularizam a criança ou o adolescente.

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O bullying caracteriza antes um padrão de comportamento do que incidentes isolados, e com frequência se agrava caso não seja controlado. Pode ser definido como o comportamento intencional e agressivo recorrente contra uma vítima, em uma situação em que há um desequilíbrio real ou percebido de poder e as vítimas se sentem vulneráveis e impotentes para se defenderem. Comportamentos de bullying podem ser físicos (golpes, chutes e a destruição de bens), verbais (provocação, insulto e ameaça), ou relacionais (difamação e exclusão de um grupo).

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O bullying também inclui o cyberbullying, que representa uma dimensão a mais de risco e dor. O cyberbullying envolve a postagem e envio de mensagens eletrônicas, incluindo textos, fotos ou vídeos, com o objetivo de assediar, ameaçar ou atingir outra pessoa por meio de uma variedade de mídias e plataformas sociais, como redes sociais, salas de bate-papo, blogs, mensagens instantâneas e mensagens de texto. O cyberbullying pode incluir a difamação, postagens contendo informações falsas, mensagens ofensivas, comentários ou fotos constrangedoras, ou a exclusão de alguém das redes sociais ou outro sistema de comunicação. O cyberbullying permite que os agressores permaneçam anônimos, podendo atingir a vítima a qualquer hora e em qualquer dia com mensagens e imagens que podem ser rapidamente visualizadas por uma vasta audiência.

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Crianças e adolescentes podem ser tanto vítimas quanto agressores

Algumas crianças e adolescentes vivenciam a violência e o bullying em casa e na escola, e tanto no mundo real como no virtual. A fronteira entre o mundo real e o virtual torna-se cada vez mais indistinta, conforme as novas tecnologias [digitais] de informação e comunicação [Tê dê i cês] passam a integrar a vida diária de crianças e adolescentes. Os que relatam ter praticado cyberbullying, normalmente relatam também ter sofrido este tipo de bullying, e muitas vítimas online também sofrem bullying pessoalmente.

Os praticantes do bullying com frequência têm problemas subjacentes; aqueles que cometem o bullying o fazem devido à frustração, humilhação, raiva ou para obter status social.

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Algumas vítimas da violência escolar e do bullying não contam a ninguém sôbre isso

Com frequência, as crianças e adolescentes mais vulneráveis e que mais precisam de apôio, são as menos propensas a denunciar os incidentes ou a procurar ajuda. Entre as razões para não contar a ninguém ou denunciar a violência e o bullying estão a falta de confiança nos adultos, em particular professores, o medo de repercussões ou represálias, o sentimento de culpa, a vergonha ou confusão, e o receio de não serem levadas a sério ou de não saberem onde procurar ajuda.

As crianças e adolescentes normalmente acreditam que os adultos, incluindo os professores, não enxergam o bullying, mesmo quando ele acontece em sua frente, ou não consideram como bullying determinadas ações, embora estas sejam reconhecidas como tal pelas crianças. No caso de os agressores serem os professores ou outros funcionários, denunciar a violência ou abuso torna-se particularmente desafiador.

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A violência escolar e o bullying tem um impacto negativo na qualidade e no desempenho educacionais

Os efeitos educacionais nas vítimas da violência escolar e do bullying são significativos. A violência e o bullying cometidos por professores ou outros estudantes podem fazer com que as crianças e adolescentes tenham medo de ir à escola, bem como interferir em sua capacidade de concentração em sala de aula ou na participação de atividades escolares. Seu efeito nas testemunhas pode ser semelhante.

As consequências incluem reticências evitar atividades escolares, faltar a aulas ou abandonar completamente a escola, o que afeta negativamente o desempenho e resultados acadêmicos, bem como futuras possibilidades de emprêgo. As crianças e adolescentes que são vítimas da violência podem tirar notas baixas e serem menos propensas a alcançar o ensino superior. Análises de avaliações internacionais de aprendizagem salientam o impacto do bullying nos resultados de aprendizagem. Elas mostram claramente que o bullying reduz o desempenho dos estudantes em matérias essenciais como a matemática, e outros estudos também documentaram um impacto negativo da violência escolar e do bullying no rendimento escolar.

As testemunhas e o ambiente escolar como um todo também são afetados pela violência escolar e pelo bullying. Ambientes de aprendizagem não seguros criam um clima de medo e insegurança e a percepção de que os professores não têm contrôle ou não se importam com o bem-estar dos estudantes, o que reduz a qualidade da educação para todos os estudantes.

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A resposta

O setor de educação, em seu trabalho conjunto com outros setores e partes interessadas, tem a responsabilidade de proteger as crianças e jovens da violência e oferecer um ambiente de aprendizagem seguro e inclusivo para todos os estudantes. A escola também é um lugar onde o comportamento violento pode ser modificado e o comportamento não violento aprendido; tanto o ambiente de aprendizagem quanto o conteúdo educativo podem transmitir uma compreensão dos direitos humanos, igualdade de gênero, valores de respeito e solidariedade e habilidades para se comunicar, negociar e resolver os problemas pacificamente. Além disso, as escolas sem violência também podem promover a não violência na comunidade em geral.

reticências As evidências mostram que as respostas com base em uma abordagem que envolve todo o setor (e toda a escola), bem como intervenções que previnem e combatem este problema, podem fazer a diferença. Esse tipo de abordagem não apenas reduz a violência escolar e o bullying, mas também contribui para reduzir o absenteísmo, promovendo a melhora do desempenho acadêmico e aperfeiçoando as habilidades sociais e bem-estar das crianças. Uma abordagem efetiva e abrangente do setor de educação face à violência escolar e o bullying inclui todos os elementos a seguir:

Liderança inclui: desenvolver e colocar em prática leis e políticas nacionais que protejam as crianças e adolescentes da violência escolar e do bullying nas escolas; e alocar recursos adequados para combater esse problema.

Ambiente escolar inclui: criar um ambiente de aprendizagem seguro e inclusivo; forte gestão; desenvolver e colocar em prática políticas e códigos de conduta escolares e garantir que os funcionários que os violem sejam penalizados.

Capacidade inclui: treinamento e suporte para professores e outros funcionários, garantindo que tenham o conhecimento e habilidades necessários para colocar em prática programas de prevenção à violência e respondam aos incidentes de violência escolar e ao bullying; desenvolver o potencial das crianças e adolescentes; desenvolver conhecimento, atitudes e habilidades apropriados à prevenção da violência entre crianças e adolescentes.

Parcerias inclui: promover a conscientização sôbre o impacto negativo da violência escolar e do bullying; colaboração com outros setores em âmbito nacional ou local; parcerias com professores e sindicados de professores, trabalho com famílias e comunidades; participação ativa de crianças e adolescentes.

Serviços e apôio inclui: fornecer mecanismos de denúncia e informação acessíveis, confidenciais e sensíveis às crianças; disponibilizar orientação e apôio; e encaminhamento a serviços de saúde, entre outros.

Evidência inclui: implementação de amplo conjunto de dados; monitoramento e avaliação rigorosos para acompanhar o progresso e os resultados; e pesquisa para estabelecer uma base de informações para a elaboração de programas e intervenções.

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Ambiente escolar

A adoção de uma sólida gestão escolar por conselhos de administração escolares e diretores, e de políticas escolares voltadas aos funcionários e estudantes sôbre a violência e o bullying e seus códigos de conduta são fundamentais para criar escolas acolhedoras e ambientes de aprendizagem seguros, solidários e inclusivos.

Entidades administrativas e estruturas de gestão escolares têm o dever da proteção e a necessidade de transmitir uma mensagem clara de que a violência e o bullying são inaceitáveis. reticências Os estudantes e funcionários precisam garantir que as transgressões resultem em sanções, daí a necessidade de a gestão escolar assegurar que as políticas escolares e códigos de conduta existam e sejam colocados em prática.

As políticas escolares devem identificar quais são as responsabilidades e ações dos funcionários para que previnam a violência e o bullying e interfiram quando necessário. Os códigos de conduta voltados aos professores precisam fazer menção à violência e ao abuso de fórma explícita, e assegurar que as penalidades sejam estipuladas claramente e sejam consistentes com as estruturas jurídicas em prol dos direitos e proteção das crianças. reticências Códigos de conduta, políticas escolares e procedimentos para combater a violência e bullying devem, idealmente, ser integrados em lições nas salas de aula.

As escolas que acolhem todos os estudantes e funcionários também são caracterizadas por uma cultura inclusiva e reflexiva, que inclui: uma liderança comprometida com valores inclusivos e um estilo de liderança participativo; um alto nível de colaboração dos funcionários e solução conjunta de problemas; e valores similares compartilhados por estudantes, pais e a comunidade. Pesquisas sugerem que o incentivo a uma cultura inclusiva, da parte de autoridades escolares, depende da promoção de novos sentidos sôbre a diversidade, práticas inclusivas nas escolas e a construção de uma ligação entre comunidade e escolas. Em tal ambiente, os estudantes não somente se tornam mais preparados para reconhecer situações de violência ou abuso, mas se sentem mais confortáveis em reportar incidentes de violência ou bullying sofridos ou testemunhados na escola para um professor ou outro adulto de confiança.

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Fonte: UNESCO. Violência escolar e bullying: relatório sôbre a situação mundial. Brasília, 2019. Disponível em: https://oeds.link/qUkxzO. Acesso em: 16 maio 2022.

Sobre automutilação em adolescentes

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente em aspectos relacionados à automutilação sob o enfoque do contexto escolar.

“O que é e como lidar com a automutilação na escola

Lâminas de apontador, compassos, estiletes. Esses simples objetos que fazem parte do material escolar têm sido usados por adolescentes para automutilação, também conhecido por cutting. Essa prática foi reconhecida como transtorno mental em 2013 pela Sociedade Americana de Psiquiatria e pode ser definida como uma agressão ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio. Segundo a psicóloga Cláudia Paiva de Magalhães reticências, pesquisas feitas nos Estados Unidos mostram que os casos ficaram mais frequentes na última década.

Como muitos deles ocorrem no início da adolescência, a escola precisa estar atenta a esses movimentos entre os alunos para tomar as medidas necessárias. Confira abaixo as principais dúvidas sôbre o tema e maneiras de lidar com isso.

O que é automutilação?

A automutilação é uma prática de agredir o próprio corpo, que pode acontecer de diferentes fórmas. A mais comum é fazer pequenos córtes na pele, mas a pessoa também pode se bater, se queimar com cigarro, arrancar os cabelos, se furar com agulhas ou praticar qualquer outra autolesão. ‘Os ferimentos costumam ser feitos em lugares que podem ser escondidos, como braço, perna e barriga. Os adolescentes tentam escondê-los com pulseirinhas, deixam de usar shorts e passam a usar mais mangas longas’, explica Jackeline Giusti, psiquiatra assistente do ambulatório de adolescentes com problemas de automutilação, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (úspi).

O que motiva esse comportamento?

Muito diferente do que as pessoas acham, o autor não busca a dor física pelo prazer de senti-la. ‘Na maioria dos casos, a automutilação é reflexo de uma incapacidade de lidar com seus próprios sentimentos, como angústias, medos, tristeza e conflitos. Os adolescentes veem nessa prática a saída mais rápida para aliviar esse intenso sofrimento. É uma troca da dor emocional pela dor física’, explica a psicóloga Cláudia. O ato também pode ter relação com se punir por alguma atitude, raiva ou com a autoestima baixa. Em algumas situações, pode estar associado à depressão. ‘Não precisa existir um transtorno psiquiátrico, mas, geralmente, há uma tristeza envolvida’, aponta Jackeline, da úspi.

Para João Paulo Braga, doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará e autor da tese ‘Autolesão na Era da Informação: uma abordagem sociológica do cutting entre subculturas urbanas’, apesar dos estudos se concentrarem na área médica, é preciso considerar as razões sociais que levam ao crescimento do fenômeno. A base do cutting está no empobrecimento das relações interpessoais das crianças logo no início da adolescência, somado a um grau de exigência muito grande, não só de estudo, mas de beleza física’, diz. Ele afirma que, apesar do aumento dos casos, a automutilação não é um modismo adolescente. ‘Quase todos os relatos que obtive durante os cinco anos de pesquisa apontam problemas familiares como abandono de um ou ambos os pais, rejeição e agressão pelo fato de serem homossexuais, abuso sexual, humilhações que o indivíduo sofre por parte de um dos genitores ou mesmo a vivência com pais excessivamente individualistas e ausentes’, indica.

reticências

Existe um perfil de pessoas que se automutilam?

A prática costuma se iniciar no começo da adoles­cência, por volta dos 12 anos, e vai perdendo fôrça à medida que o adolescente se aproxima dos 18 ou 19 anos. Apesar de ser mais frequente entre meninas, Jackeline, do Instituto de Psiquiatria da úspi, alerta que a automutilação costuma ser mais agressiva entre os meninos. ‘Às vezes, a intenção é fazer córtes superficiais, mas pela impulsividade e fôrça, acabam fazendo lesões mais sérias do que planejadas’, diz.

O que fazer quando um aluno está se automutilando?

A instituição precisa estar atenta aos possíveis sinais – como blusas de frio em altas temperaturas, isolamento, sintomas de baixa autoestima ou depressão, uma vez identificado um caso, chamar aluno e responsáveis para conversar. ‘Muitas vezes, os familiares acabam não percebendo isso dentro de casa, o que pode acabar agravando o quadro na medida em que o tempo passa. Muitos acham que usar roupas de mangas longas, se isolar, ou ficar deprimido é coisa de adolescente ou modinha, mas não é’, comenta Cláudia.

Na hora de conversa com o estudante que se auto­mutila, é necessário ter uma atitude acolhedora, sem julgamentos, se mostrar disposto a ouvi-lo e tentar entender. Às vezes, o sofrimento está associado à uma dificuldade dele na escola, como não conseguir passar de ano, e uma conversa franca pode diminuir a tensão’, sugere Jackeline. A atitude acolhedora também vale para os pais que, geralmente, não sabem como reagir à situação.

A escola também pode sugerir que o jovem seja encaminhado a um especialista – psicólogo ou psiquiatra – para análise do caso e, se necessário, iniciar um tratamento até que o quadro seja estabilizado.

A escola deve trabalhar o tema, mesmo sem identificar um caso de automutilação?

Sim. Para Jackeline, a abordagem na escola tem que começar antes do problema. ‘Muitos dos adolescentes que eu recebo no ambulatório sofreram bullying por muito tempo. Por isso, é fundamental realizar um trabalho antibullying e atividades que melhorem a autoestima, desenvolvendo habilidades para expor ideias e lidar com as diversidades e adversidades’, explica. Essas atividades melhoram a capacidade de expressão e o sentimento de pertencimento dos estudantes durante essa fase da vida.”

Fonte: SEMIS, Laís. O que é e como lidar com a automutilação na escola. Nova Escola. São Paulo, 25 novembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/LYkYaS. Acesso em: 18 maio 2022.

Sobre violência contra a mulher

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente em aspectos relacionados ao compromisso educacional em relação à violência contra meninas e mulheres.

“Escola que empodera: uma vida sem violência para meninas e mulheres se faz com educação

A violência contra meninas e mulheres é uma mazela perene de nossa sociedade, fruto de nossa sociedade patriarcalista, e que segue perpetuada pelo machismo estrutural. Embora saibamos que as vitórias jurídicas conquistadas com muita luta e movimento sejam de extrema importância para enfrentarmos e combatermos as muitas e diferentes violências, entendemos que uma mudança cultural é o que realmente vai conseguir transformar essa realidade que coloca o Brasil entre os países que mais matam mulheres – o 5º do ranking mundial em número de feminicídios.

A Lei Maria da Penha – éle ême pê (Lei nº .11340, de 7 de agosto de 2006) e a tipificação penal do feminicídio (Lei nº .13104, de 9 de março de 2015) são avanços significativos para essa mudança cultural, mas é de fácil percepção que os remédios legais, tão somente, não conseguem a mudança almejada, afinal o prevenido não precisa ser remediado. Essa transformação precisa abranger todos os espaços da sociedade, e com maior importância, precisa ser central no ambiente escolar, pois na escola existem inúmeras manifestações da diversidade e uma escolarização em que os saberes formais e práticas pedagógicas voltam-se para a formação crítica e emancipadora, pautada no respeito às diferenças, é um instrumento inigualável na busca pela desconstrução das desigualdades ou, ao contrário, pode agir na manutenção de preconceitos e fomentando discriminações. Não raro o diferencial social atribuído a meninas e meninos no ambiente escolar, as barreiras que lhes são impostas provocam exclusão, críticas e isolamentos que não se enquadram nos padrões predeterminados. O sexismo é encarado como natural e necessário para o contrôle dos corpos. Machismo e as intimidações às expressões de gênero são incluídas no pacote do bullying.

Porém, a instituição escolar possui responsabilidade legal e social de promover diálogos e reflexões que permitam um descortinar de olhares com vistas à construção de uma educação e, sobretudo, de uma sociedade, mais fraterna e inclusiva. reticências O Currículo em Movimento da Educação Básica da [Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal], em seus Pressupostos Teóricos, propõe Eixos Transversais que possibilitam uma organização curricular que aborde temas atuais e importantes para se promover o reconhecimento e respeito às diferenças, de fórma a contribuir com uma cultura de paz nas escolas, dos quais destaco ‘Educação para a Diversidade’ e ‘Cidadania e Educação em e para os Direitos Humanos’, por trazerem relevo ao entendimento da Secretaria quanto às relações de gênero e sua abordagem no ambiente escolar:

reticências se as relações entre homens e mulheres são um fenômeno de ordem cultural, podem ser transformadas, sendo fundamental o papel da educação nesse sentido. Por meio da educação, podem ser construídos valores, compreensões e regras de comportamento em relação ao conceito de gênero e do que venha a ser mulher ou homem em uma sociedade, de fórma a desconstruir as hierarquias historicamente constituídas. O conceito de gênero também permite pensar nas diferenças sem transformá-las em desigualdades, sem que estas sejam ponto de partida para as discriminações e violências (DISTRITO FEDERAL. Currículo em Movimento da Educação Básica. Pressupostos Teóricos, 2014, página 42).

A inclusão dêsses eixos, para além do currículo prescrito, dá vida a uma educação integral por proporcionar visibilidade ao ‘ser humano multidimensional’ provocando uma ruptura estrutural na lógica do poder segregante e fortalecer, assim, a responsabilização da escola com a Educação para a Diversidade, com a Cidadania e com os Direitos Humanos, asseverando que a escola deve ser vista como ‘um lugar de instrução e socialização, de expectativas e contradições, ou seja, um ambiente onde as diversas dimensões humanas se revelam e são reveladas’ (DISTRITO FEDERAL, 2014, página 10). reticências

É na escola, portanto, que encontramos o espaço propício para tratar das questões da diversidade uma vez que são narrativas historicamente excluídas, mas que possuem implicações profundas no desenvolver social, cultural, econômico e político de toda sociedade. É na escola que devem prevalecer as orientações legítimas e científicas sôbre problemáticas concretas como é a da violência contra meninas e mulheres.

Nesse sentido, além de ‘normativas’ internacionais, como a Convenção sôbre a Eliminação de Todas as fórmas de Discriminação Contra a Mulher (cê ê dê á dáblio) e a Convenção de Belém do Pará, nacionais, como o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (pê êne pê ême) e a própria éle ême pê, destaco legislações locais que não só orientam, como determinam e nos provocam, para uma atuação como agentes de transformação das desigualdades entre meninas e meninos, mulheres e homens e que, uma vez sob o Currículo em Movimento que aqui falamos brevemente e no qual destaca-se o compromisso com a diversidade, encontramos ainda mais respaldo para o trato com tais questões junto à comunidade escolar.

reticências além do currículo é preciso levar em consideração o contexto no qual foram formados e se formam continuamente, uma vez que toda pessoa carrega uma bagagem que precisa ser considerada. Considerando que tais valores e conhecimentos também foram construídos sob nosso contexto machista, há que se refletir sôbre as diversas habilidades que lhes são cobradas e, dêsse modo, oferecer subsídios para que possam desconstruir ideias preconceituosas, por vezes arraigadas, e assim atuar de maneira assertiva no enfretamento à violência contra meninas e mulheres. reticências

Fonte: MACEDO, Aldenora Conceição de. Escola que empodera: uma vida sem violência para meninas e mulheres se faz com educação. Disponível em: https://oeds.link/GtOL8z. Acesso em: 18 maio 2022.

Sobre TDICs

Este é um esquema que pode auxiliar o docente a orientar os estudantes em aspectos relacionados ao trabalho com as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (Tê dê i cês).

Esquema ilustrado. PRODUZINDO MÍDIAS DIGITAIS. Cinco tarjas lado a lado, com cada um dos itens a seguir. MENSAGEM. O que eu quero comunicar? Pense no conteúdo que vai transmitir, no seu formato e nos meios pelos quais será divulgado, ou seja, na mídia. PÚBLICO-ALVO. Identifique quem vai ter contato com a sua publicação. Isso ajuda na escolha adequada da mídia. PRODUÇÃO. Escolha a mídia, procure informações confiáveis, providencie autorizações para uso de sons, textos e imagens. INTERAÇÃO. Faça uma publicação convidativa que chame a atenção. Saiba ouvir sugestões e aceitar críticas. FERRAMENTAS. Prefira aplicativos gratuitos que tenham tutoriais disponíveis e sejam fáceis de usar. Moça sentada usando um computador. Ela tem cabelo preto, com rabo de cavalo e usa óculos vermelho. Ao lado dela, um balão de pensamento com uma lâmpada dentro. Da tela do computador sai um símbolo de wi-fi  (composto por linhas curvas uma acima da outra,  de tamanho crescente). Ao lado, o texto: BLOG. É uma página on-line na qual os usuários podem trocar informações relacionadas com uma determinada área de interesse. Abaixo, frase e ícone para cada item. Nele podem ser publicados Imagens (ícone com silhueta de montanhas e Sol), Textos (ícone com letra T grande, ao lado linhas simulando texto), Áudios (ícone com megafone e linhas curvas de tamanho crescente) e vídeos (ícone com ponta de seta acima de uma barra horizontal em duas cores). Abaixo, pessoa de cabelo preto curto, de costas. Cada uma das mãos indica o lado direito e o lado esquerdo. No lado direto, um lápis marca uma alternativa em uma folha. Ao lado, livros. Abaixo o texto: ELABORAÇÃO. O primeiro passo para iniciar os trabalhos é escolher o estilo de texto que será utilizado. Sinta-se livre para explorar as possibilidades, como:  dissertação;  reportagem;  poema; entrevista. Crie um título chamativo, que deixe claro o assunto que será abordado. Faça uma contextualização do assunto e destaque o que considerar importante. Dentro de círculo vermelho o texto: Com o texto pronto, peça que alguém faça uma leitura buscando apontar formas de deixá-lo melhor. No lado esquerdo, uma lupa ampliando parte da tela do computador, ao lado livros. Abaixo, o texto:  PESQUISA. Busque informações sobre o assunto em fontes confiáveis, que tenham uma origem identificável (autor, instituição, grupo de pesquisa etc.) e que sejam veiculadas por um meio de comunicação reconhecido e isento. Não copie o texto de outra pessoa. Copiar textos e ideias é o que se chama plágio, um procedimento que é crime. Busque por imagens com direito de uso livre, evitando assim utilizar imagens com direito de uso restrito. Isso também vale para vídeos e áudios. Dentro de círculo vermelho, o texto: Verifique a data da informação para usá-la adequadamente.
Esquema ilustrado. Menino de cabelo preto cacheado, sentado falando em um microfone e usando fones de ouvido. Perto dele um balão de fala com linhas simulando texto. PODCAST (é uma junção de pod, do inglês 'personal on demand' (de demanda pessoal), com cast, de 'broadcast' (radiodifusão)). É um arquivo digital de áudio, que tem como propósito compartilhar informações. Ele costuma ser transmitido através da internet. Ilustração de tela de um computador. ETAPAS DE PRODUÇÃO. 1. Escolha o assunto que você irá abordar e dê enfoque às informações que façam sentido ao ouvinte. 2. Defina o formato do podcast (entrevista, debate, apresentação, entre outros). 3. Para deixar o podcast mais dinâmico e interessante, você pode convidar outras pessoas que entendam sobre o assunto! Com essas definições, elabore um roteiro do que vai falar. Ele pode apresentar apenas os tópicos principais ou anotações mais detalhadas, como dados difíceis de memorizar. Com o roteiro em mãos, treine tudo o que você pretende falar. Isso vai ajudá-lo a se expressar com fluidez e segurança. Você pode gravar um áudio prévio durante esse treino. Ilustração de um aparelho de celular. DICAS DE GRAVAÇÃO. Você pode gravar com o seu celular. Se possível, utilize também um microfone acoplado ao fone de ouvido. Escolha um local silencioso para obter um áudio sem ruídos. Ilustração de nota musical e barras verticais pequenas e grandes. EDIÇÃO.  Elimine ruídos, regule o volume das vozes ou programas para a edição. Elimine ruídos, regule o volume das vozes e inclua efeitos e trilhas sonoras, sempre respeitando as licenças de uso. Ilustração de megafone. PUBLICAÇÃO. Existem plataformas específicas para a hospedagem de blogs, áudios e vídeos, sendo muitas delas gratuitas. Informe-se a respeito. Para usar a plataforma, crie uma conta com um endereço de e-mail ativo e efetue seu cadastro. Compartilhe sua publicação! Ilustração de mulher com cabelo preto na altura dos ombros e óculos amarelo, sendo filmada com um tablet. Ao lado dela, um balão de fala com um ponto de exclamação. VÍDEO. Permite compartilhar informações por meio da gravação e da reprodução de imagens que podem estar acompanhadas de sons. Abaixo, ilustração de uma folha com listagem e uma lupa. ETAPAS DE PRODUÇAO. 1. Escolha o tema para apresentar. 2. Pesquise sobre o assunto a ser abordado. 3. Produza um roteiro, isso pode tornar o seu vídeo mais organizado. Dentro de círculo amarelo, o texto: Crie uma identidade visual, o que facilita o reconhecimento de seu vídeo. Ao lado, ilustração de celular na horizontal. DICAS DE GRAVAÇÃO. Defina o cenário e fique atento à iluminação e aos ruídos do local. Escolha o equipamento para a captação de áudio e imagem. É possível produzir um vídeo com qualidade de som e imagem com um celular e iluminação natural. Durante a gravação, se errar, continue gravando; erros podem ser retirados durante a edição. Dentro de círculo amarelo, o texto: Um segundo celular pode ser utilizado para captar o som. Ilustração de claquete e uma nota musical. EDIÇÃO. Utilize aplicativos ou programas de computador para a edição de seus vídeos. Você pode incluir efeitos visuais e trilhas sonoras. Dentro de círculo amarelo, o texto: Você pode optar por utilizar trilhas sonoras gratuitas.

Elaborado com dados obtidos de: , C.; Bruquixáir, B.; Gôudmãn, J. G. (edição). Science blogging: the essential guide. New Haven: Yale University Press, 2016; Geóguegãn, M. W.; Clás, D. Podcast solutions: the complete guide to audio and video podcasting. segunda edição Berkeley: Apress, 2007; Bírlei, S. The vlogger’s handbook. Londres: Quarto Publishing, 2019.

CONSIDERAÇÕES sôbre ESTE VOLUME (8º ANO)

Abordagem teórico-metodológica no desenvolvimento de habilidades e competências

Estão apresentadas, a seguir, organizadas por unidade, práticas didático-pedagógicas e objetos de conhecimento relacionados às habilidades propostas na Bê êne cê cê a serem desenvolvidos pelo estudante do 8º ano.

Unidade A

Nessa unidade, os capítulos têm como objetivo retomar objetos de conhecimento e habilidades de Ciências propostos pela Bê êne cê cê nos anos anteriores ao 8º ano. dêsse modo, o estudante tem a possibilidade de revisitar de maneira reflexiva conhecimentos já adquiridos e avançar na compreensão global de novos conteúdos.

Os capítulos da unidade estão focados na unidade temática Vida e evolução, propondo o estudo dos sistemas digestório, circulatório, urinário e linfático, de maneira integrada, como partes fundamentais para o funcionamento adequado do organismo humano. Durante toda a unidade, o livro do estudante suscita a reflexão sôbre a importância do cuidado pessoal com a saúde e o bem-estar.

Ele será instigado a desenvolver uma visão analítica sôbre os rótulos de alimentos industrializados e também sôbre a publicidade da indústria alimentícia, para que saiba fazer escolhas alimentares saudáveis.

As competências gerais relacionadas a responsabilidade, cidadania, autoconhecimento e autocuidado são, portanto, destaque na unidade e poderão ser trabalhadas pelo professor com o auxílio do livro do estudante.

No fechamento da unidade, propõe-se uma atividade de investigação e reflexão na qual o estudante deve estabelecer relações entre o consumo de alimentos saudáveis, aliado à prática de atividades físicas, e o bom funcionamento do sistema circulatório. Essa atividade estimula mais uma vez a reflexão sôbre a responsabilidade pelo próprio corpo e sôbre a importância de fazer escolhas que favoreçam a saúde.

O livro do estudante apresenta como estratégias algumas práticas didático-pedagógicas, tais como: pesquisas temáticas, construção de conceitos a partir de pesquisa, trabalho em equipe, experimentação, atividade reflexiva, questões discursivas e outras atividades que podem ser realizadas individualmente ou em grupo, além do compartilhamento de conhecimentos em plataforma digital.

O quadro a seguir apresenta, de fórma sucinta, os principais objetivos de cada capítulo dessa unidade e sua justificativa.

Capítulo 1

Objetivos

Justificativa

• Conhecer os nutrientes e suas funções.
• Saber mais sobre conteúdo calórico de alimentos.
• Compreender o papel das fibras na dieta.
• Relacionar o consumo excessivo de açúcares e gorduras aos prejuízos causados à saúde.
• Identificar o que é uma alimentação balanceada, o que é desnutrição e por que uma alimentação adequada (em quantidade e qualidade) é fator essencial para o crescimento e o desenvolvimento.

Favorecer a compreensão de que a alimentação está relacionada a diversos fatores, tais como custo dos alimentos, renda familiar, educação, disponibilidade de alimentos, hábitos e rotinas, costumes alimentares da sociedade, estilo de vida, necessidades psicológicas, necessidades sociais, preferências de textura e aparência, concepções sobre saúde e nutrição e influência da propaganda, sendo que alguns desses fatores deveriam ter mais influência do que outros no estabelecimento de uma alimentação adequada e saudável.

Capítulo 2

Objetivos

Justificativa

• Conhecer o sistema digestório, órgãos que constituem o tubo digestório e órgãos anexos a ele.
• Compreender as etapas de ingestão, digestão, absorção e eliminação.
• Identificar a relação entre alimentação e diversidade cultural.

Proporcionar uma visão geral do funcionamento do sistema digestório, além de um estudo específico de cada etapa do processamento dos alimentos e do papel dos órgãos que compõem o tubo digestório e dos órgãos anexos a ele.

Capítulo 3

Objetivos

Justificativa

• Compreender o funcionamento do sistema circulatório e sua atuação no transporte de materiais pelo corpo.
• Diferenciar circulação sistêmica de circulação pulmonar, entendendo a função do coração.
• Ter noções sobre a atuação do sistema linfático.
• Conhecer o sistema urinário, sua atuação e sua importância.

Propiciar o entendimento do papel da circulação sanguínea e dos cuidados referentes à prevenção de doenças como hipertensão, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Perceber a relevância do sistema urinário na excreção e na manutenção da saúde. Conscientizar-se da importância da correta hidratação do nosso organismo.

