Apresentação
Caros colegas professores,
Este livro é o quarto volume desta coleção e é direcionado ao ensino da Educação Física para o 9º ano, sendo que os volumes anteriores são dedicados aos 6º, 7º e 8º anos.
Nosso objetivo é apresentar conteúdos e procedimentos didáticos em conformidade com as habilidades e competências necessárias aos estudantes, levando em consideração nossas experiências como professores da Educação Básica, nossas pesquisas em uma ampla gama de fontes como livros, artigos científicos, reportagens, infográficos, vídeos, podcasts, charges, filmes, além dos documentos oficiais, como a Base Nacional Comum Curricular ( Bê êne cê cê).
Fundamentados na concepção do professor pesquisador, entendemos que esta coleção não traz propostas acabadas, mas sim caminhos para que você, professor, possa inspirar-se, dialogando com a realidade dos seus estudantes e da comunidade local, comprometendo-se com o questionamento, com a formação da cidadania, com a criatividade e com a descoberta. Buscamos ofertar situações de aprendizagem motivadoras que possibilitem a ampliação e o aprofundamento de conhecimentos sôbre as manifestações culturais relacionadas às unidades temáticas propostas na Bê êne cê cê: Esportes, Ginásticas, Danças, Lutas e Práticas Corporais de Aventura.
Procuramos aprofundar questões contemporâneas relevantes e necessárias para a atuação dos estudantes como cidadãos, desenvolvendo os Temas Contemporâneos Transversais () – Cidadania, Multiculturalismo, Meio ambiente, Saúde, Economia e Ciência e tecnologia. tê cê tês
Assim, priorizamos práticas que viabilizem o protagonismo do estudante em sua aprendizagem, propondo oportunidades de efetiva participação na escola e na comunidade, destacando ações que impulsionam uma construção coletiva em cada unidade escolar do Brasil.
Agradecemos a escolha desse material cuidadosamente preparado com afeto e compromisso pedagógico, que evidencia nosso posicionamento sôbre a importância da pluralidade de práticas e saberes na construção do conhecimento. Acreditamos que ele possa dialogar com os anseios e saberes de sua comunidade escolar para que, juntos, perseveremos por uma educação de qualidade para todos!
Os autores
Sumário
- Introdução 6
- Perspectivas da Educação Física 6
- Conexões com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 8
- Princípios didáticos e avaliação 9
- Organização da coleção 10
- Plano de desenvolvimento para o 9º ano (por bimestre, trimestre e semestre) 12
- ESPORTES DE CAMPO, TACO E INVASÃO 14
- Raio-X da unidade 14
- Competências da BNCC, 14
- Habilidades de Educação Física da Unidade Temática, 14
- O que veremos nesta unidade, 14
- De olho na imagem 15
- Por dentro do tema 16
- Esportes educativo, recreativo e competitivo 16
- Vida de atleta 16
- Esportes de campo e de taco: críquete e beisebol 17
- Vamos à prática!: Críquete e beisebol adaptados 20
- Conectando saberes: Mundialização: dos esportes de origem inglesa à reinvenção nas ruas 22
- Esportes de invasão: streetball e futebol callejero 24
- Avaliando em diferentes linguagens 25
- Vamos à prática!: Esportes reinventados nas ruas 25
- Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes: Pertencimento da cidade 28
- ESPÍRITO ESPORTIVO NAS LUTAS DO MUNDO 30
- Raio-X da unidade 30
- Competências da BNCC, 30
- Habilidades de Educação Física da Unidade Temática, 30
- O que veremos nesta unidade, 30
- De olho nas imagens 31
- Por dentro do tema 31
- Esportivização das lutas e espírito esportivo 31
- Lutas de agarre, de golpes e com implementos 32
- Laamb: uma luta senegalesa 33
- Princípios do kung fu ou wushu 34
- Luta palo canario (vara de Canário) ou juego del palo (jogo do pau) 35
- Vamos à prática!: Elementos das lutas laamb, kung fu e palo canario 36
- Avaliando em diferentes linguagens 39
- Conectando saberes: As lutas nos quadrinhos e nos filmes 40
- Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes: Perspectiva decolonial das lutas 42
- DANÇAS DE SALÃO 44
- Raio-X da unidade 44
- Competências da BNCC, 44
- Habilidades de Educação Física da Unidade Temática, 44
- O que veremos nesta unidade, 44
- De olho nas imagens 45
- Por dentro do tema 45
- Valsa: vamos ao baile? 46
- Conectando saberes: No meu tempo, a dança era melhor! 47
- Vamos à prática!: Pé de valsa 48
- Quem pode dançar? 49
- Da valsa ao xote 51
- Conectando saberes: Xote ecológico 52
- Vamos à prática!: Xote das meninas e dos meninos 54
- Conectando saberes: Dança, cordel e xilogravura 55
- Avaliando em diferentes linguagens 57
- Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes: Ritos de passagem, a formatura chegando 58
- GINÁSTICAS E AUTOCUIDADO 60
- Raio-X da unidade 60
- Competências da BNCC, 60
- Habilidades de Educação Física da Unidade Temática, 60
- O que veremos nesta unidade, 60
- De olho nas imagens 61
- Por dentro do tema 62
- Ginástica de conscientização corporal e ginástica de condicionamento físico 62
- Ginástica de conscientização corporal: pilates 62
- Vamos à prática!: Pilates de solo (sem e com acessório) 66
- Conectando saberes: Autocuidado 68
- HIIT 69
- Vamos à prática!: HIIT: treinamento com autonomia 70
- Avaliando em diferentes linguagens 71
- Conectando saberes: Você já ouviu falar em biotipo corporal? 72
- Avaliando em diferentes linguagens 74
- Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes: Multiplicadores dos saberes sobre ginástica 75
- AVENTURAS NA NATUREZA E INCLUSÃO 78
- Raio-X da unidade 78
- Competências da BNCC, 78
- Habilidades de Educação Física da Unidade Temática, 78
- O que veremos nesta unidade, 78
- De olho nas imagens 79
- Por dentro do tema 80
- Stand up paddle 80
- Vamos à prática!: Ioga no stand up paddle 85
- Conectando saberes: Práticas corporais de aventura e a pessoa com deficiência 87
- Movimentos essenciais do stand up paddle 88
- Vamos à prática!: Explorando os movimentos na prancha 90
- Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes: Representação gráfica das práticas corporais de aventura 91
- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 94
Introdução
Perspectivas da Educação Física
Após algumas décadas do modêlo biológico e esportivista nas escolas brasileiras, surgiram críticas e contestações que contribuíram para uma crise de identidade da Educação Física escolar. Na década de 1980, houve estudos e pesquisas sinalizando o rumo de novas e significativas tendências.
Nesse contexto, Sanches Neto e Betti (2008 apud SANCHES NETO, 2017) revisitaram criticamente quinze proposições teórico-metodológicas elaboradas nas últimas décadas do século vinte para subsidiar o trabalho com o ensino da Educação Física escolar, como apresenta o diagrama a seguir.
Fonte: Recuo epistemológico (SANCHES NETO, 2017, página. 24).
A sistematização de conteúdos temáticos que fundamenta esta obra advém da convergência entre essas abordagens da Educação Física escolar. Propõe-se o ensino de quatro blocos temáticos:
- Elementos culturais do movimento do corpo humano: brincadeira e jôgo, circo e ginástica, dança, esporte, luta e capoeira, vivências e atividades da vida diária.
- Movimentos do corpo humano: habilidades de estabilização, manipulação e locomoção; combinação e especialização de movimentos; capacidades e noções de treinamento e ritmo.
- Aspectos pessoais e interpessoais do movimento do corpo humano: noções de anatomia e biomecânica, antropologia e psicologia, bioquímica e nutrição, embriologia e fisiologia, comportamento motor, saúde e patologia.
- Demandas ambientais do movimento do corpo humano: noções de administração e economia, estética e filosofia, física e natureza, história e geografia, sociologia e política, assim como a noção de virtualização do ambiente.