Unidade B

Na segunda unidade, os temas contemplam conceitos e habilidades de Ciências propostos pela Bê êne cê cê para o 8º ano. Conceitos e habilidades dos anos anteriores também são ampliados e aprofundados, promovendo o desenvolvimento do estudante nos objetos do conhecimento e habilidades do ano atual.

Os capítulos da unidade são voltados à unidade temática Vida e evolução e propõem o estudo do sistema respiratório integrando-o aos sistemas estudados na primeira unidade, além de apresentar e comparar os diferentes processos reprodutivos em plantas e animais, ressaltando a diversidade biológica que deriva dêsses processos.

O estudante também será estimulado a refletir sôbre o papel das plantas e de sua diversidade no equilíbrio das relações entre os seres vivos e na vida dos seres humanos, tornando-se mais consciente em relação à necessidade da preservação da flora.

No fechamento da unidade, propõe-se uma atividade investigativa para que o estudante elabore argumentos sôbre a diversidade das plantas, enfatizando suas características, suas adaptações ao ambiente, seu modo de reprodução, sua importância ambiental e sua interação com os outros seres vivos, e as ameaças de extinção.

Como estratégias para desenvolver as habilidades propostas, o livro do estudante apresenta algumas práticas didático-pedagógicas, dentre as quais podemos citar: pesquisa temática, atividade reflexiva, construção de conceitos a partir de pesquisa, discussão em grupo, experimentação, questões discursivas que podem ser respondidas individualmente ou em grupo e compartilhamento de conhecimentos em plataforma digital.

O quadro a seguir apresenta, de fórma sucinta, os principais objetivos de cada capítulo dessa unidade e sua justificativa.

Capítulo 4

Objetivos

Justificativa

• Conhecer o sistema respiratório.
• Distinguir respiração pulmonar (ventilação pulmonar) de respiração celular.
• Compreender o que é inspiração e expiração e saber que as trocas gasosas ocorrem nos alvéolos.
Obter noções de que a respiração pulmonar é controlada automaticamente pelo sistema nervoso.
• Compreender que o ar seco pode acarretar problemas respiratórios.
• Conhecer exemplos importantes de doenças respiratórias.
• Aprender sobre os malefícios do fumo: bronquite crônica, enfisema pulmonar e câncer.

Esclarecer uma concepção equivocada referente a como ocorre a entrada de ar nos pulmões, além de mostrar que, apesar de frequência cardíaca e frequência respiratória não serem a mesma coisa, durante um exercício físico, ambas aumentam porque estão vinculadas à maior taxa de oxigenação requerida pelos tecidos do organismo. Conscientizar dos problemas decorrentes do tabagismo e incentivar a rejeição a esse hábito.

Capítulo 5

Objetivos

Justificativa

• Ter noções sobre material genético, características hereditárias e mutação gênica.
• Aprender sobre o conceito básico de divisão celular.
• Distinguir reprodução sexuada de reprodução assexuada de animais.
• Compreender a importância da reprodução sexuada para a variabilidade dos descendentes.

Apresentar alguns pontos relacionados a conceitos biológicos fundamentais sobre a reprodução de animais, destacando as diferenças entre reprodução assexuada e reprodução sexuada, inclusive no tocante à variabilidade genética dos descendentes.

Capítulo 6

Objetivos

Justificativa

Obter noções dos principais critérios para a divisão das plantas em grupos.
• Identificar a presença de sistema para circulação de seiva
versus ausência.
• Conhecer a reprodução por sementes
versus inexistência de sementes.
• Identificar a presença de flores e de frutos
versus ausência.
• Conhecer briófitas, gimnospermas, angiospermas, suas principais características e seus representantes mais significativos.

Fornecer uma visão geral da divisão das plantas em grupos, de acordo com suas características. Evidenciar a importância da reprodução assexuada na propagação de espécies vegetais. Explicar em que consiste a reprodução sexuada de plantas e comentar a função de sementes, flores e frutos.

Unidade C

Nessa unidade, os temas contemplam habilidades de Ciências propostas pela Bê êne cê cê para o 8º ano com foco na unidade temática Vida e evolução.

Os capítulos do livro do estudante propõem o estudo da sexualidade e da reprodução humana, abrangendo a compreensão da adolescência como um período natural na vida dos jovens e trabalhando a aceitação das mudanças que ocorrem no corpo durante a puberdade, de modo a fomentar o bem-estar entre todos. A partir do conhecimento sôbre a reprodução humana, o estudante é incentivado a fazer escolhas conscientes sôbre os métodos para evitar a gravidez indesejada e as infecções sexualmente transmissíveis, além de ser estimulado a desenvolver consciência e argumentos a favor do respeito à diversidade dos indivíduos em seus diferentes aspectos.

As atividades propostas colocam em evidência competências gerais relacionadas a empatia, cooperação, responsabilidade, cidadania, autoconhecimento e autocuidado, permitindo ao professor explorá-las com os estudantes. O desenvolvimento da autopercepção, do autocuidado e da responsabilidade é contemplado durante toda a unidade, na abordagem do tema reprodução e sexualidade com foco na saúde, no bem-estar e na aceitação de si e do outro.

No fechamento da unidade, o estudante é convidado a refletir e argumentar sôbre a importância de cultivar o respeito às diferenças de qualquer tipo e à diversidade entre os indivíduos, reunindo informações que contribuam com essa reflexão. Também é ressaltada a necessidade de cuidar do próprio corpo e da própria sexualidade, estimulando no estudante uma postura responsável tanto por sua saúde e bem-estar quanto pela saúde e pelo bem-estar de seus companheiros.

São apresentadas como estratégias para desenvolver as habilidades propostas algumas práticas didático-pedagógicas, tais como: pesquisas temáticas, registro no caderno, discussão em grupo, construção de conceitos a partir de pesquisa, atividade reflexiva, questões discursivas que podem ser respondidas individualmente ou em grupo e compartilhamento de conhecimentos em plataforma digital.

O quadro a seguir apresenta, de fórma sucinta, os principais objetivos de cada capítulo dessa unidade e sua justificativa.

Capítulo 7

Objetivos

Justificativa

• Compreender o ciclo de vida humano.
• Conhecer os conceitos de crescimento, desenvolvimento e transformações do ser humano nas diferentes fases da vida.
• Aprender sobre adolescência e puberdade e as mudanças no corpo de meninos e meninas durante esta fase.
• Compreender o que é envelhecimento.
• Aprender sobre sistema endócrino e glândulas endócrinas.
Obter noções de hormônios e suas funções.
• Conhecer hormônios sexuais e sua atuação no surgimento das características sexuais secundárias na puberdade.

Introduzir o estudo da reprodução humana e os temas a ela relacionados, atendo-se às mudanças físicas externas no corpo e às alterações de comportamento durante as fases da vida, que são decorrência de fatores físicos, mentais e sociais. Favorecer a aceitação das diferenças individuais e a compreensão de que cada indivíduo é único e deve ser respeitado e valorizado.

Capítulo 8

Objetivos

Justificativa

• Conhecer a anatomia interna dos sistemas genitais masculino e feminino.
• Compreender a fisiologia reprodutiva do ser humano.
• Saber mais sobre menstruação.
• Identificar o papel do homem e da mulher na fecundação.
• Compreender os conceitos de ovulação e gravidez.
• Distinguir aborto natural de aborto provocado.
• Saber mais sobre parto e amamentação.

Propiciar o entendimento de aspectos fundamentais da anatomia e da fisiologia reprodutivas do ser humano, favorecendo a aquisição de conhecimentos que permitam acessar e compreender informações sobre reprodução humana.

Capítulo 9

Objetivos

Justificativa

• Distinguir gravidez desejada de gravidez indesejada.
• Conhecer exemplos de métodos anticoncepcionais.
• Conhecer as infecções que podem ser transmitidas por via sexual e formas de prevenção.
• Saber o que é aids, suas vias de transmissão e formas de prevenção.
• Diferenciar portador de HIV de acometido pela aids.

Discutir aspectos ligados à contracepção e à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, permitindo encarar com tranquilidade as inquietações próprias da puberdade inerentes a esses temas.

Unidade D

Nessa unidade, os temas apresentados trabalham habilidades de Ciências propostas pela Bê êne cê cê para o 8º ano, contemplando as unidades temáticas Terra e Universo e Matéria e energia.

Na unidade temática Terra e Universo, o livro do estudante propõe o estudo e a compreensão dos fatores que influenciam o clima de determinada região e das variáveis envolvidas na previsão do tempo. É ressaltada a importância da previsão do tempo para muitas das atividades humanas, desde a escolha do vestuário adequado até a agricultura e a navegação. A distinção conceitual entre tempo e clima é enfatizada para que os estudantes compreendam o que é Meteorologia e adquiram o hábito de consultar a previsão do tempo. Além disso, eles são estimulados a refletir e desenvolver uma consciência de protagonismo em busca do restabelecimento do equilíbrio ambiental. Ainda nessa unidade temática, aborda-se a ocorrência das fases da Lua e dos eclipses, por meio da construção de modelos, e a compreensão dos movimentos da Terra, relacionando-os com as estações do ano.

Na unidade temática Matéria e energia, propõe-se a construção de circuitos elétricos para que o estudante compreenda o funcionamento dos equipamentos elétricos do seu dia a dia e o tipo de transformação de energia que ocorre nesses equipamentos. O objetivo central é conscientizar o estudante de sua responsabilidade no uso da energia elétrica, a partir do cálculo do consumo de cada equipamento doméstico sôbre o consumo total de energia de uma residência. O estudante é estimulado a propor ações que minimizem esse consumo e, de maneira mais ampla, o impacto ambiental causado pela instalação de usinas de geração elétrica, identificando as fontes de energia renováveis e não renováveis e desenvolvendo hábitos conscientes e responsáveis.

No fechamento da unidade, o estudante é convidado a reunir informações sôbre a geração e o consumo de energia elétrica em sua localidade, fazendo comparações com outras localidades brasileiras, além de refletir, argumentar e propor atitudes concretas para reduzir o desperdício de energia elétrica e o impacto ambiental e social da instalação de usinas geradoras.

São apresentadas como estratégias para desenvolver as habilidades propostas algumas práticas didático-pedagógicas, dentre as quais podemos citar: experimentação, pesquisa temática, registro no caderno, discussão em grupo, construção de conceitos a partir de pesquisa, questões discursivas que podem ser respondidas individualmente ou em grupo e compartilhamento de conhecimentos em plataforma digital.

O quadro a seguir apresenta, de fórma sucinta, os principais objetivos de cada capítulo dessa unidade e sua justificativa.

Capítulo 10

Objetivos

Justificativa

• Adquirir noções do comportamento do ar quando aquecido ou resfriado.
• Conhecer o princípio comum ao funcionamento de balões de ar quente tripulados, chaminés e geladeiras (refrigeradores).
• Aprender sobre a formação de ventos.
• Distinguir os conceitos de clima e tempo.
• Ter noção das informações coletadas para fazer a previsão do tempo.

Ajudar a perceber a distinção entre os conceitos de tempo e de clima e trabalhar o fato de que as atividades humanas são, muitas vezes, condicionadas pelo tempo e pelo clima. Favorecer o entendimento de ações humanas que propiciam alterações climáticas e a discussão das iniciativas que podem contribuir para restabelecer o equilíbrio ambiental e diminuir ou eliminar essas alterações.

Capítulo 11

Objetivos

Justificativa

• Conhecer as fases da Lua e a explicação de seu ciclo regular.
• Saber o que são eclipse solar e eclipse lunar, bem como a explicação desses fenômenos.
• Compreender a influência da inclinação do eixo de rotação terrestre em relação ao plano de sua órbita na existência das estações do ano.
• Conhecer os conceitos de asterismo e de constelação.
• Compreender o movimento aparente do Sol pelas constelações do zodíaco, ao longo do ano.
• Distinguir Astronomia de astrologia.

Propiciar o reconhecimento de aspectos fundamentais das regularidades celestes – como as fases lunares, os eclipses e o movimento anual aparente do Sol pelas constelações do zodíaco – e a compreensão da origem das estações do ano – reconhecendo que a inclinação do eixo de rotação terrestre em relação ao plano de sua órbita tem influência nas diferenças de temperatura nas estações do ano (em localidades não muito próximas à linha do Equador). Reconhecer que a astrologia é uma pseudociência.

Capítulo 12

Objetivos

Justificativa

• Adquirir noções sobre circuitos elétricos.
• Saber a finalidade de usar um voltímetro.
• Aprender que pilhas e baterias são dispositivos para manter diferença de potencial em um circuito elétrico.
• Saber como se aproveita a energia elétrica em aparelhos domésticos e quais são as conversões de energia que neles ocorrem.
• Conhecer modos de geração de energia elétrica em larga escala.
• Distinguir recursos energéticos renováveis de não renováveis.
• Conhecer os riscos associados à eletricidade e as medidas de segurança necessárias.

Esclarecer como se produz corrente elétrica em um circuito e quais são as aplicações da energia elétrica, incluindo suas interconversões em diferentes situações e equipamentos. Favorecer a compreensão do consumo de equipamentos elétricos e a incorporação de atitudes de segurança no uso da eletricidade. Estimular a valorização dos recursos renováveis na matriz energética e as atitudes de uso racional da energia elétrica, evitando quaisquer formas de desperdício.

Bê êne cê cê • Competências gerais • 8º ano

Competências gerais

Desenvolvimento neste volume

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Capítulos 1, 7, 10, 11, 12 e atividades de encerramento das unidades A, B, C e D

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

Capítulos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12 e suplemento de projetos

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

Capítulos 3, 6, 8, 11 e 12

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Capítulos 2, 3, 4, 8, 10, 12 e atividades de encerramento das unidades A, B, C e D

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

Capítulos 1, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 12 e atividades de encerramento das unidades A, B, C e D

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

Capítulos 2, 4, 6, 7, 8, 9, 10 e atividade de encerramento da unidade B

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

Capítulos 1, 2, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12 e atividade de encerramento da unidade D

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

Capítulos 2, 7, 8 e atividades de encerramento das unidades A e C

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

Capítulos 1, 2, 3, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, atividades de encerramento das unidades A, B, C e D e suplemento de projetos

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Capítulos 1, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 12, atividades de encerramento das unidades A, B, C e D e suplemento de projetos

Bê êne cê cê • Competências específicas • 8º ano

Competências específicas

Desenvolvimento neste volume

1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.

Capítulos 1, 10, 11 e 12

2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Capítulos 2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 11, 12 e suplemento de projetos

3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.

Capítulos 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 12, atividade de encerramento da unidade B e suplemento de projetos

4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho.

Capítulos 2, 4, 5, 6, 7, 9, 12 e atividades de encerramento das unidades A, B, C e D

5. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que promovam a consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.

Capítulos 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12 e suplemento de projetos

6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natureza de forma crítica, significativa, reflexiva e ética.

Capítulos 1, 3, 4, 5, 8, 9, 10, 11 e atividades de encerramento das unidades A, B, C e D

7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.

Capítulos 1, 2, 3, 4, 7, 8, 9, 12, atividades de encerramento das unidades A e C e suplemento de projetos

8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Capítulos 1, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 12 e atividades de encerramento das unidades A, B, C e D

Bê êne cê cê • Habilidades de Ciências • 8º ano

Objetos de conhecimento

Habilidades

Desenvolvimento neste volume

Unidade temática: Matéria e energia

Fontes e tipos de energia
Transformações de energia
Cálculo de consumo de energia elétrica
Circuitos elétricos Uso consciente de energia elétrica

(EF08CI01) Identificar e classificar diferentes fontes (renováveis e não renováveis) e tipos de energia utilizados em residências, comunidades ou cidades.

Capítulo 12 e atividade de encerramento da unidade D

(EF08CI02) Construir circuitos elétricos com pilha/bateria, fios e lâmpada ou outros dispositivos e compará-los a circuitos elétricos residenciais.

Capítulo 12

(EF08CI03) Classificar equipamentos elétricos residenciais (chuveiro, ferro, lâmpadas, TV, rádio, geladeira etc.) de acordo com o tipo de transformação de energia (da energia elétrica para a térmica, luminosa, sonora e mecânica, por exemplo).

Capítulo 12 e atividade de encerramento da unidade D

(EF08CI04) Calcular o consumo de eletrodomésticos a partir dos dados de potência (descritos no próprio equipamento) e tempo médio de uso para avaliar o impacto de cada equipamento no consumo doméstico mensal.

Capítulo 12 e atividade de encerramento da unidade D

(EF08CI05) Propor ações coletivas para otimizar o uso de energia elétrica em sua escola e/ou comunidade, com base na seleção de equipamentos segundo critérios de sustentabilidade (consumo de energia e eficiência energética) e hábitos de consumo responsável.

Capítulo 12 e atividade de encerramento da unidade D

(EF08CI06) Discutir e avaliar usinas de geração de energia elétrica (termelétricas, hidrelétricas, eólicas etc.), suas semelhanças e diferenças, seus impactos socioambientais, e como essa energia chega e é usada em sua cidade, comunidade, casa ou escola.

Capítulo 12 e atividade de encerramento da unidade D

Unidade temática: Vida e evolução

Mecanismos reprodutivos
Sexualidade

(EF08CI07) Comparar diferentes processos reprodutivos em plantas e animais em relação aos mecanismos adaptativos e evolutivos.

Capítulo 5 e 6

(EF08CI08) Analisar e explicar as transformações que ocorrem na puberdade considerando a atuação dos hormônios sexuais e do sistema nervoso.

Capítulos 7, 8, 9 e atividade de encerramento da unidade C

(EF08CI09) Comparar o modo de ação e a eficácia dos diversos métodos contraceptivos e justificar a necessidade de compartilhar a responsabilidade
na escolha e na utilização do método mais adequado à prevenção da gravidez precoce e indesejada e de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).

Capítulo 9 e atividade de encerramento da unidade C

(EF08CI10) Identificar os principais sintomas, modos de transmissão e tratamento de algumas DST (com ênfase na AIDS), e discutir estratégias e métodos de prevenção.

Capítulo 9 e atividade de encerramento da unidade C

(EF08CI11) Selecionar argumentos que evidenciem as múltiplas dimensões da sexualidade humana (biológica, sociocultural, afetiva e ética).

Capítulos 7, 8, 9 e atividade de encerramento da unidade C

Unidade temática: Terra e Universo

Sistema Sol, Terra e Lua
Clima

(EF08CI12) Justificar, por meio da construção de modelos e da observação da
Lua no céu, a ocorrência das fases da Lua e dos eclipses, com base nas posições relativas entre Sol, Terra e Lua.

Capítulo 11

(EF08CI13) Representar os movimentos de rotação e translação da Terra e analisar o papel da inclinação do eixo de rotação da Terra em relação à sua órbita na ocorrência das estações do ano, com a utilização de modelos tridimensionais.

Capítulo 11

(EF08CI14) Relacionar climas regionais aos padrões de circulação atmosférica e oceânica e ao aquecimento desigual causado pela forma e pelos movimentos da Terra.

Capítulos 10 e 11

(EF08CI15) Identificar as principais variáveis envolvidas na previsão do tempo e simular situações nas quais elas possam ser medidas.

Capítulo 10

(EF08CI16) Discutir iniciativas que contribuam para restabelecer o equilíbrio ambiental a partir da identificação de alterações climáticas regionais e globais provocadas pela intervenção humana.

Capítulo 10

Temas Contemporâneos Transversais (tê cê tês) na Bê êne cê cê

Em consonância com as competências gerais, as competências específicas e as habilidades de Ciências da Natureza na Bê êne cê cê, os Temas Contemporâneos Transversais se fazem presentes em diferentes momentos ao longo do volume, com o intuito de contribuir para a formação cidadã dos estudantes, para a construção de uma sociedade mais igualitária, ética e justa.

Nesse sentido, os Temas Contemporâneos Transversais têm a condição de explicitar a ligação entre os diferentes componentes curriculares de fórma integrada, bem como de fazer sua conexão com situações vivenciadas pelos estudantes em suas realidades, contribuindo para trazer contexto e contemporaneidade aos objetos de conhecimento descritos na Bê êne cê cê.

Dentre os vários pesquisadores que investigam e discorrem sôbre a relevância e responsabilidade da educação, parece ser consenso que, para atingir seus objetivos e finalidades há que se adotar uma postura que considere o contexto escolar, o contexto social, a diversidade e o diálogo.

Por fim, cabe esclarecer que os Temas Contemporâneos Transversais na Bê êne cê cê também visam cumprir a legislação que versa sôbre a Educação Básica, garantindo aos estudantes os direitos de aprendizagem, pelo acesso a conhecimentos que possibilitem a formação para o trabalho, para a cidadania e para a democracia e que sejam respeitadas as características regionais e locais, da cultura, da economia e da população que frequentam a escola.

BRASIL. Temas Contemporâneos Transversais na Bê êne cê cê: Contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília: Méqui, 2019. Disponível em: https://oeds.link/Mp6RcA. Acesso em: 13 maio 2022.

As macroáreas de Temas Contemporâneos Transversais contempladas ao longo do volume são:

Capítulo

Macroárea(s) de TCTs

1

Saúde, Economia

2

Economia, Multiculturalismo, Saúde

3

Saúde, Cidadania e Civismo, Economia

4

Saúde, Economia

5

Meio Ambiente

6

Ciência e Tecnologia, Multiculturalismo, Meio Ambiente, Economia, Saúde

7

Cidadania e Civismo, Multiculturalismo, Saúde

8

Cidadania e Civismo, Multiculturalismo, Saúde

9

Cidadania e Civismo, Saúde, Ciência e Tecnologia

10

Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Economia

11

Ciência e Tecnologia

12

Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Saúde, Economia

Propostas de avaliação

Unidade A – 1º bimestre

Questão 1

No refeitório da escola, os estudantes têm algumas opções de alimentos para o almoço. Antônio montou um prato contendo frango grelhado, purê de batata, cenoura ralada, salada de alface e tomate com azeite e, de sobremesa, salada de frutas.

  1. Indique quais as principais fontes de proteína, carboidrato e lipídios presentes no prato de Antônio.
  2. Explique qual é a importância da ingestão de vegetais ricos em fibras.
  3. Pode-se dizer que o prato de Antônio, se consumido em quantidade adequada para seu porte e nível de atividade física, constitui uma refeição saudável? Explique.

Questão 2

sôbre alimentação saudável, indique a alternativa incorreta.

  1. Os lipídios são altamente calóricos e podem causar problemas circulatórios; portanto, devem ser ingeridos com moderação.
  2. Os carboidratos são nutrientes que fornecem energia ao corpo. No entanto, o consumo excessivo pode provocar ou agravar problemas de saúde, como obesidade e diabetes.
  3. O consumo de açúcares e a falta de higiene bucal podem levar ao desenvolvimento de cáries.
  4. Um dos aspectos importantes a ser analisado nos rótulos dos alimentos industrializados é a data de validade.
  5. Os seres humanos precisam de uma quantidade diária mínima de vitaminas e minerais e só conseguem obtê-la utilizando suplementos vitamínicos.

Questão 3

O engasgo é uma manifestação do organismo para expelir um alimento que entrou pela traqueia. A presença de uma pequena partícula de alimento na traqueia ou na laringe é suficiente para provocar a tosse característica do engasgo.

  1. Descreva os processos que fazem o alimento, depois de mastigado, percorrer o caminho correto até o estômago.
  2. Explique o que ocasiona o engasgo no momento da deglutição.

Questão 4

Complete as lacunas do texto utilizando as palavras do quadro a seguir.

pâncreas – aminoácidos – proteínas – duodeno – 

boca – absorvidas – carboidratos menos complexos – bile

A quebra das moléculas de amido começa na __________, com a atuação da saliva.

As __________, por sua vez, começam a ser digeridas pela ação de enzimas produzidas no estômago. Os lipídios sofrem a ação da __________ no __________, que os quebra em pequenas gotas de gordura.

No duodeno, as enzimas produzidas pelo __________ e pela parede do intestino completam a digestão de carboidratos, proteínas e lipídios, formando, respectivamente, __________, __________, ácidos graxos e glicerol. Essas moléculas podem, então, ser __________ pelas células do organismo.

Questão 5

A respeito do sistema circulatório, assinale a alternativa incorreta.

  1. O sistema circulatório é composto pelo coração, pelo sangue e pelos vasos sanguíneos.
  2. O coração é constituído por músculo cardíaco e sua contração é voluntária, ou seja, controlada pela nossa vontade.
  3. O sistema circulatório, integrado ao sistema respiratório, garante que o gás oxigênio chegue a todas as células do corpo.
  4. Os nutrientes absorvidos no sistema digestório chegam a todas as células do corpo por meio do sistema circulatório.
  5. O gás carbônico e o excesso de água, produtos da respiração celular, são substâncias descartadas pelas células e transportadas pelo sistema circulatório até os órgãos responsáveis por transferi-los ao meio externo ao organismo.

Questão 6

Ana foi ao médico queixando-se de cansaço e indisposição. Ele solicitou um exame chamado hemograma, que avalia a quantidade de células e outros elementos presentes no sangue. Parte dos resultados é mostrada na tabela a seguir.

Hemograma

Elementos celulares

Resultado

Valores de referência para mulheres

Hemácias

2,54 (milhões/mm3)

3,90 – 5,30 (milhões/mm3)

Leucócitos

5.020/mm3

3.600 – 11.000/mm3

Plaquetas

205.000/µL

150.000 – 400.000/µL

Fonte: Tabela com dados fictícios, elaborada pelos autores com finalidade didática.

  1. Cite a função de cada tipo de elemento celular do sangue.
  2. Relacione o resultado do exame de Ana com os sintomas que ela descreveu ao médico.

Questão 7

Relacione os tipos de vasos sanguíneos a suas respectivas características.

  1. Artéria
  2. Veia
  3. Capilar ( ) Vaso sanguíneo que leva sangue do corpo para o coração. Possui válvulas que ajudam a fazer com que o fluxo sanguíneo ocorra na direção correta. ( ) Vaso sanguíneo de paredes finas, formadas por uma camada de células. Permite a troca de substâncias entre o sangue e os tecidos do corpo. ( ) Vaso sanguíneo com paredes musculares espessas e que levam o sangue do coração para os órgãos do corpo.

Questão 8

Um médico percebeu a existência de um problema na frequência cardíaca de um paciente ao auscultar seu coração. Por segurança, ele checou a pulsação do paciente antes de pedir um eletrocardiograma para confirmar seu diagnóstico.

  1. O que é a pulsação e qual a relação dela com a frequência cardíaca?
  2. Por que o eletrocardiograma pode ajudar o médico a confirmar seu diagnóstico?

Questão 9

A filariose, popularmente conhecida como elefantíase, é uma doença causada por um verme nematódeo, a filária. A doença é transmitida pela picada de um mosquito do gênero cúlecs. No corpo humano, as filárias se desenvolvem dentro dos vasos linfáticos, obstruindo-os. O sintoma mais característico da filariose é o inchaço em várias regiões do corpo, principalmente pernas e pés.

  1. Que função dos vasos linfáticos fica prejudicada devido à filariose?
  2. Os vasos linfáticos compõem o sistema linfático juntamente com outros órgãos. Cite quais são esses órgãos e quais são suas funções.

Questão 10

A respeito do sistema urinário e da excreção, indique a alternativa correta.

  1. O processo de excreção envolve o descarte de ureia, excesso de água e sais minerais pela urina e também a eliminação de restos de alimentos pela defecação.
  2. Os rins podem ser comparados a uma bomba, pois sua única função é bombear o sangue, retirando dele as impurezas.
  3. A quantidade de água eliminada na urina é sempre constante, independentemente da quantidade de água ingerida.
  4. O sistema urinário inclui dois rins, dois ureteres, bexiga urinária e uretra.

Gabarito comentado

Questão 1

  1. Proteína: frango. Carboidratos: purê de batata e salada de frutas. Lipídios: azeite.
  2. As fibras presentes em muitos vegetais facilitam a evacuação, evitando que as fezes fiquem muito ressecadas e estimulando a movimentação do intestino.
  3. Sim, pois contém alimentos que fornecem vários nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer os nutrientes presentes em alguns alimentos e suas funções, além de compreender que uma alimentação saudável é aquela que fornece, na quantidade adequada, todos os nutrientes e fibras essenciais de que o corpo precisa para funcionar corretamente.

Observe as respostas apresentadas e, se necessário, retome o conteúdo, solicitando aos estudantes que releiam o capítulo 1 do livro do estudante.

Questão 2

Alternativa a ser assinalada (que expressa uma ideia incorreta): E.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer as funções desempenhadas pelos nutrientes e os problemas associados à falta ou à ingestão excessiva dêsses elementos no organismo, além de compreender que os alimentos os fornecem. É necessário, ainda, que reconheçam a importância da higiene bucal e da observação da data de validade dos alimentos industrializados antes de consumi-los.

Em vez de identificarem a alternativa E como incorreta, é possível que alguns estudantes selecionem a alternativa A, por acreditarem que os lipídios fazem mal à saúde e que, por isso, não deveriam ser ingeridos. Nesse caso, esclareça que os lipídios não devem ser ingeridos em excesso, mas que o corpo precisa de certos lipídios em pequena quantidade para a manutenção da saúde.

Questão 3

  1. Depois de mastigado, a língua empurra o alimento para a faringe. No momento da deglutição, um conjunto de músculos faz com que a epiglote abaixe, fechando a passagem para a laringe e evitando que o alimento chegue à traqueia. Da faringe, o alimento segue pelo esôfago até o estômago.
  2. Ocorre uma falha ou um atraso no fechamento da faringe pela epiglote. Isso faz com que uma partícula de alimento entre na faringe, provocando a tosse.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender os eventos relacionados à ingestão dos alimentos e à função da epiglote: evitar que os alimentos ingeridos sejam direcionados para os pulmões. Também é necessário que eles reconheçam que o engasgo pode ser provocado pelo atraso no fechamento da faringe pela epiglote no momento em que engolimos os alimentos, e que a tosse é um mecanismo do organismo para expelir alimentos da traqueia.

Observe as respostas apresentadas e, se necessário, retome o mecanismo de fechamento da laringe pela ação da epiglote utilizando a representação esquemática do movimento da epiglote apresentada no item 2, A ingestão, do capítulo 2 do livro do estudante.

Questão 4

A quebra das moléculas de amido começa na boca, com a atuação da saliva. As proteínas, por sua vez, começam a ser digeridas pela ação de enzimas produzidas no estômago. Os lipídios sofrem a ação da bile no duodeno, que os quebra em pequenas gotas de gordura. No duodeno, as enzimas produzidas pelo pâncreas e pela parede do intestino completam a digestão de carboidratos, proteínas e lipídios, formando, respectivamente, carboidratos menos complexos, aminoácidos, ácidos graxos e glicerol. Essas moléculas podem, então, ser absorvidas pelas células do organismo.

Para completar as lacunas do texto, os estudantes devem compreender os eventos relacionados à digestão dos alimentos e à absorção dos nutrientes. Se necessário, retome o conteúdo da questão utilizando o esquema do sistema digestório e da atuação de alguns órgãos apresentado no item 6, Visão geral do processamento dos alimentos, do capítulo 2 do livro do estudante.

Questão 5

Alternativa a ser assinalada (que expressa uma ideia incorreta): B.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer os órgãos que compõem o sistema circulatório e compreender as funções desempenhadas por esse sistema.

Ao selecionar outras alternativas em vez da B, é provável que os estudantes não tenham compreendido todas as funções desempenhadas por esse sistema e seu mecanismo de funcionamento. Nesse caso, retome o conteúdo abordado na questão utilizando o mapa conceitual apresentado na seção Organização de ideias: mapa conceitual do capítulo 3 do livro do estudante.

Questão 6

  1. Hemácias: transporte de gases. Leucócitos: defesa do organismo. Plaquetas: coagulação do sangue.
  2. O exame de Ana mostrou uma quantidade baixa de hemácias em relação aos valores de referência. As hemácias são responsáveis pelo transporte de oxigênio utilizado na respiração celular para obtenção de energia pelas células. Como as hemácias estão em baixa quantidade, as células de Ana têm recebido pouco oxigênio e liberado energia insuficiente para o desenvolvimento de suas atividades, o que pode explicar os sintomas de cansaço e indisposição.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer a composição do sangue e compreender as características e funções dos elementos celulares. Além disso, é necessário que relacionem a alteração dos valores considerados normais dêsses elementos no sangue à ocorrência de distúrbios no funcionamento do organismo.

Retome, se necessário, os principais componentes do sangue e algumas de suas características utilizando a tabela apresentada no item 2, O sangue, do capítulo 3 do livro do estudante.

Questão 7

A sequência correta, de cima para baixo, é: dois; três; um.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer a classificação dos vasos sanguíneos, suas características e respectivas funções.

Observe as respostas apresentadas e, se necessário, solicite aos estudantes que respondam às atividades 3 e 4 da seção Use o que aprendeu do capítulo 3 do livro do estudante. Nessas atividades, eles deverão explicar a diferença entre artéria e veia e caracterizar um capilar sanguíneo.

Questão 8

  1. Cada pulsação demonstra uma contração do ventrículo esquerdo bombeando sangue nas artérias, por isso indica o número de batimentos do coração por minuto, ou seja, a frequência cardíaca.
  2. O eletrocardiograma registra a atividade elétrica do coração, por isso pode indicar a frequência cardíaca, ajudando o médico a confirmar seu diagnóstico.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender o que é pulsação e a relação dela com a frequência cardíaca, além de saber no que consiste um eletrocardiograma. Se necessário, retome o conteúdo abordado no item 5, Frequência cardíaca e eletrocardiograma, do capítulo 3 do livro do estudante.

Questão 9

  1. A drenagem do excesso de líquido que existe entre os tecidos.
  2. São os linfonodos (que filtram a linfa, eliminando impurezas e células mortas, e combatem agentes infecciosos), o timo e o baço. Todos esses órgãos estão envolvidos com a defesa do organismo.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer os órgãos que compõem o sistema linfático, suas funções e a importância dêsse sistema para o funcionamento do organismo humano.

Observe as respostas apresentadas e, se necessário, retome o conteúdo abordado nessa questão utilizando o item 7, O sistema linfático, do capítulo 3 do livro do estudante.

Questão 10

Alternativa correta: D.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer os componentes do sistema urinário e compreender as funções dêsse sistema. Além disso, é necessário que eles entendam a diferença entre a excreção e a eliminação das fezes.

Ao selecionar outras alternativas em vez da D, é provável que os estudantes não tenham compreendido a atuação do sistema urinário e sua importância para o funcionamento do organismo humano. Nesse caso, retome o conteúdo abordado nessa questão respondendo com os estudantes à atividade 16 da seção Use o que aprendeu do capítulo 3 do livro do estudante. Considerando a eliminação das fezes e a excreção da urina, nessa atividade eles terão de responder qual dêsses processos é responsável por descartar resíduos produzidos pela célula, qual expulsa do sangue materiais indesejados e qual livra o corpo de materiais ingeridos que não foram digeridos e absorvidos.

Unidade B – 2º bimestre

Questão 1

João estava atrasado para a aula e teve de correr no trajeto de casa para a escola. Ao chegar, percebeu que estava muito ofegante. Explique por que a atividade física altera a frequência respiratória.

Questão 2

Considerando seus conhecimentos a respeito do sistema respiratório e das trocas gasosas, analise as afirmativas a seguir.

um. A quantidade de gás carbônico e de gás oxigênio é a mesma no ar inspirado e no ar expirado.

dois. O sistema respiratório tem a função de realizar trocas gasosas, obtendo gás carbônico e excretando gás oxigênio.

três. O gás oxigênio captado na inspiração passa para o sangue e é levado para todas as células do corpo pelo sistema circulatório.

quatro. O gás carbônico derivado do metabolismo das células vai para o sangue e dêste para os pulmões, de onde é expelido para o ambiente.

cinco. Respiração celular e respiração pulmonar são denominações diferentes para o mesmo processo.

Assinale a alternativa que indica quais sentenças estão corretas.

a) um e dois.

b) três e quatro.

c) dois e três.

d) um, três e quatro.

e) um, dois, quatro e cinco.

Questão 3

Complete as lacunas do texto com as expressões do quadro.

difusão – gás carbônico – sangue –

alvéolos pulmonares – gás oxigênio – ar

Os __________ são rodeados por muitos capilares sanguíneos.

O ar inspirado chega aos alvéolos pulmonares com uma concentração de __________ maior do que a concentração dêsse gás no sangue. O sangue, por sua vez, tem uma concentração de __________ maior do que a concentração dêsse gás no ar inspirado.

Devido às diferenças de concentração, as trocas gasosas entre o ar alveolar e o sangue ocorrem por __________. O gás oxigênio se difunde do __________ para o sangue, enquanto o gás carbônico se difunde do __________ para o ar.

Questão 4

Leia, a seguir, as afirmações que alguns estudantes fizeram sôbre as características hereditárias dos seres vivos.

Alex: Os pais transmitem as características para seus descendentes por meio dos genes que compõem o material genético.

Carla: O material genético dos pais é misturado aleatoriamente de geração em geração, originando filhos com características intermediárias.

Marco: Os genes herdados dos pais são os únicos responsáveis pelas características de um indivíduo.

Luana: Novos genes são formados por meio de mutações gênicas, que podem ser prejudiciais, neutras ou benéficas para os indivíduos.

Indique qual ou quais estudante ou estudantes está ou estão e corrija as afirmações equivocadas.

Questão 5

O processo de divisão celular está relacionado a quais eventos da vida dos animais pluricelulares?

Questão 6

Preencha as lacunas das sentenças um, dois e três utilizando as expressões indicadas no quadro.

divisões celulares – masculinos – pai – fecundação – zigoto –

óvulos – mãe – espermatozoides – material genético – gametas

  1. Os __________ são os __________ femininos; os __________ são os gametas __________. Ambos os gametas contêm apenas metade do __________ presente nas demais células do organismo.
  2. A união entre um óvulo, originado do ovócito após um espermatozoide entrar nele, e esse espermatozoide é chamada de __________ e fórma uma nova célula, o __________. Parte do material genético presente nessa nova célula é herdada da __________ e parte do __________.
  3. O zigoto se desenvolve por meio de sucessivas __________. As células resultantes dêsse processo contêm material genético semelhante.

Questão 7

Analise as sentenças relacionadas à reprodução assexuada nos seres vivos em geral.

  1. Na reprodução assexuada, não há encontro de gametas e o material genético do descendente é idêntico ao do genitor.
  2. Indivíduos produzidos por brotamento, a partir de um mesmo genitor, têm materiais genéticos distintos entre si.
  3. Comparada com a reprodução sexuada, a reprodução assexuada produz maior variabilidade genética.
  4. Nas estrelas-do-mar, a regeneração de fragmentos é considerada um tipo de reprodução assexuada, pois, em alguns casos, pode levar à formação de um indivíduo completo.

Assinale a alternativa que indica quais sentenças estão corretas.

a) um e quatro.

b) um e dois.

c) dois e três.

d) três e quatro.

e) dois, três e quatro.

Questão 8

Indique a alternativa que completa corretamente as lacunas da sentença a seguir.

Diferentemente das __________, as pteridófitas são plantas __________, ou seja, apresentam vasos condutores para __________ de substâncias no interior da planta. Assim como as briófitas, as __________ não produzem __________.

a) gimnospermas; avasculares; transporte; angiospermas; sementes

b) briófitas; vasculares; consumo; pteridófitas; flores

c) briófitas; avasculares; transporte; gimnospermas; sementes

d) angiospermas; vasculares; consumo; pteridófitas; frutos

e) briófitas; vasculares; transporte; pteridófitas; sementes

Questão 9

Leia os dois textos e, em seguida, responda às questões.

Situação um: Luiz tem uma pequena propriedade agrícola onde cultiva muitas variedades de plantas, entre elas o feijão. Todos os anos, ele colhe as vagens, as abre e retira delas as sementes do feijão. Parte da produção é utilizada para seu consumo, parte é vendida e parte das sementes ele utiliza para semear e garantir a próxima colheita. Depois da colheita, os pés de feijão (raízes, caule e folhas) são arrancados e incorporados ao solo, onde são decompostos e fornecem nutrientes.

Situação dois: Ricardo supervisiona a renovação das plantas de cana-de-açúcar para uma grande usina de açúcar e etanol. A cada 3 anos, os pés de cana devem ser substituídos. Para isso, utilizam-se estacas feitas do caule das plantas matrizes. Das estacas, crescem as raízes, o caule e as folhas, que formarão novos pés de cana-de-açúcar, geneticamente idênticos às matrizes.

  1. Em qual das situações há reprodução sexuada? E em qual delas ocorre reprodução assexuada? Justifique sua resposta.
  2. Transcreva uma passagem de cada uma das situações em que são citados órgãos vegetativos das plantas.

Questão 10

Leia o texto e, em seguida, responda às questões.

Estudos recentes indicam que o uso intensivo de fertilizantes químicos em plantações, a destruição de florestas e as mudanças climáticas têm causado diminuição de populações de insetos polinizadores, como as abelhas.

As abelhas, e outros insetos polinizadores, proporcionam uma série de benefícios ambientais, dentre eles a polinização de plantas. Estima-se que as abelhas participem da polinização de cêrca de 90% das principais culturas do mundo.

  1. Explique o que é polinização.
  2. Quais grupos de plantas apresentam polinização?
  3. Qual dos grupos citados no item anterior seria prejudicado com a extinção das abelhas? Por quê?

Gabarito comentado

Questão 1

João se sentiu ofegante porque, ao realizarmos atividade física intensa, as células do nosso corpo (principalmente as musculares) transferem mais gás carbônico para o sistema circulatório. Ao detectar a maior concentração dêsse gás no sangue, o sistema nervoso automaticamente aumenta a frequência respiratória.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender a correlação entre atividade física e aumento da frequência respiratória. Caso apresentem dificuldade, sugira a leitura atenta do item 6, O contrôle automático da respiração pulmonar, do capítulo 4 do livro do estudante. Relembre também que o gás oxigênio que chega aos pulmões passa para o sangue, que o leva ao resto do corpo. Quando as células musculares demandam mais oxigênio, os pulmões devem trabalhar mais (aumentar a frequência respiratória) para que uma quantidade maior dêsse gás chegue ao sangue.

Questão 2

Alternativa correta: B.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender os mecanismos de trocas gasosas do sistema respiratório. Durante a inspiração, obtemos gás oxigênio, presente no ar, que é levado a todas as células do corpo por meio do sistema circulatório. Na expiração, o gás carbônico, proveniente das células e transportado pelo sistema circulatório, é expelido para o ar.

Dessa fórma, a sentença um está incorreta, pois o ar expirado contém mais gás carbônico do que o ar inspirado; a dois está incorreta, pois obtemos gás oxigênio durante a inspiração e eliminamos gás carbônico na expiração; e a cinco está incorreta, pois a respiração pulmonar está relacionada à troca de gases e a respiração celular, ao processo de liberação de energia na célula.

Caso os estudantes tenham dificuldades em responder à questão, sugira que façam a leitura atenta do texto “Não confunda respiração pulmonar com respiração celular”, da seção Em destaque, do capítulo 4 do livro do estudante e resolva as dúvidas da turma.

Questão 3

Os alvéolos pulmonares são rodeados por muitos capilares sanguíneos. O ar inspirado chega aos alvéolos pulmonares com uma concentração de gás oxigênio maior do que a concentração dêsse gás no sangue. O sangue, por sua vez, tem uma concentração de gás carbônico maior do que a concentração dêsse gás no ar inspirado. Devido às diferenças de concentração, as trocas gasosas entre o ar alveolar e o sangue ocorrem por difusão. O gás oxigênio se difunde do ar para o sangue, enquanto o gás carbônico se difunde do sangue para o ar.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender o processo de difusão e identificar a participação dêsse processo no mecanismo de trocas gasosas nos alvéolos pulmonares. Caso apresentem dificuldades, retome com eles o esquema presente no item 4, As trocas gasosas nos pulmões, do capítulo 4 do livro do estudante, explicando cada etapa do processo.

Questão 4

Estão corretos: Alex e Luana.

Carla: Cada um dos pais transfere a seus descendentes metade do seu material genético. Os filhos herdam algumas características do pai e outras da mãe.

Marco: Além dos genes herdados dos pais, fatores ambientais também influenciam na definição das características dos indivíduos.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender os mecanismos de transmissão das características de geração a geração. Caso eles tenham dificuldade, sugira a leitura atenta do item 3, Material genético e reprodução humana, do capítulo 5 do livro do estudante.

Questão 5

A divisão celular está relacionada ao crescimento e ao reparo de lesões do organismo e também ao processo de produção de gametas na reprodução.

Para responder à questão, os estudantes devem identificar o processo de divisão celular e reconhecê-lo como evento importante no crescimento, no reparo de tecidos e na produção de gametas para a reprodução. Caso tenham dificuldade em relacionar a divisão celular a esses eventos, utilizando a ilustração “Esquema (simplificado) da reprodução humana”, do capítulo 5 do livro do estudante, explique que há um tipo de célula capaz de originar duas novas células iguais a ela, ou seja, com as mesmas informações genéticas. Células com essa característica estão presentes em vários tecidos do corpo e promovem o crescimento e a regeneração dos tecidos. Já no processo de formação de gametas atua outro tipo de célula, capaz de originar quatro novas células, cada uma contendo metade do seu material genético.

Questão 6

  1. Os óvulos são os gametas femininos; os espermatozoides são os gametas masculinos. Ambos os gametas contêm apenas metade do material genético presente nas demais células do organismo.
  2. A união entre um óvulo, originado do ovócito após um espermatozoide entrar nele, e esse espermatozoide é chamada de fecundação e fórma uma nova célula, o zigoto. Parte do material genético presente nessa nova célula é herdada da mãe e parte do pai.
  3. O zigoto se desenvolve por meio de sucessivas divisões celulares. As células resultantes dêsse processo contêm material genético semelhante.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender os eventos que estão relacionados à reprodução sexuada, ou seja, a formação de gametas e a fecundação. Caso os estudantes tenham dificuldade, sugira a leitura atenta da ilustração “Esquema (simplificado) da reprodução humana”, do capítulo 5 do livro do estudante, e peça que resolvam, em duplas, as atividades 1, 2 e 3 da seção Use o que aprendeu.

Questão 7

Alternativa correta: A.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender as diferenças entre reprodução sexuada e reprodução assexuada nos animais. Caso tenham dificuldade, sugira que façam a interpretação do mapa conceitual da seção Organizando ideias: mapa conceitual do capítulo 5 do livro do estudante e, a partir dele, redijam um parágrafo comparando os dois tipos de reprodução. Em seguida, sorteie um dos estudantes para ler seu texto em voz alta e, se necessário, corrija-o com a ajuda dos colegas.

Questão 8

Alternativa correta: E.

Para responder à questão, os estudantes devem reconhecer características das briófitas e das pteridófitas relacionadas à presença de tecidos condutores de seiva e de sementes. Caso os estudantes respondam qualquer alternativa que não seja a E, pode ser que não se lembrem das principais características de cada um dêsses grupos de plantas. Assim, relembre que os tecidos condutores aparecem pela primeira vez na escala evolutiva nas pteridófitas e são uma característica que permanece no grupo das gimnospermas e das angiospermas. Devido à presença dessa característica, essas plantas são classificadas como plantas vasculares. As briófitas, por não apresentarem essa característica, são conhecidas como avasculares. A semente é uma característica das gimnospermas e das angiospermas. A diferença entre esses dois grupos é que nas angiospermas a semente está protegida pelo fruto. Se julgar conveniente, sugira que elaborem um pequeno texto com base no mapa conceitual da seção Organizando suas ideias: mapa conceitual, do capítulo 6 do livro do estudante.

Questão 9

  1. A reprodução sexuada ocorre na situação um porque há produção de sementes, dentro das quais há embriões, produzidos pelo encontro dos gametas femininos e masculinos. A reprodução assexuada ocorre na situação dois porque a propagação da cana-de-açúcar se dá pela técnica de estaquia, sem envolvimento de sementes e gametas.
  2. Situação um: “reticências Depois da colheita, os pés de feijão (raízes, caule e folhas) são reticências”. Situação dois: “reticências Das estacas, crescem raízes, caule e folhas que formarão reticências”.

Para responder à questão, os estudantes devem reconhecer as diferenças entre reprodução sexuada e reprodução assexuada nas plantas, a partir de situações concretas. Caso apresentem dificuldades, sugira a leitura atenta dos itens 2 e 3, Reprodução sexuada em plantas e Reprodução assexuada em plantas, do capítulo 6 do livro do estudante e, em seguida, peça que resolvam a atividade 1 da seção Explore diferentes linguagens.

Questão 10

  1. Polinização é a transferência do grão de pólen, carregando o gameta masculino, da parte masculina da flor para a parte feminina, garantindo a fecundação dos gametas nas plantas.
  2. A polinização é um evento que existe no grupo das gimnospermas e das angiospermas.
  3. O grupo das angiospermas, pois nas gimnospermas a polinização é realizada pelo vento.

Para responder à questão, os estudantes devem lembrar o que é a polinização e em que grupos de plantas ela ocorre. Caso apresentem dificuldades, retome com eles os esquemas “Reprodução de uma araucária” e “Esquema (generalizado e simplificado) da reprodução sexuada em plantas com flores e frutos”, do capítulo 6 do livro do estudante, chamando a atenção para a etapa de polinização em cada uma das imagens.

Unidade C – 3º bimestre

Questão 1

Considere esta frase do diálogo entre uma avó de 65 anos e seu neto de 13 anos:

“Saudade da adolescência. Fase de explosões hormonais, intensas transformações, rebeldia e amor!”.

  1. Quais eventos mencionados estão relacionados à puberdade? Explique.
  2. O desenvolvimento da sexualidade está relacionado apenas aos hormônios sexuais?
  3. Quais eventos geralmente estão relacionados à fase de vida que a avó de 65 anos está vivenciando?

Questão 2

Luciana foi ao médico queixando-se de agitação, dificuldade para dormir, irritação, perda expressiva de massa corporal e pressão alta. Depois de alguns exames, o médico diagnosticou um problema hormonal.

Assinale a alternativa que pode descrever o problema hormonal de Luciana.

  1. Diabetes, uma disfunção do pâncreas em que há produção exagerada de glucagon, que impede a entrada da glicose nas células.
  2. Alteração nas paratireoides, que provoca produção excessiva de adrenalina.
  3. Hipertireoidismo, uma alteração na glândula tireoide em que há produção excessiva de tiroxina.
  4. Hipotireoidismo, causado por alteração nos ovários que leva à baixa produção de estrogênio.
  5. Disfunção da hipófise, provocando a baixa produção de insulina.

Questão 3

Leia o texto e, em seguida, responda às questões.

Diabetes no Brasil

Atualmente, podemos dizer que estamos vivenciando uma epidemia de diabetes. E o número de pessoas que convive com essa doença não para de crescer, inclusive, em menor proporção, entre crianças e adolescentes.

Entre as causas prováveis para essa situação estão os hábitos alimentares inadequados, o excesso de pêso, a obesidade e o sedentarismo da população brasileira.

  1. Cite o órgão produtor e o hormônio associado à diminuição da quantidade de glicose no sangue.
  2. O texto refere-se ao aumento da prevalência de qual tipo de diabetes: diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2? Justifique.

Questão 4

Responda às questões a seguir a respeito do sistema genital.

  1. Quais órgãos são responsáveis pela produção de gametas no homem? E na mulher?
  2. O sêmen é constituído apenas de espermatozoides? Explique.
  3. Em qual órgão o embrião se desenvolve no corpo feminino?
  4. Qual é a função da uretra e dos epidídimos no corpo masculino?
  5. Qual é a função das tubas uterinas na reprodução humana?

Questão 5

Complete as lacunas do texto com as palavras do quadro a seguir.

zigoto – gravidez – ovócito – espermatozoides – fertilização –

ovulação – útero – divisões celulares – ovários

As mulheres já nascem com todas as células reprodutivas nos __________. Depois da puberdade, a cada mês, um __________ de um dos ovários amadurece e é conduzido para a tuba uterina, no processo de __________. Caso a mulher tenha tido relações sexuais, o ovócito pode ser encontrado por __________. Um dos espermatozoides penetra o ovócito, desencadeando o processo de __________. dêsse evento, surge a primeira célula de um novo indivíduo, o __________. Ele sofre várias __________ à medida que é conduzido através da tuba uterina até o __________, onde se implanta, dando início à __________

Questão 6

sôbre o ciclo menstrual, julgue as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F).

( ) Alguns dias após a ovulação, caso não tenha havido a fertilização, ocorre a menstruação. ( ) Após a ovulação, caso haja a fertilização, é possível que ocorra a gravidez. ( ) O início de um ciclo menstrual é marcado pela ovulação. ( ) A partir da data da ovulação, é possível prever os dias em que há maior chance de ocorrer gravidez, ou seja, o período fértil. ( ) Nas mulheres adultas em idade reprodutiva, é possível prever com total certeza o dia da ovulação e os dias do período fértil.

Questão 7

Uma jovem que deseja evitar a gravidez e, ao mesmo tempo, se proteger contra infecções sexualmente transmissíveis deve optar pelo método contraceptivo indicado em qual das alternativas?

  1. díu
  2. Esterilização
  3. Pílula
  4. Tabelinha
  5. Camisinha

Questão 8

A tabela a seguir mostra a eficiência de diferentes métodos contraceptivos (quando usados corretamente) por meio da taxa de gravidez.

Eficiência de diferentes métodos contraceptivos

Tipo de contraceptivo

Taxa de gravidez (%)

Adesivo anticoncepcional

0,3

Vasectomia

0,1

Pílula anticoncepcional

0,3

DIU

0,6

Camisinha masculina

2

Coito interrompido

4

Laqueadura tubária

0,5

Tabelinha

5

Fonte: Elaborada com base em ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (ó ême ésse). Planejamento familiar: um manual global para profissionais e serviços de saúde, 2007. Disponível em: https://oeds.link/ujZ0Vd. Acesso em: 6 junho 2022.

  1. Classifique os métodos listados na tabela de acôrdo com as seguintes categorias: comportamentais, de barreira, esterilizadores e hormonais.
  2. Analisando os dados da tabela, indique o método mais eficaz e o método menos eficaz na prevenção de uma gravidez indesejada. Explique em que consiste cada um deles.
  3. Qual é a fórma mais adequada de escolher um método contraceptivo?

Questão 9

Leia a manchete a seguir e depois responda às questões.

“Aumenta o número de jovens diagnosticados com aids no Brasil.”

  1. A aids é considerada uma infecção sexualmente transmissível? Por quê?
  2. Qual é o agente causador da aids e o que essa doença provoca no organismo?
  3. Quais atitudes práticas devem ser adotadas para prevenir a aids?

Questão 10

Um jornal publicou uma reportagem com a seguinte manchete:

“Vacinação contra o agá pê vê é estendida aos meninos de 11 a 14 anos”.

Leia as afirmações um, dois e três a respeito da importância da vacinação dos meninos. Em seguida, assinale a alternativa que indica quais dessas afirmações estão corretas.

um. O agá pê vê é uma sigla que representa um conjunto de vírus que pode causar doenças como câncer de útero e de pênis.

dois. A vacina contra o agá pê vê será aplicada apenas em meninos, pois o vírus não infecta as meninas.

três. Os papilomavírus humanos podem ser adquiridos por homens e mulheres através do contato sexual sem proteção, ou seja, sem camisinha.

a) Apenas um.

b) um e dois.

c) Apenas três.

d) um e três.

e) dois e três.

Gabarito comentado

Questão 1

  1. Explosões hormonais e intensas transformações (considerando que elas sejam corporais). Durante a puberdade, o organismo humano produz hormônios sexuais que desencadeiam transformações corporais nos adolescentes.
  2. Não. A sexualidade está relacionada também a aspectos éticos, sociais, culturais e afetivos vivenciados pelos seres humanos.
  3. O envelhecimento pode estar relacionado com a perda de elasticidade da pele, alterações hormonais, o surgimento de fios de cabelo brancos e a perda da fôrça muscular.

Para responder à questão, os estudantes devem reconhecer as transformações ocorridas durante a puberdade e compreender a diferença entre puberdade e adolescência e os fatores relacionados à sexualidade humana. Também é necessário que eles consigam descrever os eventos relacionados ao envelhecimento.

Observe as respostas apresentadas e, se preciso, retome as características das principais fases da vida humana abordadas na seção Desenvolvimento do tema, do início do capítulo 7 do livro do estudante.

Questão 2

Alternativa correta: C.

Para responder à questão, é necessário que os estudantes compreendam as funções desempenhadas por alguns hormônios no corpo humano e os respectivos órgãos relacionados à sua produção e liberação. Além disso, eles devem compreender os efeitos dos distúrbios hormonais no organismo humano.

Ao selecionar outra alternativa em vez da C, é provável que eles não tenham compreendido esses conceitos ou ainda confundam os órgãos relacionados à produção e à liberação dos hormônios abordados na atividade.

Observe as respostas apresentadas e, se necessário, retome o conteúdo dessa atividade utilizando o mapa conceitual mostrado na seção Organização de ideias: mapa conceitual do capítulo 7 do livro do estudante e as atividades 5 a 7 da seção Use o que aprendeu dêsse mesmo capítulo, que aborda a função de alguns hormônios e distúrbios provocados pelas alterações hormonais.

Questão 3

  1. O órgão é o pâncreas, que produz o hormônio insulina.
  2. O texto refere-se ao diabetes tipo 2, que ocorre principalmente em adultos. O diabetes tipo 2 está relacionado a fatores mencionados no texto, como excesso de pêso ou obesidade e falta de atividade física. O diabetes tipo 1 ocorre principalmente em crianças e adolescentes e relaciona-se à incapacidade de produzir insulina.

Para responder à questão, os estudantes devem reconhecer a atuação da insulina e identificar o órgão responsável pela sua produção e liberação no organismo humano. Além disso, é necessário que eles compreendam e diferenciem o diabetes tipo 1 do diabetes tipo 2 e os fatores que podem estar associados ao aumento do número de portadores de diabetes tipo 2.

Observe as respostas apresentadas e, se necessário, retome o conteúdo abordado na atividade com a leitura conjunta do texto “Diabete melito”, da seção Em destaque, do capítulo 7 do livro do estudante.

Questão 4

  1. Homem: testículos; mulher: ovários.
  2. Não. O sêmen contém também uma mistura de líquidos produzidos pelo sistema genital masculino (nas glândulas seminais e na próstata).
  3. No útero.
  4. A uretra é o canal que conduz urina e sêmen para o exterior no corpo, e os epidídimos são locais onde os espermatozoides, após sua produção, ficam armazenados.
  5. As tubas uterinas são o local em que o ovócito é liberado na ovulação e onde pode acontecer a fecundação. Caso a fertilização ocorra, as tubas uterinas conduzem o óvulo fecundado ao útero.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer os órgãos do sistema genital feminino e masculino e suas respectivas funções. Observe as respostas apresentadas e, se necessário, retome o conteúdo trabalhado na atividade com as ilustrações mostradas nos itens 2 e 3, O sistema genital masculino e O sistema genital feminino, do capítulo 8 do livro do estudante.

Questão 5

As mulheres já nascem com todas as células reprodutivas nos ovários. Depois da puberdade, a cada mês, um ovócito de um dos ovários amadurece e é conduzido para a tuba uterina, no processo de ovulação. Caso a mulher tenha tido relações sexuais, o ovócito pode ser encontrado por espermatozoides. Um dos espermatozoides penetra o ovócito, desencadeando o processo de fertilização. dêsse evento, surge a primeira célula de um novo indivíduo, o zigoto. Ele sofre várias divisões celulares à medida que é conduzido através da tuba uterina até o útero, onde se implanta, dando início à gravidez.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender os processos de ovulação e fertilização da reprodução humana. Observe as respostas apresentadas e, caso seja necessário, retome esses conceitos utilizando as informações, ilustrações e esquemas mostrados no item 4, Ovulação e fertilização, do capítulo 8 do livro do estudante.

Questão 6

A sequência correta, de cima para baixo, é: V; V; F; V; F.

Para responder à questão, além de compreender os processos de ovulação e fertilização, os estudantes devem reconhecer e entender as etapas do ciclo menstrual. Observe as respostas apresentadas e, se preciso, retome esses conceitos respondendo com os estudantes às atividades 3 a 5 da seção Use o que aprendeu do capítulo 8 do livro do estudante.

Questão 7

Alternativa correta: E.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer os métodos contraceptivos e compreender que a camisinha é o único método que pode prevenir a gravidez e as infecções sexualmente transmissíveis.

A escolha de outra alternativa em vez da E indica que os estudantes não compreenderam o modo de ação dos métodos contraceptivos apresentados na atividade. Nesse caso, retome o conteúdo com o do item 1, Contracepção, do capítulo 9 do livro do estudante.

Questão 8

  1. Comportamentais: coito interrompido e tabelinha. De barreira: camisinha masculina, díu. Esterilizadores: vasectomia e laqueadura tubária. Hormonais: pílula e adesivo anticoncepcional.
  2. Pelos dados apresentados, o método mais eficaz é a vasectomia. Por meio de uma cirurgia simples, o médico corta os ductos deferentes, separando-os e impedindo a passagem dos espermatozoides para a uretra. Já o método menos eficaz é a tabelinha, em que se calcula a provável data da ovulação e evitam-se as relações sexuais 7 dias antes e 7 dias depois dessa data. É um método pouco eficiente, pois é muito difícil prever a data da ovulação, que pode ser alterada por diversos fatores.
  3. Procurando orientação médica. Além disso, a escolha deve levar em conta os valores pessoais.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer o modo de ação e comparar a eficácia dos diversos métodos contraceptivos. Além disso, devem reconhecer a importância da orientação médica na escolha de um método contraceptivo. Observe as respostas apresentadas e, se necessário, retome o conteúdo trabalhado na atividade organizando, em uma tabela, as informações trazidas no item 1, Contracepção, do capítulo 9 do livro do estudante.

Questão 9

  1. Sim. Porque uma das fórmas de transmissão do vírus agá í vê é pelo contato sexual sem proteção, ou seja, sem uso de camisinha (masculina ou feminina).
  2. A aids é causada pelo vírus agá í vê, que promove a diminuição da capacidade de defesa do organismo, deixando-o vulnerável a outras doenças.
  3. Usar preservativo (camisinha masculina ou feminina) em todas as relações sexuais, não compartilhar seringas e agulhas, exigir sempre o uso de seringas e agulhas descartáveis. Apesar de haver medicamentos que reduzem os sintomas e retardam o progresso da síndrome, a aids ainda não tem cura. Assim, o melhor caminho é evitar a contaminação.