Entendendo que o objetivo da profissão docente seja buscar soluções às suas indagações advindas das práticas pedagógicas, um grupo de professores-pesquisadores de Educação Física, de maneira colaborativa e dialógica, reelaborou a proposta de trabalho vinculada às dinâmicas da cultura, corpo, movimento e ambiente (SANCHES NETO e outros, 2006).
O grupo se propôs a investigar a própria prática pedagógica, como formação continuada em uma prática reflexiva. Nessa mesma concepção, no decorrer da coleção, são exemplificadas noções introdutórias de práticas de pesquisa nos quatro volumes da obra didática do componente curricular Educação Física:
- Revisão bibliográfica: na seção “Por dentro do tema” da unidade de danças do 6º ano, é apresentada uma revisão de literatura narrativa sôbre as danças urbanas.
- Análise documental: na seção “Conectando saberes” da unidade de jogos eletrônicos do 7º ano, discutem-se as percepções da turma sôbre o acesso às tecnologias em relação às desigualdades socioeconômicas. A turma é orientada a se organizar em grupos para realizar uma análise e apresentação dos dados do documento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( ipéa).
- Construção e uso de questionários: na seção “Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes” de lutas, do 7º ano, solicita-se que a turma pesquise a presença de estudantes que já tenham passado por uma situação de risco, perigo, violência ou importunação. As respostas das entrevistas podem ser registradas por escrito ou gravação. Os participantes são orientados a assinalar o têrmu de autorização para a divulgação dos dados da pesquisa. Sugere-se a análise dos conteúdos e frequência das respostas.
- Estudo de recepção: na seção “Por dentro do tema” dos esportes do 8º ano, é apresentada a pesquisa de Antunes (2007) sôbre a espetacularização, que analisa como estudantes recebem o discurso midiático-esportivo, produto da indústria cultural esportiva. Sugere-se que o professor questione a turma, de fórma sistematizada ou casual, sôbre a opinião da turma a respeito de assuntos relacionados aos elementos da cultura corporal de movimento que chamam mais sua atenção, as mídias mais utilizadas, entre outros.
- Observação, tomada de nota e construção de relatórios: na seção “Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes” da unidade de práticas corporais de aventura do 6º ano, propõe-se que os estudantes façam um levantamento dos locais para a prática de parkour próximos à comunidade escolar. Indicam-se condições de uso e segurança, como: buracos, muros sem manutenção, corrimões quebrados, entre outros. Foi sugerido o registro em tabela ou fotos para a organização de gráficos para os dados serem analisados e redigidos em fórma de relatórios ou carta para reivindicar melhorias aos órgãos públicos.
- Entrevistas: na seção “Conectando saberes” de danças do 9º ano, propõe-se a realização de uma entrevista com um familiar de cada estudante a fim de saber quais eram as danças de salão praticadas na juventude dessas pessoas. Os estudantes são instruídos a formar grupos para a elaboração de quatro a cinco perguntas para a entrevista. Sugerem-se questões de múltipla escolha para facilitar o momento de tabulação da faixa etária, danças, frequência da prática, regiões de origem, entre outros. Ressalta-se que tanto os estudantes como os entrevistados devem compreender que cada geração possui suas especificidades, sendo os gostos musicais influenciados pêla mídia que difunde os gêneros musicais.
- Pesquisa de campo: na seção “Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes” de ginástica do 9º ano, é realizada uma pesquisa de campo para saber quais os tipos de tribos urbanas que compõem o entôrno escolar, por meio de entrevistas, registros e levantamento dos dados, divulgados com a utilização das tecnologias, seguida de uma grande exposição sôbre padrões de beleza e tribos urbanas.
• Análise de mídias sociais: na seção “Conectando saberes” de esportes do 9º ano, a respeito da hegemonia cultural europeia, sugere-se uma prática de pesquisa para analisar as fontes de informação da turma com base nas métricas das mídias sociais, como tipo de meio de comu nicação que mais consulta (rede social, aplicativo de mensagem, vídeos), objetivos (informar, distrair), engajamento (envolvimento, interação, o que sentem, duração e tempo de exposição). Com base nos resultados, orienta-se a escolha de uma rede social para pesquisar a frequência e o conteúdo das ocorrências de postagens com esporte”. A seguir, propõe-se a análise da frequência e formatos dos conteúdos multimidiáticos (postagens, tweets, recados, vídeos, atualizações, fotos, podcasts) das modalidades esportivas, possivelmente, de origem europeia.
Conexões com a Base Nacional Comum Curricular ( Bê êne cê cê)
A Bê êne cê cê (BRASIL, 2018) ressalta o compromisso da escola de propiciar uma formação integral, demarcada pelos direitos humanos e princípios democráticos. A compreensão dos estudantes como sujeitos com histórias e saberes construídos nas interações com outras pessoas fortalece o potencial da escola como espaço formador e orientador para a cidadania consciente, crítica e participativa.
Como explicitado no documento, de modo especial entre os estudantes dessa fase do Ensino Fundamental, há fatores que dificultam a convivência cotidiana e a aprendizagem, conduzindo ao dezinterêssi, à alienação, à agressividade ou ao fracasso escolar. É importante que a escola esteja atenta às culturas distintas para dialogar com a diversidade de formação e vivências. A escola pode contribuir para o delineamento do projeto de vida dos estudantes, ao estabelecer uma articulação com os anseios desses jovens em relação ao seu futuro para seu desenvolvimento pessoal e social.
Esta coleção propõe práticas pedagógicas para o alcance da formação integral dos estudantes por meio das competências propostas pêla Bê êne cê cê.
Fonte: Bê êne cê cê, 2018.
A Bê êne cê cê propõe os Temas Contemporâneos Transversais (BRASIL, 2019), que estão vinculados às dez competências gerais da base e se relacionam com os elementos sistematizados nos quatro blocos de conteúdos propostos por Sanches Neto (2017). As seis macroáreas dos tê cê tês são: Meio ambiente, Economia, Cidadania e civismo, Multiculturalismo, Saúde, Ciência e tecnologia.
sôbre jogos eletrônicos, no 6º ano, com o título “Seja um cidadão responsável”, é proposta uma atividade articulada com os Temas Contemporâneos Transversais ( tê cê tês), Educação para o trânsito e Educação em direitos humanos em relação às pessoas com deficiência visual, além da habilidade de Língua Portuguesa ( ê éfe seis nove éle pê zero seis), propondo que a turma produza cartazes como fórma de compreender sua produção e circulação de informações e poder participar na sociedade de fórma ética e responsável. Sugere-se que o professor retome os conhecimentos sôbre tempo de reação e os mecanismos dos sistemas do corpo envolvidos nessa capacidade neuromotora para reforçar que nosso cérebro não consegue realizar com exatidão duas tarefas simultaneamente.
Portanto, foi destacada a importância de que, ao jogar no celular, se deve ter muita atenção com as regras do trânsito. Solicita-se que a turma leia e analise o título do artigo “Celular: acidentes com pedestres distraídos crescem 800% em 6 anos” e pesquise os dados atuais sôbre acidentes causados pêlo uso indevido de celular para divulgar na comunidade. Por fim, a turma vivencia uma adaptação do jôgo enduro em que um dos estudantes conduz outro com vendas em um circuito simulando um percurso de trânsito. Nessa seção, são estimuladas competências gerais como empatia, cooperação, responsabilidade e cidadania ao acolher a diversidade e agir com base em princípios inclusivos e solidários na vivência simulada de uma pessoa com deficiência visual no trânsito. E, analisando os blocos de conteúdos, abordou-se o elemento da cultura corporal de movimento jôgo eletrônico, o Se-movimentar ao caminhar, o comportamento motor para entender as implicações na realização de habilidades simultâneas ao jogar e andar e a virtualização de uma situação cotidiana de trânsito.