Para responder à questão, os estudantes devem conhecer o agente causador da aids e compreender o modo de transmissão e os problemas provocados por esses vírus no organismo humano, assim como as fórmas de prevenção dessa infecção.

Observe as respostas apresentadas e, se necessário, retome o conteúdo abordado no item 3, Aids, do capítulo 9 do livro do estudante.

Questão 10

Alternativa correta: D.

Para responder à questão, os estudantes devem reconhecer os problemas associados a infecções pelo vírus agá pê vê em pessoas do sexo masculino e feminino e seu modo de transmissão e compreender a vacinação como importante estratégia de prevenção das í ésse tê causadas por esse vírus.

Ao selecionar outra alternativa em vez da D, é provável que os estudantes não tenham compreendido os conceitos mencionados no parágrafo anterior. Nesse caso, retome o conteúdo trabalhado na questão respondendo com os estudantes às atividades propostas nos itens Texto de informação científica e Texto de divulgação científica, da seção Explore diferentes linguagens, do capítulo 9 do livro do estudante.

Unidade D – 4º bimestre

Questão 1

Que problemas são gerados pelo desperdício de energia elétrica?

Questão 2

Leia a sentença e, em seguida, indique a alternativa que apresenta a sequência correta de palavras que preenche as lacunas.

O eclipse __________ ocorre quando a Terra se interpõe entre o Sol e a Lua, projetando sua sombra sôbre o satélite, e só acontece quando a Lua está na fase __________. Já o eclipse __________ ocorre quando a Lua se interpõe entre a Terra e o Sol, ocultando a luz solar (para observadores situados em alguns locais da Terra), e só acontece quando a Lua está na fase __________.

  1. solar – cheia – lunar – nova
  2. lunar – nova – solar – cheia
  3. lunar – cheia – solar – nova
  4. solar – nova – lunar – cheia

Questão 3

A família de André é composta de cinco pessoas: ele, sua esposa e seus três filhos. O que mais gostam de fazer quando estão em casa é assistir aos mais diversos programas de televisão. O aparelho permanece ligado durante 6 horas diárias, em média. Mas, infelizmente, a televisão da casa de André, que era de 29 polegadas, queimou. Ele aproveitou para comprar outra mais moderna e, assim, economizar energia elétrica. Na loja, o vendedor ofereceu duas opções:

Opção 1: televisão de 29 polegadas e 70 uáts de potência;

Opção 2: televisão de plasma de 42 polegadas e 220 uáts de potência.

Pelo tamanho e pela qualidade da imagem, o vendedor sugeriu a André que ficasse com a segunda opção. Com relação ao consumo mensal de energia elétrica, ele deveria seguir o conselho do vendedor? Justifique, calculando a diferença de consumo de energia nas duas situações.

Questão 4

Os movimentos de rotação e translação da Terra exercem grande influência no cotidiano das pessoas e das sociedades. As principais consequências da rotação e da translação da Terra são, respectivamente:

  1. a variação do clima e o aumento exagerado do aquecimento global.
  2. a sucessão dos dias e das noites e o ano de aproximadamente 365 dias.
  3. o ano de aproximadamente 365 dias e a ocorrência das estações.
  4. a existência de solstícios e equinócios e a variação climática.

Questão 5

Como já foi inferido por cientistas no passado, a energia não pode ser criada nem destruída, somente transformada. Com base na compreensão dêsse princípio, associe as sentenças um, dois, três e quatro com o tipo de transformação de energia indicado nas alternativas.

um. Quando uma lâmpada é acesa apertando um interruptor, a corrente elétrica passa por dentro dela, produzindo emissão de luz e aquecimento dos arredores.

dois. Ligado à rede elétrica, um secador de cabelos faz um ventilador interno girar e aciona um resistor, que se aquece.

três. Ao ser ligado, um automóvel a álcool ou a gasolina carrega a bateria. Quando o automóvel está desligado, a bateria carregada permite acender os faróis e tocar a buzina.

quatro. Aparelhos com motor, como o liquidificador, a furadeira, o ventilador e a batedeira, apesar de aquecerem um pouco, não têm a mesma função dos aparelhos resistivos.

  1. A energia elétrica transforma-se em energia de movimento (cinética) e térmica.
  2. A maior parte da energia elétrica se transforma em mecânica.
  3. A energia potencial química liberada na combustão transforma-se em energia química, que, por sua vez, se transforma em energia elétrica, luminosa e sonora.
  4. A energia elétrica é transformada em energia luminosa e em energia térmica.

Questão 6

No Brasil, as usinas hidrelétricas são as principais produtoras da energia elétrica que consumimos diariamente, mesmo com os grandes impactos ambientais que elas causam, resultantes principalmente de seu processo de instalação. Essa dominância se justifica pelas vantagens que essas usinas oferecem. Uma dessas vantagens é:

  1. a conservação da vegetação nativa do entôrno dos rios e barragens.
  2. o maior grau de conservação dos biomas brasileiros onde elas são instaladas.
  3. a utilização de uma fonte de energia gratuita e renovável.
  4. a menor emissão de gases de efeito estufa durante sua instalação.

Questão 7

Na aula de Ciências, o professor promovia uma discussão sôbre circuitos elétricos, quando quatro estudantes fizeram as afirmações a seguir.

Mateus: As pilhas são geradores que transformam energia elétrica em energia química.

Vitória: Os fusíveis e os disjuntores são usados para medir o consumo de energia elétrica.

João: A diferença de potencial elétrico é medida pelo voltímetro.

Ana Júlia: O correto aterramento elétrico dos equipamentos que têm fio destinado a essa finalidade só deve ser realizado se o usuário desejar.

Qual estudante apresentou a informação correta?

Questão 8

Leia o trecho de uma notícia e depois responda à questão.

“O petróleo está prestes a acabar? A realidade será feita de automóveis elétricos? Não serão mais utilizados navios petroleiros?”

Com base na leitura do trecho, podemos dizer que o ser humano vai explorar petróleo ilimitadamente e por tempo indeterminado? Justifique sua resposta.

Questão 9

Artur, que mora em Boa Vista, no estado de Roraima, consultou a previsão do tempo antes de sair de casa e viu que indicava pancadas de chuva no fim da tarde. Ao falar no telefone com sua mãe, que mora em Goiânia, no estado de Goiás, soube que lá a previsão do tempo previa sol e tempo aberto durante toda a tarde.

  1. Como você explica as diferenças nas previsões do tempo nas duas cidades brasileiras?
  2. A previsão do tempo é muito importante para o planejamento de inúmeras atividades humanas, desde a simples escolha de uma roupa para ir ao trabalho até a decisão de autorizar ou não a decolagem de aviões. Você concorda que atualmente a previsão do tempo é muito mais precisa e confiável do que no passado? Justifique sua resposta.

Questão 10

A maneira como utilizamos os recursos naturais tem produzido cada vez mais impactos sôbre o ambiente, desencadeando mudanças climáticas em todo o planeta. Assim, torna-se urgente rever muitos de nossos hábitos e atitudes para estabelecer uma relação de sustentabilidade e garantir a nossa própria sobrevivência e das demais espécies na Terra.

Assinale a alternativa que contém uma estratégia adequada para deter o avanço das mudanças climáticas globais.

  1. Ser um consumidor mais consciente, reduzindo quantidades e prestando atenção às fontes das matérias-primas utilizadas na produção daquilo que consumimos.
  2. Eliminar a agricultura e passar a consumir somente aquilo que a Terra produz naturalmente, como faziam nossos antepassados.
  3. Aumentar o uso de combustíveis fósseis, pois são uma fonte de energia renovável e limpa que não contribui para o desequilíbrio ambiental.
  4. Trocar o transporte público, como o ônibus e o metrô, pela utilização de carros e motocicletas, já que os veículos de maior porte emitem muito mais gases poluentes.

Gabarito comentado

Questão 1

Diversos impactos ambientais, além do aumento da conta de luz. Quanto maior o desperdício, maior a demanda por energia elétrica e, consequentemente, maior a necessidade de consumir recursos naturais. Um exemplo é o desmatamento para a construção de usinas produtoras de energia e o aumento do aquecimento global causado pela maior liberação de gases de efeito estufa no ambiente, nos casos em que a energia é gerada a partir de combustíveis fósseis (usinas termelétricas), ou ainda os riscos de vazamento de material radioativo (no caso das usinas nucleares).

Caso os estudantes tenham apresentado dificuldades para responder à questão, retome o conteúdo do item 4, O uso doméstico de energia elétrica, e do subitem Geração de energia elétrica, no item 6 Recursos energéticos, ambos do capítulo 12 do livro do estudante. Chame a atenção dos estudantes para as desvantagens de diferentes fórmas de produção de energia elétrica apresentadas no quadro Comparação entre fontes energéticas, no mesmo capítulo.

Questão 2

Alternativa correta: C.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender que os eclipses decorrem do posicionamento relativo da Terra, do Sol e da Lua em condições específicas. Caso tenham encontrado dificuldades, retome o item 3, As fases da Lua e os eclipses, do capítulo 11 do livro do estudante.

Questão 3

Com relação ao consumo mensal, o conselho do vendedor não é vantajoso. Ao escolher a opção 2, em vez de manter o padrão, a família terá um aumento de 27 quilouótis hora no consumo mensal de energia.

Para avaliar qual é a melhor opção, os estudantes precisam calcular o consumo do aparelho a partir dos dados de potência e tempo médio de uso.

Como a conta de energia elétrica é mensal, primeiro é preciso calcular o total de horas que a televisão fica ligada durante um mês: 6 horas diárias por 30 dias (um mês) = 180 horas.

Como energia elétrica é a potência multiplicada pela quantidade de tempo, então:

opção 1: 70 uáts de consumo por 180 horas = .12600 uatts-hora (ou 12,6 quilouótis hora);

opção 2: 220 uáts de consumo por 180 horas = .39600 uatts-hora (ou 39,6 quilouótis hora).

A variação de consumo, portanto, é de: .39600 uatts-hora .12600 uatts-hora = .27000 uatts-hora ou 27 quilouótis hora.

Caso os estudantes tenham encontrado dificuldades para responder à questão, retome o texto “Consumo de equipamentos elétricos”, da seção Em destaque, do capítulo 12 do livro do estudante.

Questão 4

Alternativa correta: B.

Para responder à questão, os estudantes precisam ter compreendido os efeitos dos movimentos de rotação e translação da Terra. Caso tenham dificuldades, retome o item 4, As estações do ano, do capítulo 11 do livro do estudante.

Questão 5

Sequência correta: um – d; dois – a; três – c; quatro – b.

Caso os estudantes tenham encontrado dificuldades para responder à questão, retome o texto “Os tipos de energia”, da seção Em destaque, do capítulo 12 do livro do estudante. Se julgar necessário, conduza uma discussão sôbre o tema.

Questão 6

Alternativa correta: C.

As usinas hidrelétricas causam diversos danos e impactos ambientais, sobretudo durante sua instalação. Esses impactos incluem a grande emissão de gases do efeito estufa, ao contrário do que diz a alternativa D, além do desmatamento de áreas verdes e consequente morte de um número elevado de espécies de animais e vegetais, causando desequilíbrios ambientais significativos, ao contrário do que afirmam as alternativas A e B. A vantagem dêsse tipo de usina é o uso de uma fonte renovável de energia: a passagem das águas naturais dos rios, abundantes no Brasil por suas características geográficas. Caso os estudantes não tenham assinalado a resposta correta, retome o conteúdo apresentado no item 6, Recursos energéticos, do capítulo 12 do livro do estudante.

Questão 7

João.

Para responder à questão, os estudantes devem compreender o princípio de funcionamento de um circuito elétrico. Caso apresentem dificuldades, retome o conteúdo dos itens 1 e 2, Circuito elétrico e corrente elétrica e Diferença de potencial elétrico, do capítulo 12 do livro do estudante.

Questão 8

Não é possível que o ser humano explore petróleo por tempo indeterminado, pois essa é uma fonte energética não renovável.

Para responder à questão, os estudantes precisam conhecer e saber classificar diferentes fontes renováveis e não renováveis de energia. Se necessário, proponha a leitura do item 6, Recursos energéticos, do capítulo 12 do livro do estudante.

Questão 9

  1. Espera-se que os estudantes relacionem as diferenças climáticas previstas para cada capital brasileira a fatores como: a distância que a região está do oceano, as correntes marítimas que passam pela região, se a área é montanhosa ou plana, a altitude em relação ao nível do mar, a duração do período diurno ao longo do ano e as massas de ar que costumam passar na região.
  2. O advento de recursos e equipamentos meteorológicos, como os satélites, os computadores com alta capacidade de processamento, as estações e os radares meteorológicos, modernizou e aperfeiçoou o cálculo das variáveis que influenciam na previsão do tempo. Atualmente, portanto, ela é muito mais segura e precisa que no passado, quando se baseava apenas na observação de padrões da natureza.

Caso os estudantes tenham encontrado dificuldades em responder à questão, retome os itens 10 e 11, O movimento das massas de ar e A previsão do tempo, do capítulo 10 do livro do estudante.

Questão 10

Alternativa correta: A.

O consumo consciente contribui para reduzir a extração de recursos naturais e a emissão de poluentes, incluindo os gases de efeito estufa, os grandes responsáveis pelo aquecimento global. Essa atitude faz com que a atividade produtiva se reorganize e passe a utilizar matérias-primas ambientalmente mais adequadas. O consumo de produtos orgânicos, por exemplo, estimula a disseminação de técnicas agrícolas menos danosas e ajuda a diminuir os níveis de agrotóxicos despejados na natureza. No entanto, eliminar a agricultura, como propõe a alternativa B, é inviável, pois o que a Terra oferece naturalmente não é suficiente para nutrir a população humana atual. Já a queima de combustíveis fósseis, mencionada nas alternativas C e D, é a principal responsável pela produção dos gases que intensificam o efeito estufa e, portanto, pela aceleração das mudanças climáticas. Trocar os carros e as motocicletas pelo transporte público é mais uma maneira de contribuir para a redução dos impactos ambientais, e não o inverso, como propõe a alternativa D.

Aprofundamento ao professor

Referente ao capítulo 1

Este é um texto de nossa autoria sôbre a dentição humana.

Dentição decídua e dentição permanente

A espécie humana apresenta duas dentições: uma delas é primária e a outra é permanente.

Os dentes primários (ou decíduos ou de leite) são em número total de 20.

Em cada um dos quatro quadrantes da boca há, na dentição primária, um incisivo central, um incisivo lateral, um canino, um primeiro e um segundo molar.

A dentição permanente é constituída de 32 dentes permanentes (ou secundários). Alguns deles substituem dentes de leite. Outros irrompem na boca, na parte periférica da arcada, sem substituir dentes anteriores.

Em cada quadrante da boca, um incisivo central, um incisivo lateral e um canino substituem os respectivos decíduos de mesmo nome. O primeiro e o segundo molares de leite são substituídos pelos dentes permanentes, denominados primeiro e segundo pré-molares. Os dentes permanentes que não substituem dentes primários são denominados primeiro, segundo e terceiro molares. Este último é conhecido popularmente como dente do siso.

Ilustração em preto e branco de arcada dentária vista de cima. A. Dentição decídua (primária). Dentes superiores: incisivo central (8-12 meses); Incisivo lateral (12-14 meses); Canino (16-24); Primeiro molar (12-16 meses); Segundo molar (24-32 meses). Dentes inferiores: Segundo molar (24-36 meses); Primeiro molar (12-16 meses); canino (16-24 meses); Incisivo lateral (12-15 meses); Incisivo central (6-8 meses). Ilustração em preto e branco de arcada dentária vista de cima. B. Dentição permanente (secundária). Dentes superiores: Incisivo central (7-8 anos); Incisivo lateral (8-9 anos); Canino (11-12 anos); Primeiro pré-molar (9-10 anos); Segundo pré-molar (10-12 anos); Primeiro molar (6-7 anos); Segundo molar (12-13 anos); Terceiro molar ou dente do siso (17-21 anos). Dentes inferiores: Incisivo central (7-8 anos); Incisivo lateral (7-8 anos); Canino (9-10 anos); Primeiro pré-molar (9-10 anos); Segundo pré-molar (11-12 anos); Primeiro molar (6-7 anos); Segundo molar (11-13 anos); Terceiro molar ou dente do siso (17-21 anos).
Representação da dentição decídua e da dentição permanente , com o nome dos dentes e a idade aproximada em que costumam irromper.

Fonte da figura: , G. J.; Dérricksan, B. Principles of Anatomy & Physiology. décima quinta edição Danvers: John Willey, 2017. página 910.


Este é um texto de nossa autoria que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados ao glúten.

O que é glúten?

Por que rótulos de alimentos alertam sôbre ele?

A farinha de trigo é uma conhecida e importante fonte de carboidratos. Afinal, seu conteúdo de amido é expressivo. Acontece que a farinha também contém proteínas. Algumas delas são solúveis em água. Outras (algo em torno de 80% do conteúdo proteico) são insolúveis em água e constituem o que é denominado glúten.

A presença de glúten é importante na panificação. Durante a atuação do fermento na massa de pão recém-preparada, o gás carbônico liberado não escapa porque a mistura de farinha e água é viscoelástica (ou seja, viscosa e elástica), propriedade que se deve à presença do glúten. Se o glúten fosse solúvel em água, a massa seria muito fluida, não reteria o gás carbônico e o pão não ficaria fofo.

As principais proteínas que constituem o glúten são as gluteninas e as gliadinas. Em indivíduos suscetíveis, as gliadinas (que também existem no centeio e na cevada) desencadeiam uma resposta alérgica. Alguns trechos da proteína são interpretados como antígenos pelo sistema imunitário dos indivíduos sensíveis, ou seja, interpretados como se fossem parte de agentes infecciosos invasores. A resposta alérgica produz inflamação intestinal. Gradualmente, ocorre encurtamento das vilosidades intestinais e diminuição da quantidade de microvilosidades. A superfície intestinal é reduzida, dificultando a absorção de nutrientes.

Esse quadro é a doença celíaca (do grego , cavidade, buraco, pelo latim , abdome), espru celíaco ou enteropatia pelo glúten. O estabelecimento da doença envolve predisposição genética aliada a fatores ambientais (glúten na dieta). A doença pode acarretar dermatite, problemas dentários, hepáticos e cardíacos, assim como distúrbios neurológicos, psiquiátricos e reprodutivos. Os doentes devem ter acompanhamento médico para verificar se há deficiência de vitaminas e se são necessários exames de densitometria óssea.

A doença pode se estabelecer na infância, logo após a introdução da farinha de trigo na alimentação. Contudo, pode manifestar-se tardiamente em qualquer fase da vida.

A completa eliminação, na dieta, de alimentos que contêm glúten (trigo, centeio, cevada) é a condição necessária ao tratamento. No Brasil, as embalagens de alimentos devem obrigatoriamente conter advertência sôbre a presença de glúten.


Este é um texto de nossa autoria sôbre oligossacarídios do feijão.

Por que o feijão causa flatulência?

Glicose, frutose e galactose são exemplos de substâncias classificadas como monossacarídios, palavra que deriva do grego , um, e , açúcar.

Existem substâncias que são o resultado da união de moléculas de monossacarídios. Quando duas moléculas de monossacarídios se juntam, o resultado é uma nova substância denominada dissacarídio. Se forem três, será um trissacarídio. Se forem quatro, um tetrassacarídio. E assim por diante. As substâncias resultantes da união de duas até vinte moléculas de monossacarídios são genericamente denominadas oligossacarídios (do grego ôlígos, pouco).

Ilustração. Monossacarídeos: Forma ovalada amarela com a informação: galactose. Ao lado: forma ovalada cor de rosa, com a informação: glicose. Ao lado, forma ovalada verde, com a informação: frutose. Dissacarídeos – Sacarose (açúcar da cana): Duas formas ovaladas unidas lado a lado: uma forma ovalada cor de rosa, com a informação: glicose  e uma forma ovalada verde, com a informação: frutose. Lactose (açúcar do leite): Duas formas ovaladas unidas lado a lado: uma forma ovalada cor de rosa, com a informação: glicose  e uma forma ovalada amarela com a informação: galactose.
(Representação esquemática em cores e fórmas fantasiosas.)

Quando ingerimos um dissacarídio, ele sofre a ação de enzimas no duodeno, sendo hidrolisado nos monossacarídios correspondentes. Estes, por sua vez, são absorvidos pela mucosa intestinal. Um dissacarídio não é absorvido se não sofrer hidrólise.

Esquema. Dissacarídio: Duas formas ovaladas unidas lado a lado: uma forma ovalada cor de rosa, com a informação: glicose  e uma forma ovalada verde, com a informação: frutose. Seta, hidrólise enzimática: monossacarídios: Duas formas ovaladas separadas: glicose (cor rosa) e frutose (cor verde).
(Representação esquemática em cores e fórmas fantasiosas.)

A união de mais de vinte moléculas de monos­sacarídios fórma os polissacarídios. As moléculas de polissacarídios normalmente presentes na natureza provêm da união de centenas a milhares de moléculas de monossacarídios. Cada molécula de amido, por exemplo, é formada pela junção de grande número de moléculas de glicose. O amido não é diretamente absorvido pela mucosa intestinal. Precisa, primeiramente, ser hidrolisado, sob a ação de enzimas, nos monossacarídios, que são absorvíveis pela mucosa intestinal.

Entre outras substâncias, o feijão contém o tris­sacarídio rafinose e o tetrassacarídio estaquiose.

Esquema. Oligossacarídeos: Rafinose: Três formas ovaladas unidas, lado a lado: Amarelo: galactose, cor de rosa: glicose e verde: frutose. Estaquiose:  Quatro formas ovaladas unidas, lado a lado: amarelo: galactose, amarelo: galactose, cor de rosa: glicose e verde: frutose.
(Representação esquemática em cores e fórmas fantasiosas.)

O corpo humano não tem enzimas que atuem na hidrólise dêsses dois oligossacarídios. Assim, tanto a rafinose quanto a estaquiose passam pelo intestino delgado sem sofrer alteração. Quando chegam ao intestino grosso, são utilizadas como alimento por procariotos que realizam fermentação e que produzem gases, entre eles o gás carbônico (cê ó) e o gás metano (cê agá).

Este então é o motivo pelo qual o feijão causa flatulência: ele contém dois oligossacarídios que não são digeridos pelo corpo humano e cuja fermentação no intestino grosso produz gases. Importante notar que o gás carbônico e o metano são inodoros. O odor da flatulência se deve a outras substâncias provenientes do alimento, entre elas substâncias contendo o elemento químico enxofre. Aqui, transcrevemos um texto sôbre a conservação de alimentos.


Aspectos históricos da conservação de alimentos

“É impossível determinar exatamente quando, na história da humanidade, o homem tomou conhecimento da existência de microrganismos e da sua importância para os alimentos. Após um período no qual o ser humano tinha a sua alimentação baseada apenas nos abundantes recursos da natureza, o homem passou a plantar, criar animais e produzir o seu próprio alimento. Com o surgimento de alimentos preparados, começaram a ocorrer os problemas relacionados com doenças transmitidas pelos alimentos e com a rápida deterioração, devida, principalmente, à conservação inadequada dos alimentos.

Arqueólogos encontraram evidências de ordenha de vacas para obtenção de leite datadas de 9000 antes de CristoRelatos históricos indicam que, na Babilônia antiga (7000 antes de Cristo), o homem já conhecia a fabricação de cerveja. Os sumérios (3000 antes de Cristo) foram os primeiros criadores de gado de córte e de leite e os primeiros a fabricar manteiga. Já conheciam também as técnicas de salga de carnes e peixes. Leite, manteiga e queijos já eram conhecidos pelos egípcios em 3000 antes de Cristo Nessa época, judeus, chineses e gregos também utilizavam sal para a conservação dos alimentos. Os assírios, em 3500 antes de Cristo, já conheciam a arte de fabricação de vinhos. Os romanos, em 1000 antes de Cristo, empregavam neve para a conservação de carnes e frutos do mar. Técnicas de defumação de carnes e de produção de queijos e vinhos foram aprimoradas nessa época.

Os progressos realizados no sentido de se compreender a natureza das doenças causadas pelos alimentos foram sempre bastante lentos. Na Idade Média, milhares de pessoas morriam de ergotismo sem que se soubesse que se tratava de uma intoxicação aguda causada pela ingestão de cereais contaminados com um fungo ().

A importância da limpeza e da higiene na produção de alimentos demorou muito para ser reconhecida. Foi somente por volta do século treze, na Europa, que surgiram as primeiras normas de inspeção de carnes e de abatedouros de animais. Acredita-se que A. , em 1658, foi o primeiro a sugerir a existência de relação entre a decomposição de carnes e leite e a presença de ‘vermes’ invisíveis a ôlho nu. L. Spalanzani, em 1765, derrubou a famosa teoria da geração espontânea ao provar que o cozimento e o posterior armazenamento do caldo de carne cozida em recipiente fechado garantiam que o produto não se deteriorasse por bastante tempo. Em 1809, o confeiteiro francês N. comprovou os achados de Spalanzani, ao descrever um processo de conservação de carnes em recipientes de vidro mantidos em água fervente por diferentes períodos. Esta técnica foi, em seguida (1810), patenteada e recebeu o nome de apertização, que corresponde ao processo de enlatamento de alimentos utilizado atualmente.

Apesar da importância das contribuições dos indivíduos mencionados e de outros também, foi o médico francês L. Pastér o primeiro cientista a compreender o papel dos microrganismos nos alimentos. Em 1837, ele demonstrou que o azedamento do leite era provocado por microrganismos, e, em 1860, empregou o calor para destruir microrganismos indesejáveis em alimentos. Este processo, muito utilizado atualmente, denomina-se pasteurização.

Nos anos seguintes, até os dias atuais, a microbiologia como ciência teve um desenvolvimento extremamente rápido.”

Fonte: FRANCO, B. D. G. M.; , M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu, 2008. página 1-2.

Referente ao capítulo 2

Este é um texto de nossa autoria que pode auxiliar o docente em aspectos relacionados às lipoproteínas.

Que são e ? Que relação têm com colesterol?

Lipoproteínas são aglomerados globulares formados por uma parte interna de triacilgliceróis4nota de rodapé e colesterol5nota de rodapé (insolúveis em água) e uma camada externa de substâncias que interagem com a água. Na camada externa, existe uma molécula de proteína que, além de favorecer a interação com a água, é responsável pelo reconhecimento dêsse aglomerado pelos tecidos do organismo aos quais se destina. As lipoproteínas, como o nome indica, são constituídas de lipídio e proteína.

Os quilomícrons são lipoproteínas sintetizadas nas células do revestimento do intestino delgado, destinadas ao transporte de ácidos graxos provenientes da dieta. Eles são lançados no sistema linfático e, por meio dele, atingem o sistema circulatório. Uma vez no sangue, distribuem ácidos graxos aos tecidos em que serão usados na respiração celular (por exemplo, músculos esqueléticos) ou armazenados (tecido adiposo). Os quilomícrons também distribuem o colesterol proveniente da alimentação.

Quando a alimentação contém mais ácidos graxos que o necessário, o excesso é convertido em triacilgliceróis no fígado. Um eventual excesso de carboidratos na dieta também é convertido, nesse mesmo órgão, em triacilgliceróis. Esses triacilgliceróis são acondicionados em lipoproteínas de densidade muito baixa (, do inglês very-low-density lipoproteins), que são lançadas no sangue e transportam os triacilgliceróis até as células adiposas para armazenamento.

O colesterol é uma substância produzida pelo nosso organismo e presente na dieta. Todos os tecidos humanos em crescimento precisam de colesterol, pois ele faz parte da constituição da membrana plasmática. Os tecidos que produzem hormônios esteroides necessitam dele para

essa produção. A síntese de colesterol ocorre principalmente no fígado. O colesterol é praticamente insolúvel em água e seu transporte no sangue ocorre por lipoproteínas. As lipoproteínas de baixa densidade (, de ) são ricas em colesterol e levam-no do fígado para os tecidos em que será captado e utilizado.

As lipoproteínas de alta densidade (, de ) são originárias do fígado ou do intestino delgado e originalmente contêm pouco colesterol. Ao circular pelo sangue, captam colesterol de células mortas e membranas em renovação e retornam para o fígado, no qual esse colesterol é descarregado, convertido em sais biliares e secretado.

Ilustração. Estrutura circular com protuberâncias na superfície, as substâncias que formam a camada externa. Entre as protuberâncias, duas estruturas em formato ovalado e maiores que as demais: Moléculas de proteínas que envolvem a e estrutura. O interior da estrutura circular é preenchido com pequenas estruturas ovaladas:  triacilgliceróis e colesterol.
Representação esquemática, fóra de proporção, generalizada e em córte de uma lipoproteína. O diâmetro da estrutura situa-se entre 7,5 e 1.200 nanômetros.

Fonte da figura: Biochemistry. nona edição Boston: Cengage, 2018. página 666.

O interior da lipoproteína é menos denso que a camada externa. Assim, quanto maior seu dmetro, menos densa ela é. Isso está de acôrdo com os seguintes dados:6nota de rodapé Os diâmetros de , e estão, respectivamente, nas faixas de 7,5 a 20 nanômetros,

18 a 25 nanômetros e 30 a 80 nanômetros (nanômetro = êne ême = 

dez elevado a menos 9

 métro), e suas densidades, nas faixas de 1,063 a 1,210 grama por centímetro cúbico, 1,019 a 1,063 grama por centímetro cúbico e 0,95 a 1,006 grama por centímetro cúbico. Os quilomícrons são as maiores e menos densas lipoproteínas. Têm diâmetro entre 75 e .1200 nanômetros e densidade inferior a 0,95 grama por centímetro cúbico.

Quando as células não necessitam de colesterol, ele não é captado do , o que causa aumento da concentração de no sangue. O excesso de colesterol em circulação pode acarretar sua deposição na parede de artérias (configurando aterosclerose) e conduzir a infarto do miocárdio e á vê cê. Já altos níveis de são desejáveis, pois essa lipoproteína capta colesterol e o conduz para o fígado, reduzindo seu nível em circulação. Quando um cardiologista avalia um exame de sangue, leva em conta que, quanto ao colesterol, o ideal é ter baixos níveis de e altos níveis de .

Referente ao capítulo 3

Este é um esquema dos locais em que artérias próximas à superfície da pele permitem verificar a pulsação.

Exemplos de locais nos quais as pulsações podem ser palpadas

Ilustração. Exemplos de locais nos quais as pulsações podem ser palpadas. Corpo de uma criança de braços abertos e pernas afastadas. Destaque para veias longas que partem do coração, na cor vermelha. Alguns destaques em torno da ilustração: Artéria temporal superficial: na lateral da cabeça, antes da orelha. Artéria carótida comum: no pescoço. Artéria braquial: Na parte posterior do braço. Artéria femoral: na região da virilha. Artéria dorsal do pé: No peito do pé. Artéria poplítea: Região atrás do joelho. Artéria radial: no punho. Artéria subclávia: Entre o ombro e o pescoço. Artéria facial: Na parte de baixo da bochecha.
(Representação esquemática fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte: vân de gráf, K. M. Anatomia Humana. sexta edição São Paulo: Manole, 2003. página 572.

Este é um texto de nossa autoria sôbre a cor da hemoglobina.

Por que o sangue sêco fica castanho?

Atenção, professor: NÃO se deve, em hipótese alguma, realizar nenhum experimento envolvendo sangue. Este texto NÃO se refere a um experimento, mas à observação pregressa de que um respingo de sangue (por exemplo, em uma roupa) torna-se castanho após certo tempo.