Na unidade temática Esportes do 9º ano, com o título “Pertencimento da cidade”, propõe-se em um primeiro momento o trabalho com o tê cê tê Direitos da criança e do adolescente, com o objetivo de transpor os muros da escola e apropriar cultural e socialmente o território. A proposta é interdisciplinar entre as áreas de Educação Física e Geografia com o objetivo de ampliar o repertório cultural dos estudantes, identificando áreas disponíveis para práticas esportivas por lazer e sensibilizá-los sôbre questões sociais presentes em suas comunidades, favorecendo a reflexão sôbre a responsabilidade social e as relações entre as ações individuais e coletivas.
As atividades realizadas são colaborativas e investigativas, incluindo pesquisa e discussão sôbre os direitos ao lazer e ao esporte e estudo geográfico da cidade e dos bairros atendidos pêla escola, identificando os equipamentos de lazer disponíveis para as diferentes práticas esportivas. Num segundo momento, sugere-se uma visita a campo com a turma para conhecimento e verificação dos espaços e equipamentos. Após esse processo, escolhem-se os locais e as práticas a serem vivenciadas, elaborando estratégias para ampliação de atendimento do equipamento à sociedade, realizando campanhas de divulgação desse equipamento na própria comunidade escolar, como cartazes, fôlderes, utilização de redes sociais na internet, palestras, entre outras possibilidades, de acôrdo com a criatividade da turma.
Nessa seção, além das competências gerais, estão presentes as competências específicas de Educação Física, principalmente em relação à autonomia no contexto de lazer, cidadania, cooperação e protagonismo. Quanto aos blocos temáticos, relacionam-se aos elementos da cultura corporal de movimento para a prática nos tempos de lazer, suas respectivas habilidades motoras, implicações psicológicas como possibilidade de prazer e, principalmente, demandas relacionadas à ocupação de espaços geográficos e políticos ao reivindicar equipamentos de lazer como direito dos cidadãos.
Princípios didáticos e avaliação
Com base na sistematização dos blocos de conteúdos (SANCHES NETO, 2017), propõem-se os seguintes princípios didáticos: Atividades paralelas, Grupos operacionais, Registro de conceitos; Avaliação contínua; Relação com o projeto político pedagógico da escola, Planejamento participativo e os seguintes princípios exemplificados a seguir.
- Autodisciplina: construção de valôres para que os estudantes se sintam aptos a tomar decisões por si mesmos como na vivência do futebol callejero quando os estudantes constroem as regras, jogam e depois refletem sôbre o jôgo com base nos princípios de respeito, cooperação e solidariedade.
- Construção de conceitos com base na realidade dos estudantes: a turma foi estimulada a realizar uma autoavaliação para que percebessem os efeitos negativos dos jogos eletrônicos em excesso (tempo, socialização, irritabilidade).
Na avaliação contínua, os critérios são: assiduidade, participação objetiva, envolvimento subjetivo (engajado), atitudes específicas, conhecimento tácito (prévio), aproveitamento de demonstrações visuais, instruções verbais ou gráficas, procedimentos específicos, conhecimento declarativo (que consegue explicar) e conceitos específicos. Todos esses critérios são avaliados no decorrer do processo de ensino e foram sugeridos em diferentes momentos deste material.
A concepção de avaliação dessa coleção não é a de uma ferramenta para classificar, selecionar, comparar nem hierarquizar os estudantes. A importância está na identificação de seus saberes quando se media, contribui e intervém para que eles possam qualificar suas experiências escolares. É preciso intencionalidade pedagógica para avaliar os estudantes e o processo de ensino, que implica a verificação constante das estratégias e reconsiderações do percurso pedagógico.
Por isso, é importante que o estudante saiba o que será avaliado, quando, por quê, para quê, quais as características dos instrumentos, critérios de avaliação e o que se pretende com os resultados.
Convém lembrar que se deve diversificar os instrumentos de avaliação, já que nem todos aprendem e se expressam da mesma fórma.
Nesta coleção, propusemos a apresentação de seminários (exposição oral sôbre um tema) que promovem a autonomia e o protagonismo dos estudantes. É possível identificar os conhecimentos tácitos e os declarativos aprendidos por eles, a capacidade de síntese, a habilidade de uso da linguagem oral, as estratégias de convencimento e o respeito à diversidade de opiniões.