De modo geral, a velocidade de difusão do gás oxigênio (óh) através de tecidos com espessura superior a, digamos, 1 milímetro é muito lenta para sustentar a vida de animais. O surgimento evolutivo de mecanismos de transporte de oxigênio (e também de nutrientes) para os tecidos foi essencial para o aparecimento de animais maiores e mais complexos.

Considere o sangue humano. A solubilidade do óh no plasma é da ordem de  móu por litro, muito baixa para atender às necessidades metabólicas. Considerando o sangue um todo, que contém cêrca de 150 gramas de hemoglobina por litro, a capacidade transportadora de óh chega a número 2 sobrescrito

móu por litro, concentração aproximadamente igual à do óh no ar!

A hemoglobina é formada por quatro cadeias de proteína, cada qual ligada a uma estrutura chamada grupo heme. Este, por sua vez, é formado por uma parte orgânica (derivada da substância porfirina) contendo, em seu centro, um íon

F e 2 mais

, denominado ferro (dois) ou ferroso. O

éfe ê

do grupo heme é o local em que o óh se liga à hemoglobina e, quando essa ligação ocorre, o grupo heme fica vermelho vivo, cor característica do sangue oxigenado.

Enquanto uma gota de sangue derramado sêca, ocorre a oxidação do íon

F e 2 mais

a

éfe ê

, chamado ferro (três) ou férrico. A hemoglobina assim alterada — contendo ferro (três) em vez de ferro (dois) — é chamada metemoglobina e não tem a capacidade de se ligar ao óh. A oxidação do ferro do grupo heme, bem como a não ligação ao óh, altera a coloração do grupo heme, que passa de vermelho vivo a castanho. Isso responde à pergunta do título dêste texto.

O distúrbio em que parte da hemoglobina da corrente sanguínea é convertida em metemoglo­bina é denominado metemoglobinemia e decorre de determinadas condições de origem genética ou de certas intoxicações. Pode provocar, entre outras coisas, cianose (aspecto azulado da pele e mucosas), dor de cabeça, tontura, fadiga, náusea, vômito, sonolência e coma.

Ilustração. Hemoglobina: Um emaranhado de fios lilás, azul, verde e amarelo. Algumas formas ovaladas e cinzas entre o emaranhado. Do fio azul parte a informação: cadeia proteica. Da forma ovalada cinza, a informação: Grupo heme. Ao lado, a fórmula estrutural do grupo heme, com destaque para a ligação do ferro com o gás oxigênio e para a ligação do ferro com um nitrogênio da cadeia proteica. Abaixo a fórmula estrutural plana da hemoglobina, com destaque para o Ferro (II).
Representação esquemática da estrutura da hemoglobina, com destaque para um grupo heme contendo um íon ferro (dois).

Fonte do esquema: Biochemistry. nona edição Boston: Cengage, 2018. página 91, 93.

Os músculos contêm uma substância semelhante à hemoglobina, a mioglobina, que desempenha papel importante no transporte de óh dentro do tecido muscular para atender à alta demanda de óh durante uma atividade física intensa. A mioglo­bina possui um grupo heme com ferro (dois) e tem cor vermelha. A cor da carne crua velha é castanha devido à oxidação do ferro (dois) da mioglobina a ferro (três).

Este é um texto de nossa autoria sôbre a física do eletrocardiograma.

Em que se baseia o eletrocardiograma?

Experimentos com células do músculo cardíaco (miocárdio) em repôuso indicaram que há uma diferença de potencial elétrico entre o interior e o exterior. O interior da célula tem potencial cêrca de 90 (milivolts) mais baixo que o exterior. Em outras palavras, há ligeiro excesso de cargas negativas dentro ou, equivalentemente, ligeiro excesso de cargas positivas fóra. Essa distribuição de cargas elétricas (esquema ) decorre do fato de as concentrações de íons não serem iguais dentro e fóra.

Existem canais na membrana plasmática que, quando abertos, permitem o fluxo de certos íons específicos através da membrana. Esses canais abrem e fecham regularmente durante o funcionamento normal da célula cardíaca. Pouco antes de essa célula iniciar uma contração, há entrada de íons positivos, invertendo a distribuição de cargas, como mostrado em . Nessa situação, o potencial interno fica cêrca de 20 milivôltis maior que o externo. Logo em seguida, antes de a célula voltar a se relaxar, a distribuição de cargas volta à situação . A transição de para é chamada de despolarização e o retôrno de para é conhecido como repolarização.

Ilustração. A. Estrutura oval com sinais de negativo dentro e sinais de positivo fora. B. Estrutura oval com sinais de positivo dentro e sinais de negativo fora.
Representação esquemática da distribuição de cargas elétricas em uma célula muscular cardíaca polarizada e despolarizada .

Fonte do esquema: Dgiancoli, D. C.Physics: principles with applications. sétima edição Glenview: Pearson, 2014. página 493.

Uma pequena região na parte posterior do átrio direito perto da junção com a veia cava, conhecida como nó sinoatrial, atua como marca-passo natural do coração. Suas células sofrem despolarização/repolarização algumas dezenas de vezes por minuto.

As fibras musculares cardíacas são formadas por muitas células conectadas em sequência. A despolarização de uma célula se alastra para a célula seguinte, e assim sucessivamente, ao longo da fibra muscular. Assim, partindo do nó sinoatrial, a propagação da onda de desencadeia a contração/o relaxamento das fibras musculares dos átrios e, com pequena defasagem, também dos ventrículos.

Imagine que os terminais de um voltímetro fossem conectados às extremidades de uma fibra muscular cardíaca (esquema ). Quando a onda de despola­ri­zação/repolarização se propagasse por ela (esquema ), de uma extremidade à outra, as alterações na distribuição das cargas elétricas produziriam alterações na diferença de potencial elétrico detectada.

Ilustração. C. Fibra do miocárdio em repouso, uma barra horizontal com sinais de negativo dentro e sinais de positivo fora. Está ligada por dois fios, um preto e um vermelho, a um voltímetro, aparelho retangular com visor. O ponteiro aponta para o meio do visor. D. D. Barra horizontal. Uma linha pontilhada vertical divide a barra em dois lados: Do lado esquerdo, sinais de positivo no interior e de negativo no exterior. Do lado direito, sinais de negativo no interior e de positivo no exterior. Abaixo, uma seta para a direita indica a despolarização ocorrendo. A barra está ligada por dois fios, um preto e um vermelho, a um voltímetro, aparelho retangular com visor. O ponteiro aponta para a direita do visor.
Representação esquemática de uma fibra muscular do coração (fóra de proporção) em repôuso e sofrendo despolarização . Durante a despolarização verifica­‑se alteração na diferença de potencial elétrico entre as extremidades da fibra.

Fonte do esquema: Guyton and Hall Textbook of Medical Physiology. décima quarta edição Philadelphia: Elsevier, 2021. página 136.

A detecção das alterações elétricas que ocorrem no coração não requer que as extremidades do voltímetro toquem o músculo cardíaco. Essas alterações podem ser detectadas na superfície do corpo. Cada par de eletrodos do eletrocardiógrafo (por exemplo, o par ligado ao pulso esquerdo e ao pulso direito) é usado para medir uma diferença de potencial elétrico e registrar como ela varia no decorrer do tempo. Os vários eletrodos são posicio­nados em diferentes pontos e permitem o registro da atividade elétrica do coração de diferentes “pontos de vista”. A correta interpretação de um eletrocardio­grama permite inferir, entre outras coisas, a ocorrência de distúrbios do ritmo cardíaco e a extensão e a localização de danos no músculo cardíaco.

O texto reproduzido a seguir pode auxiliar o docente em aspectos relacionados ao equilíbrio eletrolítico.

Equilíbrio eletrolítico

“Os eletrólitos incluem os sais, os ácidos e as bases, mas o termo equilíbrio eletrolítico geralmente se refere ao equilíbrio dos sais no corpo. Os sais são importantes no contrôle dos movimentos dos líquidos e fornecem os minerais essenciais para a excitabilidade, para as atividades secretoras e para a permeabilidade das membranas. reticências

Os sais entram no corpo com os alimentos e líquidos, e pequenas quantidades são produzidas durante a atividade metabólica. Por exemplo, os fosfatos são liberados durante o catabolismo dos ácidos nucleicos e da matriz do osso. A obtenção de eletrólitos normalmente não é um problema para o corpo. Na verdade, tem-se muito mais predileção pelo sal do que necessidade dele. Coloca-se sal de mesa (êne ácê éle) nos alimentos mesmo que os alimentos naturais contenham grandes quantidades de sal e os processados contenham ainda mais. A predileção por alimentos muito salgados é aprendida, mas alguma preferência pelo sal deve ser inata para garantir uma ingestão adequada dêsses dois íons vitais.

Os sais são perdidos do corpo por transpiração, fezes e urina. Mesmo o suor sendo hipotônico, grandes quantidades de sal podem ser perdidas em um dia quente simplesmente porque mais suor é produzido. Os distúrbios gastrintestinais também podem levar a grandes perdas de sal nas fezes e no vômito. Assim, a flexibilidade dos mecanismos renais que regulam o equilíbrio eletrolítico do sangue é uma vantagem crucial. Algumas causas e consequências dos distúrbios eletrolíticos estão resumidas na tabela.

Causas e consequências dos desequilíbrios eletrolíticos

Íon

Anormalidade

Possíveis causas

Consequências

Sódio

Hipernatremia
(excesso de Na
+)

Desidratação; incomum em indivíduos saudáveis; pode ocorrer em bebês ou idosos confusos (indivíduos incapazes de identificar a sede) ou pode ocorrer devido a uma excessiva administração intravenosa de NaCl

Sede; a desidratação do SNC [sistema nervoso central] leva à confusão mental e letargia, que podem progredir até o coma; aumento da irritabilidade neuromuscular evidenciada por contratura muscular e convulsões

Hiponatremia
(deficiência de Na
+)

Perda de soluto, retenção de água, ou ambos (p. ex., perda excessiva de Na+ por vômito, diarreia, queimadura de pele, drenagem do estômago ou como resultado do uso excessivo de diuréticos); deficiência de aldosterona (doença de Addison); doença renal; liberação excessiva de ADH [hormônio antidiurético]; ingestão excessiva de H2O

Os sinais mais comuns são as disfunções neurológicas devidas ao edema cerebral. Se as quantidades de sódio estão normais, mas há um excesso de água, os sintomas são os mesmos daqueles do excesso de água: confusão mental; tontura; coma quando se desenvolver rapidamente; contratura muscular, irritabilidade e convulsões se a condição se desenvolve rapidamente. Na hiponatremia acompanhada de perda de água, os principais sinais são diminuição do volume e da pressão sanguíneos (choque circulatório)

Potássio

Hipercalemia
(excesso de K
+)

Insuficiência renal; deficiência de aldosterona; infusão intravenosa rápida de KCl; queimaduras ou lesões teciduais graves que fazem com que o K+ saia das células

Náusea, vômito, diarreia; bradicardia; arritmias cardíacas; parada cardíaca; fraqueza nos músculos esqueléticos; paralisia flácida

Hipocalemia
(deficiência de K
+)

Distúrbios do trato gastrintestinal (vômito, diarreia), aspiração gastrintestinal; [...] ingestão dietética inadequada (jejum prolongado); hiperaldosteronismo; terapia diurética

Arritmias cardíacas [...]; fraqueza muscular; alcalose metabólica; confusão mental; náusea; vômito

continua

continuação

Íon

Anormalidade

Possíveis causas

Consequências

Fosfato

Hiperfosfatemia
(excesso de HPO
42–)

Diminuição na perda urinária devido à insuficiência renal; hipoparatireoidismo; lesão tecidual extensa; aumento na absorção intestinal

Os sintomas clínicos surgem mais devido a modificações recíprocas nos níveis de Ca2+ do que diretamente de modificações nas concentrações plasmáticas de fosfato

Hipofosfatemia
(deficiência de HPO
42–)

Diminuição na absorção intestinal; aumento na eliminação de urina; hiperparatireoidismo

Cloreto

Hipercloremia
(excesso de Cl
)

Desidratação; aumento na retenção ou na ingestão; acidose metabólica; hiperparatireoidismo

Sem sintomas clínicos diretos; os sintomas geralmente são associados com a causa subjacente ao excesso, a qual em geral está relacionada com as anormalidades do pH

Hipocloremia
(deficiência de Cl
)

Alcalose metabólica (p. ex., devido a vômito ou ingestão excessiva de substâncias alcalinas); deficiência de aldosterona

Cálcio

Hipercalcemia
(excesso de Ca
2+)

Hiperparatireoidismo; excesso de vitamina D; imobilização prolongada; doença renal (excreção diminuída); malignidade

Diminuição da excitabilidade neuromuscular levando a arritmias e parada cardíaca, fraqueza muscular esquelética, confusão, estupor e coma; cálculos renais; náusea e vômito

Hipocalcemia
(deficiência de Ca
2+)

Queimaduras (cálcio fica aprisionado nos tecidos lesados); hipoparatireoidismo; deficiência de vitamina D; doença tubular renal; insuficiência renal; hiperfosfatemia; diarreia; alcalose

Aumento da excitabilidade neuromuscular levando a formigamento dos dedos, tremores, cãibras nos músculos esqueléticos, tetania, convulsões; diminuição na excitabilidade cardíaca; osteomalacia; fraturas

Magnésio

Hipermagnesemia
(excesso de Mg
2+)

Raro; ocorre na insuficiência renal quando o Mg não é excretado normalmente; ingestão excessiva de antiácidos contendo Mg2+

Letargia; função prejudicada do SNC, coma, depressão respiratória; parada cardíaca

Hipomagnesemia
(deficiência de Mg
2+)

Alcoolismo; perda de conteúdos intestinais, desnutrição grave; terapia diurética

Tremores, aumento da excitabilidade neuromuscular, tetania, convulsões”

Fonte do texto e dos dados da tabela: Márrie-éb, E. N.; roên, K. Anatomia e Fisiologia. terceira ediçãoPorto Alegre: Artmed, 2009. página 915-916.

Referente ao capítulo 4

Este é um texto de nossa autoria sôbre a origem do soluço.

O que causa o soluço?

O diafragma é um músculo posicionado entre a cavidade torácica e a cavidade abdominal que tem a fórma de uma cúpula fina. Suas laterais estão conectadas às últimas costelas, ao esterno e a uma parte da face anterior da coluna vertebral.

Na inspiração, o diafragma se contrai e, em decorrência, ocorre achatamento do formato de cúpula e aumento do volume da cavidade torácica, provocando entrada de ar nos pulmões. Na expiração, o diafragma se relaxa e a fórma de cúpula é restabelecida, reduzindo o volume da cavidade torácica e expulsando parte do ar que está nos pulmões.

Tanto o músculo cardíaco quanto o diafragma contraem-se intermitentemente durante toda a vida do indivíduo. O músculo cardíaco tem a capacidade intrínseca de se contrair periodicamente (podendo ter o ritmo acelerado ou retardado por ação do sistema nervoso central).

Já o movimento rítmico de contração do diafragma está sob contrôle do encéfalo.

Ilustração. Silhueta da parte de trás da cabeça e pescoço de uma pessoa. Vista posterior, ilustração esquemática. De cima para baixo: Aproximadamente na altura da parte de baixo da orelha, a informação: C1 (nervo espinal que deriva da medula acima da primeira vértebra do pescoço). Logo abaixo: nível da primeira vértebra: Na altura da região abaixo da orelha: C2. Logo abaixo: nível da segunda vértebra. Região na direção da bochecha: C3. Na região do pescoço: C4  e C5. Abaixo do pescoço, nas costas: nervo frênico.
(Representação fóra de proporção e em cores fantasiosas.)

Fonte da ilustração: Human Anatomy & Physiology. décima primeira edição Harlow: Pearson, 2019. página 541.

O nervo frênico supre o diafragma com fibras nervosas motoras e fibras nervosas sensoriais. Esse nervo — cujo nome vem do grego , referente ao diafragma — forma-se a partir de feixes de neurônios que derivam da medula espinal acima da terceira, da quarta e da quinta vértebras cervicais (vértebras do pescoço). Há dois nervos frênicos; cada um deles tem origem em um lado do pescoço e desce pelo tórax, passando entre o coração e o pulmão, chegando até o diafragma. As ramificações do nervo frênico inervam, além do diafragma, algumas outras partes do tronco, como o pericárdio (membrana que envolve o coração) e o peritônio (membrana que reveste órgãos abdominais e a parede da cavidade abdominal).

O sistema nervoso central atua no contrôle do ciclo inspiração/expiração (isto é, regula a frequência respiratória) enviando ao diafragma, por meio dos nervos frênicos, impulsos nervosos para a contração periódica do músculo.

Espasmo é uma contração muscular repentina, intensa e involuntária. Uma pessoa soluça quando ocorre um espasmo do diafragma. Isso provoca uma súbita entrada de ar nos pulmões e o rápido fechamento da rima da glote, isto é, da fenda entre as pregas vocais (“cordas vocais”). Por isso, quando soluçamos, sentimos uma inspiração súbita que termina abruptamente com a emissão involuntária de um som vocal. A inspiração se deve ao espasmo do diafragma e o som é ouvido quando as pregas vocais estão prestes a se juntar.

O soluço pode ser causado pela irritação do nervo frênico. Alguns processos abdominais, por exemplo, podem irritar as terminações dêsse nervo na cavidade abdominal, acarretando o espasmo do diafragma. Certos distúrbios do sistema nervoso central (tumor, á vê cê) também podem causar soluços caso afetem a área encefálica da qual partem estímulos para o nervo frênico. Este é um texto de nossa autoria sôbre respostas alérgicas e choque anafilático.


Como surge a alergia?

As substâncias presentes em agentes invasores — tais como vírus e bactérias — que podem ser reconhecidas pelo nosso organismo e desencadear uma resposta do sistema imune são denominadas antígenos. Pode ocorrer eventualmente que determinadas substâncias — inaladas, ingeridas, injetadas ou em contato com a pele e que não são tóxicas nem tomam parte de microrganismos patogênicos — sejam reconhecidas pelo organismo como se fossem antígenos, o que desencadeia resposta imune. Essas substâncias são chamadas de alérgenos.

Um alérgeno não é, por si só, prejudicial ao organismo. Porém, a reação desencadeada em um indivíduo sensível a ele, a resposta alérgica, pode produzir desde leves danos a tecidos até efeitos potencialmente fatais. Quem apresenta resposta alérgica tem alergia (do grego , diferente, e , ação) ou hipersensibilidade ao alérgeno.

Existem diferentes tipos de alergia. Um é a hipersensibilidade imediata, que se manifesta minutos após os alérgenos serem detectados. Estes podem ser, por exemplo, grãos de pólen, veneno de insetos e alguns alimentos.

Outro tipo é a hipersen­sibilidade tardia, que pode levar dias para se manifestar. É o caso da alergia de contato ao cobre (frequente em quem usa bijuterias), a desodorantes e a cosméticos.

Os mapas conceituais se referem à alergia ao pólen. A sensibilização ocorre em um primeiro contato, no qual o sistema imune reconhece o alérgeno como algo não próprio ao organismo e desencadeia uma reação que leva à produção de anticorpos e de células de memória, glóbulos brancos que retêm a memória da exposição inicial ao alérgeno.

Uma exposição posterior ao pólen desencadeia uma resposta mais intensa e mais rápida. Mastócitos (outro tipo de glóbulo branco) liberam histamina e outras substâncias que provocam inflamação de tecidos, vasodila­tação e produção de muco. Mastócitos são abundantes nos tecidos conjuntivos da pele e sob a mucosa das vias aéreas. Por isso, essas regiões são comumente afetadas em reações alérgicas (corrimento e inflamação nasal na rinite alérgica, inflamação e manchas vermelhas nas alergias de pele).

Um choque anafilático é uma reação alérgica inflamatória generalizada que afeta todo o corpo. A inflamação generalizada, assim como a vaso­dilatação e a contração dos músculos lisos ao redor dos bronquíolos — que dificulta ou impede a ventilação pulmonar —, pode provocar a morte em poucos minutos se não houver tratamento urgente. Para uma pessoa hipersensi­bilizada ao veneno de certa espécie de abelha, por exemplo, uma única ferroada pode ser fatal.

Esquema. Alérgeno é reconhecido pela 1ª vez (seta) isso provoca (seta)produção de anticorpos. Alérgeno é reconhecido pela 1ª vez (seta) isso provoca (seta) Produção de células de memória. Esquema. Alérgeno é reconhecido em uma reexposição (seta) isso provoca (seta) Produção rápida de anticorpos. Alérgeno é reconhecido em uma reexposição (seta) isso provoca (seta) Ativação de mastócitos (seta) que atuam na (Seta) Liberação de histamina e outras substâncias (seta) que causam (seta) Inflamação, Muco e Vasodilatação.

Este é um texto de nossa autoria que pode auxiliar o docente quanto a inflamação e choque anafilático.

O que é histamina? Que papel desempenha na inflamação?

E em um ataque de asma?

Inflamação é um processo que tem quatro sintomas: uma região inflamada fica vermelha, quente, inchada e dolorida. O processo inflamatório é desencadeado, por exemplo, devido a um córte, perfuração ou batida.

Nessas situações, certas células existentes abaixo da superfície da pele liberam histamina, responsável pela resposta inflamatória. A histamina é produzida na descarboxilação (perda de cê ó) do aminoácido histidina:

Esquema. Fórmula estrutural plana da histidina (alfa-aminoácido), com destaque para as ligações do carbono com os átomos de oxigênio. Da histidina partem duas setas, uma para a fórmula estrutural plana da histamina e outra para a fórmula molecular do  gás carbônico (descarboxilação).

A histamina interage, por meio de fôrças intermoleculares, com estruturas denominadas receptores de histamina, o que acarreta a resposta biológica de dilatação de vasos sanguíneos e aumento da permeabilidade dos capilares (vasos de pequeno calibre) a determinados componentes do sangue. Isso propicia o fluxo de plasma sanguíneo e de glóbulos brancos para a região afetada. Esses glóbulos combaterão uma eventual infecção e atuarão na remoção dos fragmentos de células mortas.

A vermelhidão e o aumento de temperatura local resultam da dilação dos vasos sanguíneos. O inchaço decorre do aumento da quantidade de líquido no tecido lesado. O aumento de pressão devido a esse líquido adicional faz com que o local fique dolorido.

A histamina é produzida e armazenada em vários outros locais do organismo. O próprio nome histamina indica que se trata de uma amina presente nos tecidos (do grego , que significa “tecido”). Quando liberada, sua interação com receptores próximos ao local de liberação desencadeia também outras respostas biológicas, que podem incluir manchas vermelhas na pele, aceleração do ritmo cardíaco, estreitamento dos brônquios e aumento da secreção de ácido clorídrico no estômago.

A atuação da histamina às vezes pode ser prejudicial. As respostas alérgicas envolvem liberação acentuada de histamina em decorrência da detecção de uma substância não própria ao organismo (antígeno) ao qual o sistema imune do indivíduo foi exposto no passado e desenvolveu hipersensibilidade. Um ataque de asma, doença de origem alérgica, consiste num estreitamento dos brônquios acarretado pela histamina. Um choque anafilático se deve à liberação intensa e generalizada de histamina. O veneno de uma única picada de abelha pode ser suficiente para desencadear, em um indivíduo hipersensível a ele, uma resposta tão violenta que pode ser fatal.

Substâncias que, em função da fórma da molécula e dos grupos funcionais presentes, são capazes de interagir com receptores da histamina, mas sem desencadear a mesma resposta, atuam como anti-histamínicos (antagonistas da histamina). Tais substâncias competem pelos receptores, reduzindo o acesso das moléculas de histamina a eles e diminuindo os efeitos dela.

Anti-histamínicos são empregados, sob receita médica, para aliviar sintomas de inflamações e alergias. Alguns interagem com receptores de histamina no sistema nervoso central e provocam sonolência. Outros anti-histamínicos interagem especificamente com os receptores responsáveis pela liberação de ácido clorídrico no estômago e são úteis para diminuir a acidez estomacal em casos de gastrite e úlcera gástrica.

Este é um texto de nossa autoria sôbre a bombinha usada por asmáticos.


Como atua a bombinha para asmáticos?

Durante um ataque de asma, ocorre o estreitamento do diâmetro dos brônquios, dificultando a chegada do ar inspirado aos pulmões. Esse estreitamento se deve à contração dos músculos lisos (involuntários) que existem ao redor dos brônquios.

A bombinha usada por asmáticos é um dispositivo que libera um jato de aerossol contendo um medicamento que age nesses músculos, relaxando-os e, consequentemente, provocando aumento do diâmetro dos brônquios. Mas como o medicamento é reconhecido por esses músculos?

Nosso organismo apresenta muitos tipos diferentes de receptores, proteínas que desencadeiam efeitos fisiológicos definidos quando a elas se ligam moléculas específicas, genericamente denominadas mensageiros químicos.

Os receptores adrenérgicos são aqueles estimulados pelo neurotransmissor noradrenalina (norepinefrina) ou pelo hormônio adrenalina (epinefrina). Há vários tipos de receptores adrenérgicos — designados por , , , , —, que diferem quanto à estrutura molecular, à especificidade e ao efeito fisiológico que desencadeiam.

Por exemplo, os receptores α-adrenérgicos presentes na musculatura lisa de vasos sanguíneos provocam constrição dêsses vasos e aumento da pressão arterial quando estimulados pela noradrenalina.

Já os receptores -adrenérgicos do miocárdio (músculo do coração) desencadeiam como resposta o aumento da frequência cardíaca e da fôrça das contrações.

Um medicamento frequentemente usado em bombinhas para asmáticos é o salbutamol, ou albuterol (nomes genéricos), que atua como agonista -adrenérgico, ou seja, imita a atuação da noradrenalina nesses receptores.

O método de administração usado — inalação oral do aerossol — faz com que boa parte do salbutamol chegue aos pulmões e apenas pequena parte fique na boca e seja deglutida.

Nos pulmões, o medicamento interage com os receptores -adrenérgicos que existem nos músculos lisos da árvore brônquica, acarretando relaxamento muscular e aliviando a dificuldade respiratória decorrente do ataque de asma.

É sempre importante salientar que a utilização de medicamentos deve ser feita sob orientação médica adequada, pois requer avaliação por profissional devidamente qualificado para considerar a necessidade, a adequação e a relação entre vantagens terapêuticas e possíveis riscos oferecidos pelo fármaco.

Referente ao capítulo 5

Este é um texto de nossa autoria a respeito da multiplicação bacteriana.

Reprodução de bactérias

Fotografia. Pessoa com luvas segura uma placa circular de vidro com manchas avermelhadas dentro.
Algumas bactérias podem se reproduzir em laboratório com espantosa rapidez, sofrendo divisão celular aproximadamente a cada 20 minutos! As manchas vistas dentro da placa de Petri devem-se a aglomerados de milhares de bactérias , que se reproduziram num meio nutriente gelatinoso.

A divisão celular desempenha um papel de des­taque no ciclo de vida dos organismos. Ela permite que o zigoto se desenvolva num indivíduo pluricelular adulto. Também toma parte na propagação das espécies por meio da reprodução.

Indivíduos têm uma vida finita, mas, por meio da reprodução, podem transmitir genes para as gerações seguintes. Todas as células se originam de células anteriormente existentes. Essa ideia é fácil de constatar pelos vários exemplos apresentados no capítulo. Toda reprodução, seja sexuada ou assexuada, envolve invariavelmente a produção de novas células.

O caso mais “simples” de reprodução é encontrado nos organismos unicelulares. Neles, os novos organismos gerados, formados por uma única célula, provêm de organismos preexistentes, também formados por uma só célula.

As bactérias, por exemplo, se reproduzem por meio da divisão celular denominada fissão binária (esquema a seguir), terminologia que significa divisão em duas partes.

Uma célula bacteriana é menos complexa que uma célula humana. Numa bactéria típica existem cêrca de 3 mil genes e numa célula humana há por volta de 30 mil! Apesar disso, a divisão de uma bactéria em duas é uma tarefa extraordinária da natureza. As centenas de genes presentes são copiadas com precisão e na exata sequência em que aparecem. Cada cópia do material genético posiciona-se próximo a uma das extremidades da célula e todo o conjunto se divide em dois, originando duas novas bactérias, ambas com bagagem genética exatamente igual à da bactéria original. Trata-se, portanto, de uma fórma de reprodução assexuada.

O cromossomo da bactéria esquerichía cóli, que habita normalmente o intestino humano, é formado por um fio cêrca de quinhentas vezes mais comprido que a célula da própria bactéria. Fazer uma cópia exata disso é grosseiramente comparável a copiar as inscrições de uma longa fita de papel em outra fita, sendo ambas quinhentas vezes mais compridas que a sala em que se está!

Apesar de a fórma de reprodução de bactérias ser assexuada, são conhecidos mecanismos em que dois indivíduos trocam material genético entre si, o que propicia o aparecimento de novas combinações de genes. Esse intercâmbio de material genético não é propriamente uma fórma de reprodução, mas sim um importante meio para propiciar a diversidade genética entre os indivíduos da espécie.

Ilustração. 1. A dupla hélice de DNA circular está ligada à membrana plasmática em determinado local. Estrutura oval revestida externamente pela Parede celular (em cinza)e internamente pela Membrana plasmática (em vermelho). Dentro tem o DNA circular (uma linha circular irregular em azul) e na parte superior dele, uma bolinha vermelha toca a camada vermelha (Membrana plasmática), Local de ligação.
Ilustração. 2. Ocorre duplicação do DNA e as duplas hélices ligam-se à membrana plasmática em locais próximos. Estrutura oval. Em seu interior, duas linhas circulares irregulares, com duas bolinhas vermelhas que encostam na camada vermelha da forma ovalada.
3. Há formação de nova porção de membrana plasmática entre os locais de ligação, afastando-os. Estrutura oval. Em seu interior, duas linhas circulares irregulares, com duas bolinhas vermelhas que encostam na camada vermelha da forma ovalada. Há uma seta dupla entre as bolinhas, apontando para elas. 4. Ocorre invaginação da membrana plasmática na parte central da célula. Duas estruturas ovais, juntas, lado a lado. O interior dessas duas estruturas está fundido. Há duas setas verticais, uma apontando para baixo e outra apontando para cima, na região em que elas estão  unidas. No interior de cada uma delas, uma linha circular irregular, com uma bolinha vermelha que encosta na camada vermelha da forma ovalada.  5. A célula parental se divide em duas células-filhas. Duas estruturas ovaladas separadas. No interior de cada uma delas, uma linha circular irregular, com uma bolinha vermelha que encosta na camada vermelha da forma ovalada.
Esquema da fissão binária de uma célula procariótica. (Em córte, fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte da ilustração: Biology. décima terceira edição Nova York: McGraw-Hill, 2019. página 162.

Referente ao capítulo 6

Aqui, transcrevemos um texto sôbre abelhas e polinização.

Importância das abelhas para a polinização

“A diversidade de espécies de abelhas é muito pequena. Em todo o mundo, conhecem-se somente nove espécies do genêro ápis reticências. Essas poucas espécies, juntamente com as mamangavas, pertencem à família das abelhas verdadeiras (). Na Ásia vivem oito espécies de abelhas, enquanto Ápis mellífera é a única espécie existente na Europa e na África, onde fórma diversas raças cruzáveis entre si. Secundariamente, o homem tem dispersado a Ápis mellífera por todo o mundo.

reticências

Na maior parte das regiões da Terra onde existem plantas floríferas, as abelhas são os polinizadores mais importantes. Contudo, elas não são, absolutamente, os únicos insetos que exercem esse papel. A polinização pode ser realizada por moscas, borboletas e besouros, além de outros hime­nópteros aparentados com abelhas, como abelhas solitárias, vespas, mamangavas e até formigas.

Nesse universo, apenas poucas espécies vegetais dependem da polinização de uma única espécie de insetos. Entretanto, nenhum outro polinizador é tão eficiente como a abelha. cêrca de 80% de todas as plantas floríferas do mundo são polinizadas por insetos e destas, por sua vez, cêrca de 85% pelas abelhas. Em árvores frutíferas, até 90% das flores são visitadas por abelhas. Com isso, a lista das plantas floríferas polinizadas pelas abelhas é de aproximadamente .170000 espécies. O número de espécies de plantas floríferas que dependem diretamente das abelhas, e sem as quais a existência seria difícil, é estimado em torno de .40000. Essa imensa quantidade de flores é polinizada, em todo o mundo, por apenas nove espécies de abelhas; na Europa e na África, a polinização é efetuada por apenas uma espécie, indispensável para a maior parte das plantas floríferas.

reticências

Durante a coevolução com as flores, a fórma externa das abelhas não se desenvolveu apenas para o transporte de pólen. As plantas floríferas têm ainda mais a oferecer às abelhas: as pteridófitas, que povoavam a Terra muito antes das plantas floríferas, transportam nos seus tubos crivados [, floema] a seiva, que de quando em quando é elaborada em grandes quantidades como néctar, um produto da fotossíntese. As plantas floríferas conservaram esse processo e o desenvolveram de tal modo que do antigo resíduo surgiu um produto específico para o consumo das abelhas, o néctar.

Para explorar essa fonte de alimento, as abelhas desenvolveram peças bucais apropriadas em estrutura e tamanho. Uma parte do intestino transformou-se em um reservatório, no qual podem ser armazenados até 40 miligramas de néctar, ou seja, quase a metade de sua massa corporal, que é de 90 miligramas. O conteúdo dêsse reservatório é propriedade comum da colônia. A abelha precisa para si mesma de uma pequena parte de sua colheita, que, quando necessário, passa por uma fina válvula entre o reservatório e o intestino médio digestório.

reticências

Fonte: , J. O fenômeno das abelhas. Porto Alegre: Artmed, 2010. página 65, 67, 69, 70.


Este é um texto de nossa autoria sôbre o pólen e a fôrça elétrica.

Por que o pólen adere à abelha? E por que ele salta para o estigma?

Quando uma abelha visita uma flor em busca de néctar, grãos de pólen desprendem-se da superfície da antera e aderem a cerdas da superfície do corpo do inseto, especialmente das pernas. Ao visitar outra flor, esses grãos desprendem-se e aderem à superfície do estigma, propiciando a polini­zação. O pólen foi atraído pela abelha? Caso tenha sido, como ele se desprende quando ela pousa em outra flor? Que fôrça atrativa está envolvida?

O que está em jôgo é a atuação da fôrça elétrica. O corpo de uma abelha, após um voo, é, em geral, portador de uma (pequena) carga elétrica positiva (provavelmente devido ao atrito com o ar). Quando ela se aproxima de uma antera, essa carga positiva induz uma distribuição irregular de carga no grão de pólen: partículas negativas que tomam parte da composição do pólen são atraídas na direção da abelha e partículas positivas são repelidas para a direção oposta (figura ). O grão, como um todo, ainda é eletricamente neutro, mas tem uma distribuição assimétrica de carga.

Segundo a Lei de cúlomb, a fôrça elétrica entre dois corpos carregados — tanto a atrativa (entre cargas de sinais opostos) quanto a repulsiva (entre car­gas de mesmo sinal) — é tanto maior quanto menor for a distância entre eles. Assim, a atração sôbre o lado negativamente carregado do pólen, mais próximo da abelha, é mais intensa do que a repulsão sôbre o lado positivamente carregado, mais distante. O resultado sôbre o grão é uma fôrça resultante na direção da abelha. Isso lembra o experimento em que um pente, eletrizado pelo atrito com os cabelos (limpos e secos), é aproximado de pedacinhos bem pequenos de papel e estes aderem ao pente.

Ao ser atraído em direção ao corpo do inseto, o grão de pólen encosta nas cerdas que revestem o corpo e fica aderido a elas. Se não existissem as cerdas, o grão tocaria a superfície do corpo e gradualmente perderia carga negativa, ficando positivo em um processo de eletrização por contato. Esse pólen, agora positivamente carregado, seria repelido pelo corpo do animal e a atuação da abelha na polinização seria inviável.

Quando o inseto pousa em outra flor, a carga positiva de seu corpo também induz uma distribuição irregular de carga no carpelo. Partículas negativas são atraídas na direção da abelha, fazendo com que a extremidade superior do carpelo (estigma) fique negativamente carregada (figura ). Como a planta está aterrada (eletricamente ligada ao solo pelo próprio corpo, um razoável condutor de corrente, graças às soluções de sais minerais presentes), há suprimento de carga negativa para deixar o estigma bem negativo. Devido à maior proximidade, essa carga negativa atrai mais intensamente o lado positivo do grão de pólen do que repele o lado negativo. Assim, o grão de pólen pode se desprender da abelha e aderir ao estigma. fôrças elétricas estão envolvidas na polinização!

Ilustração. A. À esquerda uma forma vertical amarelada (corpo da abelha, positivamente eletrizado). Em seu interior, sinais de positivo. Na parte externa, linhas curvas (cerdas).  À direita uma bolinha amarela. Em seu interior: sinais de negativo do lado esquerdo e sinais de positivo do lado direito: grão de pólen, com distribuição de carga induzida. Uma seta para esquerda indica Força atrativa.
Ilustração. B.   À esquerda uma forma vertical amarelada, com sinais de positivo na parte interior. Na parte externa, linhas curvas. À direita uma bolinha amarela. Em seu interior: sinais de negativo do lado esquerdo e sinais de positivo do lado direito. Uma seta para a direita indica força atrativa. Do lado direito, uma forma verde, com sinais de negativo em seu interior: Estigma, com distribuição induzida de carga negativa.

Fonte das ilustrações: uólquer, J. O circo voador da Física. segunda edição Rio de Janeiro: éle tê cê, 2008. página 239.

Fotografia. Abelha dentro de uma flor lilás. O corpo da abelha é amarelado, com listras pretas. Ela está com o corpo coberto por pequenas bolinhas claras.
A indução eletrostática desempenha papel fundamental na polinização pelas abelhas. Na foto, abelha coberta por grãos de pólen. comprimento da abelha: 1,3 centímetro

Referente ao capítulo 7

Este é um texto de nossa autoria sôbre aspectos relacionados à regulação da temperatura corporal.

Como nosso corpo controla a própria temperatura?

Nosso organismo tem receptores térmicos na pele e em outros órgãos. Eles enviam mensagens, por meio de impulsos nervosos, para o hipotálamo, que também tem sensores térmicos e que age como centro autonômico de ajuste da temperatura do nosso corpo. O hipotálamo atua para que a temperatura corporal permaneça em um determinado valor, denominado ponto de ajuste (ou temperatura de ajuste).

Neurônios da parte anterior do hipotálamo atuam como centro de perda de calor. Quando recebem informações de que a temperatura corporal está acima do ponto de ajuste, emitem impulsos nervosos que desencadeiam um dos seguintes eventos ou ambos:

  1. Vasodilatação periférica – alargamento dos vasos sanguíneos cutâneos, o que permite grande dissipação de calor pela pele. O rubor facial observado em pessoas de pele clara, quando em lugares muito quentes, se deve à grande vascularização da pele.
  2. Sudorese – liberação de suor pelas glândulas sudoríparas. A evaporação da água presente no suor absorve calor do corpo e, assim, reduz a temperatura corporal. Durante uma hora de atividade física intensa, a sudorese pode eliminar cêrca de 1 litro a 2 litros de água, cuja evaporação absorve aproximadamente quinhentas e quarenta quilocalorias a 1.080 quilocalorias. (A liberação de calor pelos músculos durante uma atividade intensa pode ser de 30 a 40 vezes maior do que em repôuso.)

Sem o mecanismo da sudorese, a temperatura corporal subiria para valores perigosos.

Outro grupo de neurônios do hipotálamo, da parte posterior, constitui o centro de produção e conservação de calor. Quando informado de que a temperatura caiu abaixo do ponto de ajuste, esse centro envia impulsos nervosos que desencadeiam um ou mais dos seguintes eventos:

  1. Vasoconstrição periférica – estreitamento dos vasos sanguíneos da pele, que reduz sensivelmente a perda de calor. A palidez facial facilmente observável em pessoas de pele clara, quando em locais muito frios, tem a ver com isso.
  2. Tremores – contrações musculares assíncronas e involuntárias para a produção de calor pelos músculos.
  3. Eriçamento dos pelos (“arrepio de frio”) – resquício evolutivo que, nos mamíferos que têm a pele coberta por muitos pelos, aumenta a espessura da camada de isolamento (pelos contendo ar, um bom isolante térmico).
  4. Aumento da taxa metabólica – maior atividade celular produz mais calor.
Esquema. Temperatura é comparada à do ponto de ajuste (seta) se for maior, são desencadeados mecanismo de (seta) perda de calor (seta) que provoca (seta) Abaixamento da temperatura (seta) então (seta) temperatura é comparada à do ponto de ajuste. Temperatura é comparada à do ponto de ajuste (seta) se for menor, são desencadeados mecanismo de (seta) produção e conservação de calor (seta) que provocam (seta) Aumento da temperatura (seta) então (seta) temperatura é comparada à do ponto de ajuste.

Referente ao capítulo 8

Este é um texto de nossa autoria sôbre as terminologias ovócito e óvulo.

Confusão de terminologias: ovócito e óvulo

A ovogênese, oogênese ou ovulogênese, processo de formação dos óvulos, se inicia antes do nascimento da mulher, por volta do terceiro mês de gestação. No nascimento, os ovários contêm milhares de ovócitos (ou oócitos) primários, células que darão origem aos óvulos. Eles permanecem em um dos estágios da meiose um, até a puberdade. (Esses ovócitos mais as células ovarianas ao seu redor são denominados folículos ovarianos.)

A partir da puberdade feminina, os ovócitos amadurecem a intervalos de 28 dias (esse é apenas um valor médio), o que acontece até a menopausa. Assim, de todos eles, apenas parte prosseguirá seu desenvolvimento ao longo da vida da mulher.

O amadurecimento do ovócito primário envolve o término da meiose um, o que ocorre algumas horas antes da ovulação. Essa divisão celular é desigual, formando­‑se duas células de tamanhos diferentes. Uma delas é maior que a outra porque recebe quase todo o citoplasma. É o ovócito (ou oócito) secundário. A outra, bem menor, é o glóbulo polar, ou corpúsculo polar, que não exerce nenhum papel subsequente no processo.

A ovulação consiste na liberação do ovócito secundário, que se encontra com a divisão celular suspensa numa das fases da meiose dois.

Esse ovócito não tem locomoção própria e é impulsionado lentamente por cílios do revestimento interno da tuba uterina. Caso haja o encontro dêsse ovócito com espermatozoides, um deles conseguirá penetrar o ovócito. Ato contínuo, completa-se a divisão meiótica do ovócito, fornecendo mais um corpúsculo polar e um óvulo. O material genético do óvulo se funde com o do espermatozoide, completando o processo de fecundação, ou fertilização, que produz um zigoto.

A segunda parte da meiose sofrida pelo ovócito secundário só se completa se houver encontro entre ele e o espermatozoide. Caso contrário, o ovócito secundário acabará se degenerando.

Rigorosamente falando, os espermatozoides se encontram com um ovócito secundário e não com um óvulo. O óvulo só se fórma depois da penetração de um espermatozoide no ovócito secundário. Imediatamente após a formação do óvulo, completa-se o processo de fecundação, com a fusão dos núcleos de óvulo e espermatozoide em um núcleo celular único.

Ilustração. Esquema vertical. No topo, célula diploide durante a gestação (ilustração de um círculo, com formas alongadas e irregulares dentro) (seta) Ovócito primário (em meiose I suspensa num de seus estágios). Presente no nascimento. Término da meiose I. (ilustração de um círculo com quatro formas alongadas, ovaladas, cruzadas formando um xis) (seta) Ovócito secundário (liberado na ovulação). Meiose II estimulada pela penetração de um espermatozoide (ilustração de um círculo com duas formas alongadas, ovaladas, cruzadas formando um xis) (seta) Células haploides. Óvulo (ilustração de um círculo maior, com duas formas alongadas em seu interior). No topo, célula diploide durante a gestação (ilustração de um círculo, com formas alongadas e irregulares dentro) (seta) Ovócito primário (em meiose I suspensa num de seus estágios). Presente no nascimento. Término da meiose I. (ilustração de um círculo com quatro formas alongadas, ovaladas, cruzadas formando um xis) (seta) Ovócito secundário (liberado na ovulação). Meiose II estimulada pela penetração de um espermatozoide (ilustração de um círculo com duas formas alongadas, ovaladas, cruzadas formando um xis) (seta) Segundo corpúsculo polar. (ilustração de um círculo menor, com duas formas alongadas em seu interior). No topo, célula diploide durante a gestação (ilustração de um círculo, com formas alongadas e irregulares dentro) (seta) Ovócito primário (em meiose I suspensa num de seus estágios). Presente no nascimento. Término da meiose I. (ilustração de um círculo com quatro formas alongadas, ovaladas, cruzadas formando um xis) (seta) Primeiro corpúsculo polar (ilustração de um círculo com duas formas alongadas, cruzadas e curvadas), duas setas, partem para dois círculos, cada um com duas formas alongadas em seu interior.
O processo de ovogênese, que produz óvulos, se inicia ainda na fase gestacional da mulher e se completa sob estímulo da penetração de um espermatozoide. Representação esquemática dos núcleos celulares, indicando alguns cromossomos. (fórmas e cores fantasiosas. fóra de proporção.)

Fonte da figura: Elaborada a partir de têilor, M. R. êti áli. Campbell Biology: concepts & connections. décima edição Harlow: Pearson, 2022. página 587.


O texto reproduzido a seguir aborda distúrbios referentes à menstruação.

Distúrbios menstruais

“Distúrbios da menstruação são relativamente comuns e incluem menorragia (fluxo menstrual intenso, levando à perda de mais de 80 mililitros de sangue), metrorragia (fluxo menstrual irregular e, algumas vezes, prolongado entre períodos menstruais normais) e dismenorreia (períodos menstruais dolorosos). A existência de períodos menstruais irregulares e pequenos, denominada oligomenorreia, e a ausência de períodos menstruais, denominada amenorreia, reticências [devem-se frequentemente] à disfunção do eixo hipotalâmico­‑hipofisário­‑ovariano reticências.

Como o tecido endometrial é naturalmente descartado em fragmentos que contêm células viáveis, o tecido endometrial ocasionalmente ganha acesso a outras partes do trato feminino (por exemplo, tubas uterinas, ovário), assim como à parte inferior do abdome e estruturas associadas (por exemplo, reto, bexiga). Esses implantes dão origem à endometriose – um foco de tecido endometrial, que responde ao hormônio, fóra do útero. A dispersão da endometriose pode ser devida ao refluxo do tecido menstrual para o interior da tuba uterina ou movimentação do tecido através dos vasos linfáticos, ou ambos. A endometriose apresenta sangramento cíclico e está associada à infertilidade, dor durante a defecação, dor ao urinar, dor durante o ato sexual, ou dor pélvica generalizada.”

Fonte: . (edições ). Berne & Levy: Fisiologia. sexta edição Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. página 789.


Este é um texto de nossa autoria sôbre efeitos de substâncias nocivas ao concepto.

Efeitos do álcool e do fumo sôbre o concepto

Há muitas substâncias potencialmente perigosas que podem atravessar as barreiras placentárias e chegar ao sangue do concepto (embrião/feto). Por isso, uma mulher grávida deve estar muito atenta àquilo que ingere, principalmente durante o período embrionário.

Denomina-se teratogênico, ou agente teratogênico (do grego , monstro, monstruosidade), qualquer fator capaz de causar anomalias congênitas no concepto ou a sua morte. Entre os teratogênicos estão o álcool, a nicotina, medicamentos (como, por exemplo, anticoagulantes, sedativos, anti-hipertensivos e alguns antibióticos) e determinados agentes infecciosos maternos, como o vírus da rubéola.

Um caso de teratogênico que ficou muito conhecido foi o da talidomida, droga usada por mulheres na década de 1960 para aliviar náuseas. Evidências indicaram que, ingerida no intervalo entre o 26º e o 56º dia de gestação, essa droga foi a responsável por crianças nascerem com malformações nos braços e/ou nas pernas.

Fotografia. Criança branca, com cabelos loiros e lisos. Seus braços são curtos, próximo ao corpo. Ela está tocando um xilofone.
Criança vítima da talidomida tocando xilofone. Foto manipulada para preservação da identidade (Reino Unido, 1968).

A figura a seguir indica, por meio de faixas, o período em que se formam algumas estruturas do organismo humano, durante a gestação. Nessas fases, tem-se um período crítico, no qual tais estruturas estão sujeitas à ação de teratogênicos. A parte mais escura de cada faixa indica o período de maior sensibilidade.

A síndrome fetal alcoólica, descrita cientificamente a partir de 1968, é um dos casos mais bem estudados e documentados de efeito teratogênico. Trata-se de um conjunto de sintomas que incluem deficiência de crescimento pré-natal e pós‑natal, microcefalia (diâmetro cefálico menor que o normal), retardo mental e face característica. Anomalias cardíacas também podem ocorrer. A microcefalia é decorrência dos danos ao tecido cerebral causados pela exposição do concepto ao álcool. A face típica inclui fissuras palpebrais curtas, nariz achatado e arcada dentária pouco desenvolvida. A deficiência no crescimento pós-natal é marcante no início da infância e frequentemente está associada a vômitos. Problemas no desenvolvimento da fala e da linguagem são comuns em crianças mais velhas. Distúrbios comportamentais estão presentes nos portadores e incluem hiperatividade e reduzida capacidade de atenção, o que contribui para baixa potencialidade de aprendizagem.

Graus menores de consumo de álcool durante a gestação estão associados a deficiências no crescimento intrauterino, anormalidades neurológicas e comportamentais e alto risco de incidência de anomalias congênitas nas extremidades do corpo e no trato urogenital. Já foram relatados casos de recém-nascidos com síndrome de abstinência alcoólica, nascidos de mães que estavam intoxicadas pelo álcool na época do parto.

Os efeitos adversos do álcool relacionam-se ao estágio em que o concepto é exposto a ele e à quantidade de álcool ingerida pela gestante. Não há, até o momento, nenhuma documentação que comprove haver uma “quantidade segura” de álcool que possa ser ingerida pela gestante sem potencialmente comprometer a saúde do concepto.

O cigarro é outra droga que, consumida por mulheres grávidas, pode trazer problemas para o concepto. O tabagismo da gestante está associado ao risco de aborto espontâneo, parto prematuro e natimorto. O efeito do cigarro no crescimento fetal está comprovado e revela que o consumo diário de um maço de 20 cigarros implica uma redução de cêrca de 280 gramas na massa de um bebê nascido a termo (isto é, na época em que está “pronto” para nascer).

O mecanismo exato do efeito do cigarro sôbre o ser em gestação ainda não está totalmente esclarecido, pois existem inúmeras substâncias tóxicas na fumaça do cigarro. Acredita-se que esse efeito se deva, em grande parte, à redução da quantidade de oxigênio que chega ao concepto, devido a dois fatores: a constrição dos vasos sanguíneos, provocada pela nicotina, e a inibição da atuação da hemoglobina no transporte sanguíneo de óh provocada pelo monóxido de carbono. Contudo, o efeito tóxico direto das substâncias provenientes da fumaça do cigarro sôbre os tecidos do concepto não está descartado.

Quadro ilustrado. As informações são apresentadas em colunas. Período pré-embrionário (1ª e 2ª semanas). Ocorrem as primeiras divisões celulares e a implantação. (1ª semana) Ilustração de um círculo, com duas formas ovaladas dentro. Dentro de cada forma há uma bolinha menor. Abaixo, um círculo com vários círculos menores dentro, e no interior de ca um deles, uma bolinha. Abaixo, uma estrutura alongada, com um tipo de alça para baixo. Na imagem seguinte, a alça torna-se circular no meio da estrutura. Ela é revestida na parte superior por uma camada ondulada. (2ª semana)Na próxima imagem essa camada se espalha por toda a estrutura circular. Dentro dela há várias bolinhas. Na sequência, a camada externa está mais volumosa e seu interior há estruturas mais definidas. Em seguida, ilustração de uma estrutura inteiriça, oval de contorno irregular. Abaixo, a informação: insensível a teratogênicos. Período embrionário (3ª a 8ª semana). O embrião de contorno irregular se desenvolve e surgem as partes do corpo: Sistema nervoso central: entre a 3ª e a 16ª semana. Coração: entre a 3ª e a 6ª semana. Membros superiores: entre a 4ª e a 6ª semana. Olhos: entre a 4ª a e 8ª semana. Membros inferiores: entre a 4ª e a 7ª semana. Dentes: entre a 6ª e a 9ª semana. Palato: entre a 6ª e a 9ª semana. Genitália externa: entre a 7ª e a 9ª semana. Orelhas: entre a 4ª e a 9ª semana. Período fetal (9ª semana ao nascimento). Há destaque para o feto com 9, 16, 20-36 e 38 semanas. O feto vai crescendo e as partes do corpo vão ficando mais proporcionais.
Sensibilidade de algumas estruturas do organismo de um concepto humano à ação de teratogênicos, indicada por meio das faixas. O período indicado pela parte das faixas em tom de verde mais forte é o de maior sensibilidade. (Representação esquemática fóra de proporção.)

Fonte da figura: istár, C. êti áli. Biology: the unity and diversity of life. décima quinta edição Boston: Cengage, 2019. página 751.

Este é um texto de nossa autoria sôbre a fundamentação do teste de gravidez.

Teste de gravidez: em que se fundamenta?

Os ovócitos (ou oócitos) primários estão presentes no ovário, já no nascimento. A partir da puberdade, e até a menopausa, cêrca de seis a vinte ovócitos primários iniciam seu amadurecimento a cada mês. O ovócito primário e as células que o rodeiam constituem um folículo ovariano. Após cêrca de uma semana, um dos folículos está maior que os demais e prossegue seu desenvolvimento. Os outros se degeneram. As células foliculares nutrem o ovócito que prossegue seu desenvolvimento, e este atingirá, em cêrca de mais uma semana, o estágio de ovócito secundário.

Quando o crescimento folicular já está ocorrendo há cêrca de duas semanas, acontece a ovulação, na qual o folículo sofre rompimento e o ovócito secundário é liberado na tuba uterina. As células dêsse folículo que permanecem no ovário desenvolvem-se e passam a constituir uma estrutura endócrina do tamanho de uma bolinha de gude, o corpo-lúteo (do latim , amarelo). Ele é importante porque libera estrogênio e progesterona, hormônios que atuam na manutenção das condições ideais da parede do útero para a implantação e a gravidez.

Caso não haja fertilização, o corpo-lúteo se degenera e o revestimento uterino é perdido na menstruação. Caso haja fertilização e implantação, inicia-se a gravidez e o corpo-lúteo continua ativo por algumas semanas.

Mas a pergunta é: como o corpo-lúteo “sabe” se a gravidez começou ou não?

Quando o blastocisto (estágio do pré-embrião no quarto ou quinto dia após a ocorrência da fertilização, constituído de aproximadamente uma centena de células) se implanta no útero (essa implantação é denominada nidação), a sua camada externa de células passa a produzir o hormônio gonadotrofina coriônica humana (agá cê gê, de human chorionic gonadotropin). Essa substância atua sôbre o corpo-lúteo e o estimula a manter-se em atividade, impedindo sua degeneração. A produção de estrogênio e, especialmente, a de progesterona pelo corpo-lúteo são necessárias à manutenção da gravidez, pelo menos no estágio inicial. Posteriormente, entre o segundo e o terceiro mês, a placenta assumirá a função produtora de estrogênio e progesterona pelo restante da gestação.

Os níveis de agá cê gê no sangue aumentam conti­nua­mente até o final do segundo mês e, então, declinam pelos próximos quatro meses até atingir um nível que permanecerá aproximadamente constante até o final da gestação. O rápido aumento do nível de agá cê gê é o responsável pelas náuseas sentidas por algumas gestantes na fase inicial da gestação.

Só existe agá cê gê no sangue e na urina de uma mulher se ela estiver grávida. O teste de gravidez consiste na verificação, por uma reação apropriada, da presença dêsse hormônio, no sangue ou na urina. O agá cê gê pode ser detectado no plasma sanguíneo 24 horas após a implantação!

Esquema. Ovulação (seta) é a liberação de um (seta) Ovócito secundário (seta) no caso de haver fertilização, o zigoto chegará ao estágio de (seta) Blastocisto (seta) pode sofrer (seta) Implantação. Ovulação (seta) após a qual se forma o (seta) Corpo-lúteo (seta) atua na manutenção do (seta) Blastocisto (seta) após implantado, produz (seta)hcg (seta) detectado no (seta) Teste de gravidez.

Referente ao capítulo 9

Este é um texto de nossa autoria sôbre antirretroviral.

O que é um antirretroviral?

O agá í vê consiste em érre ene a dentro de um envol­tório. Quando o vírus entra em uma célula, o érre ene a é liberado no citoplasma e uma enzima do vírus, a transcriptase reversa, produz dê êne á a partir dêsse érre ene a. Essa situação é o oposto do que normalmente ocorre nas células, a síntese de érre ene a a partir de dê êne á. Por isso, o agá í vê e os outros vírus que têm essa característica são denominados retrovírus.

O dê êne á produzido entra no núcleo e se incorpora ao genoma da célula hospedeira do vírus. A partir dêsse dê êne á, novos vírus são produzidos utilizando a estrutura celular. Por causa da íntima associação entre vírus e célula, é difícil conceber um medicamento que atue sôbre o vírus, mas não sôbre o hospedeiro. Difícil, mas não impossível. Uma das linhas de pesquisa de medicamentos antivirais está centrada na busca de substâncias que atuem exclusivamente nas etapas da atividade celular que produzem os novos vírus, mas não sôbre os processos metabólicos normais do organismo hospedeiro.

O tenofovir e o efavirenz (nomes genéricos) são medicamentos antirretrovirais porque atuam contra retrovírus. A montagem da molécula do dê êne á viral, sob ação da transcriptase reversa, pode ser comparada à reunião de contas de um colar, uma a uma. As contas contêm nucleosídeos, substâncias presentes na célula. O tenofovir imita uma dessas contas e se incorpora ao dê êne á em construção. Contudo, após essa incorporação, a transcriptase reversa não mais consegue incorporar outras contas, e a síntese do dê êne á é impedida. O tenofovir é, por isso, considerado um inibidor nucleosídico da transcriptase reversa. Já o efavi­renz se liga diretamente à molécula da enzima, atrapalhando sua atuação. Ele é um inibidor não nucleosídico da transcriptase reversa.

Um “coquetel antiaids” é composto de, pelo menos, três medicamentos antirretrovirais, e pode incluir o tenofovir e o efavirenz. Por isso, a preocupação com o custo de tais medicamentos é importante para as políticas públicas de combate à aids.

Ilustração. Célula do sistema imunitário suscetível ao ataque do HIV. Estrutura retangular, revestida pela membrana plasmática. No canto superior esquerdo, uma protuberância: vírus adentrando a célula. Nessa região, dentro da estrutura retangular, uma fita sinuosa, na cor vermelha. Seta para: RNA viral, seta para ação da transcriptase reversa. O tenofovir e o efavirenz inibem essa etapa. Seta para DNA viral (duas fitas sinuosas na cor azul), seta para uma região delimitada por um círculo: núcleo, DNA viral. Seta para: Instruções para a produção de novos vírus: Um estrutura circular, com protuberâncias ao redor e com uma fita vermelha em seu interior. Setas para fora da estrutura retangular: novos vírus.
Representação esquemática (em cores e fórmas fantasiosas) da infecção de uma célula do sistema imunitário (célula ) pelo agá í vê, com destaque para a etapa que é inibida por tenofovir ou efavirenz.

Fonte do esquema: ríter, J. M. êti áli. Rang and Dale's Pharmacology. nona edição Philadelphia: Elsevier, 2020. página 682.

Referente ao capítulo 10

Este é um texto de nossa autoria que pode auxiliar o docente com o conceito de densidade de um gás.

Por que o aquecimento diminui a densidade de um gás?

A seguinte expressão é conhecida como equação de estado dos gases perfeitos, ou Lei do Gás Ideal:

P · V = n · R · T

em que:

n = quantidade em mols =

massa simbolizada pela letra m minúscula dividida pela massa molar simbolizada pela letra M maiúscula.

R = constante universal dos gases

Essa lei se aplica a substâncias no estado gasoso (considerando que tenham comportamento ideal), com a temperatura necessariamente na escala kelvin e com pressão e volume expressos nas mesmas unidades que R.

O valor numérico de R depende do conjunto de unidades utilizadas. Veja alguns exemplos de valores de R acompanhados das unidades:

R = 62,3

milímetros de mercúrio litro por mol Kelvin

R = 8,315

quilopascals litro por mol kelvin

R = 0,082

atmosfera litro por mol kelvin

A densidade (d) de uma amostra de matéria é definida como a razão entre a massa (m) e o volume (V) dessa amostra:

d =

m sobre V.

Podemos calcular a densidade de uma amostra gasosa por meio de uma expressão que relaciona densidade com pressão, massa molar e temperatura. Essa expressão pode ser deduzida a partir da Lei do Gás Ideal do seguinte modo:

P · V = n · R · T

P · V =

m minúsculo dividido por M maiúsculo

· R · T

m minúsculo dividido por V

=

P vezes M maiúsculo dividido por R vezes T

Então:

d =

P vezes M maiúsculo dividido por R vezes T

Para uma amostra gasosa que esteja a pressão constante, os valores de P, M e R que aparecem nessa expressão são constantes. Assim, o aumento de T acarreta diminuição da densidade de um gás.

Equação. d é igual P vezes M maiúsculo dividido por R vezes T seta para d é igual a k vezes 1 dividido por T. Destaque para o trecho P vezes M maiúsculo dividido por R, onde há uma seta indicando constante (k).

Em palavras: Para um gás ideal, submetido a pressão (P) constante, a densidade (d) é inversamente proporcional à temperatura na escala kelvin (T).

Conceitualmente, isso pode ser interpretado do seguinte modo: com o aumento da temperatura, a energia cinética das moléculas aumenta e ocorre expansão do gás, mantendo a pressão inalterada. A amostra passa a ocupar um volume maior, ou seja, passa a ter densidade menor.

Com auxílio dessa expressão, podemos explicar por que um balão tripulado de ar quente sobe. Quando a temperatura no interior do balão é aumentada pelo piloto, a densidade do ar contido no balão diminui até que chega um momento no qual a densidade total do conjunto (balão e cesta com tripulantes e equipamentos) passa a ser menor que a densidade do ar atmosférico. A partir dêsse momento, o balão pode subir.


Este é um texto de nossa autoria sôbre o calor específico de substâncias.

É verdade que as substâncias não esquentam com a mesma facilidade?

Uma amostra de água, inicialmente a 25 graus Célsius, é aquecida por meio de uma fonte que transfere para ela determinada quantidade de calor por segundo. Digamos que sejam necessários 10 minutos para que a amostra chegue a 100 graus Célsius, ao nível do mar. Se uma amostra de alumínio, de mesma massa, fosse aquecida com a mesma taxa de transferência de calor, ela levaria apenas 2 minutos e 9 segundos para sofrer a mesma variação de temperatura. Se fosse ferro, o tempo se reduziria para 1 minuto e 4 segundos. Uma amostra de cobre seria aquecida em 55 segundos, uma de prata, em 34 segundos, e uma de chumbo ou de ouro, em apenas 19 segundos.

Esses dados revelam que cada substância (e cada material) tem uma diferente tendência a sofrer aumento de temperatura quando recebe calor. Os físicos quantificam essa tendência por meio de uma característica de cada substância (e de cada material) denominada calor específico.

Gráfico de barras. Calor específico de algumas substâncias. Água líquida: 4,18; Ar: 1,007; Alumínio: 0,897; Ferro: 0,449; Cobre: 0,385; Prata: 0,235; Mercúrio: 0,140; Chumbo: 0,130; Ouro: 0,129;
Calor específico de algumas substâncias, a 25 graus Célsius, expresso em .

Fonte dos dados: Reines, W. M. (edição). CRC handbook of Chemistry and Physics. nonagésima sétima edição Raton: CRC Press, 2016. página 6-1, 6-18, 12-216 e 12-217.

Alguns valores de calor específico aparecem no gráfico, expressos em jáule por grama grau célsius.

O calor específico do alumínio, 0,897 jáule por grama grau célsius, revela que, para aquecer em 1 grau Célsius a temperatura de 1 grama dêsse metal, é necessário que ele receba 0,897 jáulede calor. Como o calor específico do alumínio é 4,66 vezes menor que o da água, esse metal se aquece 4,66 vezes mais rápido que ela, nas mesmas condições. A amostra de água precisa receber mais calor que a de alumínio para que sofra a mesma variação de temperatura; por isso, submetida à mesma taxa de transferência de calor (joules por segundo), se aquece mais lentamente.

O alto calor específico da água tem várias implicações. Locais próximos do oceano ou de outras grandes massas de água líquida tendem a ter menor variação de temperatura entre dia e noite. Durante o dia, a água absorve bastante calor do ar, suavizando o aumento da temperatura ambiente. À noite, a água perde bastante calor para o ar, aquecendo-o e atenuando a redução de temperatura. Locais desérticos têm grande amplitude térmica — temperatura diurna muito elevada e noturna muito baixa — porque não há muita água para atuar na regulação térmica.

A origem da brisa marítima e a da brisa terrestre, explicadas no livro do estudante, estão relacionadas ao fato de o calor específico da água ser maior que o da areia ou da terra.

Vamos, agora, à culinária. Um purê de batatas e uma torrada estão à mesma temperatura. Algum tempo depois, a torrada terá esfriado enquanto o purê ainda estará morno. Outro caso: Você morde uma torta quente, na qual a crosta externa de massa e o recheio estão à mesma temperatura. O contato com a crosta não causa sensação desagradável, mas o recheio queima a língua. Com explicar essas observações?

O conteúdo de água do purê é muito maior que o da torrada e, assim, cada grama de purê precisa perder mais calor que cada grama de torrada para sofrer um mesmo resfriamento. Tanto a crosta da torta quanto seu recheio transferem calor para a língua; porém, o recheio transfere mais calor porque tem maior conteúdo de água.

Referente ao capítulo 11

Este é um texto de nossa autoria que pode auxiliar o docente no trabalho com as fases da Lua.

Quanto tempo leva para a Lua dar uma volta ao redor da Terra?

O aspecto da Lua, observada da Terra, modifica-se a cada dia. Os diferentes aspectos, as fases da Lua, repetem-se ciclicamente. Quatro dêsses aspectos têm nomes bem conhecidos: nova, crescente, cheia e minguante. Entre duas fases lunares iguais e consecutivas — por exemplo, entre duas Luas novas —, o tempo transcorrido é de aproximadamente 29,5 dias. A palavra lunação é usada para designar tanto esse intervalo de tempo quanto a sucessão das fases que ocorre ao longo dele. O intervalo de tempo da lunação é também chamado de mês sinódico ou período sinódico da Lua (do grego , conjunção de astros, palavra derivada de , juntamente, e , caminho, via).

O movimento orbital da Lua ao redor da Terra, a revolução lunar, analisado em relação às estrelas (isto é, considerando as estrelas como referencial), ocorre com um período aproximado de 27,3 dias. Em outras palavras, tomando-se como referencial as estrelas, são necessários 27,3 dias para que a Lua dê uma volta completa ao redor da Terra. Esse intervalo de tempo é denominado mês sideral ou período sideral da Lua (do latim , relativo às estrelas).

Transcorridos 27,3 dias, a Terra estará em uma nova posição em sua órbita, devido à translação que realiza ao redor do Sol. Assim, a Lua, apesar de ter dado uma volta completa ao redor da Terra, não será observada exatamente com o mesmo aspecto. Para que ela seja vista na mesma fase em que estava inicialmente, deverão se completar 29,5 dias.

O esquema ilustra essa discussão. Na situação , a posição da Lua é tal que ela está na fase nova. Após 27,3 dias, a Lua está em . O satélite completou uma volta ao redor da Terra (em relação às estrelas), mas ainda não voltou à fase nova. Ao chegar em — o que ocorre 29,5 dias após a situação — a Lua deu um pouco mais que uma volta ao redor da Terra e, agora, é novamente observada como Lua nova.

Em tempo: a expressão mês lunar designa o arredondamento da lunação para um número inteiro de dias. De fato, para contornar a questão da parte fracionária, alguns povos antigos instituíram meses alternados de 29 dias e 30 dias.

Ilustração. A. À esquerda a Terra, representada por uma bolinha azul. Uma linha curva passando sobre ela indica a órbita terrestre, com uma seta para a direita. Acima da Terra, a Lua Nova, representada por uma bolinha cinza. A órbita lunar é representada por um círculo pontilhado ao redor da Terra, com uma seta indicando o sentido anti-horário. Na mesma direção da Terra e da Luna nova, verticalmente, há uma linha tracejada vermelha, indicando Linha Terra-Sol. À direita, e mais para cima, está o ponto B. A Lua está na mesma direção vertical que a Terra, mas não está mais alinhada com a linha Terra-Sol. No ponto C, ainda mais para a direita e acima, a Lua nova está À esquerda do Sol e alinhada com a linha Terra-Sol. Entre a linha Terra-Sol do ponto A para o ponto B há a informação: distância angular percorrida pela Terra em 27,3 dias. Entre a linha Terra-Sol do ponto A para o ponto C há a informação: distância angular percorrida pela Terra em 29,5 dias.
Representação esquemática para ilustrar por que o período sinódico da Lua (29,5 dias) não coincide com o período sideral dêsse astro (27,3 dias). Veja o texto para explicação. (Esquema fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte do esquema: Elaborado a partir de , N. F. Discovering the Universe. décima primeira edição Nova York: Freeman, 2019. página 29.

Este é um texto de nossa autoria que pode auxiliar o docente quanto à movimentação da Lua em relação à Terra.


A face da Lua voltada para a Terra é sempre a mesma?

No texto anterior, vimos que a Lua leva 27,3 dias para dar uma volta ao redor da Terra (considerando as estrelas como referencial). Ocorre que a Lua também realiza um movimento de rotação, e esse movimento tem o mesmo período: 27,3 dias. (Há razões físicas para que esses movimentos tenham se sincronizado.)

A consequência de esses dois movimentos — a revolução lunar e a rotação lunar — terem o mesmo período é que a face da Lua voltada para a Terra é sempre a mesma. O primeiro esquema a seguir ilustra o fenômeno. Da situação para a , a Lua dá 1/4 de volta ao redor da Terra e sofre 1/4 de rotação ao redor de seu eixo.

Da situação para a , mais 1/4, e assim sucessivamente. Em , o satélite deu uma volta ao redor da Terra e sofreu uma rotação completa.

O segundo esquema ilustra fases da Lua ao longo de uma lunação (29,5 dias). Em , a face lunar voltada para a Terra está escura e temos Lua nova. Em , apenas metade da face voltada para a Terra está iluminada e a fase é crescente. Em , a face voltada para a Terra está inteiramente iluminada e a Lua é cheia. Em , começa uma nova lunação.

Ilustração. Ponto A. À esquerda, Terra, representada por uma bolinha azul. Uma linha curva passando sobre ela indica a órbita terrestre, com uma seta para a direita. Acima da Terra, a Lua, representada por uma bolinha metade azul, metade cinza. Em azul é a face da Lua voltada para a Terra. A órbita lunar é representada por um círculo pontilhado ao redor da Terra, com uma seta indicando o sentido anti-horário. Na mesma direção da Terra e da Lua, verticalmente, há uma linha tracejada vermelha, indicando Linha Terra-Sol. No ponto B a Lua está à esquerda do planeta. No ponto C a Lua está abaixo. No ponto D ela está à direita. E no ponto E ela quase retorna à posição inicial no ponto A. Entre A e E há a indicação: distância angular percorrida pela Terra em 27,3 dias.
Representação esquemática para ilustrar que a face lunar voltada para a Terra é sempre a mesma. A ilustração abrange um período sideral do satélite (27,3 dias). O azul e o cinza aplicados à Lua nada têm a ver com as fases do satélite, mas representam, respectivamente, a face voltada à Terra e a face oposta. (Esquema fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte do esquema: Elaborado a partir de , N. F. Discovering the Universe. décima primeira edição Nova York: Freeman, 2019. página 29.

Ilustração. Ponto F. Terra à esquerda. Acima dela a Lua Nova, com sentindo de rotação lunar e órbita lunar para a esquerda. Em destaque a região da Lua iluminada pelo Sol, em amarelo. À direita, no ponto G a Lua crescente está à esquerda do planeta. No ponto H a Lua cheia está abaixo. No ponto I a Lua minguante está à direita. E no ponto J ela quase retorna à posição inicial no ponto F. Entre os pontos F e J há a indicação: distância angular percorrida pela Terra em 29,5 dias.
Representação esquemática para ilustrar as fases da Lua ao longo de um período sinódico (lunação). A porção do satélite representada em preto não é iluminada diretamente pelo Sol. A porção representada em amarelo é. (Esquema fóra de proporção. Cores fantasiosas.)

Fonte do esquema: Elaborado a partir de , N. F. Discovering the Universe. décima primeira edição Nova York: Freeman, 2019. página 29.

Este é um texto de nossa autoria sôbre as constelações.

As 88 constelações

Por determinação da União Astronômica Internacional (í á ú), a esfera celeste está dividida em 88 constelações (regiões delimitadas do céu), relacionadas na tabela.

Constelações da esfera celeste

Nome em latim

Abrev.

Nome em português

Andromeda

And

Andrômeda

Antlia

Ant

Máquina Pneumática

Apus

Aps

Ave do Paraíso

Aquarius

Aqr

Aquário

Aquila

Aql

Águia

Ara

Ara

Altar

Aries

Ari

Carneiro

Auriga

Aur

Cocheiro

Bootes

Boo

Boieiro

Caelum

Cae

Buril

Camelopardus

Cam

Girafa

Cancer

CnC

Caranguejo

Canes Venatici

CVn

Cães de Caça

Canis Major

CMa

Cão Maior

Canis Minor

CMi

Cão Menor

Capricornus

Cap

Capricórnio

Carina

Car

Carena

Cassiopea

Cas

Cassiopeia

Centaurus

Cen

Centauro

Cepheus

Cep

Cefeu

Cetus

Cet

Baleia

Chamaeleon

Cha

Camaleão

Circinus

Cir

Compasso

Columba

Col

Pomba

Coma Berenices

Com

Cabeleira de Berenice

Corona Australis

CrA

Coroa Austral

Corona Borealis

CrB

Coroa Boreal

Corvus

Crv

Corvo

Crater

Crt

Taça

Crux

Cru

Cruzeiro do Sul

Cygnus

Cyg

Cisne

Delphinus

Del

Delfim

Dorado

Dor

Dourado

Draco

Dra

Dragão

Equuleus

Equ

Cavalo Menor

Eridanus

Eri

Erídano

Fornax

For

Forno

Gemini

Gem

Gêmeos

Grus

Gru

Grou

Hercules

Her

Hércules

Horologium

Hor

Relógio

Hydra

Hya

Hidra Fêmea

Hydrus

Hyi

Hidra Macho

Indus

Ind

Índio

Lacerta

Lac

Lagarto

Leo

Leo

Leão

Leo Minor

LMi

Leão Menor

Lepus

Lep

Lebre

Libra

Lib

Balança

Lupus

Lup

Lobo

Lynx

Lyn

Lince

Lyra

Lyr

Lira

Mensa

Men

Mesa

Microscopium

Mic

Microscópio

Monoceros

Mon

Unicórnio

Musca

Mus

Mosca

Norma

Nor

Régua

Octans

Oct

Oitante

Ophiuchus

Oph

Ofiúco

Orion

Ori

Órion

Pavo

Pav

Pavão

Pegasus

Peg

Pégaso

Perseus

Per

Perseu

Phoenix

Phe

Fênix

Pictor

Pic

Pintor

Pisces

Psc

Peixes

Piscis Austrinus

PsA

Peixe Austral

Puppis

Pup

Popa

Pyxis

Pyx

Bússola

Reticulum

Ret

Retículo

Sagitta

Sge

Flecha

Sagittarius

Sgr

Sagitário

continua

continuação

Nome em latim

Abrev.

Nome em português

Scorpius

Sco

Escorpião

Sculptor

Scl

Escultor

Scutum

Set

Escudo

Serpens

Ser

Serpente

Sextans

Sex

Sextante

Taurus

Tau

Touro

Telescopium

Tel

Telescópio

Triangulum

Tri

Triângulo

Triangulum Australe

TrA

Triângulo Austral

Tucana

Tuc

Tucano

Ursa Major

UMa

Ursa Maior

Ursa Mino

UMi

Ursa Menor

Vela

Vel

Vela

Virgo

Vir

Virgem

Volans

Vol

Peixe Voador

Vulpecula

Vul

Raposa

Fonte da tabela: MOURÃO, R. R. F. Manual do astrônomo: uma introdução à Astronomia observacional e à construção de telescópios. Rio de Janeiro: zarrár, 1995. página 21-22.

Os astrônomos denominam zodíaco uma faixa do céu que se situa próximo ao plano da eclíptica (isto é, plano da órbita terrestre), onde estão as constelações de Carneiro, Touro, Gêmeos, Caranguejo, Leão, Virgem, Balança, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário, Peixes (figura 1).

Na figura 2 aparecem, de fórma esquemática, essas constelações do zodíaco, a órbita terrestre e o Sol. Quando a Terra está na posição A, diz-se que o Sol “está” na constelação de Leão ou, simplesmente, o Sol “está” em Leão. Note que, do ponto de vista de um observador na Terra, a constelação de Leão está atrás do Sol (embora não possa ser vista devido à claridade do Sol).

Um mês depois, quando a Terra estiver em B, o Sol “estará” na constelação de Virgem. Passado mais um mês, posição C, o Sol “estará” em Balança. E assim, sucessivamente, ao longo de um ano, o Sol mudará de posição na esfera celeste, passando pelas constelações de Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário, Peixes, Carneiro, Touro, Gêmeos e Caranguejo até que, 12 meses depois, com a Terra de volta à posição A, o Sol “estará” novamente em Leão.

Assim, podemos dizer que zodíaco é uma faixa do céu por onde passa o Sol em seu movimento anual (conforme observado da Terra) pela esfera celeste.

Ilustração. No centro o Sol está representado por uma bolinha amarela. Ao lado direito, a Terra, representada por uma bolinha azul.. Ao redor do Sol, a órbita da Terra. Ao redor deles, representações das constelações. Em sentido horário: Leão, Caranguejo, Gêmeos, Touro, Carneiro, Peixes, Aquário, Capricórnio, Sagitário, Escorpião, Balança, Virgem.
Figura 1. As constelações do zodíaco, com representação de contornos imaginários de imagens associadas a seus nomes. (Representação esquemática fóra de proporção e em cores fantasiosas.)

Fonte da figura: , M.; Bécman, D.Foundations of Astronomy. décima quarta edição Boston: Cengage, 2019. página 31.

Ilustração. Sol representado como uma bolinha amarela ao centro. Ao redor dele uma linha pontilhada representando a órbita da Terra, em sentido anti-horário. A Terra está representada três vezes, pontos A, B e C. Ao redor deles estão escritas as constelações: em sentido horário: Leão, Caranguejo, Gêmeos, Touro, Carneiro, Peixes, Aquário, Capricórnio, Sagitário, Escorpião, Balança, Virgem . No ponto A está em Aquário. Ponto B em Peixes. Ponto C em carneiro.
Figura 2. Dependendo do mês do ano (isto é, dependendo da posição da Terra), o Sol está posicionado à frente de diferentes constelações. Veja o texto para a explicação dêsse esquema (fóra de proporção e em cores fantasiosas).

Fonte da figura: Astronomy today. nona edição Nova York: Pearson, 2018. página 15.

Este é um texto de nossa autoria sôbre o movimento de precessão do eixo de rotação terrestre.

As constelações e a precessão dos equinócios

O estudo da origem dos nomes das constelações mostrou que, ao contrário do que se costuma pensar, elas não constituem uma fantasia de povos primitivos, mas sim um modo de cartografar o céu. Dois sistemas de agrupamento de estrelas se destacaram.

Um deles, chamado equatorial, se achava ligado à navegação noturna. Por meio do reconhecimento de certas estrelas, navegantes noturnos conseguiam se o­rientar em uma época na qual não havia sido inventada a bússola.

Outro sistema de agrupamento das estrelas, mais conhecido entre nós, é o zodiacal. Ele se achava relacio­nado à agricultura, sendo que algumas constelações marcavam a entrada das diferentes estações do ano.

As mais antigas designações para as constelações surgiram entre os babilônios, habitantes da região da Mesopotâmia, onde as noites calmas e estreladas favoreciam a observação dos astros. Entre eles, a Astronomia atingiu seus primeiros grandes estágios. De 1800 a 400 antes de Cristo, os babilônios desenvolveram um calendário fundamentado no movimento do Sol e nas fases da Lua. Durante os 400 anos que se seguiram, eles se ocuparam com a predição do horário preciso em que a Lua nova iria começar a se tornar crescente. Eles definiam o início de um mês de acôrdo com isso. A decifração, no século dezenove, de tábuas em escrita cuneiforme revelou que eles previam tais mudanças com a precisão de poucos minutos.

Os gregos, por sua vez, usaram a geometria para interpretar fenômenos celestes. Hiparco foi um astrônomo grego que viveu em Rodes no segundo século antes de Cristo. O céu, à época de Hiparco, se mostrava conforme a figura 1 a seguir.

Hiparco elaborou um calendário mostrando a data da entrada do Sol nas constelações zodiacais. Ele aparece na tabela a seguir.

Entrada do Sol nas constelações, na época de Hiparco

Constelação

Dia

Mês

Aquário

20

janeiro

Peixes

18/19

fevereiro

Áries (Carneiro)

20/21

março

Touro

19/20

abril

Gêmeos

20/21

maio

Câncer (Caranguejo)

21/22

junho


Constelação

Dia

Mês

Leão

22/23

julho

Virgem

23

agosto

Libra (Balança)

22/23

setembro

Escorpião

23/24

outubro

Sagitário

22/23

novembro

Capricórnio

21/22

dezembro

Fonte da tabela: MOURÃO, R. R. F. Dicionário enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. segunda edição Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. página 264.

A figura 1 nos mostra que, na época de Hiparco, quando o Hemisfério Sul estava no:

  • solstício de verão, o Sol estava à frente de Ca­pri­cór­nio;
  • equinócio de outono, o Sol estava à frente de Carneiro (Áries);
  • solstício de inverno, o Sol estava à frente de Caranguejo (Câncer);
  • equinócio de primavera, o Sol estava à frente de Balança (Libra).

Essa figura nos ajuda a compreender o nome dado aos trópicos. Ela mostra que, quando o Sol está à frente de Capricórnio, ocorre o solstício de dezembro, com a luz solar incidindo verticalmente sôbre o trópico do Hemisfério Sul denominado, por esse motivo, Trópico de Capri­cór­nio. Analogamente, no solstício de junho, a luz vinda do Sol, que está à frente de Caranguejo (Câncer), incide verticalmente sôbre o chamado Trópico de Câncer.

sôbre a figura 1, é importante esclarecer que as indicações de solstícios e equinócios se referem ao Hemisfério Sul, onde está a maior parte do território brasileiro. O nosso solstício de verão ocorre no mesmo dia em que o Hemisfério Norte tem o seu solstício de inverno. O mesmo tipo de inversão acontece entre os equinócios. O equinócio de primavera daqui corresponde ao equinócio de outono de lá.

A associação das constelações com o conjunto de mitos dos povos da Antiguidade (mitologia) constituía uma maneira de facilitar a memorização e principalmente a transmissão oral da descrição do céu.

Atualmente, a situação vista por um observador terrestre está apresentada na figura 2.

Comparando-se as figuras 1 e 2 percebe-se que, ao longo do tempo, os equinócios e os solstícios “mudam” de constelação. Tal fenômeno se deve à precessão do eixo de rotação terrestre.

Ilustração. O Sol no centro. Ao redor dele o planeta Terra em quatro posições diferentes. À direita, Solstício de verão. Caranguejo (câncer). O Sol “está” na constelação de Caranguejo no solstício de inverno. Acima o Equinócio de outono. Balança (Libra). O Sol “está” na constelação de Balança no equinócio de primavera. À esquerda Solstício de inverno. Capricórnio. O Sol “está” na constelação de Capricórnio no solstício de verão. Abaixo, Equinócio de primavera. Carneiro (Áries). O Sol “está” na constelação de Carneiro no equinócio de outono.
Figura 1. Disposição das constelações do zodíaco na época de Hiparco (esquema fóra de proporção e em cores fantasiosas). As designações de solstícios e equinócios se referem ao Hemisfério Sul.

Fonte: Elaborada a partir de MOURÃO, R. R. F. Manual do astrônomo: uma introdução à Astronomia observacional e à construção de telescópios. Rio de Janeiro: zarrár, 1995. página 23.

Ilustração. O Sol no centro. Ao redor dele o planeta Terra em quatro posições diferentes. À direita, Solstício de verão. Gêmeos. O Sol “está” na constelação de Gêmeos no solstício de inverno. Acima, Equinócio de outono. Virgem. O Sol “está” na constelação de Virgem no equinócio de primavera. À esquerda Solstício de inverno. Sagitário. O Sol “está” na constelação de Sagitário no solstício de verão.  
Abaixo, Equinócio de primavera. Peixes. O Sol “está” na constelação de Peixes no equinócio de outono.
Figura 2. Disposição atual das constelações do zodíaco (esquema fóra de proporção e em cores fantasiosas). As designações de solstícios e equinócios se referem ao Hemisfério Sul.

Fonte: Elaborada a partir de dados de MOURÃO, R. R. F. Dicionário enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. segunda edição Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. página 264.

Para esclarecer esse fenômeno, consideremos, inicial­mente, um pião de brinquedo em rotação. Observando seu eixo de rotação, perceberemos que ele descreve um movimento, que é denominado movimento de precessão (figura 3).

Analogamente, o eixo de rotação da Terra também possui um movimento de precessão. Os astrônomos determinaram que, a cada .25800 anos, o eixo de rotação da Terra dá uma volta completa. Dividindo .25800 anos por 12, obtemos .2150 anos. É esse o tempo necessário para que os equinócios (e os solstícios) mudem de uma constelação para outra. Por esse motivo os astrônomos também costumam chamar a precessão do eixo terrestre de precessão dos equinócios.

Assim, de acôrdo com a figura 2, no Hemisfério Sul, atualmente:

  • o solstício de verão ocorre quando o Sol está à frente de Sagitário;
  • o equinócio de outono ocorre quando o Sol está à frente de Peixes;
  • o solstício de inverno ocorre quando o Sol está à frente de Gêmeos;
  • o equinócio da primavera ocorre quando o Sol está à frente de Virgem.
Ilustração. Pião rodando diagonalmente, com seta indicando sentido anti-horário. Ao lado dele um círculo pontilhado, com a informação: Precessão do eixo do pião. 
Ao lado, representação do planeta Terra girando, com indicação do sentido anti-horário. Acima dela, um círculo pontilhado com a indicação: Precessão do eixo da Terra. O círculo pontilhado do pião é maior do que o círculo pontilhado da Terra.
Figura 3. Representação esquemática da precessão do eixo de rotação terrestre. (fóra de proporção e em cores fantasiosas.)

Fonte: , M.; Bécman, D. Foundations of Astronomy. décima quarta edição Boston: Cengage, 2019. página 20.


Este é um texto de nossa autoria distinguindo, para conhecimento do docente, signo zodiacal de constelação.

A confusão entre signo zodiacal e constelação

A faixa do céu denominada zodíaco foi dividi­da em 12 partes iguais, cada uma correspondendo a 30graus( dos 360graus da circunferência). Cada parte foi chamada signo ou casa zodiacal. Isso foi feito em uma época em que o céu se mostrava como na figura 3 (apresentada anteriormente). Os signos receberam os nomes das constelações que neles apareciam na época de sua definição.

Não devemos confundir zodíaco, signo e constelação. Zodíaco é uma faixa do céu por onde passa o Sol em seu movimento anual. Signo é cada uma das 12 partes do zodíaco (isto é, do zodíaco). Constelação é uma região do céu, segundo delimitações da União Astronômica Internacional.

Na época da divisão do zodíaco em partes, a conste­lação de Câncer aparecia no signo de Câncer, a cons­telação de Leão aparecia no signo de Leão e assim por diante. Contudo, graças à precessão do eixo terrestre, desde então as constelações “pularam” uma casa zodiacal. Hoje, a constelação de Câncer aparece no signo de Leão e a de Leão está no signo de Virgem (para maior clareza compare as figuras 3 e 4 apresentadas anteriormente).

Quem costuma ler a coluna astrológica de jornais e de revistas, imediatamente associa a tabela 2 com as datas de vigência dos signos das pessoas.

O que significa, por exemplo, “ser nascido sob o signo de Leão”? Significa que a pessoa nasceu num dia em que o Sol “está” no signo (ou na casa) zodiacal de Leão.

Contudo, pelo que acabamos de dizer, quando o Sol “está” no signo de Leão, ele está transitando pela constelação de Câncer e não pela de Leão. Há uma defasagem entre o que os astrólogos reputam como o signo da pessoa e a constelação pela qual, de fato, transitava o Sol no dia do nascimento dessa pessoa. Isso, por si, já é o suficiente para gerar controvérsias em relação a assuntos relacionados à previsão astrológica.

Finalizando, vamos enfatizar que zodíaco e horóscopo não são, de fórma alguma, a mesma coisa. Zodía­co é um conceito científico que tem sido extremamente útil no estudo e na descrição dos astros. O mesmo se pode afirmar sôbre os signos zodiacais. Já horóscopo, embora utilize algumas expressões inerentes à Astronomia, constitui-se de previsões que não são consideradas científicas. A astrologia é uma pseudociência.

Sugestão de leitura complementar para estudantes

Capítulo 1

, F. Nutrição. São Paulo: Ática, 2004. (Coleção De ôlho na Ciência).

Esse paradidático trata de temas como alimentação equilibrada, alimentos transgênicos e mudança de hábitos alimentares para uma vida mais saudável.

TRAMBAIOLLI NETO, E. Alimentos em pratos limpos. décima quinta edição São Paulo: Atual, 2011. (Coleção Projeto Ciência).

Trata das funções nutrientes dos alimentos e cuidados com higiene. Aborda os processos caseiros e industriais de conservação dos alimentos, os aditivos que a indústria utiliza e os riscos que eles representam à nossa saúde.

Capítulo 2

HELENE, M. E. M. êti áli. Fome. São Paulo: Scipione, 2003.

Aborda o problema da fome no Brasil e no mundo, mostrando que o problema transcende à questão da produção de alimentos. Pode ser trabalhado de modo interdisciplinar com Geografia e Língua Portuguesa.

SILVA, R. M. G.; FURTADO, S. T. F. Diet ou light: qual a diferença? Química Nova na Escola, número 21, página 14-16, 2005. Disponível em: https://oeds.link/aibrdc. Acesso em: 28 junho 2022.

As autoras decodificam o significado dos termos light e diet – com especial atenção ao que diz a legislação – para que consumidores possam fazer uso adequado de alimentos assim classificados.

Capítulo 5

, U.; , F. Origem e história da vida. décima segunda edição São Paulo: Ática, 2004.

A origem da vida no planeta Terra, as condições que deram origem à vida e o surgimento e desenvolvimento dos seres humanos são temas dêsse paradidático voltado ao Ensino Fundamental.

SALZANO, F. dê êne á, e eu com isso? São Paulo: Oficina de Textos, 2005.

O autor trata das tecnologias relacionadas ao dê êne á, suas aplicações e implicações para a sociedade.

Capítulo 6

RODRIGUES, R. M. O mundo das plantas. nota de rodapé 3ponto edição São Paulo: Moderna, 2013. (Coleção Desafios).

Paradidático que trata da vida das plantas, de reprodução, sôbre como adquirem nutrientes, entre outros temas.

Capítulo 7

LA , J. Adolescência: qual a dúvida, meninas? segunda edição Rio de Janeiro: Rubio, 2008.

O livro é uma conversa com meninas adolescentes sôbre assuntos relacionados a essa fase de mudanças e descobertas.

RIBEIRO, M. Adolescente: um bate-papo sôbre sexo. segunda edição São Paulo: Moderna, 2016.

Aborda assuntos relacionados à puberdade e à sexualidade que costumam gerar dúvidas e ansiedade em adolescentes.

Capítulo 8

, A. C. Sexo, prazeres e riscos. São Paulo: Saraiva, 2005.

Paradidático interdisciplinar que traz informações sôbre aids, métodos anticoncepcionais, aborto, abuso sexual, entre outras.

, F. Sexo e reprodução. São Paulo: Ática, 2004. (Coleção De ôlho na Ciência).

Paradidático infantojuvenil que trata de diversas questões relacionadas a sexo e reprodução.

Capítulo 9

PINTO, W. P. Conviver com a aids. São Paulo: Scipione, 1999. (Coleção Conviver).

Aborda a questão da convivência com a aids, como se dá a transmissão, a prevenção, entre outros temas.

, E. Gravidez na adolescência. São Paulo: Paulinas, 2009. (Coleção Adolescer).

Livro que narra histórias reais de adolescentes grávidas.

TELAROLLI ponto, R. Epidemias no Brasil: uma abordagem biológica e social. nota de rodapé 3ponto edição São Paulo: Moderna, 2013. (Coleção Desafios).

A obra tem um capítulo dedicado à aids.

Capítulo 11

FARIA, R. P. Iniciação à Astronomia. décima segunda edição São Paulo: Ática, 2004. (Coleção De ôlho na Ciência).

Esse paradidático será útil caso o professor opte por uma abordagem mais demorada dos corpos e fenômenos celestes.

PANZERA, A. C. Planetas e estrelas: um guia prático de carta celeste. segunda edição Belo Horizonte: Editora ú éfe ême gê, 2008.

Livro destinado à iniciação de leigos na observação celeste, a olho nu ou com instrumentos ópticos. Inclui capítulos sôbre como usar cartas celestes e uma máscara giratória referente à latitude de 20graus.

Capítulo 12

MONTANARI, V. Energia nossa de cada dia. segunda edição São Paulo: Moderna, 2003. (Coleção Desafios).

A obra apresenta as várias faces do conceito de energia, deixando claro que, embora se trate de um conceito difícil de ser definido (nessa faixa de escolaridade), sua presença no cotidiano é notável.

Sugestão de leitura complementar para professores

Capítulo 1

Os textos de Química Nova na Escola que são indicados nesta lista de sugestões, a partir dêste ponto, estão disponíveis em: https://oeds.link/f6GxGe. Acessos em: 14 junho 2022.

Chassô, A. ; VENQUIARUTO, L. D.; , R. M. De ôlho nos rótulos: compreendendo a unidade caloria. Química Nova na Escola, número 21, página 10-13, 2005.

Artigo que busca facilitar a leitura e compreensão dos rótulos no que diz respeito à unidade caloria. Inclui comentário sôbre a confusão entre caloria e Caloria.

, S.; , K. L. Química de alimentos de Fennema. quinta edição Porto Alegre: Artmed, 2018.

Apresenta (em nível avançado) aspectos químicos dos alimentos, dos nutrientes e do processamento industrial de produtos alimentícios.

, A. R. ; SOARES, M. H. F. B.; CAVALHEIRO, E. T. G. A importância da vitamina C na sociedade através dos tempos. Química Nova na Escola, número 17, página 3-7, 2003.

Artigo que fornece informações acêrca da importância da vitamina C e sôbre aspectos históricos referentes a ela.

FLANDRIN, J.-L.; MONTANARI, M. (organizador). História da alimentação. quinta edição São Paulo: Estação Liberdade, 2005.

Esse livro traz informações sôbre os hábitos alimentares dos seres humanos da pré-história aos dias de hoje.

FRANCISCO JUNIOR, W. E. Carboidratos: estrutura, propriedades e funções. Química Nova na Escola, número 29, página 8-13, 2008.

O autor apresenta as principais propriedades e funções dos carboidratos e sugere atividades experimentais para o estudo de algumas dessas propriedades.

FRANCO, B. D. G. M.; , M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu, 2008.

Mostra as aplicações da Microbiologia à tecnologia dos alimentos.

MADIGAN, M. T. êti áli. Microbiologia de Brock. décima quarta edição Porto Alegre: Artmed, 2016.

O capítulo 37 é dedicado à conservação de alimentos e às doenças microbianas transmitidas por alimentos.

MERÇON, F. O que é uma gordura trans? Química Nova na Escola, volume 32, número 2, página 78-83, 2010.

Artigo que apresenta, entre outras informações, como se formam as gorduras trans e que riscos oferecem à saúde.

OLIVEIRA, M. F.; PEREIRA-MAIA, E. C. Alteração de cor dos vegetais por cozimento: experimento de Química Inorgânica Biológica. Química Nova na Escola, número 25, página 34-35, 2007.

Artigo que explica por que vegetais como o espinafre perdem a coloração verde intensa quando são cozidos e como evitar essa descoloração.

SILVA, R. R. êti áli. A Química e a conservação dos dentes. Química Nova na Escola, número 13, página 3-8, 2001.

Comenta aspectos da atuação dos dentifrícios, com destaque para a atuação na limpeza e no combate às cáries.

uitinei, E.; ROLFES, S. R. Nutrição: entendendo os nutrientes. São Paulo: Cengage, 2008. 2 volume

Volumes universitários sôbre nutrição humana, que abordam os tipos de nutriente, sua importância na dieta e sua relação com diversos aspectos da saúde.

Capítulo 2

BARAN, E. J. Suplementação de elementos-traço. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, número 6, página 7-12, 2005.

Discute a importância para a saúde humana da presença, na quantidade adequada, dos elementos ferro, zinco, cobre, magnésio, cromo, vanádio, selênio e cobalto.

bróun, T. L. êti áli. Química: a Ciência central. décima terceira edição São Paulo: Pearson, 2017.

O capítulo 14 dêsse livro universitário de Química Geral trata da Cinética Química e inclui a atuação de enzimas. O capítulo 24 inclui a química de carboidratos e proteínas.

Drêic, R. L.; , A. W.; mítchel, A. W. M. Anatomia clínica para estudantes. quarta edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020.

O capítulo 4 aborda a anatomia do abdômen, o que inclui ilustrações de boa parte dos órgãos do sistema digestório. Comenta várias doenças relacionadas a esses órgãos.

, M. (organizador). O adolescente e seus dilemas: orientação para pais e educadores. Campinas: Papirus, 2010.

Coletânea de textos de especialistas sôbre diversos temas, tais como sexualidade, bullying, uso da internet, stress, drogas, depressão, sedentarismo e obesidade. O capítulo 12 aborda anorexia e bulimia nervosas.

Márrie-éb, E. N.; roên, K. Anatomia e Fisiologia. terceira edição Porto Alegre: Artmed, 2009.

Livro universitário para a área de saúde que trata dos aspectos referentes à nutrição humana e ao sistema digestório nos capítulos 23 e 24.

SILVA, R. R.; RODRIGUES, R. S. A História sob o olhar da Química: as especiarias e sua importância na alimentação humana. Química Nova na Escola, volume 32, número 2, página 84-89, 2010.

Artigo sôbre a história das especiarias e sua relação com as grandes navegações. Apresenta alguns dos constituintes responsáveis pelo odor de especiarias.

Capítulo 3

Mârfi . oitava edição Porto Alegre: Artmed: 2014.

Texto universitário específico sôbre imunidade humana.

Poussen, F.; Uachiqui, J. Sobotta Atlas de Anatomia Humana. vigésima quarta edição Rio de Janeiro: Guanabara coogan, 2018. 3 volume

O volume 2 dêsse atlas apresenta várias pranchas coloridas mostrando detalhes da anatomia cardíaca.

rríci, J. B. êti áli. Biologia de Campbell. décima edição Porto Alegre: Artmed. 2015.

Os capítulos 42, 43 e 44 dêsse livro universitário de Biologia abordam, respectivamente, circulação, defesas do organismo e excreção.

SADAVA, D. êti áli. Vida: a ciência da Biologia. oitava edição Porto Alegre: Artmed, 2009. volume 1 e volume 3.

O capítulo 55 (no volume 3) é sôbre circulação e inclui a comparação entre o coração de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. O capítulo 57 (no volume 3) é sôbre excreção. As defesas naturais contra doenças são abordadas no capítulo 18 (no volume 1).

Silvertorn, D. U. Fisiologia Humana: uma abordagem integrada. sétima edição Porto Alegre: Artmed, 2017.

Os capítulos 14 a 16 abordam o sangue, o sistema circulatório e a fisiologia vascular. Os rins e os equilíbrios hídrico e eletrostático são temas dos capítulos 19 e 20.

Capítulo 4

AUGUSTO, O. Radicais livres: bons, maus e naturais. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.

A produção de radicais livres é uma consequência do metabolismo aeróbico. A obra trata das propriedades dessas espécies químicas e das consequências de sua formação nas células.

Djilrói, A. M.; Maquipérson, B. R. Atlas de Anatomia. terceira edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

Livro universitário que inclui capítulos sôbre a anatomia do tórax. As diversas ilustrações permitem clara visualização da acomodação do coração e dos pulmões na cavidade torácica.

, M. A Química do corpo humano: tensão superficial nos pulmões. Química Nova na Escola, número 16, página 3-5, 2002.

Artigo que explica que, sem a atuação de tensoativos naturais, os alvéolos pulmonares colapsariam devido à tensão superficial da água que os reveste, impedindo a ventilação pulmonar.

Nehter, F. H. Atlas de Anatomia Humana. sétima edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

Apresenta diversas lâminas sôbre a anatomia pulmonar, incluindo detalhamento da estrutura dos brônquios e dos alvéolos.

, G. J.; Dérricksan, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. décima quarta edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

A fisiologia respiratória é abordada no capítulo 23, assim como distúrbios de saúde associados ao sistema respiratório.

Capítulo 5

, R. C.; mur, W.; , S. M. Invertebrados. terceira edição Rio de Janeiro: Guanabara coogan, 2018.

Livro universitário que trata de vários aspectos da vida dos invertebrados, entre eles a reprodução.

clárqui, W. R. Sexo e as origens da morte. Rio de Janeiro: Record, 2006.

O autor expõe, sob o ponto de vista da evolução, as implicações do surgimento da reprodução sexuada para o surgimento do que denominamos “morte de um organismo”.

RICKMAN Júnior, C. P. Princípios integrados de Zoologia. décima sexta edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

Obra destinada ao nível superior, que abrange diversos aspectos biológicos dos vertebrados e invertebrados, inclusive a reprodução.

SADAVA, D. êti áli. Vida: a ciência da Biologia. oitava edição Porto Alegre: Artmed, 2009. 3 volume

Tradução brasileira de livro universitário que apresenta, em três volumes, a Biologia Geral. O capítulo 48 (no volume 3) trata da reprodução animal.

Capítulo 6

ALVES, H. M. A diversidade química das plantas como fonte de fitofármacos. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, número 3, página 10-15, 2001.

O autor mostra como o estudo químico dos produtos naturais pode contribuir para a produção de compostos biologicamente ativos, principalmente com atividade farmacológica.

, R. F.; EICHORN, S. E. . oitava edição Rio de Janeiro: Guanabara coogan, 2014.

Tradução em língua portuguesa de livro universitário. Além dos vegetais, inclui capítulos sôbre vírus, bactérias, fungos, algas e Ecologia.

FILGUEIRAS, T. S. Botânica para quem gosta de plantas. segunda edição São Paulo: Livro Pronto, 2008.

Livro introdutório à Botânica que apresenta, em linguagem simples, uma noção geral de termos e conceitos da área.

GONÇALVES, E. G.; LORENZI, H. Morfologia vegetal. Nova Odessa (São Paulo): Plantarum, 2007.

Guia de identificação de angiospermas ilustrado com fotografias.

, W. S. êti áli. Sistemática vegetal: um enfoque filogenético. terceira edição Porto Alegre: Artmed, 2009.

Livro específico da área de Botânica que aborda os diversos grupos de plantas e a relação evolutiva entre eles.

Lós, B. 50 plantas que mudaram o rumo da História. Rio de Janeiro: Sextante, 2013.

Apresenta grande quantidade de fatos e curiosidades sôbre a exploração das plantas e como elas, em alguns casos, foram determinantes de relações comerciais entre povos.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. quinta edição/terceira edição/primeira edição Nova Odessa (São Paulo): Plantarum, 2008. volume 1/2009. volume 2/2009. volume 3.

Obra que inclui grande quantidade de fotografias ilustrativas das espécies e de suas características.

LORENZI, H.; SOUZA, H. M. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. quarta edição Nova Odessa (São Paulo): Plantarum, 2008.

Compêndio de informações e fotografias sobre plantas ornamentais herbáceas usadas em jardinagem no Brasil.

LORENZI, H.; , L. B.; TORRES, M. A. V. Árvores e arvoretas exóticas no Brasil. Nova Odessa (São Paulo): Plantarum, 2018.

Obra ilustrada sôbre árvores e arvoretas introduzidas no Brasil provenientes de outros continentes e países (isto é, exóticas), desde os tempos coloniais até os dias de hoje.

LORENZI, H.; LACERDA, M. T. C.; , L. B. Frutas no Brasil: nativas e exóticas (de consumo in natura). Nova Odessa (São Paulo): Plantarum, 2015.

Compêndio ilustrado dos frutos (e pseudofrutos) que são consumidos in natura pelo ser humano.

SOUZA, V. C. êti áli. Introdução à Botânica: morfologia. Nova Odessa (São Paulo): Plantarum, 2013.

Obra que inclui muitas fotografias para ilustrar e exemplificar os conceitos referentes à morfologia das plantas.

SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botânica sistemática. segunda edição Nova Odessa (São Paulo): Plantarum, 2008.

Livro que apresenta a organização das plantas em grupos com fundamentação nas relações evolutivas. Inclui diversas fotografias exemplificativas.

TAIZ, L. êti áli. Fundamentos de fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2021.

Livro destinado ao ensino universitário sôbre aspectos fisiológicos das plantas.

Capítulos 7, 8 e 9

, M. (organizador). O adolescente e seus dilemas: orientação para pais e educadores. Campinas: Papirus, 2010.

Coletânea de textos de especialistas sôbre diversos temas, tais como bullying, uso da internet, stress, depressão, drogas, anorexia e bulimia nervosas, sedentarismo e obesidade. O capítulo 5 é sôbre sexualidade.

Márrie-éb, E.; , K. Anatomia e Fisiologia. terceira edição Porto Alegre: Artmed, 2009.

Os aspectos anatômicos e fisiológicos da reprodução humana são abordados no capítulo 26.

Nehter, F. H. Atlas de Anatomia Humana. sétima edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

As pranchas da seção 6 dêsse atlas anatômico englobam os sistemas genitais feminino e masculino.

Poussen, F.; Uachiqui, J. Sobotta Atlas de Anatomia Humana. vigésima quarta edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, volume 2, 2018.

Esse volume de atlas anatômico inclui diversas ilustrações detalhadas dos órgãos que constituem os sistemas genitais feminino e masculino.

rríci, J. B. êti áli. Biologia de Campbell. décima edição Porto Alegre: Artmed, 2015.

Os capítulos da unidade 7 dêsse livro universitário de Biologia abordam tópicos anatômicos e fisiológicos dos animais. O capítulo 46 é sôbre reprodução e o 47 é sôbre desenvolvimento. Ambos incluem, com destaque, aspectos biológicos do ser humano.

Silvertorn, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. sétima edição Porto Alegre: Artmed, 2017.

O funcionamento do sistema genital humano é detalhado no capítulo 26 dêsse livro universitário.

, G. J.; Dérricksan, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. décima quarta edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

Os capítulos 28 e 29 abordam aspectos anatômicos e fisiológicos da reprodução humana.

Capítulo 10

CAVALCANTI, I. F. A. êti áli. Tempo e clima no Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2009.

Livro técnico que aborda temas como zonas de convergência, frentes frias e os climas das regiões brasileiras.

MENDONÇA, F.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.

Livro-texto universitário que, entre outros temas, inclui a dinâmica atmosférica, El Niño, La Niña, as classificações climáticas e a intensificação do efeito estufa.

TOLENTINO, M. êti áli. A atmosfera terrestre. segunda edição São Paulo: Moderna, 2004. (Coleção Polêmica).

O capítulo 7 apresenta os fundamentos da dinâmica das massas de ar e das alterações do tempo causadas por elas.

Capítulo 11

Bêrtrãn, J. Os fundadores da Astronomia moderna. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.

Apresenta a biografia e a trajetória intelectual de Nicolau Copérnico, Taico Brei, Iorranes Kepler, Galileu Galilei e izáqui nílton.

Bóczkô, R. Conceitos de Astronomia. São Paulo: Bluchia, 1998.

Apresenta informações sôbre a descrição da posição e do movimento dos astros. Relaciona os movimentos celestes à medida do tempo e traz um capítulo sôbre Gravitação Universal.

BRAGA, M. êti áli. Breve história da Ciência moderna. segunda edição Rio de Janeiro: zarrár, 2008. 4 volume

Os volumes 1 a 3 dessa coleção traçam um histórico da Astronomia.

CANIATO, R. a Astronomia. Campinas: Átomo, 2010.

Livro que propicia uma visão panorâmica da história, das ideias e das ferramentas da Astronomia.

CHERMAN, A.; VIEIRA, F. O tempo que o tempo tem: por que o ano tem 12 meses e outras curiosidades sôbre o calendário. Rio de Janeiro: zarrár, 2008.

Entre outras curiosidades, explica a origem do mês e da semana, com base no movimento da Lua e da Terra.

, J. E. O a bê cê dê da Astronomia e da Astrofísica. segunda edição São Paulo: Livraria da Física, 2008.

Além de comentar aspectos históricos da Astronomia e métodos de estudo usados nessa ciência, aborda, entre outros temas, o Sistema Solar, as estrelas, as galáxias e conceitos atuais relativos ao estudo do Universo.

Capítulo 12

, N. ; , L. C.; , S. R. Pilhas e baterias: funcionamento e im­pacto ambiental. Química Nova na Escola, número 11, página 3-9, 2000.

Artigo sôbre o funcionamento de alguns tipos de pilhas e baterias e que discute também aspectos relacionados ao impacto ambiental causado por esses dispositivos.

BURATTINI, M. P. T. C. Energia: uma abordagem multidisciplinar. São Paulo: Livraria da Física, 2008.

Discute aspectos conceituais das “fontes” de energia.

, R. A. êti áli. Energia e meio ambiente. quarta edição Rio de Janeiro: Cengage, 2011.

Livro universitário sôbre o tema. Aborda aspectos físicos e ambientais dos diversos modos de geração de energia, por exemplo, a partir da biomassa e da geotermia. Abrange aspectos da situação nacional.

OKI, M. C. M. A eletricidade e a Química. Química Nova na Escola, número 12, página 34-37, 2000.

A autora apresenta a trajetória que levou à compreensão da eletricidade, ao seu emprêgo na desco­berta de novos elementos químicos e à sua contribui­ção para maior aproximação entre Física e ­Química.

TOLENTINO, M.; ROCHA-FILHO, R. C. O bicentenário da invenção da pilha elétrica. Química Nova na Escola, número 11, página 35-39, 2000.

Os autores contextualizam historicamente a invenção dêsse dispositivo, que se mostrou de considerável utilidade ao ser humano.

, H. M.; , E. A.; , E. R. Células a combustível: energia limpa a partir de fontes renováveis. Química Nova na Escola, número 15, página 28-34, 2000.

Artigo que apresenta os fundamentos do funcionamento das celas galvânicas (pilhas) que são baseadas em reações similares às de combustão, denominadas células a combustível.

Referencial bibliográfico comentado

Auzúbel, D. P. ti eidgee acquisition and retention of knowledge: a cognitive view. Boston: Kluwer/Springer, 2000.

Obra em que o autor discorre sôbre aprendizagem significativa. Relevante para a adequada exploração de oportunidades de problematização e contextualização, sobretudo no início de novos blocos de conteúdo, criando situações que possibilitem que as novas informações sejam interpretadas, relacionadas e incorporadas a saberes pré-existentes.

Bírlei, S. The vlogger’s handbook. Londres: Quarto Publishing, 2019.

Livro que explica os principais conceitos relacionados à prática de vlogging (isto é, elaborar postagens de blog em vídeo). Inclui aspectos técnicos para assegurar uma boa produção, e também sugere como elaborar um roteiro e transformá-lo em uma produção. Empregado como fonte para a elaboração da infografia sôbre mídias digitais.

, B. F. A teacher's guide to organizational strategies for thinking and writing. : Rowman & Littlefield, 2015.

Livro sôbre como desenvolver nos estudantes habilidades relacionadas ao pensamento e à escrita, consultado quanto à metodologia para produção de textos com análises críticas, criativas e propositivas.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê). Brasília: Méqui, 2018.

Documento oficial do Méqui criado para nortear as políticas públicas educacionais e servir de referência para os currículos desenvolvidos nos âmbitos estadual e municipal, garantindo as aprendizagens essenciais ao longo da escolaridade, sem deixar de levar em conta a autonomia das escolas e dos professores e a heterogeneidade da sociedade brasileira. Tem como foco o desenvolvimento de competências, definidas como a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, a fim de permitir aos indivíduos a resolução de demandas complexas do cotidiano e o pleno exercício da cidadania.

ciébi. Currículo de referência em tecnologia e computação: da Educação Infantil ao Ensino Fundamental. São Paulo: Centro de Inovação para a Educação Brasileira (ciébi), 2018.

Proposta que inclui marcos conceituais, bases teóricas e metodológicas para ensino de tecnologia e computação em consonância com a Bê êne cê cê. Utilizado para pautar sugestões de atividades que contemplem pensamento computacional dentro da abordagem de Ciências da Natureza.

Cófildi, F. êti áli. Learning styles and pedagogy in post‑16 learning: a systematic and critical review. Londres: Learning Skills Research Centre, 2004).

Revisão da literatura sôbre estilos de aprendizagem, analisada visando à adoção de um modelo significativo.

cól, C. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Ática, 1997.

Obra consultada para auxiliar na indicação de conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Também usada na reflexão sôbre propostas de avaliação dêsses tipos de conteúdos.

COLL, C. êti áli. Os conteúdos na Reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Livro que esmiúça a distinção entre as categorias de conteúdos – conceituais, procedimentais e atitudinais –, discutindo critérios para sua inclusão nos currículos, como são aprendidos, quais as estratégias que favorecem seu aprendizado e quais as fórmas mais adequadas de avaliá-los. Obra amplamente consultada na concepção desta obra, na seleção dos conteúdos e na elaboração das propostas de abordagem.

cól, C. êti áli. (organizador). Desenvolvimento psicológico e educação. segunda edição Porto Alegre: Artmed, 2004.

Obra sôbre concepções e tendências atuais em psicologia da educação. Aborda os processos educacionais a partir de uma perspectiva psicológica, os fatores envolvidos na aprendizagem escolar, a dinâmica ensino-aprendizagem em sala de aula, a influência da interação, do ambiente familiar e das novas tecnologias na aprendizagem de conteúdos escolares.

, P. êti áli. Computational thinking: a guide for teachers. Swindon: Computing at School, 2015.

Material elaborado para explicar a docentes em que consiste o pensamento computacional e quais são suas características e seus métodos. Apresenta exemplos de como ele pode ser desenvolvido na escola. Empregado para a elaboração de atividades e orientações ligadas ao pensamento computacional.

FIORIN, J. L. Argumentação. São Paulo: Contexto, 2018.

Obra que explora os diversos aspectos envolvidos na argumentação. Explica os conceitos envolvidos e mostra os formalismos clássicos dos quais se originaram as fórmas de argumentação atualmente empregadas. Analisa as diversas técnicas argumentativas. Referência quanto a informações explicativas sôbre dedução e indução.

fráulei, W. vigótisqui e a ciência cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Aborda, entre outros aspectos, como a interação de estudantes com pares mais capazes possibilita a potencialização de aprendizados e da resolução de problemas.

GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. vigésima sétima edição Rio de Janeiro: Editora éfe gê vê, 2010.

Livro sôbre as variadas construções gramaticais usadas em diversos gêneros do discurso e que aborda também a eficácia argumentativa. Consultado como referência sôbre indução e dedução.

Gardner, H. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Nesta obra, o autor revisita e dá prosseguimento ao seu trabalho sôbre inteligências múltiplas, ampliando o conjunto de inteligências elencadas. Fonte de inspiração para a criação de vivências que contemplem modos de interação entre os estudantes e fórmas de expressão envolvendo diferentes linguagens, incluindo a artística.

Geóguegãn, M. W.; Clás, D. Podcast solutions: the complete guide to audio and video podcasting. segunda edição Berkeley: Apress, 2007.

Livro sôbre pódikests, que abrange desde planejamento e fórmas de implementação, incluindo aspectos técnicos, até pós-produção e divulgação. Empregado na elaboração do infográfico sôbre mídias digitais.

quíne, M. S. (edição). Computational thinking in the STEM disciplines: foundations and research highlights. Cham: Springer, 2018.

Obra consultada sôbre implementação de fundamentos de pensamento computacional em Ciências da Natureza.

quíne, M. S.; , S. (edição). STEAM education: theory and practice. Cham: Springer, 2019.

Livro consultado sôbre possibilidades de diálogo entre os componentes Ciências e Arte.

cobaiáchi, V. N. Reflections on STEAM in Education.ín: bábassi uílrite, Z. (edição). Promoting language and STEAM as human rights in education: science, technology, engineering, arts and mathematics. Singapura: Springer, 2019.

A sigla STEM é empregada para uma abordagem com a intenção de favorecer aprendizagens relacionadas às áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, cujas inicias, em inglês, constituem a sigla. Já istím é uma abordagem que se diferencia da STEM por incluir a Arte.

Esse capítulo de livro foi consultado para elucidar potencialidades da interação entre os componentes curriculares Ciências e Arte.

Colbi, D. A. Experiential learning: experience as the source of learning and development. segunda edição Upper Saddle River: Pearson, 2015.

Livro em que o autor revisita e amplia seu trabalho sôbre perfis de aprendizagem. Usado como referência para esse modelo, com especial interêsse nos dois aspectos relacionados à apreensão das informações, a experiência concreta e a observação reflexiva, e nos dois aspectos ligados ao processamento da informação, a conceitualização abstrata e a experimentação ativa. O livro também ajudou a determinar os tipos de atividades que favorecem estudantes com um viés de maior propensão a cada um deles.

, S.-C.; , H. (edição). Computational thinking education. Singapura: Springer, 2019.

Obra consultada sôbre o ensino dos fundamentos do pensamento computacional.

, A. A.; ruszquiéviquis, J. J.; uólters, K. Every­thing's an argument: with readings. sétima edição bóston: Bedford/St. Martin's, 2016.

Obra inteiramente destinada ao reconhecimento, à análise e à elaboração de argumentações, em diversos tipos de texto e em situações variadas. Inclui vasta quantidade de exemplos, não apenas na fórma de textos, mas também em fotos, charges e outras imagens. Consultada sôbre tipos de argumentos e também acêrca de como orientar estudantes na elaboração de textos que contenham análises críticas, criativas e propositivas.

múun, B. M. êti áli. (organizador). Applied concept mapping: capturing, analyzing, and organizing knowledge. Boca Raton: CRC Press, 2011.

Compêndio, escrito por diversos pesquisadores, sôbre a importância e a utilização de mapas conceituais na educação, utilizado como referência para esse tema.

MORAES, R. Aprender Ciências: reconstruindo e ampliando saberes. ín: GALIAZZI, M. C. êti áli. (organizador). Construção curricular em rede na educação em Ciências: uma aposta de pesquisa na sala de aula. Ijuí: Unijuí, 2007. (Coleção Educação em Ciências).

Capítulo que discute a aprendizagem de Ciências como reconstrução de saberes prévios. Consultado no tocante à valorização das ideias prévias dos estudantes.

MORAES, R.; RAMOS, M. G.; GALIAZZI, M. C. A epistemologia do aprender no educar pela pesquisa em Ciências: alguns pressupostos teóricos. ín: MORAES, R.; MANCUSO, R. (organizador). Educação em Ciências: produção de currículos e formação de professores. Ijuí: Unijuí, 2004.

Os autores compartilham os pressupostos teórico-práticos que orientam sua atuação na formação de professores. Consultado sôbre aspectos epistemológicos da Ciência e a importância de aspectos socioculturais na aprendizagem.

nôvac, J. D. Concept mapping: a useful tool for science education. Journal of Research in Science Teaching, volume 27, página 937-949, 1990.

Artigo em que Joséf nôvac, fundamentado em conceitos subjacentes à teoria da aprendizagem significativa, de Deivid Ausubaal, descreve a gênese dos mapas conceituais e sua importância na educação científica. Consultado sôbre a fundamentação teórica dessa ferramenta.

, djêiEngage: the trainer’s guide to learning styles. Hoboken: John Wiley, 2012.

Livro que discorre sôbre situações, atividades, vivências e estratégias de ensino que favorecem diferentes estilos de aprendizagem. Usado como fonte de informações sôbre esses temas, em especial sôbre práticas pedagógicas que podem favorecer estudantes com mais propensão à experiência concreta ou à observação reflexiva, bem como os mais inclinados à conceitualização abstrata ou à experimentação ativa.

ONTORIA, A. êti áli. Mapas conceptuales: una técnica para aprender. sétima edição Madri: Narcéa, 1997.

Livro sôbre a relevância dos mapas conceituais e como elaborá-los. Usado como fonte sôbre como auxiliar estudantes a elaborar esses constructos.

PERELMAN, C.; -TYTECA, L. Tratado de argumentação: a nova retórica. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

Livro clássico sôbre técnicas argumentativas, empregado como referência para a exposição sôbre o tema, na parte inicial dêste Manual do professor.

Perrenôu, P. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Obra destinada à formação de docentes, na qual o autor expõe e justifica, com amplo repertório de argumentos, a permanente necessidade de reflexão sôbre a prática docente, como maneira de ampliar os horizontes formativos dêsses profissionais e melhorar a educação.

, C. L. (edição) Innovative strategies for teaching in the Plant Sciences. Atlanta: Springer, 2014.

Obra consultada acêrca da importância pedagógica, no ensino de Ciências da Natureza, da Etnociência, em especial da Etnobiologia e da Etnobotânica.

, The essential guide to classroom practice: 200+ strategies for outstanding teaching and learning. Abingdon: Routledge/Taylor & Francis, 2015.

Livro que apresenta estratégias para diversificar situações de aprendizagem. Consultado sôbre metodologias ativas.

rís, S.; Niutom, D. Creative chemists: strategies for teaching and learning. Londres: Royal Society of Chemistry, 2020.

Obra consultada sôbre aspectos referentes ao ensino de conceitos relacionados à Química e, em especial, sôbre como criar vivências que possibilitem engajar diferentes perfis de estudante em situações de aprendizagem, possibilitando que se apropriem de saberes científicos.

sílver, H. F.; , R. W.; PERINI, M. J. The strategic teacher: selecting the right research-based strategy for every lesson. Alexandria (Estados Unidos da América): Thoughtful Education Press, 2007.

Livro que discorre sôbre diferentes metodologias ativas na educação, consultado como fonte de informações tema.

VELASCO, P. D. N. Educando para a argumentação: con­tribuições para o ensino da lógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

Livro destinado ao ensino do reconhecimento de argumentos em textos, sejam acadêmicos ou não, e sua avaliação. A autora explica os diversos aspectos da lógica relacionados à elaboração de argumentos e discute diversas falácias (tipos de raciocínio incorretos) de argumentação. Usado como referência sôbre premissas, conclusões, dedução, indução e argumentação.

Vads uorf, B. J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de piagê. quarta edição São Paulo: Pioneira, 1996.

Obra sôbre construtivismo e aprendizagem. Foi amplamente consultado para auxiliar na concepção de diversas propostas de atividade desta coleção.

, C.; Bruquixáir, B.; Gôudmãn, J. G. (edição). Science blogging: the essential guide. New Haven: Yale University Press, 2016.

Coletânea de textos de diversos autores sôbre a relevância e a implementação de blogs com postagens de natureza científica, em contexto acadêmico ou não. Empregada na referenciação do infográfico sôbre mídias digitais.

Tiã, L.F.; Istãrnberg, R. J.; Ráiner, S. (edição). Handbook of intellectual styles: preferences in cognition, learning, and thinking. Nova York: Springer, 2012.

Compêndio de artigos escritos por pesquisadores de diversas áreas, que faz uma ampla revisão da literatura acêrca de estilos intelectuais. Consultado como ponto de partida para optar pelo modelo de perfis de aprendizagem apresentado no Manual do professor.

Nota de rodapé
1
Segundo COLL, C. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Ática, 1997.
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2
Segundo COLL, C.,
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3
Segundo COLL, C.,
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4
Triacilgliceróis derivam de ácidos graxos e glicerol. Exemplos são os óleos e as gorduras de origem animal ou vegetal.
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5
Triacilgliceróis e colesterol são lipídios. O colesterol da parte interna de uma lipoproteína está esterificado com ácido graxo. Há colesterol não esterificado na camada externa.
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6
Burg, J. M. e outros Biochemistry. oitava edição Nova York: Freeman, 2015. página 782.
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