A autoavaliação é, também, um exemplo de avaliação formativa sugerida neste material. Trata-se de uma análise oral ou escrita que o estudante faz do próprio processo de aprendizagem, permitindo a percepção de seu envolvimento subjetivo ou atitudes específicas de cooperação entre os colegas, autorregular-se, gerenciar seus próprios comportamentos, pensamentos e sentimentos, assumindo uma postura crítica, responsável e autônoma de sua própria aprendizagem.
A avaliação somativa é sugerida no decorrer das unidades e na seção “Avaliando em diferentes linguagens”. Será possível observar:
- Questões de retomada de conceitos específicos por meio do conhecimento declarativo, do que o estudante consegue explicar.
- Atividades que relacionam o conhecimento tático (prévio) dos estudantes com os saberes adquiridos no aprendizado da unidade.
- Atividades mais complexas que necessitam de um aprofundamento maior do conteúdo por parte do estudante, seja de conceitos, procedimentos ou atitudes específicas.
- Utilização de charges e recorte de reportagens para dialogar sôbre pautas urgentes da sociedade (saúde mental, machismo, homofobia, racismo, crise ambiental, padrões de beleza, estilo de vida saudável, entre outras) por meio do aproveitamento de demonstrações visuais, instruções verbais ou gráficas.
Ainda quanto à avaliação somativa, apresentamos a seção “Protagonismo juvenil: aplicação dos saberes”, com realização de projeto, compartilhamento dos saberes adquiridos dos conteúdos da unidade para além da sala de aula e muros da escola, solicitações coletivas de determinados equipamentos ou melhorias para o ambiente escolar. Essa seção incorpora os aspectos de assiduidade, envolvimento objetivo e subjetivo, procedimentos e conhecimentos específicos, entre outros percebidos pêlo professor na avaliação dos estudantes.
Organização da coleção
Cada unidade apresenta seções que contemplam as oito dimensões de conhecimento indicadas na Bê êne cê cê (BRASIL, 2018): experimentação, uso e apropriação, fruição, reflexão sôbre a ação, construção de valôres, análise, compreensão e protagonismo comunitário. Como explicita o documento, nas aulas devem ser abordadas as práticas corporais como fenômeno cultural, social, histórico, dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e contraditório, para que os estudantes se apropriem da cultura corporal de movimento, favorecendo sua participação de fórma autônoma e autoral na sociedade. Dessa fórma, são propostas a experimentação e a análise da diversidade da cultura corporal de movimento em diferentes fórmas de expressão: corporal, estética, emotiva, lúdica e agonista, oportunizando aos estudantes a participação em contextos de lazer e saúde.
Seção do volume |
Descrição |
Recomendações didáticas |
---|---|---|
Raio-X da unidade |
Identificação das competências gerais, das competências específicas de Linguagens e de Educação Física, das habilidades de Educação Física. Síntese do conteúdo em “O que veremos nesta unidade”. |
Propostas e possibilidades: Tenha como referência as competências e as habilidades sugeridas na BNCC, mas sempre contextualizando-as à realidade escolar, às necessidades e aos anseios dos estudantes. |
De olho nas imagens |
Avaliação diagnóstica com imagem para instigar reflexões sobre o tema. São mostradas imagens e questões norteadoras para promover o contato inicial dos estudantes com as práticas corporais a serem estudadas, além de estimular a discussão e a reflexão iniciais sobre os temas, contemplando as seguintes dimensões do conhecimento: análise e compreensão. |
Repertório cultural: Estimule a apreciação de imagens, apresentando diversas linguagens artísticas. |
Por dentro do tema |
Análise e compreensão dos conceitos, origem, exemplos e contexto da manifestação da cultura corporal de movimento. |
Compreensão dos conceitos: Contextualize como as práticas corporais foram criadas e transformadas nas diferentes sociedades, épocas, éticas e estéticas. |
Vamos à prática! |
São propostas vivências das práticas corporais da unidade temática. Cada atividade contém objetivos relacionados aos temas; materiais para a realização da atividade, até mesmo adaptados; procedimentos (organização da atividade, regras e demais formas de desenvolvê-la). A experimentação, a fruição, a reflexão sobre a ação e a construção de valores são dimensões do conhecimento expressas na seção. |
Segurança: Certifique-se de que as práticas sejam realizadas em locais seguros e com materiais adequados, evitando acidentes. |
Conectando saberes |
A seção contempla as dimensões de análise e compreensão, reflexão sobre a ação e construção de valores. Ela tem como objetivo proporcionar a intersecção de saberes entre a Educação Física e outras áreas do conhecimento ou os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs). A conexão de saberes abordará os blocos de conteúdos temáticos relacionados aos aspectos pessoais, interpessoais e demandas ambientais do movimento. |
Interdisciplinaridade: Faça parceria com os professores de outros componentes curriculares para tornar a aprendizagem mais significativa para os estudantes. |
Seção do volume |
Descrição |
Recomendações didáticas |
---|---|---|
Avaliando em diferentes linguagens |
Em algumas unidades, são propostas questões usando gêneros textuais diversificados relacionados aos conteúdos da unidade, incentivando a análise e a compreensão dos temas, a reflexão sobre a ação e construção de valores. Essas questões têm como objetivo promover processos de autorreflexão sobre o aprendizado, estimular discussões no grupo e proporcionar uma avaliação para a retomada, ampliação ou aprofundamento dos conteúdos ou replanejamento das aulas. |
Respeito: Valorize as diferenças e perceba o ritmo de cada estudante. |
Protagonismo juvenil: aplicação |
Estão presentes propostas de intervenção, pesquisa e reflexão, com o objetivo de contribuir com a comunidade escolar. O uso e apropriação, o protagonismo comunitário e a construção de valores são dimensões do conhecimento presentes, em que a autonomia é favorecida por iniciativas no meio social e escolar no qual os estudantes estão inseridos. |
Avaliação somativa: Estimule o envolvimento objetivo e subjetivo, verifique os procedimentos, os valores e os conhecimentos específicos na construção de projetos coletivos para além da sala de aula e dos muros da escola. |
Plano de desenvolvimento para o 9º ano (por bimestre, trimestre e semestre)
Sugerimos um plano de desenvolvimento com uma distribuição das unidades temáticas e objetos de conhecimento comuns do 9º ano por bimestre, trimestre e semestre, com o objetivo de apresentar possibilidades variadas de contribuir com o planejamento no seu cotidiano escolar.
Justificativa
Como explicita a Bê êne cê cê, nas aulas devem ser abordadas as práticas corporais como fenômeno cultural, social, histórico, dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e contraditório para que os estudantes se apropriem da cultura corporal de movimento, favorecendo sua participação autônoma e autoral na sociedade. Desse modo, propõem-se a experimentação e a análise da diversidade da cultura corporal de movimento em diferentes fórmas de expressão: corporal, estética, emotiva, lúdica e agonista, oportunizando aos estudantes a participação em contextos de lazer e saúde.
Objetivos do volume
- Oferecer oportunidades para a experimentação e fruição da diversidade de práticas corporais, ressignificando-as de acôrdo com o contexto da comunidade escolar.
- Incentivar o respeito aos significados das manifestações culturais de movimento por diferentes grupos sociais e etários.
- Estimular o protagonismo dos estudantes por meio dos saberes articulados entre os componentes curriculares e os temas contemporâneos.
Legenda: cê gê = Competências Gerais, cê éle = Competências de Linguagens, céfi = Competências de Educação Física, agá ê éfe = Habilidades de Educação Física, tê cê tê = Temas Contemporâneos Transversais e ó ê dê = Objetos Educacionais Digitais
1º semestre |
1º trimestre |
1º bimestre |
UNIDADE TEMÁTICA: ESPORTES |
2º bimestre |
UNIDADE TEMÁTICA: LUTAS |
||
2º trimestre |
UNIDADE TEMÁTICA: DANÇAS |
||
2º semestre |
3º bimestre |
UNIDADE TEMÁTICA: GINÁSTICAS |
|
3º trimestre |
4º bimestre |
UNIDADE TEMÁTICA: PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA |