SUMÁRIO

I. Apresentação IV

II. Pressupostos teórico-metodológicos cinco

1. A Base Nacional Comum Curricular cinco

As competências gerais da Educação Básica cinco

As competências específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental seis

As competências específicas de Geografia para o Ensino Fundamental sete

As habilidades da BNCC sete

2. A abordagem teórico-metodológica da coleção treze

Por uma Educação Geográfica treze

Abordagem científica e identificação de pseudociências treze

Raciocínio geográfico catorze

Conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais quinze

Os conceitos-chave da Geografia dezesseis

3. Os princípios pedagógicos norteadores da coleção dezoito

O trabalho com conhecimentos prévios dezoito

Uso e domínio de diferentes linguagens dezoito

A alfabetização cartográfica dezenove

Aplicação das metodologias ativas de aprendizagem dezenove

Realização de atividades que promovam a leitura inferencial vinte e um

Uso do pensamento computacional vinte e dois

Interdisciplinaridade, contextualização e transversalidade vinte e quatro

Protagonismo do aluno no processo de aprendizagem vinte e sete

O combate à intimidação sistemática vinte e oito

Maior visibilidade às culturas juvenis trinta

4. A proposta didático-pedagógica da coleção trinta e dois

A organização geral dos volumes trinta e dois

Os recursos didático-pedagógicos dos livros trinta e três

Sugestões de cronogramas trinta e oito

5. O processo de avaliação da aprendizagem em sua globalidade trinta e oito

A avaliação formativa trinta e oito

Apoio a alunos com diferentes níveis de aprendizagem quarenta

A avaliação prognóstica quarenta e um

Os critérios de avaliação em Geografia quarenta e dois

Os instrumentos de avaliação e a autoavaliação quarenta e dois

Preparação para exames de larga escala quarenta e três

6. Bibliografia XLV

III. Trabalhando com o volume do 7º ano cinquenta

1. Introdução ao volume do 7º ano cinquenta

Objetivos e justificativas do volume do 7º ano cinquenta

Objetivos das unidades do 7º ano cinquenta e dois

Objetos de conhecimento e habilidades no livro do 7º ano cinquenta e seis

2. Textos complementares cinquenta e nove

IV. Orientações específicas sessenta e três

Conheça a parte específica deste manual sessenta e três

Unidade 1 – O território brasileiro 12

Unidade 2 – A população brasileira 42

Unidade 3 – Brasil: industrialização, consumo e o espaço das redes 78

Unidade 4 – Região Norte 110

Unidade 5 – Região Nordeste 142

Unidade 6 – Região Sudeste 174

Unidade 7 – Região Sul 202

Unidade 8 – Região Centro-Oeste 236

um APRESENTAÇÃO

São apresentados a seguir os recursos oferecidos no Manual do Professor desta coleção. Esse material está alinhado com as orientações curriculares da Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê) – documento que define as aprendizagens essenciais a que todos os estudantes brasileiros têm direito ao longo da Educação Básica.

O Manual do Professor visa contribuir para o trabalho docente. Não obstante, as práticas didático-pedagógicas nele sugeridas poderão ser enriquecidas por meio do protagonismo e da experiência do professor e adaptadas a fim de dialogar com o projeto político-pedagógico da escola e atender às necessidades dos alunos.

O Manual do Professor busca orientar e apoiar o trabalho do professor com os livros desta coleção. Nele são apresentados os pressupostos teórico-metodológicos que norteiam a proposta e os recursos da coleção com base na Bê êne cê cê e em outros referenciais pedagógicos importantes para o ensino de Geografia.

Além disso, o Manual do Professor apresenta a estrutura da obra e as seções didáticas que, em conjunto, concretizam a proposta pedagógica com foco no desenvolvimento das competências gerais e específicas descritas na Bê êne cê cê, como também nos objetos de conhecimento e nas habilidades previstas para o componente curricular Geografia.

Com o intuito de propiciar ao professor uma ocasião para refletir sobre a prática docente, o manual também discute ideias norteadoras acerca do processo de avaliação (fórmas, possibilidades, recursos e instrumentos) e fornece sugestões de leitura que poderão enriquecer as práticas de ensino e contribuir para a formação continuada do professor.

Nas partes que se referem a cada volume da coleção, o Manual do Professor explicita a relação dos conteúdos com os objetos de conhecimento e as habilidades da Bê êne cê cê previstos para o ano letivo. Além disso, nas orientações específicas, apresenta uma reprodução do Livro do Estudante, acompanhada por orientações, respostas às atividades nele propostas, sugestões de atividades complementares e de trabalho interdisciplinar, além de identificar temas e recursos que possibilitam abordagens relacionadas à educação em valores, aos temas contemporâneos transversais, às competências e às habilidades da Bê êne cê cê.

dois PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

1. A Base Nacional Comum Curricular

A elaboração dos livros desta coleção baseou-se no referencial curricular e nos fundamentos pedagógicos da Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê). Homologado em dezembro de 2018, esse documento define as aprendizagens essenciais a que todos os estudantes brasileiros têm direito ao longo da Educação Básica e está estruturado com foco no desenvolvimento de competências e habilidades para promover o desenvolvimento integral dos estudantes e a sua atuação na sociedade.

As competências gerais da Educação Básica

Na Bê êne cê cê, define-se competência como:

reticências a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”1nota de rodapé .

Propõe-se nesse documento que, ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais (habilidades) devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais. Inter-relacionadas e pertinentes a todas as áreas de conhecimento e componentes curriculares, consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos. São elas:

Competências gerais da Educação Básica

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens − verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital −, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 9-10.

• As competências específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental

Em articulação com as competências gerais, a Bê êne cê cê elenca competências específicas de cada área do conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas), que “explicitam como as dez competências gerais se expressam nessas áreas”2nota de rodapé , e cujo desenvolvimento deve ser promovido ao longo do Ensino Fundamental de nove anos.

A área de Ciências Humanas abrange dois componentes curriculares, Geografia e História, que devem garantir aos alunos do Ensino Fundamental o desenvolvimento das seguintes competências:

Competências específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental

1. Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promover os direitos humanos.

2. Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo.

3. Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural, de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social.

4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação das Ciências Humanas, promovendo o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

5. Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados.

6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exercitando a responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão.

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 357.

• As competências específicas de Geografia para o Ensino Fundamental

A Bê êne cê cê definiu competências específicas a serem desenvolvidas pelo componente curricular Geografia no Ensino Fundamental. Elas se articulam com conceitos e princípios do raciocínio geográfico e com as competências gerais e as específicas da área de Ciências Humanas. Consideradas fundamentais para a aprendizagem desse componente curricular, as competências específicas de Geografia são as seguintes:

Competências específicas de Geografia para o Ensino Fundamental

1. Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas.

2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história.

3. Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.

4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas.

5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia.

6. Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.

7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 366.

• As habilidades da Bê êne cê cê

Para garantir o desenvolvimento das competências gerais e específicas, a Bê êne cê cê define um conjunto de objetos de conhecimento e habilidades para cada componente curricular. Os objetos de conhecimento correspondem a conteúdos, conceitos e processos e são organizados em unidades temáticas. As habilidades, por sua vez, “expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares”3nota de rodapé .

Nos quadros a seguir, são apresentados os objetos de conhecimento e as habilidades, agrupados em unidades temáticas, relativos ao componente curricular Geografia para os Anos Finais do Ensino Fundamental. É importante ressaltar que, de acordo com a Bê êne cê cê, a organização e o agrupamento desses elementos “expressam um arranjo possível (dentre outros)” e “não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos”4nota de rodapé .

Ao trabalhar com os volumes desta coleção, nas orientações específicas que acompanham o Livro do Estudante, optamos por reproduzir apenas os códigos alfanuméricos das habilidades para privilegiar as orientações e as respostas das atividades. Sempre que necessário, sugerimos a consulta ao texto integral de cada habilidade.

Habilidades da Bê êne cê cê – 6º ANO

UNIDADE TEMÁTICA – O sujeito e seu lugar no mundo

OBJETO DE CONHECIMENTO – Identidade sociocultural

EF06GE01

Comparar modificações das paisagens nos lugares de vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos.

EF06GE02

Analisar modificações de paisagens por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos originários.

UNIDADE TEMÁTICA – Conexões e escalas

OBJETO DE CONHECIMENTO – Relações entre os componentes físico-naturais

EF06GE03

Descrever os movimentos do planeta e sua relação com a circulação geral da atmosfera, o tempo atmosférico e os padrões climáticos.

EF06GE04

Descrever o ciclo da água, comparando o escoamento superficial no ambiente urbano e rural, reconhecendo os principais componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e a sua localização no modelado da superfície terrestre e da cobertura vegetal.

EF06GE05

Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

UNIDADE TEMÁTICA – Mundo do trabalho

OBJETO DE CONHECIMENTO – Transformações das paisagens naturais e antrópicas

EF06GE06

Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização.

EF06GE07

Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.

UNIDADE TEMÁTICA – Formas de representação e pensamento espacial

OBJETO DE CONHECIMENTO – Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras

EF06GE08

Medir distâncias na superfície pelas escalas gráficas e numéricas dos mapas.

EF06GE09

Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre.

UNIDADE TEMÁTICA – Natureza, ambientes e qualidade de vida

OBJETO DE CONHECIMENTO – Biodiversidade e ciclo hidrológico

EF06GE10

Explicar as diferentes formas de uso do solo (rotação de terras, terraceamento, aterros etc.) e de apropriação dos recursos hídricos (sistema de irrigação, tratamento e redes de distribuição), bem como suas vantagens e desvantagens em diferentes épocas e lugares.

EF06GE11

Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

EF06GE12

Identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das principais bacias hidrográficas no Brasil e no mundo, enfatizando as transformações nos ambientes urbanos.

OBJETO DE CONHECIMENTO – Atividades humanas e dinâmica climática

EF06GE13

Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.).

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 384-385.

Habilidades da Bê êne cê cê – 7º ANO

UNIDADE TEMÁTICA – O sujeito e seu lugar no mundo

OBJETO DE CONHECIMENTO – Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil

EF07GE01

Avaliar, por meio de exemplos extraídos dos meios de comunicação, ideias e estereótipos acerca das paisagens e da formação territorial do Brasil.

UNIDADE TEMÁTICA – Conexões e escalas

OBJETO DE CONHECIMENTO – Formação territorial do Brasil

EF07GE02

Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação socioeconômica e territorial do Brasil, compreendendo os conflitos e as tensões históricas e contemporâneas.

EF07GE03

Selecionar argumentos que reconheçam as territorialidades dos povos indígenas originários, das comunidades remanescentes de quilombos, de povos das florestas e do cerrado, de ribeirinhos e caiçaras, entre outros grupos sociais do campo e da cidade, como direitos legais dessas comunidades.

OBJETO DE CONHECIMENTO – Características da população brasileira

EF07GE04

Analisar a distribuição territorial da população brasileira, considerando a diversidade étnico-cultural (indígena, africana, europeia e asiática), assim como aspectos de renda, sexo e idade nas regiões brasileiras.

UNIDADE TEMÁTICA – Mundo do trabalho

OBJETO DE CONHECIMENTO – Produção, circulação e consumo de mercadorias

EF07GE05

Analisar fatos e situações representativas das alterações ocorridas entre o período mercantilista e o advento do capitalismo.

EF07GE06

Discutir em que medida a produção, a circulação e o consumo de mercadorias provocam impactos ambientais, assim como influem na distribuição de riquezas, em diferentes lugares.

OBJETO DE CONHECIMENTO – Desigualdade social e o trabalho

EF07GE07

Analisar a influência e o papel das redes de transporte e comunicação na configuração do território brasileiro.

EF07GE08

Estabelecer relações entre os processos de industrialização e inovação tecnológica com as transformações socioeconômicas do território brasileiro.

UNIDADE TEMÁTICA – Formas de representação e pensamento espacial

OBJETO DE CONHECIMENTO – Mapas temáticos do Brasil

EF07GE09

Interpretar e elaborar mapas temáticos e históricos, inclusive utilizando tecnologias digitais, com informações demográficas e econômicas do Brasil (cartogramas), identificando padrões espaciais, regionalizações e analogias espaciais.

EF07GE10

Elaborar e interpretar gráficos de barras, gráficos de setores e histogramas, com base em dados socioeconômicos das regiões brasileiras.

UNIDADE TEMÁTICA – Natureza, ambientes e qualidade de vida

OBJETO DE CONHECIMENTO – Biodiversidade brasileira

EF07GE11

Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade (Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).

EF07GE12

Comparar unidades de conservação existentes no Município de residência e em outras localidades brasileiras, com base na organização do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 386-387.

Habilidades da Bê êne cê cê – 8º ANO

UNIDADE TEMÁTICA – O sujeito e seu lugar no mundo

OBJETO DE CONHECIMENTO – Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais

EF08GE01

Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes.

OBJETO DE CONHECIMENTO – Diversidade e dinâmica da população mundial e local

EF08GE02

Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do Município em que se localiza a escola, considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população mundial.

EF08GE03

Analisar aspectos representativos da dinâmica demográfica, considerando características da população (perfil etário, crescimento vegetativo e mobilidade espacial).

EF08GE04

Compreender os fluxos de migração na América Latina (movimentos voluntários e forçados, assim como fatores e áreas de expulsão e atração) e as principais políticas migratórias da região.

UNIDADE TEMÁTICA – Conexões e escalas

OBJETO DE CONHECIMENTO – Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial

EF08GE05

Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra.

EF08GE06

Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos contextos americano e africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos.

EF08GE07

Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da América no cenário internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil.

EF08GE08

Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem mundial do pós-guerra.

EF08GE09

Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados, tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

EF08GE10

Distinguir e analisar conflitos e ações dos movimentos sociais brasileiros, no campo e na cidade, comparando com outros movimentos sociais existentes nos países latino-americanos.

EF08GE11

Analisar áreas de conflito e tensões nas regiões de fronteira do continente latino-americano e o papel de organismos internacionais e regionais de cooperação nesses cenários.

EF08GE12

Compreender os objetivos e analisar a importância dos organismos de integração do território americano (Mercosul, OEA, OEI, Nafta, Unasul, Alba, Comunidade Andina, Aladi, entre outros).

UNIDADE TEMÁTICA – Mundo do trabalho

OBJETO DE CONHECIMENTO – Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção

EF08GE13

Analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e na economia dos espaços urbanos e rurais da América e da África.

EF08GE14

Analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas a partir do capital estadunidense e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil.

OBJETO DE CONHECIMENTO – Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina

EF08GE15

Analisar a importância dos principais recursos hídricos da América Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata, do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios relacionados à gestão e comercialização da água.

EF08GE16

Analisar as principais problemáticas comuns às grandes cidades latino-americanas, particularmente aquelas relacionadas à distribuição, estrutura e dinâmica da população e às condições de vida e trabalho.

EF08GE17

Analisar a segregação socioespacial em ambientes urbanos da América Latina, com atenção especial ao estudo de favelas, alagados e zona de riscos.

UNIDADE TEMÁTICA – Formas de representação e pensamento espacial

OBJETO DE CONHECIMENTO – Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África

EF08GE18

Elaborar mapas ou outras formas de representação cartográfica para analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais, ordenamento territorial, contextos culturais, modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América.

EF08GE19

Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África e América.

UNIDADE TEMÁTICA – Natureza, ambientes e qualidade de vida

OBJETO DE CONHECIMENTO – Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África

EF08GE20

Analisar características de países e grupos de países da América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e as pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos.

EF08GE21

Analisar o papel ambiental e territorial da Antártica no contexto geopolítico, sua relevância para os países da América do Sul e seu valor como área destinada à pesquisa e à compreensão do ambiente global.

OBJETO DE CONHECIMENTO – Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina

EF08GE22

Identificar os principais recursos naturais dos países da América Latina, analisando seu uso para a produção de matéria-prima e energia e sua relevância para a cooperação entre os países do Mercosul.

EF08GE23

Identificar paisagens da América Latina e associá-las, por meio da cartografia, aos diferentes povos da região, com base em aspectos da geomorfologia, da biogeografia e da climatologia.

EF08GE24

Analisar as principais características produtivas dos países latino-americanos (como exploração mineral na Venezuela; agricultura de alta especialização e exploração mineira no Chile; circuito da carne nos pampas argentinos e no Brasil; circuito da cana-de-açúcar em Cuba; polígono industrial do Sudeste brasileiro e plantações de soja no Centro-Oeste; maquiladoras mexicanas, entre outros).

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 388-391.

Habilidades da Bê êne cê cê – 9º ANO

UNIDADE TEMÁTICA – O sujeito e seu lugar no mundo

OBJETO DE CONHECIMENTO – A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura

EF09GE01

Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.

OBJETO DE CONHECIMENTO – Corporações e organismos internacionais

EF09GE02

Analisar a atuação das corporações internacionais e das organizações econômicas mundiais na vida da população em relação ao consumo, à cultura e à mobilidade.

OBJETO DE CONHECIMENTO – As manifestações culturais na formação populacional

EF09GE03

Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças.

EF09GE04

Relacionar diferenças de paisagens aos modos de viver de diferentes povos na Europa, Ásia e Oceania, valorizando identidades e interculturalidades regionais.

UNIDADE TEMÁTICA – Conexões e escalas

OBJETO DE CONHECIMENTO – Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização

EF09GE05

Analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural), comparando as diferentes interpretações: globalização e mundialização.

OBJETO DE CONHECIMENTO – A divisão do mundo em Ocidente e Oriente

EF09GE06

Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas potências europeias.

OBJETO DE CONHECIMENTO – Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania

EF09GE07

Analisar os componentes físico-naturais da Eurásia e os determinantes histórico-geográficos de sua divisão em Europa e Ásia.

EF09GE08

Analisar transformações territoriais, considerando o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regionalidades na Europa, na Ásia e na Oceania.

EF09GE09

Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.

UNIDADE TEMÁTICA – Mundo do trabalho

OBJETO DE CONHECIMENTO – Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial

EF09GE10

Analisar os impactos do processo de industrialização na produção e circulação de produtos e culturas na Europa, na Ásia e na Oceania.

EF09GE11

Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes do processo de industrialização com as transformações no trabalho em diferentes regiões do mundo e suas consequências no Brasil.

OBJETO DE CONHECIMENTO – Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas

EF09GE12

Relacionar o processo de urbanização às transformações da produção agropecuária, à expansão do desemprego estrutural e ao papel crescente do capital financeiro em diferentes países, com destaque para o Brasil.

EF09GE13

Analisar a importância da produção agropecuária na sociedade urbano-industrial ante o problema da desigualdade mundial de acesso aos recursos alimentares e à matéria-prima.

UNIDADE TEMÁTICA – Formas de representação e pensamento espacial

OBJETO DE CONHECIMENTO – Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas

EF09GE14

Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores, mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais.

EF09GE15

Comparar e classificar diferentes regiões do mundo com base em informações populacionais, econômicas e socioambientais representadas em mapas temáticos e com diferentes projeções cartográficas.

UNIDADE TEMÁTICA – Natureza, ambientes e qualidade de vida

OBJETO DE CONHECIMENTO – Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania

EF09GE16

Identificar e comparar diferentes domínios morfoclimáticos da Europa, da Ásia e da Oceania.

EF09GE17

Explicar as características físico-naturais e a forma de ocupação e usos da terra em diferentes regiões da Europa, da Ásia e da Oceania.

EF09GE18

Identificar e analisar as cadeias industriais e de inovação e as consequências dos usos de recursos naturais e das diferentes fontes de energia (tais como termoelétrica, hidrelétrica, eólica e nuclear) em diferentes países.

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 392-395.

2. A abordagem teórico-metodológica da coleção

A concepção dos quatro volumes da coleção orientou-se por estudos e pesquisas do campo da didática do ensino de Geografia. Em anos recentes, esses estudos avançaram muito no Brasil e em outros países, e, de modo geral, neles é reconhecido o fato de que a Geografia escolar ou a praticada nas escolas se diferencia da científica ou daquela produzida nas universidades e institutos de pesquisa. Ou seja, admite-se para a Geografia ensinada na Educação Básica a importância das mediações didáticas em termos de estrutura, objetivos, conteúdos, contextos e práticas de ensino.

Assumimos essa perspectiva baseados em nossa experiência como professores e educadores, considerando também as necessidades e especificidades relacionadas à faixa etária dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental e as orientações pedagógicas consubstanciadas na legislação e em diretrizes e normas oficiais relativas à Educação Básica brasileira.

• Por uma Educação Geográfica

Cabe à ciência praticada pela Geografia acadêmica responder aos problemas colocados pela sociedade, ao passo que à Geografia escolar cabe responder a demandas específicas da escola e de seus componentes curriculares. Apesar de a Geografia acadêmica ser uma fonte básica para a legitimação do saber escolar, a cultura escolar, vista em conjunto com discussões e documentos oficiais de cunho didático-pedagógico e curricular, também desempenha papel no ensino da Geografia, transformando-a em conhecimento geográfico efetivamente trabalhado em sala de aula.

Desse modo, preferimos pensar a Geografia escolar – e, por conseguinte, o livro didático – sob a perspectiva do conceito de Educação Geográfica. Por meio de pesquisas compartilhadas ou individuais que resultam em encontros científicos, artigos, livros, dissertações de mestrado e teses de doutorado, vários autores trabalham atualmente esse conceito, com destaque para a Rede Latino-americana de Pesquisadores em Didática da Geografia (rédilagéo), que, desde 2007, reúne docentes pesquisadores em ensino de Geografia atuantes em vários países da América Latina.

De acordo com Helena Copetti Callai, a Educação Geográfica pode ser compreendida como:

reticências um conceito que está sendo construído e diz respeito a algo mais que simplesmente ensinar e aprender Geografia. Significa que o sujeito pode construir as bases de sua inserção no mundo em que vive e compreender a dinâmica do mesmo através do entendimento da sua espacialidade. Esta como decorrência dos processos de mundialização da economia e de globalização de todo o conjunto da sociedade requer novas ferramentas para sua compreensão. Educação Geográfica significa, então, transpor a linha de obtenção de informações e de construção do conhecimento para realização de aprendizagens significativas envolvendo/utilizando os instrumentos para fazer a análise geográfica. Essa perspectiva considera que entender a sociedade a partir da espacialização dos seus fenômenos pode ser uma contribuição para a construção da cidadania”5nota de rodapé .

A mesma autora, em outro trabalho, complementa:

“A Educação Geográfica é a possibilidade de tornar significativo o ensino de um componente curricular sempre presente na Educação Básica. Nesse sentido, a importância de ensinar Geografia deve ser pela possibilidade que a disciplina traz em seu conteúdo que é discutir questões do mundo. Para ir além de um simples ensinar, a educação geográfica considera importante conhecer o mundo e obter e organizar os conhecimentos para entender a lógica do que acontece reticências6nota de rodapé .

Colocar a análise geográfica na centralidade da Geografia ensinada na Educação Básica significa estimular os alunos a pensar espacialmente, o que demanda desenvolver com eles o raciocínio geográfico e construir um conhecimento a respeito de sua realidade tanto próxima como também distante, e, essencial, sobre as relações existentes entre as duas (multiescalaridade), promovendo a discussão a respeito de como as ações da sociedade se articulam, concretizam e materializam no espaço.

• Abordagem científica e identificação de pseudociências

A história das inovações e dos avanços nos mais variados campos do conhecimento está diretamente associada aos resultados obtidos pelos métodos científicos. Ao mesmo tempo, nos dias atuais, práticas caracterizadas como pseudociências têm adquirido cada vez mais popularidade, sobretudo pela viabilidade de divulgação permitida pela internet e redes sociais. Entre outros eventos, sobretudo nos anos 2020 a 2022, a pandemia da covíd-19 revelou os perigos e as consequências que a disseminação e a reprodução de ideias, práticas e orientações não comprovadas cientificamente podem trazer para a sociedade. De fato, no âmbito da vida cotidiana permeada pela cultura digital é fundamental aprender a discernir informações que podem ser consideradas oriundas da inovação e validadas pelo método científico de outras questionáveis e produzidas de acordo com interesses políticos, ideológicos e econômicos.

Uma das grandes distinções entre ciência e pseudociência é a possibilidade de avaliar as hipóteses formuladas no primeiro caso, uma vez conduzidas pelos métodos convencionados, testados e aceitos pela comunidade científica. Em contrapartida, as pseudociências são teorias que procuram obter a legitimidade da ciência sem que tenham sido testadas e aprovadas por métodos rigorosos de observação, teste e análise. Para o público leigo, cada vez é mais difícil distinguir entre ciência e pseudociência em virtude da “avalanche” de desinformação gerada por meio da manipulação de imagens, fotos, vídeos e textos que circulam nos meios digitais.

As pseudociências tendem a atrair e a cativar a atenção dos sujeitos cujo capital cultural não é suficiente para fazê-los desconfiar das explicações acerca da realidade geralmente convincentes, porém falsas e sem respaldo científico ou nos próprios fatos. Mais recentemente, no Brasil e em outros países, as disputas e interesses políticos, ideológicos e econômicos têm influenciado e agravado o embate entre narrativas baseadas na ciência e na pseudociência, dificultando ainda mais o exercício da capacidade crítica dos cidadãos.

O trecho a seguir, escrito por carl sígan, extraído de um livro que pode ser considerado uma tentativa de formular estratégias para identificar discursos pseudocientíficos com viés ideológico, destaca critérios essenciais que caracterizam o conhecimento científico.

“A ciência é diferente de muitos outros empreendimentos humanos reticências pela sua paixão de formular hipóteses testáveis, pela sua busca de experimentos definitivos que confirmem ou neguem as ideias, pelo vigor de seu debate substantivo e pela sua disposição a abandonar as ideias que foram consideradas deficientes. Porém, se não tivéssemos consciência de nossas limitações, se não procurássemos outros dados, se nos recusássemos a executar experimentos controlados, se não respeitássemos a evidência, teríamos muito pouca fórça em nossa busca da verdade. Por oportunismo e timidez, poderíamos ser então fustigados por qualquer brisa ideológica, sem nenhum elemento de valor duradouro a que nos agarrar.”7nota de rodapé

Vale ressaltar, com base no agrupamento de componentes curriculares na Educação Básica de acordo com áreas de conhecimento, que as Ciências Humanas (na qual se inclui a Geografia) compartilham métodos que estão na origem do processo científico de outras áreas e que correspondem aos fundamentos lógicos e aos processos de raciocínio adotados (indutivo, dedutivo, indutivo-dedutivo, hipotético-dedutivo, dialético etcétera). No entanto, a depender dos objetos de estudo e do que se deseja investigar, cada área do conhecimento desenvolve e aprimora metodologias que se referem aos procedimentos e podem ser chamadas de técnicas de pesquisa (bibliográfica, documental, levantamento de dados, estudo de campo, estudo de caso, pesquisa participante etcétera).

A Geografia, como qualquer outra ciência, busca evidências na realidade e, por estar amparada em métodos e metodologias adequados aos seus objetos de estudo, investiga e produz conhecimentos sobre vários fenômenos, contribuindo, sem dúvida, para a leitura científica e crítica do mundo. Como outras ciências da área de Ciências Humanas, para produzir e validar conhecimentos, a Geografia utiliza-se de recursos e procedimentos ausentes na pseudociência, como: análises qualitativas e quantitativas; observação em campo; coleta, seleção e análise de dados primários por meio de entrevistas, formulários, experimentos em laboratório, simulação de eventos, condução em grupos de contrôle etcétera; pesquisa de dados secundários em banco de dados oficiais, publicações em jornais e periódicos de grande circulação, anais de congressos e eventos, pesquisa iconográfica etcétera; formulação e verificação de hipóteses; revisão por pares, entre outros. Esses recursos e procedimentos – ressalvadas as devidas diferenças e especificidades entre a Geografia acadêmica desenvolvida nas universidades e a Educação Geográfica que se deseja praticar no contexto escolar – são fundamentais para a compreensão do mundo a partir de bases e critérios científicos, e contribuem para que os estudantes sejam capazes de identificar discursos pseudocientíficos por meio de uma leitura de mundo complexa e reflexiva, baseada em pensamento crítico.

• Raciocínio geográfico

Para que os alunos exercitem a análise geográfica e sejam estimulados a pensar científica e espacialmente, de modo que realizem a leitura (representação e interpretação) do mundo em que vivem, é fundamental desenvolver com eles o raciocínio geográfico, aplicando seus princípios no decorrer do processo de ensino-aprendizagem em Geografia (consulte o quadro na página seguinte).

Princípios do raciocínio geográfico

Princípio

Descrição

Analogia

Um fenômeno geográfico sempre é comparável a outros. A identificação das semelhanças entre fenômenos geográficos é o início da compreensão da unidade terrestre.

Diferenciação*

É a variação dos fenômenos de interesse da Geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o clima), resultando na diferença entre áreas.

Distribuição

Exprime como os objetos se repartem pelo espaço.

Extensão

Espaço finito e contínuo delimitado pela ocorrência do fenômeno geográfico.

Localização

Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta (definida por um sistema de coordenadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de relações espaciais topológicas ou por interações espaciais).

Ordem**

Ordem ou arranjo espacial é o princípio geográfico de maior complexidade. Refere-se ao modo de estruturação do espaço de acordo com as regras da própria sociedade que o produziu.

Fontes: FERNANDES, José Alberto Rio; TRIGAL, Lourenzo López; SPÓSITO, Eliseu Savério. Dicionário de Geografia aplicada. Porto: Porto Editora, 2016.

* MOREIRA, Ruy. A diferença e a Geografia: o ardil da identidade e a representação da diferença na Geografia. Geografía, Rio de Janeiro, ano 1, número 1, página 41-58, 1999. ** MOREIRA, Ruy. Repensando a Geografia. In: SANTOS, Milton (organizador). Novos rumos da Geografia brasileira. São Paulo: Hucitec, 1982. página 35-498nota de rodapé .

Cabe destacar que os princípios do raciocínio geográfico descritos na Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê) são trabalhados, nos quatro volumes da coleção, por meio dos conteúdos abordados no texto didático, das representações cartográficas e das atividades que se referem a eles.

A multiescalaridade no ensino de Geografia

Em particular, dada a sua estreita relação com um dos princípios do raciocínio geográfico, o de conexão, o conceito de escala expressa as diferentes dimensões ou recortes espaciais, tão essenciais para a aprendizagem em Geografia. Relacionada com esse conceito, a multiescalaridade é uma abordagem importante para a construção do pensamento espacial e do raciocínio geográfico pelos alunos e pode ser compreendida como a articulação dialética entre os diferentes espaços e escalas de análise (local, regional, nacional e mundial). Ela permite que os alunos compreendam as interações entre as diferentes escalas de análise e, por conseguinte, as relações existentes entre “sua vida familiar, seus grupos e espaços de convivência e as interações espaciais mais complexas”, além dos “arranjos das paisagens, a localização e a distribuição de diferentes fenômenos e objetos técnicos, por exemplo”9nota de rodapé .

Sugerimos ao professor criar oportunidades e estratégias voltadas para esse objetivo, como também trabalhar com os alunos seções e subseções didático-pedagógicas dedicadas a esse propósito presentes nos quatro volumes da coleção, como No seu contexto e Contextualize.

• Conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais

Nesta coleção, cuja proposta assenta-se no conceito de Educação Geográfica, ao longo das unidades dos quatro volumes, é proposto o trabalho com conteúdos da Ciência Geográfica e espera-se que, tal como se encontram, articulados com os objetos de conhecimento e habilidades previstos na Bê êne cê cê, eles sejam problematizados e contextualizados pelo professor de acordo com sua formação ou suas preferências teórico-metodológicas, como também com base na realidade de seus alunos.

Para que isso ocorra desenvolvendo o pensamento espacial e o raciocínio geográfico, que possibilitam ao aluno compreender o mundo, o ensino de Geografia, com seus recursos e estratégias didáticas (incluindo o livro didático), o professor deve buscar promover o contato não somente com conteúdos factuais, mas também com os instrumentos para fazer a análise geográfica, ou seja, os conteúdos conceituais e procedimentais específicos desse componente curricular. Nessa perspectiva pedagógica, os conteúdos da coleção a serem trabalhados de maneira organizada e sistemática são de diferentes tipos, podendo ser divididos em factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais. Essa diversidade de conteúdos, somada a diferentes estratégias didáticas, colabora para promover uma aprendizagem significativa em Geografia. No que concerne aos tipos de conteúdo trabalhados, segundo Helena Copetti Callai10nota de rodapé :

Os conteúdos factuais são informações relativas a fatos singulares ou fenômenos concretos que são significativos para o processo de aprendizagem, sobretudo acontecimentos que podem ser observados e localizados no tempo e no espaço. Podem ser obtidos por meio dos noticiários, dos livros, dos mapas, e “sendo corriqueiros são também considerados do aporte de conteúdos específicos da disciplina”, como, no caso da Geografia, “as informações sobre aspectos físicos da natureza, da organização do espaço, de população, de desenvolvimento econômico-social, de classificação regional, de hierarquias urbanas e de países reticências”.

  • Os conteúdos conceituais dizem respeito aos saberes teóricos (conceitos), aqueles que podem ser reproduzidos, repetidos e utilizados pelo aluno “como instrumento para interpretar, para avançar na compreensão da realidade em que vive ou simplesmente da temática que está sendo estudada”.
  • Os conteúdos procedimentais são aqueles que envolvem a mediação do professor no sentido de desenvolver nos alunos a capacidade de saber fazer algo ou utilizar instrumentos e técnicas para a realização de um estudo específico ou de determinada tarefa. Dirigidos à realização de um objetivo por meio de ações ordenadas, os conteúdos procedimentais podem ser desenvolvidos no contexto de observações concretas da realidade – como nos trabalhos de campo que exigem observações, entrevistas, orientação espacial – ou, ainda, por meio do trabalho com diversas fontes, da interação com textos, do trabalho com mapas, gráficos, tabelas etcétera.
  • Os conteúdos atitudinais envolvem o aspecto afetivo e práticas socioemocionais dos alunos e incidem em valores, atitudes e comportamentos que resultam do modo como veem e interagem com o mundo. São importantes para o desenvolvimento da participação do aluno no plano coletivo, promovem a consciência ética e o pleno exercício da cidadania. No contexto escolar estão baseados na reflexão sobre as relações entre os diversos grupos e indivíduos da escola e são capazes de tratar sobre “as convicções cidadãs dos sujeitos, do respeito à diferença, da valorização do outro”, relacionando-se ainda com a “construção da identidade e do pertencimento das pessoas, de modo que sejam capazes de respeitar e valorizar o lugar em que vivem”. Em outras palavras, relacionam-se com as competências gerais da Educação Básica – como a 8, a 9 e a 10, que, respectivamente, dizem respeito ao autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação e responsabilidade e cidadania.

• Os conceitos-chave da Geografia

Da mesma maneira que a Bê êne cê cê11nota de rodapé , esta coleção considera os principais conceitos da Geografia, que se diferenciam por níveis de complexidade. Eles contribuem para a Educação Geográfica e desempenham importante papel na formação do pensamento espacial dos alunos. Pesquisas recentes sobre ensino de Geografia também destacam a construção e o domínio de conceitos geográficos como estratégia para promover o desenvolvimento do pensamento espacial dos alunos e a importância de levá-los a confrontar os conceitos cotidianos e os científicos durante o processo de ensino-aprendizagem.

Os principais conceitos estruturantes da Ciência Geográfica trabalhados na coleção são: paisagem, lugar, região, espaço natural e espaço geográfico, território e territorialidade e redes geográficas.

Paisagem

Para a Geografia, paisagem é uma realidade concreta e visível, resultante de fatores naturais e sociais acumulados ao longo do tempo. Definida por Milton Santos como “o conjunto de fórmas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre Homem e natureza”12nota de rodapé , a paisagem é modificada ou construída constantemente, podendo ser um ponto de partida para conduzir os alunos a reconhecer o espaço geográfico.

Com apoio em imagens do livro didático e de trabalhos de campo, ao trabalhar com estudo e leitura de paisagens em sala de aula é provável que o professor constate que os alunos poderão observá-las de fórma distinta, atribuindo a elas interpretações variadas conforme suas representações e identidades. É importante respeitar suas leituras e saberes, e, de qualquer modo, não se deve perder de vista que a percepção das paisagens propicia a oportunidade de trabalhar os elementos naturais, culturais, políticos, econômicos e ambientais que lhes conferem complexidade e dinamismo.

Nesta coleção, o conceito de paisagem está associado ao tratamento de vários objetos de conhecimento e habilidades da Bê êne cê cê, sendo essencial para que o aluno desenvolva, com base nos conhecimentos da Geografia, aprendizagens como a observação, a descrição, a analogia, a interação, a ação e a síntese.

Lugar

O conceito de lugar diz respeito às localidades onde as pessoas constroem referências pessoais por meio de relações afetivas, subjetivas, além de estabelecerem suas identidades e valores. Nesse sentido, estudar o lugar ou os lugares com os alunos inclui compreender e refletir com eles sobre seus espaços de vivência, valorizando os acontecimentos que lhes são mais próximos, como também aqueles de outras pessoas, povos e culturas. Além disso, é no lugar ou nos lugares que ocorre a conexão entre o local, o regional, o nacional e o mundial. Isso exige que o professor esteja sempre atento aos acontecimentos globais, cuidando para relacioná-los à vivência dos alunos sem desconsiderar as inúmeras relações que se estabelecem entre os diferentes lugares do mundo – o que implica identificar as características de um lugar, como localização, extensão, conectividade, entre outras.

Nos volumes da coleção, o conceito de lugar é referência constante, pois contribui para melhor compreensão dos assuntos estudados. Surge relacionado a conteúdos e temas tratados no texto principal e representados em imagens, merecendo destaque, em particular, no boxe No seu contexto e na subseção Contextualize. Observadas em conjunto, essas seções promovem a articulação entre as aprendizagens essenciais trabalhadas (novas ou já adquiridas) e os espaços de vivência, o cotidiano e o contexto cultural do aluno. Como o conceito de lugar nem sempre é considerado apenas referência local, mas

também uma escala de análise necessária para compreender os fenômenos que acontecem no mundo, ele também surge com ênfase e visibilidade em ocorrências das seções Rotas e encontros e Cruzando saberes.

Região

Desde as origens da Geografia como ciência sistematizada, o conceito de região é discutido, tendo adquirido várias definições. Recentemente, alguns autores chegaram a anunciar o fim das regiões em virtude da globalização e do entendimento de que esse processo resultaria na homogeneização dos espaços e na uniformização dos processos sociais. Para o geógrafo Milton Santos, o fenômeno da região é universal, pois “nenhum subespaço do planeta pode escapar ao processo conjunto de globalização e fragmentação, isto é, individualização e regionalização”13nota de rodapé , podendo-se entender as regiões como a condição e o suporte das relações globais.

Na coleção, o conceito de região é importante e visto em conjunto com outros conceitos articuladores que se integram e ampliam as escalas de análise em Geografia. Foi escolhido como caminho didático para abordar vários conteúdos e temas, como: o estudo do território brasileiro de acordo com as cinco macrorregiões do í bê gê É (volume do 7º ano); o estudo sobre as diferentes regionalizações do espaço mundial e os conjuntos regionais da América e da África conforme critérios socioeconômicos (volume do 8º ano); e também de outros espaços mundiais (volume do 9º ano). Também valorizou-se o processo de regionalização e como ele resulta em regiões, classificando partes do espaço geográfico de acordo com critérios previamente estabelecidos, que permitem compará-las com base em suas semelhanças ou diferenças (princípios de analogia e diferenciação do raciocínio geográfico).

Espaço natural e espaço geográfico

Nos volumes da coleção, o espaço natural é considerado aquele que sofreu pouca ou nenhuma intervenção humana, no qual predomina a atuação das forças naturais, como a ação das águas, dos ventos, dos terremotos etcétera, que transformam a paisagem. Em contraposição, o espaço geográfico é considerado produzido ou construído pelas forças sociais, modificado e organizado pelas sociedades humanas, um produto histórico, social e cultural que expressa, até visivelmente, a organização das sociedades com todas as suas contradições.

Além de sua historicidade e de seu caráter político, na coleção considera-se que o espaço geográfico é modificado constantemente em razão das ações humanas e merece, por esse motivo, ser tratado em sala de aula sob a perspectiva de tensões e conflitos gerados no decorrer de sua produção, revelando aos alunos a sua heterogeneidade graças aos diferentes interesses envolvidos em sua construção. Isso poderá incentivá-los a refletir e a se posicionar perante as contradições do espaço geográfico, buscando solucionar situações-problema que surgem por meio da leitura dos processos e acontecimentos com ele relacionados.

Território e territorialidade

Nos volumes da coleção, território surge como um conceito essencial para o estudo e as aprendizagens da Geografia. De maneira geral, é considerado delimitação das relações de poder, domínio de parcelas do espaço natural e do espaço geográfico, apropriados política, econômica e culturalmente. Refere-se, assim, aos Estados nacionais como nações politicamente organizadas, estruturadas sobre uma base física.

Em particular, no tratamento de alguns objetos de conhecimento e habilidades, o conceito de território é empregado para que os alunos compreendam, em diferentes escalas de análise, a produção social do espaço e a transformação do espaço em território usado, ou seja, “espaço da ação concreta e das relações desiguais de poder reticências14nota de rodapé .

No 6º ano, por exemplo, esse conceito articulador é tratado no contexto dos conflitos por recursos e territórios entre sociedades cujos modos de vida são diferenciados, como o dos povos originários e comunidades tradicionais em face da sociedade urbano-industrial, além de estar associado aos direitos territoriais. No 7º ano, auxilia na compreensão dos conceitos de Estado-nação e soberania, do processo socioespacial da formação territorial do Brasil e, no decorrer de assuntos abordados em escala regional, é associado aos usos desiguais do território brasileiro. No 8º ano, por ocasião do tratamento de aprendizagens essenciais a respeito da América e da África, o conceito de território é aprofundado quando são analisadas as implicações na ocupação e nos usos do território americano e africano. No 9º ano, esse conceito também é aplicado sempre que se estudam conjuntos regionais ou países da Europa, da Ásia e da Oceania, para explicar seja a formação territorial e a dimensão sociocultural, seja a dimensão geopolítica, disputas territoriais e mobilidade das fronteiras no decorrer do processo histórico.

De maneira complementar, sempre que oportuno na coleção, o conceito de territorialidade emerge no texto principal e em seções didático-pedagógicas específicas, como Rotas e encontros e Cruzando saberes. Em algumas delas, por meio de textos complementares, mapas, fotografias e atividades, busca-se revelar fronteiras concretas e simbólicas que se manifestam em escalas diferentes do Estado-nação. O propósito consiste em oportunizar aos alunos refletir sobre a diversidade e a complexidade das relações de poder entre grupos e culturas no interior de um mesmo Estado. Isso é importante para que identifiquem e compreendam melhor a sociodiversidade e as territorialidades de culturas não hegemônicas (indígenas, quilombolas, povos da floresta etcétera) e, sob a perspectiva da educação em valores, sejam mais conscientes quanto a acolher e valorizar a diversidade cultural, sem preconceitos de qualquer natureza.

Redes geográficas

Na coleção, o conceito de redes é trabalhado associado a objetos de conhecimento e habilidades do componente curricular Geografia. No 6º ano, é utilizado na explicação de componentes físico-naturais (redes hidrográficas) e articulado à apropriação dos recursos hídricos (redes de distribuição de água); no 7º ano, contribui para a aprendizagem do aluno em relação à influência e ao papel das redes de transporte e comunicação na configuração do território brasileiro; no 8º e 9º anos, volumes nos quais o estudo da Geografia se concentra no espaço mundial, o conceito é empregado no tratamento de redes de interdependência em diferentes escalas e nas dimensões política, econômica, geopolítica, ambiental e cultural, além de contribuir para a aprendizagem do aluno sobre os fluxos imateriais e materiais no atual período da globalização, associados aos deslocamentos de ideias, informações, pessoas, mercadorias, serviços etcétera Sob uma ampla perspectiva, esse conceito permite tratar aspectos relacionados à transformação cada vez mais intensa de paisagens, lugares, regiões e territórios.

3. Os princípios pedagógicos norteadores da coleção

• O trabalho com conhecimentos prévios

Nas aberturas das unidades, imagens são acompanhadas por questões da seção Verifique sua bagagem. O objetivo desse recurso é promover e auxiliar na sondagem de conhecimentos prévios dos alunos. Nos percursos que compõem cada unidade, essa preocupação também se faz presente: em articulação com conhecimentos já adquiridos, na abordagem e no desenvolvimento de novos conhecimentos são introduzidos e explicados conceitos necessários ao estudo.

Entende-se por conhecimento prévio o que o aluno já sabe (conceitos, proposições, princípios, fatos, ideias, imagens, símbolos, vivências e valores) sobre o assunto a ser estudado, ou seja, aquilo que é preexistente em sua estrutura cognitiva e socioemocional, tendo sido adquirido dentro ou fóra da escola, em aprendizagens e experiências adquiridas ou vividas anteriormente.

O conhecimento prévio é essencial para a teoria da aprendizagem significativa, formulada na década de 1960 por Dêivid Paul Aussubel (1918-2008), célebre pensador da Psicologia da Educação. Nessa perspectiva, o conhecimento prévio é considerado determinante do processo de aprendizagem, uma vez que é significativo por definição, ou seja, base para a transformação dos significados lógicos dos materiais de aprendizagem, potencialmente significativos, em significados psicológicos15nota de rodapé .

Entre as estratégias para explorar, mapear e ativar os conhecimentos prévios dos alunos, sugere-se desenvolver, de modo desafiador, leituras de imagens ou textos escritos, rodas de conversa, resolução de problemas e debates. De acordo com Campos e Nigro16nota de rodapé , as entrevistas são outra estratégia eficaz, por meio das quais os alunos respondem a diversas perguntas, problemas ou executam tarefas, embora nem sempre seja viável realizá-las em sala de aula, devendo o professor criar outras oportunidades reais para que eles expressem suas ideias. Miras17nota de rodapé , por exemplo, destaca instrumentos fechados (como listas, questionários, redes, mapas), que parecem funcionar melhor com alunos mais velhos, pois envolvem a capacidade de registro gráfico ou escrito; a autora sugere a aplicação de instrumentos abertos (como conversas entre o professor e os estudantes) com os alunos mais novos, pois proporcionam uma exploração mais rica e flexível dos conhecimentos prévios.

Para o planejamento das aulas, não se deve perder de vista a importância de registrar os conhecimentos prévios dos alunos, sondados antes do início do trabalho com uma unidade do Livro do Estudante, pois ao final dela poderão ser retomados ou relembrados como elementos de avaliação, fazendo-se assim um “balanço” sobre o que os alunos sabiam antes da ampliação e sistematização dos conhecimentos e das habilidades e o que sabem após o desenvolvimento dessas etapas do processo de ensino-aprendizagem. Contudo, é importante ter em vista que a sondagem de conhecimentos prévios pode ser realizada em qualquer etapa do processo de ensino-aprendizagem, entre outras razões, porque com base na verificação e na análise das respostas dos estudantes o professor poderá perceber equívocos, erros conceituais, dúvidas e dificuldades no domínio das aprendizagens essenciais (habilidades).

• Uso e domínio de diferentes linguagens

Um foco importante desta coleção consiste em incentivar o uso de diferentes linguagens (como a verbal, visual, digital, artística etcétera) no processo de ensino-aprendizagem. De acordo com os objetos de conhecimento e habilidades específicos de cada componente curricular, podem ser adotadas estratégias didáticas variadas, com o propósito de tornar as diferentes linguagens recursos que possibilitem aos alunos um aprendizado mais proveitoso, além de favorecer que se expressem e partilhem “informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos”, produzindo “sentidos que levem ao entendimento mútuo”18nota de rodapé .

No caso do componente curricular Geografia, é reconhecida a forte relação com imagens, gráficos, tabelas, mapas, tecnologias digitais de informação e comunicação, além de charges, textos científicos, opinativos, literários etcétera O importante é fazer deles instrumentos que levem os alunos a posturas reflexivas em relação ao mundo e suas transformações, promovendo a leitura crítica da espacialidade produzida socialmente e que pode ser estudada por meio de diferentes escalas geográficas. Assim, espera-se que o aluno desvende a realidade, desenvolva o pensamento espacial e o raciocínio geográfico, “fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas”19nota de rodapé , o que contribui para que ele compreenda o mundo em que vive, exercite a cidadania, pense e resolva problemas gerados na vida cotidiana – condições essenciais para o desenvolvimento das competências gerais da Educação Básica.

Na coleção, são oferecidas diferentes linguagens como suporte para o trabalho do professor em sala de aula. Elas poderão ser complementadas com outras obtidas pelo professor em livros, jornais, revistas e em meios digitais. O importante é trabalhá-las para que o aluno desenvolva autonomia, incentivando-o a ler, interpretar, pesquisar, debater e agir de maneira mais consciente no contexto social, econômico, político, cultural e ambiental. Também é importante levar o aluno a compreender as particularidades de cada linguagem, suas potencialidades e suas limitações, a fim de reconhecer seus produtos não como verdades, mas como possibilidades.

• A alfabetização cartográfica

Nesta coleção, de fórma gradual e em consonância com o desenvolvimento cognitivo dos alunos, propõe-se a continuidade do trabalho dirigido à alfabetização cartográfica iniciado no contexto das aprendizagens do Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Considera-se que as várias fórmas de representação gráfica – mapas, anamorfose, blocos-diagramas, perfis topográficos, desenhos, fotografias, imagens de satélites, gráficos, entre outras – são recursos fundamentais da Geografia. Desse modo, busca-se aprimorar a leitura, interpretação e elaboração de mapas e outras fórmas de representação da parte dos alunos, levando-os a analisar, comparar, classificar, sintetizar e apresentar dados e informações geográficos. Isso é realizado ao longo das unidades de cada volume da coleção, por meio de recursos e seções didático-pedagógicas que conferem maior relevância ao trabalho com as representações cartográficas, como as atividades orais sistemáticas, que acompanham elementos gráficos, além de algumas ocorrências da seção Mochila de ferramentas.

Vale ressaltar que diferentes fórmas de representação também estão disponíveis em meios de comunicação do cotidiano (jornais, revistas, telejornais, internet, entre outros), sendo importante o professor selecioná-las e utilizá-las em sala de aula, a fim de ampliar o domínio das linguagens gráfica e cartográfica pelos alunos.

• Aplicação das metodologias ativas de aprendizagem

Nos quatro volumes desta coleção, sempre que possível, foram incorporadas atividades para propiciar o trabalho com metodologias ativas. Nelas, há enfoque no protagonismo do estudante, compreendido como centro do processo de aprendizagem, o que requer dele uma postura ativa, isto é, deslocá-lo da posição de ouvinte para a posição de produtor de conhecimento. Observe, no quadro, alguns exemplos de metodologias ativas.

Metodologias ativas: alguns exemplos

Aprendizagem baseada em problemas

Exposições dialogadas

Aprendizagem Maker

Pedagogia da problematização

Debates temáticos

Aprendizagem por pares

Problematização: Arco de Marguerez

Leitura comentada

Aprender ensinando

Estudo de caso

Oficinas

Design thinking

Grupos refletivos e grupos interdisciplinares

Apresentações de filmes

Educação socioemocional

Grupos de tutoria e grupos de facilitação

Apresentações musicais

Gamificação

Exercícios em grupo

Dramatizações

Just-in-Time Teaching

Seminários

Dinâmicas lúdico-pedagógicas

Metodologias imersivas

Relato crítico de experiências

Portfólio

Práticas STEM

Mesas-redondas

Avaliação oral (autoavaliação, do grupo, dos professores e do ciclo)

Rotação por estações de trabalho

Socialização

Aprendizagem baseada em equipes

Técnica Jigsaw

Plenárias

Aprendizagem baseada em projetos

World café

Fonte: SILVA, Alexandre José de Carvalho. Guia prático de metodologias ativas com uso de tecnologias digitais da informação e comunicação. Lavras (Minas Gerais): ufla, 2020. página 12-13.

Por meio de atividades baseadas nas metodologias ativas, os estudantes são convidados a trabalhar colaborativamente para pensar, refletir, questionar, argumentar, confrontar e negociar pontos de vista, produzir e divulgar informações a partir do uso de diversos meios. Essas atividades também buscam propiciar maior proximidade com as referências simbólicas e culturais dos estudantes, articulando os conteúdos escolares à sua realidade, conferindo-lhes significado.

Nesse sentido, há proposições para a análise e resolução de problemas que estimulem o pensamento e a ação, bem como atividades contextualizadas para favorecer a leitura inferencial, a argumentação e o uso pedagógico da tecnologia, de modo a favorecer a pesquisa, a seleção e a organização de informações e diferentes maneiras para compartilhar o conhecimento produzido pelos estudantes.

Parte-se do pressuposto, como demonstrado no diagrama a seguir, extraído de artigo em que o autor analisa a relação entre metodologias ativas e o uso da tecnologia, que determinadas atividades são mais eficazes do que outras para promover o engajamento do estudante e garantir que ele realize processos cognitivos que vão assegurar a internalização de uma ou mais informações e sua transformação em conhecimento.

Pirâmide de aprendizagem

Gráfico. Pirâmide de aprendizagem. 
COMO OS ALUNOS APRENDEM. 
Do topo para a base: 10 por cento aprendem do que leem em livros, revistas ou artigos (metodologia passiva); 
20 por cento aprendem do que escutam em uma palestra (metodologia passiva); 
30 por cento aprendem do que veem em fotos, imagens ou ilustrações (metodologia passiva); 
50 por cento aprendem do que veem e ouvem em filmes e demonstrações (metodologia passiva). 
70 por cento aprendem do que dizem e escrevem em grupos de discussão (metodologia ativa); 
90 por cento aprendem do que fazem quando estão praticando.

Fonte: LEITE, Bruno Silva. Aprendizagem tecnológica ativa. Revista Internacional de Educação Superior. Campinas (São Paulo), volume 4, número 3, setembro/dezembro 2018. página 585. Disponível em: https://oeds.link/kIIqK9. Acesso em: 7 abril 2022.

Para Leite (2018), é essencial que professores sejam flexíveis e considerem em seu planejamento de ensino algumas estratégias que propiciem o fazer e, sobretudo, o refletir sobre o fazer. Nesse sentido, o uso pedagógico da tecnologia pode favorecer a criação e a interação, não somente entre estudantes, mas entre cada indivíduo e as inúmeras possibilidades de fóra dos muros da escola. Nas palavras do autor:

reticências as metodologias ativas sugerem que o aluno busque o conteúdo, pesquise e encontre soluções para os problemas que se deparam e dessa fórma aprendam a selecionar suas respostas. Elas geram interações entre docentes e estudantes nas atividades acadêmicas, de modo que não haja um único detentor pleno e absoluto do conhecimento”20nota de rodapé .

Essa perspectiva assume que os estudantes devem desenvolver competências alinhadas a uma sociedade em transformação, um mundo permeado pelas inovações tecnológicas e seus efeitos e um mercado de trabalho revolucionado pelas novas demandas da economia global. Nessa lógica, a memorização e a reprodução de informações e conhecimentos devem ceder espaço ao pensamento crítico e inovador. Nela, a Pedagogia, como exposto por Camargo e Daros (2018), em publicação com exemplos de estratégias ativas para a sala de aula, deve ser:

reticências dinâmica, centrada na criatividade e na atividade discente, em uma perspectiva de construção do conhecimento, do protagonismo, do autodidatismo, da capacidade de resolução de problemas, do desenvolvimento de projetos, da autonomia e do engajamento no processo de ensino-aprendizagem por meio das metodologias de abordagem ativa”21nota de rodapé .

Isso só é possível a partir do reposicionamento do professor, que deve estar preparado para mediar esse processo, oferecendo mais perguntas do que soluções prontas, estimulando a troca de ideias e criando oportunidades para que os estudantes assumam a responsabilidade por sua jornada como aprendizes.

Vale lembrar que a perspectiva ativa da aprendizagem tem como premissa o fato de que pessoas são diferentes e, portanto, aprendem de fórmas e em tempos distintos, sendo missão do professor reconhecer as particularidades de seus estudantes e diversificar as estratégias de ensino, promovendo a personalização delas.

Atividades planejadas para uma aprendizagem ativa, no entanto, não são simplesmente lúdicas ou divertidas. Tampouco devem dar enfoque apenas àquilo que atrai a atenção dos estudantes. Trata-se de planejar e executar estratégias de ensino que sejam eficientes, que favoreçam a construção de compreensões duradouras e possam ser relacionadas e aplicadas pelos estudantes em outros contextos. Desse modo, mais do que trabalhar com os estudantes para que obtenham bons resultados em provas, o objetivo é formá-los para que integrem a vida em sociedade de maneira íntegra, participativa e responsável.

• Realização de atividades que promovam a leitura inferencial

O desenvolvimento da leitura é uma preocupação nos quatro volumes desta coleção e neles são apresentados temáticas, atividades e recursos variados para desenvolver e estimular a leitura inferencial dos alunos ao longo das unidades.

A leitura é uma ferramenta fundamental para que os estudantes possam interpretar a realidade e construir sentidos sobre o mundo em que vivem. Desde os Anos Iniciais da Educação Básica, eles são estimulados a reconhecer figuras, letras, palavras, símbolos e sinais que atribuem significado às coisas e aos fatos, além de instruírem o processo cognitivo. Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, quando se espera que os estudantes disponham de melhores condições e receptividade para um trabalho que desenvolva a interdisciplinaridade e o pensamento complexo, a competência leitora deve ser trabalhada de modo recorrente para que eles possam ir além da leitura literal, exercitando a leitura inferencial, que possibilita a melhor compreensão da realidade e favorece, inclusive, a construção de projetos de vida. A estratégia, nessa etapa, deve partir do estímulo a uma reflexão amparada na construção de narrativas e associações cognitivas e não limitar-se à decodificação mecânica das palavras. Mas, afinal, o que é o processo de inferência?

A inferência é um processo cognitivo de significação em que, por meio da análise de argumentos, dados e informações, chega-se a novas conclusões e reflexões.

Durante a leitura de um texto escrito, a inferência ocorre na busca por significado no que se lê. Parte da compreensão vem das informações explícitas no texto. Outra parte da compreensão decorre da leitura interativa e da construção de significados feita pelo leitor, que utiliza seus conhecimentos prévios para deduzir informações não explícitas. Inferir, portanto, é o processo de deduzir informações não explícitas no texto, mas que são essenciais para o leitor criar conexões e chegar a uma compreensão mais abrangente do que foi lido.

O benefício do trabalho consciente com a leitura inferencial é incentivar o estudante a refletir sobre aquilo que lê com base nas informações dadas pelo texto em associação com seus conhecimentos prévios, permitindo-lhe fazer as articulações entre diferentes informações que o levarão a alguma conclusão.

Os elementos mais importantes da inferência são a coparticipação e a dedução. A leitura inferencial é colaborativa uma vez que o texto só é completo na medida em que seu leitor o interpreta. E todo leitor, independentemente de sua faixa etária, já possui suas próprias experiências pessoais. Por isso, no processo de inferência o conhecimento de mundo do leitor é tão importante.

Segundo Regina Lúcia Péret Déuisôla, pesquisadora com experiência na área de Letras, com ênfase em Linguística e Linguística Aplicada:

reticências A informação fornecida direta ou indiretamente é uma pista que ativa uma operação de construção de sentido. Portanto, ao contrário do que muitos acreditam, a inferência não está no texto, mas na leitura, e vai sendo construída à medida que leitores vão interagindo com a escrita.”22nota de rodapé

Na escola, uma das práticas viáveis para estimular e desenvolver inferências é a prática da leitura e da escrita. Ler, analisar e reconstituir, de fórma condensada ou extensa, um fato, uma história, um acontecimento político ou um conjunto de operações são práticas que exercitam processos cognitivos dos estudantes.

Nesse sentido, é recomendável propor atividades estratégicas para fortalecer essa dinâmica e complementar o trabalho desenvolvido nos livros desta coleção. Como exemplos, os docentes podem sugerir redações, fichamentos, reaction papers, exposições resumidas, esquemas geométricos com hierarquia, especialmente em atividades que exijam leitura e interpretação de textos. Esse conjunto de atividades é uma oportunidade para explorar as habilidades dos estudantes de diferentes perfis durante as tarefas que exigem a realização da leitura inferencial, cujo objetivo, entre outros, é aprimorar as capacidades analíticas e potencializar a mobilização de conhecimentos. Nessa perspectiva, a inferenciação pode ser melhor compreendida como:

reticências um processo cognitivo básico de construção de significados, consequência, na leitura, da integração de duas fontes de informação: a informação visual (texto) e o conhecimento prévio reticências. Dessa fórma, um leitor só é capaz de atribuir sentido a um texto se passa a constituí-lo também, transformando-o em algo novo. A construção de inferências é, assim, um processo de criação, um processo básico de produção de (novos) significados. reticências a inferência torna-se a evidência de que a leitura é essencialmente integrativa, uma vez que, ao mesmo tempo em que é o resultado de uma integração conceptual, representa o que retemos após a realização de uma leitura. Assim, mais do que uma interação na qual leitor e texto contribuem para a construção de significados por meio dos movimentos ascendente e descendente, o que temos é uma verdadeira integração entre texto e leitor, sendo os resultados dessa integração completamente novos em relação aos domínios que os formam e únicos para cada leitor em cada momento de cada leitura”23nota de rodapé .

E qual é o papel do professor nesse processo de estímulo à leitura inferencial? E quais práticas em sala de aula colaboram para que ela seja praticada pelos estudantes? Resultados mais consistentes podem ser obtidos por meio de ações assertivas de acompanhamento e orientação, direcionadas para desenvolver a autonomia dos estudantes em busca do aperfeiçoamento contínuo das habilidades de decodificação. Entre as práticas sugeridas para tal fim, destaca-se orientá-los a: decifrar as “camadas” de cada texto, fato, discurso etcétera; organizar conhecimentos prévios, formais ou informais, que contribuem para a integração e atribuição de sentidos e, consequentemente, para a construção de significados, produzindo inferências. Sugerimos também que os estudantes sejam desafiados a elaborar perguntas e formular questões amplas sobre os objetos ou textos em análise antes de concluírem raciocínios e inferências. Por fim, atividades de análise comparativa também são eficientes para o desenvolvimento de capacidades argumentativas, modos de interpretação, conteúdos linguísticos, extrapolação de ideias e cruzamento de contextos.

Não se deve perder de vista a importância de as atividades serem avaliadas pelo docente, com base em objetivos previamente planejados, apontando aos estudantes possibilidades de novas estratégias para a melhoria contínua da leitura inferencial, seja quando o objeto ou os textos trabalhados forem mais abertos ou passíveis de discussão, indicando lacunas ou erros de procedimentos, seja quando as análises forem mais formais, como o levantamento de dados apresentados em gráficos e tabelas.

• Uso do pensamento computacional

Crianças, adolescentes e jovens estão utilizando os meios digitais para se comunicar, informar e entreter, tornando a formação cultural e a socialização processos cada vez mais influenciados pela tecnologia em constante e acelerada transformação, com difusão e abrangência social. Essa realidade é considerada nos quatro volumes desta coleção por meio de propostas de atividades e orientações pedagógicas direcionadas às novas fórmas de aprendizagem e sociabilidade mediadas pelas interações tecnológicas, que modificam a maneira de pensar dos estudantes.

Nas discussões educacionais, um dos desdobramentos dessa realidade refere-se ao pensamento computacional e como suas noções, para além da argumentação e da leitura inferencial, poderiam contribuir para aprimorar processos cognitivos dos estudantes. O pensamento computacional (pê cê) pode ser considerado uma metodologia que:

reticências se adquire aprendendo conceitos da Ciência da Computação e, portanto, não se caracteriza como uma disciplina por si. Entretanto, como metodologia, pode e deve ser utilizado, de maneira interdisciplinar, em qualquer outra disciplina.

Acima de tudo, o pê cê não pode ser confundido com Informática, que necessariamente envolve máquinas e a execução de programas. Ou seja, o estudo e a utilização do pê cê não necessariamente envolvem máquinas reticências O Pensamento Computacional envolve identificar um problema (que pode ser complexo) e quebrá-lo em pedaços menores de mais fácil análise, compreensão e solução (decomposição). Cada um desses problemas menores pode ser analisado individualmente em profundidade, identificando problemas parecidos que já foram solucionados anteriormente (reconhecimento de padrões), focando apenas nos detalhes que são importantes, enquanto informações irrelevantes são ignoradas (abstração). Passos ou regras simples podem ser criados para resolver cada um dos subproblemas encontrados (algoritmos ou passos). Os passos ou regras podem ser utilizados para criar um código ou programa, que pode ser compreendido por sistemas computacionais e, consequentemente, utilizado na resolução de problemas complexos, independentemente da carreira profissional que o estudante deseje seguir”24nota de rodapé .

Deve-se registrar, portanto, que o pensamento computacional não está relacionado necessariamente ao uso de tecnologias ou de máquinas. O principal objetivo do pensamento computacional é a introdução de uma metodologia de encadeamento em etapas do processo cognitivo, com foco em raciocinar e oferecer resoluções de problemas. Identificado o problema observado, a aplicação das noções do pensamento computacional ajuda a criar passos para se encontrar as respostas por meio da decomposição, reconhecimento e abstração das informações que devem ser aproveitadas e/ou descartadas. Uma vez concluídas essas etapas, espera-se que os estudantes possam construir e articular uma síntese sobre aquilo que foi observado.

Recentemente, o uso do pensamento computacional não tem se limitado apenas às práticas e metodologias destinadas aos laboratórios de universidades ou centros de pesquisa, mas também como uma fórma de engajamento pedagógico no contexto escolar. Nesse meio de formação, sociabilidade e aprendizado, em que a dinâmica coletiva favorece a discussão e o trabalho colaborativo, pode-se implementar meios para que o pensamento computacional seja desenvolvido. A Bê êne cê cê incorporou e preconiza o pensamento computacional como uma orientação para o estímulo ao raciocínio lógico e dedutivo com o objetivo de solucionar problemas no contexto das transformações induzidas pelas tecnologias, mundo e culturas digitais, como segue:

“pensamento computacional: envolve as capacidades de compreender, analisar, definir, modelar, resolver, comparar e automatizar problemas e suas soluções, de fórma metódica e sistemática, por meio do desenvolvimento de algoritmos [entendidos como regras e procedimentos lógicos aplicáveis a problemas de mesma natureza]”25nota de rodapé .

Além de estimular o raciocínio lógico, o pensamento computacional é uma técnica de caráter interdisciplinar e transversal, passível de ser utilizado para resolução de problemas em qualquer componente curricular, preparando melhor os estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental para transitar rumo às complexidades do Ensino Médio. O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Claudio F. André (2018), em artigo sobre a aplicação do pensamento computacional nas estratégias de ensino-aprendizagem, reúne alguns dos principais conceitos sobre esse assunto e reforça que o seu principal propósito é desenvolver competências para o aperfeiçoamento do raciocínio, aprendizado e compreensão do mundo. Para esse autor, o pensamento computacional possibilita o desenvolvimento da autonomia do aluno, tanto nas suas fórmas de pensar como nas fórmas de agir:

“Podemos, dessa fórma, entender que o aluno se torna sujeito de sua aprendizagem quando é dele o movimento de dar novos significados ao mundo, o que pode ser entendido como construir explicações norteadas pelo pensamento computacional. Nas atividades propostas na escola consideramos sempre que a melhoria da aprendizagem dos alunos passa pelo pensamento computacional. Devemos então considerar atividades práticas como situações que possibilitem aprendizagem significativa dando condições para que os alunos possam:

á formular questões acerca de sua realidade e dos fenômenos que vivenciam;

b) elaborar hipóteses sobre essa realidade e esses fenômenos e testá-las, orientando-se por procedimentos planejados;

c) interagir com seus colegas em um ambiente coletivo e propício ao debate de ideias e ao desenvolvimento da capacidade de argumentação através do confronto de suas opiniões”26nota de rodapé .

Embora o pensamento computacional seja associado diretamente com a Matemática, quando analisado como uma metodologia cujas noções básicas extrapolam esse componente curricular e em sua possibilidade de mobilizar temas transversais de fórma encadeada, lógica e interacional, ele também pode ser trabalhado nos demais componentes curriculares e áreas de conhecimento da Educação Básica. Ao proporcionar benefícios educacionais individuais e coletivos aos estudantes, que terão efeitos de longo prazo, igualmente possibilita o uso e o exercício da lógica e do senso crítico que favorecem não somente a sistematização de informações e a análise, mas também a construção de seus projetos de vida.

• Interdisciplinaridade, contextualização e transversalidade

Em cada volume da coleção, o professor encontrará seções didático-pedagógicas e orientações específicas voltadas para incentivar a interdisciplinaridade, a contextualização e a transversalidade na abordagem dos conteúdos. Isso se deve ao fato de considerarmos essencial a atenção a esses princípios pedagógicos como também, para além do livro didático, a implementação deles em práticas de sistemas ou redes de ensino e das instituições escolares.

Esses princípios pedagógicos, que devem ser constantes em todo o currículo, estão previstos na Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê), documento normativo que, baseado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (éle dê bê, Lei nº 9 394/1996)27nota de rodapé e nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (dê cê êne)28nota de rodapé , reconhece que eles colaboram para que a educação tenha um “compromisso com a formação e o desenvolvimento humano global, em suas dimensões intelectual, física, afetiva, social, ética, moral e simbólica”29nota de rodapé .

Interdisciplinaridade

A interdisciplinaridade constitui um dos desafios mais importantes no contexto da educação. Consiste em levar em conta a inter-relação e a influência entre os diferentes campos de conhecimento, questionando a visão compartimentada ou disciplinar predominante em muitas escolas.

No contexto escolar, consideramos que trabalhos em perspectiva interdisciplinar estimulam a adoção de estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas entre o professor de Geografia e a equipe escolar com a qual atua, além de fortalecerem o compromisso da Educação com a formação e o desenvolvimento integral dos alunos.

Possibilidades de trabalhos interdisciplinares podem ocorrer por meio da ação simultânea dos professores de dois ou mais componentes em torno de uma temática comum; da articulação dos currículos em torno de uma investigação ou um tema; ou ainda, como alguns pesquisadores defendem, organizando estudos em projetos e abolindo as fronteiras rígidas entre as disciplinas30nota de rodapé .

Por essas razões, a proposta didático-pedagógica da coleção incorpora e expressa forte preocupação com a interdisciplinaridade. Nos quatro volumes da coleção, possibilidades de articulação ou de diálogo entre a Geografia e outros componentes curriculares (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Arte e Educação Física) surgem no decorrer das unidades, associadas à abordagem de vários conteúdos, temas e conceitos. Em particular, mas não exclusivamente, isso ocorre nas seções Cruzando saberes e Desembarque em outras linguagens.

Para fins de orientação do trabalho docente, as orientações específicas do Manual do Professor indicam possibilidades de abordagem integrada e pontos de contato entre conteúdos e temas da coleção com outros componentes curriculares.

Para que isso seja realizado, sugerimos ao professor manter e estimular um intercâmbio de ideias com professores de outras áreas, com o intuito de desenvolver trabalhos conjuntos para que conhecimentos e aprendizagens sejam aprofundados e compartilhados – e não compartimentados – pelo diálogo integrado dos saberes. Isso pode ser realizado por meio de reuniões periódicas de planejamento, nas quais cada professor poderá explicitar os objetivos de aprendizagem, as competências e as habilidades a serem desenvolvidos em sua área de conhecimento e componente curricular e, em seguida, avaliar com os demais professores as possibilidades de projetos didático-pedagógicos comuns a serem planejados e realizados.

Essa orientação, por meio de várias experiências vividas e relatadas por educadores, tem demonstrado sua validade, uma vez que o professor de Geografia, justamente por lidar com um componente curricular fundamentalmente interdisciplinar, pode desempenhar o papel de integrador das contribuições provenientes das diversas áreas de conhecimento, orientando trabalhos e projetos didático-pedagógicos significativos, inter-relacionados no contexto escolar.

Certamente, projetos ou iniciativas de cunho interdisciplinar na sala ajudam a conferir mais dinamismo e atratividade às aulas de Geografia, além de, no plano da formação humana integral do aluno, favorecer o alargamento de seus horizontes científicos e culturais. Em relação ao ensino, também contribuem para superar o modelo analítico – divisão do todo em suas partes constitutivas –, que fragmenta o conhecimento em disciplinas estanques, que não dialogam entre si.

Contextualização para a vida do aluno

Na coleção, esse princípio pedagógico é trabalhado na seção No seu contexto, nas atividades orais sistemáticas e nas subseções Contextualize e Viaje sem preconceitos. Vale ressaltar a importância de desenvolvê-lo em redes de ensino e instituições escolares, que podem criar e aperfeiçoar, para além do livro didático, materiais de apoio e práticas para tal fim.

Em sentido amplo, esse princípio busca assegurar o estabelecimento de relações entre os conteúdos dos componentes curriculares e experiências da realidade, da vida social ou do contexto do aluno, tornando-os “significativos, com base na realidade do lugar e do tempo nos quais as aprendizagens estão situadas”31nota de rodapé .

Nessa perspectiva, para que esse princípio seja praticado, é imprescindível relacionar os conhecimentos com a vida, em oposição a metodologias pouco ou nada ativas e sem significado para os estudantes, superando o caráter expositivo e “transmissivista” em sala de aula, que nem sempre permite “favorecer a participação ativa de alunos com habilidades, experiências de vida e interesses muito diferentes”32nota de rodapé , ou mesmo inseri-los em situações de vida real, de fazer e de elaborar aprendizagens que sejam relevantes e socialmente significativas. A contextualização é, assim, de fundamental importância para o próprio processo de aprendizagem, integrando a teoria à vivência de temas da realidade do aluno e de sua comunidade.

Transversalidade: educação em valores e temas contemporâneos transversais

Em sua origem, tema transversal corresponde a conteúdos curriculares importantes que devem ser tratados transversalmente pelos componentes curriculares, ou seja, não ensinados e aprendidos em apenas um deles, e que podem “enriquecer o currículo sem sobrecarregá-lo, por meio da introdução de tópicos

adicionais de ensino; além de facilitar o pensamento interdisciplinar e a aprendizagem colaborativa”33nota de rodapé . No Brasil, esse conceito se disseminou com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (pê cê êne), um conjunto de volumes preparados em 1997 pela Secretaria de Educação Básica (sébi) do Ministério da Educação (Méqui), dedicados a cada componente curricular, e também outros cinco cadernos que abordavam os temas transversais saúde, pluralidade cultural, meio ambiente, orientação sexual e ética.

Mais recentemente, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (dê cê êne):

“A transversalidade é entendida como uma fórma de organizar o trabalho didático-pedagógico em que temas, eixos temáticos são integrados às disciplinas, às áreas ditas convencionais de fórma a estarem presentes em todas elas. A transversalidade difere-se da interdisciplinaridade e complementam-se; ambas rejeitam a concepção de conhecimento que toma a realidade como algo estável, pronto e acabado. A primeira se refere à dimensão didático-pedagógica e a segunda, à abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento. A transversalidade orienta para a necessidade de se instituir, na prática educativa, uma analogia entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real (aprender na realidade e da realidade). Dentro de uma compreensão interdisciplinar do conhecimento, a transversalidade tem significado, sendo uma proposta didática que possibilita o tratamento dos conhecimentos escolares de fórma integrada. reticências34nota de rodapé .

Nos dias atuais, de acordo com a Bê êne cê cê, integrar temas e eixos temáticos aos componentes curriculares e às propostas pedagógicas, de modo que estejam presentes em todos eles e com o objetivo de propiciar ao aluno “aprender na realidade e da realidade”, implica neles incorporar a abordagem dos chamados temas contemporâneos transversais (tê cê tês)35nota de rodapé . Esses temas dizem respeito a questões de urgência social, que afetam a vida humana em escala local, regional e global, e estão orientados por princípios éticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática, sustentável, inclusiva e solidária. Podem ser agrupados em seis conjuntos:

Temas contemporâneos transversais (tê cê tês) propostos pela Bê êne cê cê

Esquema. Temas contemporâneos transversais propostos pela Base Nacional Comum Curricular.
No centro, um retângulo verde com o texto: TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANVERSAIS NA Base Nacional Comum Curricular. 
Ao redor, diversos retângulos amarelos com as informações: 
MEIO AMBIENTE: Educação ambiental. Educação para o consumo. 
ECONOMIA: Trabalho. Educação financeira. Educação fiscal. 
SAÚDE: Saúde. Educação alimentar e nutricional. 
CIDADANIA E CIVISMO: Vida familiar e social. Educação para o trânsito. Educação em direitos humanos. Direitos da criança e do adolescente. Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso. 
MULTICULTURALISMO: Diversidade cultural. Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras. 
CIÊNCIA E TECNOLOGIA: Ciência e tecnologia.

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Temas contemporâneos transversais na Bê êne cê cê: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília: Méqui, 2019. página 13. Disponível em: https://oeds.link/Mp6RcA. Acesso em: 11 abril 2022.

Vistos em conjunto, esses temas, a serem trabalhados de fórma transversal, contribuem para a educação em valores, de modo que o aluno conheça e se posicione diante de questões relevantes para a sociedade. Permitem desenvolver valores éticos universais, que têm como princípio a dignidade do ser humano, a igualdade de direitos e a corresponsabilidade social.

A proposta pedagógica da coleção incorpora os tê cê tês na abordagem da Geografia, no decorrer das unidades dos livros. Reforça o incentivo ao trabalho transversal e contextualizado com esses temas por meio de sugestões que surgem nas orientações específicas do Manual do Professor, para indicar quando e onde, no Livro do Estudante, seria possível aprofundar o trabalho com eles. Nos volumes da coleção, além de algumas abordagens, questões e atividades propostas que permitem trabalhá-los, eles são contemplados na seção Cruzando saberes, como também na seção Rotas e encontros e na subseção Viaje sem preconceitos, que buscam incentivar mais especificamente o trabalho com a pluralidade cultural e o combate aos preconceitos.

• Protagonismo do aluno no processo de aprendizagem

Outro princípio pedagógico norteador desta coleção é o protagonismo do aluno no processo de aprendizagem. Os recursos didático-pedagógicos dos livros, que serão apresentados adiante, compõem um conjunto de atividades diversas que buscam estimular esse princípio, que abrange aprendizagens diferenciadas e complementares.

Uma delas consiste na aprendizagem baseada em pesquisa, ou seja, oferecer oportunidades para que o aluno exercite seu protagonismo ao construir o próprio entendimento da complexidade do mundo natural e social a seu redor por meio da investigação de questão, problema ou conceito relevante. Sob essa perspectiva, a seção Mochila de ferramentas oferece oportunidades para aproximar o aluno de processos, práticas e procedimentos de análise e investigação, com propostas de atividades que estimulam observação, curiosidade, experimentação, interpretação, análise, discussões de resultados, criatividade, síntese, registros e comunicação. De maneira adicional, no Livro do Estudante, na seção Atividades dos percursos, e nas atividades complementares da parte específica do Manual do Professor, sempre que oportuno são propostas temáticas com vistas a desenvolver noções introdutórias de práticas de pesquisa (revisão bibliográfica, análise documental, construção e uso de questionários, estudo de recepção, observação, tomada de nota e construção de relatórios, entrevistas e análise de mídias sociais).

Visando exercitar a autonomia e ampliar a pesquisa e o repertório cultural e científico do aluno, o protagonismo também é estimulado por meio das seções Quem lê viaja mais, Pausa para o cinema e Navegar é preciso, que apresentam, respectivamente, sugestões de livros, filmes, documentários, sites e podcasts que ampliam e enriquecem os conteúdos temáticos tratados no livro didático. E, sempre que oportuno, por meio do boxe No seu contexto, o protagonismo do aluno também é estimulado por meio de atividades que incentivam pesquisas e visitas a espaços extraescolares que favoreçam o processo de ensino-aprendizagem.

De maneira complementar, entendemos que desenvolver o protagonismo do aluno também envolve colocar em marcha a aprendizagem baseada em problemas, isto é, desafiá-lo, de fórma experimental e focada em questões, dúvidas, polêmicas e incertezas associadas aos conteúdos temáticos desenvolvidos em sala de aula, levando-o a investigar, raciocinar e refletir sobre várias perspectivas possíveis para solucionar problemas complexos significativos, autênticos e relevantes para sua vida e sua aprendizagem. Nesta coleção, subseções didático-pedagógicas como Argumente, Contextualize e Viaje sem preconceitos buscam propiciar a mobilização dessa orientação no processo de ensino-aprendizagem, pois oportunizam em várias de suas ocorrências o desenvolvimento da autonomia de pensamento, do raciocínio crítico e da capacidade de argumentar do estudante.

Outra aprendizagem essencial para desenvolver o protagonismo dos estudantes requer torná-los capazes de produzir análises críticas, criativas e propositivas. Todavia, para que isso seja possível e aconteça de maneira efetiva, cabe ao professor estar atento aos diferentes perfis sociais e comportamentais dos estudantes. É importante implementar estratégias didáticas direcionadas para o exercício da argumentação e para a análise de temáticas e problemas valorizando cada indivíduo em sua singularidade vivencial e cultural, o que demanda o uso de linguagens, recursos e estratégias de aprendizagem adequados e, sobretudo, diversificados, a fim de despertar o interesse e o engajamento dos estudantes de diferentes perfis no processo de ensino-aprendizagem.

Há que se destacar, ainda, a aprendizagem social e emocional e sua importância no desenvolvimento do protagonismo do aluno, propiciando estratégias e situações de aprendizagem que permitam articulá-la aos conteúdos temáticos, objetos de conhecimento e habilidades. Isso requer que conteúdos, informações, conceitos e atividades trabalhados no componente curricular Geografia não sejam um objetivo em si mesmos, mas que se faça deles oportunidades para motivar e orientar o aluno a aprender a lidar com sentimentos e relações com outros, reconhecer emoções e manter relações positivas, como empatia, desenvolver resiliência, gerir situações desafiadoras e conflitantes, tomar decisões apropriadas e responsáveis, além de cuidar de outras pessoas e respeitá-las. Isso é ainda mais relevante quando se considera que os sentimentos não só interferem na capacidade de resolução de problemas de um indivíduo, como também são essenciais para que ele os resolva.

Por fim, cabe dizer que incentivar o protagonismo do aluno requer o apoio intencional e planejado do professor, com o intuito de mobilizar essas aprendizagens, assumindo o papel de mediador que as trabalha de modo articulado aos conteúdos temáticos, às competências gerais, específicas e habilidades do componente curricular Geografia.

• O combate à intimidação sistemática

Conflitos e desentendimentos costumam fazer parte da rotina do contexto escolar. Muitas vezes, as desavenças acabam resultando em situações de violência, seja ela física ou verbal, que desafiam a construção de um ambiente de convivência equilibrado e harmônico, no qual as diferenças coexistem e são respeitadas. As práticas intimidatórias cotidianas nas escolas e suas extensões, e em outros espaços de relações interpessoais, são conhecidas como bullying, que por definição é o conjunto de ações violentas, agressões físicas e intimidações psicológicas, praticadas e dirigidas de fórma contínua contra uma pessoa por um ou mais indivíduos.

De modo geral, o bullying é concebido equivocadamente como parte do desenvolvimento da criança e do adolescente, mas o resultado muitas vezes são marcas de longo prazo e profunda insegurança física e emocional produzida em suas vítimas.

No Brasil, a Lei nº 13 185, de 6 de novembro de 2015, instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), legislação que enquadra e tipifica a prática do bullying como sendo:

um – verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente;

dois – moral: difamar, caluniar, disseminar rumores;

três – sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

quatro – social: ignorar, isolar e excluir;

cinco – psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar;

seis – físico: socar, chutar, bater;

sete – material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;

oito – virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social”36nota de rodapé .

O bullying abrange todas essas categorias de comportamento agressivo listadas, e o principal objetivo ao praticá-lo é causar desconforto a alguém e reafirmar uma relação de desequilíbrio entre a vítima e o perpetrador. O desequilíbrio pode ser a diferença de idade, estrutura física, assimetria no desenvolvimento emocional, altura, apoio moral e tipo de exposição social.

É importante que os profissionais escolares e os responsáveis pelos estudantes se informem e discutam o bullying e suas práticas, para que estejam atentos e mais capacitados para identificarem sinais de agressões físicas ou psicológicas dirigidas aos seus filhos/estudantes, mobilizando-se contra elas. Na cartilha Bullying não é brincadeira, a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude do Ministério Público da Paraíba apresenta atitudes e comportamentos de crianças e adolescentes que podem representar sinais sobre a ocorrência de práticas intimidatórias, como:

  • “Não querer ir à escola
  • Sentir-se mal perto da hora de sair de casa
  • Pedir para trocar de escola constantemente
  • Voltar da escola com roupas ou livros rasgados
  • Apresentar baixo rendimento escolar
  • Abandono dos estudos
  • Isolamento”37nota de rodapé .

Para além dos indícios apresentados, existem outros que as vítimas de bullying podem apresentar, de ordem emocional ou física, como: depressão, agressividade, autodestruição, sentimento de vingança, baixa autoestima, ansiedade, medo e dificuldades de relacionamento interpessoal.

Quanto a identificar possíveis causadores do bullying, é importante observar comportamentos que são geralmente recorrentes naqueles que o praticam:

“Na escola os bullies (agressores) fazem brincadeiras de mau gosto, gozações, colocam apelidos pejorativos, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns alunos. Furtam ou roubam dinheiro, lanches e pertences de outros estudantes. Costumam ser populares na escola e estão sempre enturmados. Divertem-se à custa do sofrimento alheio.

No ambiente doméstico, mantêm atitudes desafiadoras e agressivas em relação aos familiares. São arrogantes no agir, no falar e no vestir, demonstrando superioridade. Manipulam pessoas para se safar das confusões em que se envolveram. Costumam voltar da escola com objetos ou dinheiro que não possuíam. Muitos agressores mentem, de fórma convincente, e negam as reclamações da escola, dos irmãos ou dos empregados domésticos”38nota de rodapé .

No tocante à ocorrência do bullying nas escolas brasileiras, em 2019 o í bê gê É divulgou a publicação intitulada Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Nela são apresentados dados preocupantes sobre o problema. Na totalidade dos estudantes, 12% deles relataram ter praticado algum tipo de bullying contra colegas. Esse grupo – formado em maior proporção por estudantes do sexo masculino (14,6%) do que do feminino (9,5%) e por alunos de escolas privadas (13,5%) do que entre as públicas (11,8%) – contrasta com outro grupo, formado por cêrca de 23% de estudantes que revelaram ter sido vítimas de algum tipo de bullying praticado por colegas escolares (observe o gráfico).

Brasil: percentual de escolares de 13 a 17 anos, por posição assumida na efetivação da prática de bullying, segundo o sexo e a dependência administrativa da escola – 2019

Gráfico de colunas. Brasil: percentual de escolares de 13 a 17 anos, por posição assumida na efetivação da prática de bullying, segundo o sexo e a dependência administrativa da escola, em 2019. 
Total de escolares assumidos como vítimas: 23 por cento. Total de escolares assumidos como causadores na efetivação da prática de bullying: 12 por cento. 
Escolares homens assumidos como vítimas: 19,5 por cento. Escolares homens assumidos como causadores: 14,6 por cento. 
Escolares mulheres assumidas como vítimas: 26,5 por cento. Escolares mulheres assumidas como causadoras: 9,5 por cento. 
Escolares de escola pública assumidos como vítimas: 23,0 por cento. Escolares de escola pública assumidos como causadores: 11,8 por cento. 
Escolares de escola privada assumidos como vítimas: 22,9 por cento; escolares de escola privada assumidos como causadores: 13,5 por cento. 
Gráfico de colunas. Brasil: percentual de escolares de 13 a 17 anos, por posição assumida na efetivação da prática de bullying, segundo o sexo e a dependência administrativa da escola, em 2019. 
Total de escolares assumidos como vítimas: 23 por cento. Total de escolares assumidos como causadores na efetivação da prática de bullying: 12 por cento. 
Escolares homens assumidos como vítimas: 19,5 por cento. Escolares homens assumidos como causadores: 14,6 por cento. 
Escolares mulheres assumidas como vítimas: 26,5 por cento. Escolares mulheres assumidas como causadoras: 9,5 por cento. 
Escolares de escola pública assumidos como vítimas: 23,0 por cento. Escolares de escola pública assumidos como causadores: 11,8 por cento. 
Escolares de escola privada assumidos como vítimas: 22,9 por cento; escolares de escola privada assumidos como causadores: 13,5 por cento.

Fonte: í bê gê É. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2019. Rio de Janeiro: í bê gê É (Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais), 2021. página 41.

Nos últimos anos, com a ascensão das redes sociais e o alcance e a capilaridade social delas por meio dos dispositivos eletrônicos na vida social em geral e, em particular, na dos estudantes e contexto escolar, o bullying passou a ser praticado também em meio virtual. O unicéfi define o cyberbullying como:

reticências o bullying realizado por meio das tecnologias digitais. Pode ocorrer nas mídias sociais, plataformas de mensagens, plataformas de jogos e celulares. É o comportamento repetido, com intuito de assustar, enfurecer ou envergonhar aqueles que são vítimas. Exemplos incluem: espalhar mentiras ou compartilhar fotos constrangedoras de alguém nas mídias sociais; enviar mensagens ou ameaças que humilham pelas plataformas de mensagens; se passar por outra pessoa e enviar mensagens maldosas aos outros em seu nome”39nota de rodapé .

De fato, as redes sociais são os principais repositórios de cyberbullying e por isso precisam de monitoramento dos responsáveis pelos estudantes e da própria comunidade escolar. Nelas também ocorre o cyberbullying em variadas fórmas de preconceitos e discriminação (racismo, homofobia, violência de gênero etcétera), que geralmente ganham maior exposição nos meios digitais, nos quais a ausência física acaba encorajando comportamentos desse tipo.

Com base no cenário atual e na frequência cada vez maior do bullying e do cyberbullying, esta coleção sugere algumas medidas preventivas e atividades que possam ser pedagógicas para uma conscientização mais ampla sobre suas consequências. A promoção de palestras, de debates, de rodas de conversa e de apresentações teatrais, musicais ou textuais sobre o tema, abertas a pais, funcionários e estudantes, é considerada uma ação de prevenção ao bullying que pode ser adotada com regularidade pela comunidade escolar.

Além dessas atividades pontuais, é importante que a escola tenha critérios e planejamento para identificar pontos focais de ocorrência de bullying e ter um plano de ação pronto para combatê-lo. Para isso é desejável que a escola consiga identificar a natureza do problema, que pode, entre outras, ser falta ou deficiência de comunicação não violenta, um ato de indisciplina isolado ou uma agressão recorrente, originadas dentro ou fóra do contexto escolar. Uma vez identificada a causa e o tipo de problema, é fundamental: apresentar propostas de resolução e apaziguamento de conflitos; discuti-los junto à comunidade escolar e extraescolar; quando possível e pertinente, por meio dos componentes curriculares, mobilizar projetos temáticos e multidisciplinares que priorizem a valorização das diferenças, o respeito e a solidariedade. Essas práticas contribuem para a criação e o fortalecimento de ambientes e projetos colaborativos com o objetivo de melhorar os canais e as fórmas de comunicação e a integração da comunidade. Quanto mais oportunidades de criação de laços, de comunicação e de acolhimento forem oferecidas, mais prováveis serão as chances de eliminar a prática do bullying no contexto escolar.

• Maior visibilidade às culturas juvenis

O conceito de cultura juvenil tem sido utilizado para diferenciar hábitos, comportamentos, valores e processos de socialização das comunidades de jovens no Brasil e em outros países. Essas comunidades não formam uma unidade coesa nem possuem fórmas de pensar homogêneas, e para que sejam compreendidas devem-se considerar suas particularidades geracionais, de classe, raça e gênero, e regionais que criam subculturas que se expressam de fórma distinta – individual e coletivamente –, a partir de diferentes estilos de vida.

No Brasil, país de dimensões continentais, com grandes desigualdades sociais e regionais, seria imprecisa qualquer compreensão sobre essa parcela da população baseada em ideias generalizantes sobre o que é ser jovem, pois esse grupo se reinventa continuamente, criando fórmas repentinas de sociabilidade. Podemos dizer que a juventude é uma categoria socialmente construída, uma fase temporal da vida, forjada em circunstâncias econômicas, sociais e políticas particulares à sua época. Quando analisada historicamente, nota-se que as tensões sociais provocam modificações nos indivíduos e coletividades que a compõem.

Observar as transformações da juventude e promover as culturas juvenis por meio de práticas pedagógicas que considerem suas linguagens e tendências é um papel importante da escola. Os quatro volumes da coleção foram elaborados considerando-se a diversidade dos estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental, com a incorporação de temáticas, atividades e diferentes abordagens de conteúdos com o propósito de contribuir para novas fórmas de aprendizagem que levem em conta diferentes interesses juvenis.

No contexto escolar, a troca de experiências e socialização entre jovens com diferentes perfis proporciona diversidade de referências e mícsses culturais. Ressaltando esse aspecto, em 2018 os pesquisadores Cleomar Gomes e Márcia Cristina Coffani, em artigo publicado na Revista Caminhos da Educação (Camine), observaram como a escola se tornou o ambiente referencial para o desenvolvimento das culturas juvenis e suas fórmas de sociabilidade:

“A organização da sociedade industrializada com a complexa divisão do trabalho gerou a organização de um sistema de ensino escolar, que assumiu a tarefa de treino profissional dos jovens. A escola, paulatinamente, se dissemina e se torna pública e obrigatória aos mais jovens. Há uma revisão da centralidade do trabalho e da família como fatores de socialização reticências, o que provoca mudanças no quadro de formação das ‘novas gerações’. O que releva que ‘a escola é um dos elementos fundantes do triunfo da modernidade’.

A organização da escola propicia que o jovem passe a conviver com outros jovens de sua idade. O que parece promover um estreitamento de relações interpessoais entre os jovens, que formam grupos culturais, tomando a feição de uma ‘microssociedade dos jovens’. Neste ‘espaço’ e ‘tempo’, os jovens se organizam e produzem culturas, com seus rituais, símbolos, regras de apresentação do corpo, estilos linguísticos, entre outros. Os jovens parecem tomar por referência às produções culturais das gerações antecessoras, como há também, um movimento de ressignificação e significação da herança cultural, que revela diferenças entre jovens e adultos, e levam à legitimidade da presença de muitas ‘culturas juvenis’ no ‘espaço’ da escola reticências.”40nota de rodapé

Compreende-se, assim, que a escola é uma instituição base da sociedade, com seus tempos e espaços próprios, na qual crianças e jovens estabelecem relações com colegas de faixa etária similar e de grande diversidade socioeconômica e cultural. Nesse contexto, os alunos se influenciam mutuamente ao mesmo tempo em que são influenciados pela institucionalidade a eles imposta – geralmente pelos programas escolares, conteúdos curriculares, professores, ambiente externo etcétera.

Cabe atentar que é na diversidade do contexto escolar que o jovem vivencia e expressa em boa parte as transformações em suas maneiras de pensar, em seu corpo e comportamentos, passando a se projetar diante da sociedade como sujeito ao adquirir maior discernimento sobre o conjunto de direitos e deveres, remodelando a sua identidade pessoal e social. Nesse sentido, além de ser o lugar de construção e convívio de culturas heterogêneas próprias da juventude, a escola também é o espaço de vivência por excelência para se colocar em marcha um processo de formação voltado para a construção de projetos de vida, além do desenvolvimento de competências e habilidades.

Nessa perspectiva mais ampla, as unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades da Geografia podem contribuir para ampliar a formação científica e cidadã dos estudantes, assim como os horizontes e reflexões sobre seus projetos de vida, sendo fundamental incorporar nesse processo o diálogo com a pluralidade das culturas juvenis. Esse componente curricular trabalha conceitos que contribuem para a melhor compreensão da realidade social pelos estudantes, em diferentes escalas de análise, e, de acordo com a Bê êne cê cê, a ele também é atribuído um papel relevante na construção de projetos de vida:

“Espera-se, assim, que o estudo da Geografia no Ensino Fundamental – Anos Finais possa contribuir para o delineamento do projeto de vida dos jovens alunos, de modo que eles compreendam a produção social do espaço e a transformação do espaço em território usado. Anseia-se, também, que entendam o papel do Estado-nação em um período histórico cuja inovação tecnológica é responsável por grandes transformações socioespaciais, acentuando ainda mais a necessidade de que possam conjecturar as alternativas de uso do território e as possibilidades de seus próprios projetos para o futuro. reticências41nota de rodapé .

Convém lembrar que os Anos Finais do Ensino Fundamental são uma etapa importante da Educação Básica, pois, para além de suas especificidades, também representa a transição para o Ensino Médio, etapa na qual são comuns e recorrentes cobranças e questionamentos sobre o futuro dos estudantes. Nesse novo momento da vida escolar e pessoal, eles ressignificam experiências, vivências e conhecimentos adquiridos e passam a refletir mais intensamente sobre seus projetos de vida, o que implica a construção de uma ideia de futuro e em avaliar seus possíveis desdobramentos. Sem dúvida, para que essa transição ocorra e projetos de vida sejam construídos com mais consciência, é importante a contribuição da Geografia e dos conhecimentos e a ampliação do repertório cultural que ela possibilita aos estudantes nos Anos Finais do Ensino Fundamental.

4. A proposta didático-pedagógica da coleção

A proposta didático-pedagógica da coleção envolve dois aspectos: a organização geral dos volumes, com o sequenciamento didático dos conteúdos e temas, e os recursos didático-pedagógicos dos livros. Vistos em conjunto, ambos oferecem condições para que o processo de ensino-aprendizagem, mediado pelo professor, ocorra articulado com a Bê êne cê cê, a abordagem teórico-metodológica e os princípios pedagógicos norteadores da coleção apresentados anteriormente.

• A organização geral dos volumes

No tocante à organização e distribuição dos conteúdos e temas, os volumes da coleção compõem-se de 8 unidades, cada uma com 4 percursos. Nos quadros seguintes, apresentamos a organização das unidades em cada volume da coleção.

Volume

Unidades

6º ano

1. Espaço, paisagem, lugar e território

2. Conhecimentos básicos de Cartografia

3. O planeta Terra e a circulação geral da atmosfera

4. Os climas e a vegetação natural

5. O escoamento superficial da água e o relevo continental

6. Os recursos hídricos e seus usos

7. Agropecuária

8. Indústria, sociedade, espaço e urbanização

Volume

Unidades

7º ano

1. O território brasileiro

2. A população brasileira

3. Brasil: industrialização, consumo e o espaço das redes

4. Região Norte

5. Região Nordeste

6. Região Sudeste

7. Região Sul

8. Região Centro-Oeste

Volume

Unidades

8º ano

1. Espaço mundial: diversidade e regionalização

2. População mundial, fluxos migratórios e problemas urbanos na América Latina

3. A ascensão dos Estados Unidos e da China no cenário internacional e os BRICS

4. América: regionalizações, meio natural e países desenvolvidos

5. América: países emergentes

6. América: economias com bases mineral e agropecuária

7. América: organizações, conflitos e integração

8. África: heranças, conflitos e diversidades

Volume

Unidades

9º ano

1. Mundo global: origens e desafios

2. Sociedade urbano-industrial, recursos naturais e fontes de energia

3. Europa: diversidade e integração

4. Rússia e CEI

5. Ásia: diversidade física e cultural e conflitos

6. Ásia: grandes economias

7. Oriente Médio

8. Oceania e Ártico

• Os recursos didático-pedagógicos dos livros

O livro didático deve conter recursos para auxiliar o professor em seu planejamento, proposta e desenvolvimento de curso, contribuindo para a dinâmica de suas aulas e para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra articulado com a construção de conhecimentos, de competências e de aprendizagens essenciais que, em âmbito pedagógico, consubstanciam os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.

A seguir são apresentadas as seções e subseções didático-pedagógicas que constituem os recursos da coleção. Com propósitos definidos, por meio delas procuramos subsidiar o trabalho do professor na sala de aula.

A maioria das seções é acompanhada por exercícios dirigidos que, entre outros objetivos, buscam desenvolver com os alunos princípios indissociáveis do processo de ensino-aprendizagem em Geografia: o trabalho com conhecimentos prévios; o repertório cultural e a comunicação por meio do uso de diferentes linguagens; o raciocínio geográfico e a multiescalaridade; a alfabetização cartográfica; o trabalho com conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais; o exercício do protagonismo social e da cidadania ativa; a argumentação e o pensamento científico, crítico e criativo que envolve capacidades de problematização, formulação de hipóteses, generalização e a resolução de problemas; a educação em valores e temas contemporâneos transversais, que favorece, inclusive, o trabalho com competências gerais como as relacionadas com responsabilidade e cidadania, empatia e cooperação, autoconhecimento e autocuidado, trabalho e projeto de vida; a interdisciplinaridade; e a contextualização no processo de aprendizagem.

Ícone. Abertura de unidade. Composto por uma placa verde com o texto: UNIDADE 1.

Abertura de unidade

A abertura da unidade é composta de recursos gráfico-visuais sobre os quais são propostas leitura e interpretação com o objetivo de permitir ao professor levantar conhecimentos prévios dos alunos e motivá-los a respeito dos assuntos que serão tratados nos quatro percursos da unidade. Com o mesmo objetivo, apresenta um texto introdutório sobre os conteúdos e temas que serão estudados, além da subseção Verifique sua bagagem.

Ícone. Boxe Verifique sua bagagem. Composto por uma placa amarela com um semáforo no centro.

Verifique sua bagagem

Introduz questões com o objetivo de promover e auxiliar na sondagem de conhecimentos prévios dos alunos, além de despertar o interesse deles sobre as temáticas abordadas ao longo da unidade. As questões buscam valorizar a vivência e as experiências dos alunos e seus referenciais prévios de conhecimentos, exercitam a leitura e interpretação de imagens da abertura e estimulam discussões sobre temas e conteúdos que serão tratados posteriormente.

Ícone. Percurso. Composto por uma placa amarela com o texto: PERCURSO 1.

Percurso

Todas as unidades são desenvolvidas em quatro percursos, que apresentam o texto principal com conteúdos e temas organizados de fórma clara, hierarquizados em títulos e subtítulos que facilitam o estudo e as aprendizagens, com linguagem e extensão adequadas à faixa etária a que se destinam. Para complementar e exemplificar o texto principal, também há mapas e outras fórmas de representação cartográfica, gráficos, tabelas, ilustrações, croquis, blocos-diagramas, fotografias, entre outros recursos.

Ícone. Seção Quem lê viaja mais. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa lendo.

Quem lê viaja mais

Com o objetivo de desenvolver o uso e o domínio de diferentes linguagens, ampliar o repertório cultural e também apresentar, de fórma contextualizada, sugestões para que os alunos acessem outras fontes de informações fóra dos limites do próprio livro didático, esta seção é encontrada sempre na coluna lateral do texto principal, e nela são sugeridos livros relacionados aos temas estudados. Os livros indicados são acessíveis e adequados à faixa etária à qual a coleção se destina, permitindo que o professor articule estudos dirigidos baseados em trechos dos textos ou os proponha como entretenimento ou ainda como aprofundamento do conteúdo. As indicações permitem desenvolver trabalhos com a área de Linguagens, sobretudo com o componente curricular Língua Portuguesa. Alguns títulos estão fóra de catálogo em editoras, mas podem ser encontrados em bibliotecas, em sites de venda de livros e até mesmo em sebos, quando existirem no espaço de vivência do aluno, o que possibilita visitas a eles, atitudes que devem ser desenvolvidas e estimuladas no processo de ensino-aprendizagem.

Ícone. Seção Pausa para o cinema. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa segurando uma câmera na altura dos olhos.

Pausa para o cinema

Posicionada ao longo dos percursos, na coluna lateral do texto principal, esta seção sugere filmes ficcionais e documentários com o mesmo propósito de desenvolver o uso e o domínio de diferentes linguagens, ampliar o repertório cultural e estimular o protagonismo do aluno para que acesse outras fontes de informações, inclusive em meios digitais, para além dos limites do próprio livro didático. Os filmes indicados passaram por seleção prévia, para evitar temáticas preconceituosas, violentas ou com cenas inapropriadas para a faixa etária à qual se destina a coleção.

Consideramos que o recurso audiovisual amplia o repertório cultural do aluno, como parte da valorização de diversas manifestações artísticas e culturais, além de apresentar grande potencial quando utilizado no ensino. Por isso, sugerimos que, após a exibição do filme ou documentário, seja realizado um debate sob a orientação do professor com a participação de todos os alunos, objetivando, ao menos: á a interpretação do que foi visto; b) a elaboração, em grupo ou individualmente, de um texto-resumo sobre a temática tratada. A respeito do assunto, sugerimos as seguintes leituras: NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula.quinta edição São Paulo: Contexto, 2019. 249 página; RODRIGUES, Rejane Cristina de Araújo; SANTANA, Fábio Tadeu de Macedo; Ertal, Leopoldo Carriello. Aprendendo com filmes: o cinema como recurso didático para o ensino de Geografia. Rio de Janeiro: Lamparina, 2013. 224 página

Ícone. Seção Navegar é preciso. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa sentada com as mãos sobre o teclado de um computador.

Navegar é preciso

Visando contribuir para que o aluno utilize tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), nesta seção, também posicionada na coluna lateral do texto principal, são sugeridos sites e alguns podcasts para consulta e pesquisa de informações complementares sobre os conteúdos abordados.

Ícone. Seção No seu contexto. Composto por uma placa amarela com o desenho de um binóculo no centro.

No seu contexto

Nos quatro volumes da coleção, esta seção se encontra ao longo dos percursos, na coluna lateral do texto principal, e propõe questões de resolução imediata, evitando a interrupção da aula. Por meio dela, são oferecidas possibilidades para o aluno articular os conhecimentos e aprendizagens adquiridos e em formação com seus espaços de vivência, suas experiências da realidade, vida e contexto sociocultural, tornando-os significativos (objetivo também trabalhado na subseção Contextualize explicada adiante). Quando oportuno, são também propostas articulações dos conteúdos estudados com competências e temas contemporâneos transversais.

Nos volumes do 8º e 9º anos, dedicados ao estudo do espaço mundial, a seção também possibilita associar os conteúdos trabalhados ao contexto brasileiro, motivando o aluno a articular o geral e o particular e a trabalhar com diferentes escalas de análise e com princípios do raciocínio geográfico, tais como analogia, conexão e diferenciação.

Por meio de questões que convidam o aluno a relacionar os conteúdos estudados com a realidade e os espaços de vivência imediata ou locais e/ou escala nacional, é oferecida a oportunidade aos professores e alunos para um ensino-aprendizagem mais significativo e emancipador, voltado para o incentivo ao protagonismo do aluno, abrindo possibilidades para o desenvolvimento do pensamento crítico e da autonomia.

Ícone. Glossário. Composto por uma placa amarela com o desenho de um livro fechado com uma interrogação na capa.

Glossário

Encontrada na coluna lateral do texto principal dos percursos ou nas diferentes seções, esta seção apresenta o significado de termos pouco comuns ou provavelmente desconhecidos para os alunos. Visa contribuir tanto para o enriquecimento do vocabulário do aluno como para o esclarecimento sobre conceitos importantes. Para o professor, além das definições apresentadas nas orientações específicas de cada volume, sugerimos a busca de glossários em sites de universidades e outros órgãos, para a constituição de um glossário adequado a cada nível de ensino; por exemplo, com as palavras-chave glossário de Geografia e glossário de Geologia, entre outras.

Grafismo composto de uma linha laranja com um losango na ponta indicando atividades orais sistemáticas.

Atividades orais sistemáticas

As atividades orais sistemáticas acompanham elementos gráficos dos percursos (mapas, fotografias, esquemas, imagens de satélite, blocos-diagramas, gráficos, tabelas, ilustrações etcétera), por meio de questões com enunciados simples e diretos que convidam o aluno à observação e

ao debate, favorecendo a dinamização das aulas e, no caso dos mapas, a alfabetização cartográfica. Por meio desse recurso, espera-se contribuir para que ele desenvolva aprendizagens relacionadas à leitura e à interpretação das linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, o que auxilia o desenvolvimento do pensamento espacial e a ampliação da produção de sentidos na leitura de mundo. Embora a aplicação e as respostas dessas atividades sejam propostas na fórma oral, a critério do professor também poderão ser realizadas na fórma escrita pelos alunos, em sala de aula ou fóra dela.

Ícone. Seção Cruzando saberes. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa atravessando na faixa de pedestres.

Cruzando saberes

Com ocorrências ao longo das unidades, Cruzando saberes apresenta textos de terceiros, extraídos de revistas, jornais, livros e sites, possibilitando ao aluno o contato com estilos argumentativos, vocabulário e gêneros textuais diferentes do texto principal. Em algumas ocorrências, a seção ainda complementa os conteúdos dos percursos por meio de textos de autoria própria e ilustrações, buscando proporcionar maior visibilidade e motivação para que o professor desenvolva a abordagem interdisciplinar e o trabalho transversal por meio de temas contemporâneos transversais.

As abordagens variam no decorrer da coleção, mas estão sempre vinculadas a pelo menos um dos objetivos a seguir:

  • tratar dos aspectos históricos de determinado tema, com textos e atividades que buscam reforçar as relações entre espaço geográfico e tempo histórico, possibilitando diálogos ou relações entre a Geografia e o componente curricular História.
  • levar o aluno a refletir sobre o papel da ciência, da tecnologia e da inovação para o desenvolvimento das sociedades e, em muitas ocorrências, permitir diálogos entre a Geografia e o componente curricular Ciências.
  • propor a leitura e a interpretação de textos que, com as atividades, possibilitam levar o aluno a exercitar a responsabilidade, a cidadania ativa e o protagonismo social, motivando-o a conhecer, refletir e assumir posições diante de problemas, discutindo medidas e soluções com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Em algumas ocorrências da seção, possibilita diálogos interdisciplinares com outros componentes curriculares.
  • abordar temas sociais e ambientais com o propósito de desenvolver a compreensão das relações entre sociedade, espaço geográfico e meio ambiente, a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza, incentivando o trabalho com temas contemporâneos transversais e, em alguns casos, com a interdisciplinaridade.

A seção Cruzando saberes pode ser trabalhada de diferentes maneiras: para desenvolver e aprimorar o uso e o domínio de diferentes linguagens, como material para realização de seminários e discussões de conteúdos e temas, para exercitar a capacidade dos alunos no estabelecimento de relações entre seus textos e os conteúdos e temas estudados nos percursos.

Além disso, a seção é acompanhada por atividades que podem ser respondidas por escrito ou oralmente e que se subdividem em quatro subseções que trabalham diversos aspectos. Observe o quadro a seguir.

Subseções das atividades:

  • Interprete: subseção que promove a competência leitora, levando o aluno a relacionar informações dos textos.
  • Argumente: desenvolve o senso crítico e a capacidade de o aluno argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis; propor soluções individuais ou coletivas às situações-problema; problematizar, formular e defender hipóteses e ideias por meio de afirmação argumentativa, inferências e confronto de pontos de vista com base nos assuntos abordados.
  • Contextualize: articula os temas abordados ao contexto do aluno, promovendo responsabilidade, valores, o protagonismo social e a cidadania ativa e, sempre que oportuno, levando-o a refletir sobre as dimensões do autoconhecimento e autocuidado e da empatia e cooperação.
  • Viaje sem preconceitos: suscita reflexão e debate sobre diversos tipos de preconceito, como condições econômico-sociais, étnicas, de gênero etcétera, e sobre atitudes individuais e coletivas para combatê-los com base no respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade.
Ícone. Seção Rotas e encontros. Composto por uma placa amarela com o desenho de duas mãos se cumprimentando.

Rotas e encontros

Esta seção apresenta aspectos de pessoas, comunidades, povos e grupos sociais e culturais, no Brasil e no mundo, que vivenciam os problemas tratados pela Geografia, privilegiando a diversidade étnico-cultural. Também possibilita conhecer lugares diferentes, que tenham significado religioso, cultural, arquitetônico, científico etcétera, com o objetivo de ampliar os horizontes e o repertório cultural dos alunos e, em muitos casos, refletir e desconstruir estereótipos sobre lugares, países, sociedades e povos.

Propõe, assim, uma reflexão sobre a importância da diversidade e do respeito à diferença. Também tem o propósito de colocar o aluno em contato com as linguagens e narrativas de protagonistas sociais e viajantes, o que favorece sua aproximação e sensibilização em relação às experiências ou problemas por eles vividos. Desse modo, a seção Rotas e encontros visa contrabalançar a abordagem descritiva e conceitual muitas vezes praticada em sala de aula no tratamento de conhecimentos e informações geográficos, concedendo ênfase às pessoas, suas culturas e locais de origem. Embora propicie o trabalho mais direto com o tema contemporâneo transversal Diversidade Cultural, em algumas ocorrências desta seção, sempre que pertinente, também há possibilidades de trabalho com outros temas e interdisciplinaridade com outros componentes curriculares.

Esta seção também é acompanhada pelas subseções Interprete, Argumente, Contextualize e Viaje sem preconceitos, conforme a pertinência dos assuntos.

Ícone. Seção Mochila de ferramentas. Composto por uma placa amarela com a silhueta de uma pessoa em pé com uma mochila grande nas costas, segurando uma vara.

Mochila de ferramentas

Composta de passos didáticos e atividades que podem ser de interpretação, argumentação e preferencialmente procedimentais, um dos objetivos desta seção é ensinar e exercitar com o aluno técnicas de estudo e pesquisa que permitam aprimorar o trabalho individual ou em grupo acerca de temáticas propostas nos percursos. Essas técnicas, inclusive, poderão auxiliá-lo no estudo de outros componentes curriculares, favorecendo o desenvolvimento da autonomia e aprendizagens sobre maneiras diferentes e complementares para se organizar e sistematizar conhecimentos.

Além disso, esta seção propõe o trabalho com procedimentos específicos da Geografia, relacionados com os conteúdos estudados nos percursos nos quais ocorrem, favorecendo o desenvolvimento de objetos de conhecimento e habilidades desse componente curricular. Entre outros exemplos, nesta seção desenvolvem-se a leitura, a interpretação e a elaboração de diferentes fórmas de representação relacionadas ao pensamento espacial, como anamorfose, perfil de vegetação, mapa de fluxos etcétera

Ícone. Seção Atividades dos percursos. Composto por uma placa amarela com o desenho de um livro fechado com um lápis em cima.

Atividades dos percursos

Dispostas em duas páginas, ocorrem duas vezes em cada unidade, ao final dos percursos pares. São compostas de atividades que se referem aos conteúdos dos dois percursos imediatamente anteriores, apresentando estratégias diversificadas que atendem a diferentes propósitos:

  • releitura, revisão e aplicação de conhecimentos e aprendizagens trabalhados nos percursos por meio de questões diretas e, sempre que possível, apresenta enunciados que estimulam os alunos a resolver situações-problema.
  • leitura, interpretação e elaboração de mapas, que também podem estar associados a textos e outras fórmas de representação gráfica (gráficos, tabelas etcétera). Vista em conjunto com as atividades orais sistemáticas que acompanham mapas no decorrer dos percursos e algumas ocorrências da seção Mochila de ferramentas, as atividades relacionadas com a linguagem cartográfica fortalecem aprendizagens que envolvem informações geográficas e o raciocínio geográfico e visam contribuir para a alfabetização cartográfica, ampliando-se, assim, as possibilidades de produção de sentidos dos alunos na leitura do mundo.
  • exploração de textos, imagens, tabelas, gráficos, charges etcétera Dessa fórma, busca-se ampliar os conhecimentos e aprendizagens desenvolvidos nos percursos, propondo inter-relações com registros, recursos e informações adicionais ou externas ao texto principal dos percursos, incentivando o aluno a relacioná-las com o que foi estudado, favorecendo assim o desenvolvimento da análise e a argumentação. Contribui para diversificar o trabalho com linguagens na coleção, o que favorece a construção pelos alunos de um repertório maior na leitura da realidade.
  • pesquisas individuais ou em grupo sobre o lugar/contexto do aluno, motivando-o a exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas. Reforçam, assim, com a seção

No seu contexto e a subseção Contextualize, um dos princípios da proposta didático-pedagógica da coleção, qual seja o de possibilitar a articulação de conteúdos, conceitos e habilidades com a realidade e a comunidade do aluno, valorizando os contextos mais próximos da vida cotidiana.

  • pesquisas gerais, que contribuem para que o aluno aprofunde ou complemente os conhecimentos e as aprendizagens desenvolvidos nos percursos. Dessa maneira, incentiva-se a pesquisa como princípio pedagógico, a observação e a análise, e a atenção dos alunos é direcionada para aspectos importantes sobre o que foi estudado, levando-os a rever e assimilar os pontos relevantes, como também a ampliar seus conhecimentos e repertório cultural, motivando-os a elaborar trabalhos escritos e orais.
  • execução de procedimentos individuais ou em grupo, visando a produção de conhecimento e o seu compartilhamento de maneiras variadas.

Vistas em conjunto, as atividades ao final dos percursos pares também buscam: incentivar as relações interpessoais, por intermédio de trabalhos em grupo; sensibilizar o estudante para os fatos sociais pelo conhecimento da realidade local; colaborar para a quebra de preconceitos; aguçar sua percepção e atuação no espaço vivido para desenvolver a postura crítica e científica; apoiar os alunos com diferentes níveis de aprendizagem, pois podem ser trabalhadas como instrumento de diagnóstico de aprendizagens, oferecendo diferentes possibilidades para que explorem e exercitem processos cognitivos e desenvolvam fórmas diversas de apreensão dos conhecimentos.

Ícone. Seção Desembarque em outras linguagens. Composto por uma placa amarela com a silhueta de  uma pessoa saindo de um ônibus.

Desembarque em outras linguagens

Composta de uma dupla de páginas, esta seção fecha as unidades 1 e 5 de cada volume da coleção, totalizando 8 ocorrências na coleção (duas por livro). Nela, é apresentado o trabalho de artistas e outras personalidades por meio de temas relacionados aos conteúdos estudados nessas unidades. A abordagem é interdisciplinar e apresenta linguagens variadas, como fotografia, música, pintura, desenho, literatura e paisagismo.

Um dos objetivos desta seção é possibilitar aos professores uma “pausa” no decorrer do 1º e 3º bimestres ou do 1º e 2º trimestres (dependendo do planejamento do curso), além de articular e enriquecer o trabalho entre Geografia e práticas diversificadas da produção artístico-cultural, ao mesmo tempo que possibilita aos alunos e professores intercalar e relacionar, na passagem de uma unidade à outra, a linguagem conceitual dos percursos com a linguagem artística. Em algumas ocorrências da seção, também são indicadas oportunidades de trabalhos interdisciplinares entre Geografia e outros componentes curriculares, como Língua Portuguesa e Arte.

Quando oportuno, a subseção Viaje sem preconceitos acompanha esta seção, que apresenta atividades recorrentes, com propósitos didático-pedagógicos definidos e complementares, distribuídas em três subseções específicas:

  • Caixa de informações: conduz o aluno para a leitura e interpretação das informações expostas em textos e imagens, contribuindo para o uso e domínio de diferentes linguagens.
  • Interprete: propõe a releitura e interpretação das informações da seção, levando o aluno a relacioná-las, como também a articulá-las com os conhecimentos e aprendizagens estudados nas unidades, ou mesmo com informações contextuais.
  • Mãos à obra: possibilita que o aluno coloque em prática a linguagem apresentada, sempre que possível, sugerindo atividades que não representem riscos de segurança ou dificuldades de execução em relação aos materiais necessários para sua realização. A seção incentiva o aprendizado em meios eletrônicos e propõe variados modos para a divulgação dos trabalhos dos alunos, como exposição virtual, blogs, redes sociais ou sítios eletrônicos da escola.
Ícone. Seção Caminhos digitais. Composto por uma placa amarela com o desenho de um celular com duas setas na tela.

Caminhos digitais

Em uma dupla de páginas, esta seção apresenta textos, atividades, ilustrações e/ou fotografias voltados à compreensão e à reflexão acerca da utilização de tecnologias digitais de fórma crítica, significativa e ética. Tem por objetivo principal propiciar o debate e a resolução de problemas sobre questões pertinentes à cultura digital, geotecnologias e uso de tecnologias de informação e comunicação e sua importância, nos dias atuais, para a sociedade e o cotidiano dos alunos.

Nessa perspectiva, a seção focaliza e busca contribuir para o trabalho com a Competência Geral 5 da Educação Básica:

“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de fórma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”42nota de rodapé .

Em particular, são trabalhadas: a dimensão cultural e a compreensão do impacto das tecnologias na vida das pessoas e na sociedade, incluindo relações sociais, culturais e comerciais; e a utilização das tecnologias, mídias e dispositivos de comunicação modernos de fórma ética, discutindo comportamentos adequados e inadequados.

Há duas ocorrências desta seção em cada volume, ao final das unidades 4 e 8 (totalizando 8 ocorrências na coleção). Dependendo do planejamento do curso, sugerimos ao professor trabalhá-las ao final do 2º e do 4º bimestres ou no 2º e 3º trimestres. O professor também poderá ampliar e desenvolver o trabalho com os temas desta seção na fórma de um projeto semestral, uma vez que os temas nela abordados não são necessariamente atrelados às unidades nas quais ela surge, mas aos conteúdos estudados no semestre.

A seção é composta de subseções com propósitos didático-pedagógicos definidos e complementares:

  • Confira: apresenta questões com foco na interpretação e compreensão do texto principal.
  • Fique ligado!: apresenta dicas de uso e orientações sobre segurança, questões éticas e cidadania na internet, relacionando aspectos socioemocionais com a utilização de tecnologias digitais de comunicação e informação, de fórma ética e responsável.

Nas orientações específicas do Manual do Professor são propostas questões adicionais sobre os temas da seção para reflexão e debate em sala de aula. O professor também poderá solicitar pesquisas prévias para que os alunos reúnam informações sobre o tema e elaborem argumentações para debatê-las durante a aula.

• Sugestões de cronogramas

O planejamento e o cronograma escolar são ferramentas essenciais para a organização do trabalho docente, pois têm o objetivo de facilitar o desenvolvimento das práticas pedagógicas, sistematizar as atividades previstas e direcionar didaticamente os conteúdos que deverão ser tratados na sala de aula ao longo do ano.

Com a finalidade de auxiliar o professor no estabelecimento de uma ordem de execução das ações planejadas, serão apresentadas sugestões de cronograma nos quadros a seguir, considerando as possibilidades de cursos bimestrais, trimestrais ou semestrais, a depender da orientação das redes públicas de ensino ou do que é praticado em unidades escolares. As sugestões foram baseadas na organização e distribuição dos conteúdos e temas tratados nos volumes da coleção.

Sugestão de cronograma bimestral

Bimestre

Unidades

1º bimestre

Unidades 1 e 2

2º bimestre

Unidades 3 e 4

3º bimestre

Unidades 5 e 6

4º bimestre

Unidades 7 e 8

Sugestão de cronograma trimestral

Trimestre

Unidades

1º trimestre

Unidades 1, 2 e 3

2º trimestre

Unidades 4, 5 e 6

3º trimestre

Unidades 7 e 8

Sugestão de cronograma semestral

Semestre

Unidades

1º semestre

Unidades 1 a 4

2º semestre

Unidades 5 a 8

5. O processo de avaliação da aprendizagem em sua globalidade

• A avaliação formativa

A avaliação não é um assunto isento de polêmicas nas escolas, e também não se resume aos exames tradicionais escolares. Na verdade, há muito se discute a necessidade de superá-los, para, como determina o inciso terceiro do Artigo 32 da Resolução cê êne Ê/séb 7/2010:

terceiro – fazer prevalecer os aspectos qualitativos da aprendizagem do aluno sobre os quantitativos, bem como os resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais, tal como determina a alínea ‘a’ do inciso quinto do Artigo 24 da Lei norteº 9 394/96”43nota de rodapé .

Nesse sentido, em vários documentos nos quais a avaliação da aprendizagem escolar é analisada, o Conselho Nacional de Educação (cê êne Ê) recomenda o predomínio do caráter formativo sobre o quantitativo e classificatório, indicando ainda a importância de adotar “uma estratégia de progresso individual e contínuo que favoreça o crescimento do estudante, preservando a qualidade necessária para a sua formação escolar”44nota de rodapé .

Em acordo com essa orientação, aponta-se a necessidade de se distinguir o examinar e o avaliar para que o processo de avaliação no dia a dia da sala de aula não deixe de cumprir todo o seu potencial. Cipriano Carlos Luckesi, apesar de reconhecer a utilidade e a necessidade dos exames nas situações que exigem classificação e certificação de conhecimentos – como no caso dos exames vestibulares, avaliações externas ou outros –, considera, no contexto de uma avaliação formativa, que ocorre durante todo o processo educacional, que “a sala de aula é o lugar onde, em termos de avaliação, deveria predominar o diagnóstico como recurso de acompanhamento e reorientação da aprendizagem”45nota de rodapé .

Tal orientação, aliás, coincide com as diretrizes sobre avaliação descritas em diversos documentos oficiais, como a do parágrafo 1º do Artigo 47 da Resolução cê êne Ê/séb 4/2010, no qual se lê:

parágrafo 1º A validade da avaliação, na sua função diagnóstica, liga-se à aprendizagem, possibilitando o aprendiz a recriar, refazer o que aprendeu, criar, propor e, nesse contexto, aponta para uma avaliação global, que vai além do aspecto quantitativo, porque identifica o desenvolvimento da autonomia do estudante, que é indissociavelmente ético, social, intelectual”46nota de rodapé .

Ademais, considerando-se que a avaliação formativa, contínua e diagnóstica do aluno permite redimensionar a ação pedagógica, deve-se realizá-la tendo em vista o que é definido nas alíneas “a” e “b” do inciso primeiro do Artigo 32 da Resolução cê êne Ê/séb 7/2010:

á identificar potencialidades e dificuldades de aprendizagem e detectar problemas de ensino;

b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e abordagens de acordo com as necessidades dos alunos, criar condições de intervir de modo imediato e a mais longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o trabalho docente”47nota de rodapé .

Pensar nessa perspectiva significa conceber e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de resultado no âmbito de um projeto pedagógico construtivo, ou seja, regulador da aprendizagem, voltado para a melhoria do ensino e para o desenvolvimento de competências e aprendizagens essenciais dos alunos. Nesse processo, os desempenhos dos alunos são tomados sempre como provisórios ou processuais, o que faz dela um modo de intervenção não pontual porque considera o aluno um ser humano em construção permanente, além de diagnóstica, pois permite a tomada de decisões para a melhoria do ensino, e, consequentemente, inclusiva, pois convida e apoia o aluno a superar suas dificuldades. Isso se torna tão mais importante quando se considera que:

“A intervenção imediata no sentido de sanar dificuldades que alguns estudantes evidenciem é uma garantia para o seu progresso nos estudos. Quanto mais se atrasa essa intervenção, mais complexo se torna o problema de aprendizagem e, consequentemente, mais difícil se torna saná-lo”48nota de rodapé .

Esse tipo de avaliação é conhecido como avaliação formativa e opõe-se à avaliação tradicional, somativa ou classificatória, ou seja, aquela que tem por objetivo, ao final de uma unidade de estudos (mês, bimestre, trimestre, semestre ou ano letivo), a aplicação de provas ou testes para definir uma nota ou atribuir um conceito, para obter uma visão sobre o desempenho dos estudantes, classificando os que aprenderam ou não, ordenando-os ou listando-os conforme o conjunto de aprendizagens que eles dominam.

• Apoio a alunos com diferentes níveis de aprendizagem

Outro aspecto importante na avaliação formativa é a dificuldade em trabalhar com alunos que possuem diferenças significativas de conhecimentos e habilidades, e mesmo de atitudes e valores. Geralmente isso se manifesta por meio de diferentes comportamentos e graus de interesse dos alunos diante do que é desenvolvido em sala de aula, acarretando, inclusive, assimetrias em relação à aprendizagem. É importante que esses aspectos sejam considerados transitórios e que mesmo o erro cometido pelo aluno em atividades, provas e demais propostas de trabalho que impliquem avaliação não seja considerado uma “falta” definitiva de algo, mas uma “falta” momentânea, considerada parte integrante do processo de aprendizagem e sobre a qual se pretende voltar para reorientar tanto o ensino praticado pela escola e pelo professor como também a própria aprendizagem dos alunos. Nesse aspecto, a Bê êne cê cê é clara quando se refere à ação de:

“construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos alunos”49nota de rodapé .

Por ser contínua e com prioridade para a qualidade do processo de aprendizagem, a avaliação formativa indica a necessidade de avaliar o desempenho do aluno ao longo de todo o ano e não apenas em uma prova ou um trabalho, assegurando-se, ainda, meios e estratégias para a recuperação dos alunos com menor rendimento50nota de rodapé .

Desse modo, a avaliação formativa visa promover a regulação das aprendizagens (ou, em sentido amplo, a formação humana integral), estando orientada para assegurar direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento a serem alcançados ao término de um programa ou de uma atividade educacional. Nesse tipo de avaliação, é essencial a intervenção ativa e contínua do professor, possibilitando que o fracasso escolar tenha chances de ser revertido, uma vez que o objetivo é a reinserção do aluno no processo educativo. E, com foco nessa intervenção, cabe não perder de vista que:

“A avaliação proporciona ainda oportunidade aos alunos de melhor se situarem em vista de seus progressos e dificuldades, e aos pais, de serem informados sobre o desenvolvimento escolar de seus filhos, representando também uma prestação de contas que a escola faz à comunidade que atende. Esse espaço de diálogo com os próprios alunos – e com as suas famílias, no caso do Ensino Fundamental regular – sobre o processo de aprendizagem e o rendimento escolar que tem consequência importante na trajetória de estudos de cada um precisa ser cultivado pelos educadores e é muito importante na criação de um ambiente propício à aprendizagem”51nota de rodapé .

Nessa perspectiva, a seção Atividades dos percursos – disposta ao final dos percursos pares do Livro do Estudante – pode ser trabalhada como apoio aos alunos com diferentes níveis de aprendizagem, ou seja, como instrumento de diagnóstico de aprendizagens, pois oferece várias possibilidades para que eles explorem e exercitem processos cognitivos e desenvolvam fórmas diversas de apreensão dos conhecimentos. Além desse recurso, nas orientações específicas deste manual, há atividades complementares de apoio à superação de possíveis dificuldades.

Além das dificuldades de trabalhar com diferentes níveis de aprendizagem dos alunos, outra dificuldade diz respeito ao trabalho em sala de aula com uma turma numerosa. Nesse caso, algumas estratégias pedagógicas e didáticas podem ser aplicadas, a fim de facilitar a condução do processo de ensino-aprendizagem pelo professor, como mobilizar a participação ativa dos alunos por meio do uso de metodologias ativas. Ao empregar uma ou mais delas, isoladamente ou de maneira associada, aplicando-as por meio de trabalhos em grupo ou não e com ou sem o uso de recursos tecnológicos digitais disponíveis atualmente, em uma visão de conjunto essas metodologias promovem o protagonismo e maior participação dos alunos nas escolhas e no ritmo do processo de ensino-aprendizagem, favorecendo que o professor se torne um facilitador, orientador, consultor

ou mediador desse processo, redimensionando o papel tradicionalmente a ele atribuído como o único responsável pela construção de conhecimentos no espaço-tempo da sala de aula.

Ademais, essas metodologias permitem exercitar competências e habilidades variadas e complementares e favorecem a criação de estratégias e contextos de aprendizagem mais atraentes e desafiadores para os estudantes, proporcionando maior engajamento individual e coletivo, o exercício da autonomia e da proatividade, além do respeito e da tolerância acerca de pontos de vista distintos.

• A avaliação prognóstica

Outro recurso importante da avaliação da aprendizagem que se soma ao seu caráter processual, formativo e participativo diz respeito à avaliação inicial, denominada pelos estudiosos de prognóstica. Essa modalidade de avaliação complementa as anteriores porque deriva da necessidade de o processo avaliativo iniciar-se antes mesmo de o ensino começar, o que possibilita ao professor “reticências conhecer o que cada um dos alunos sabe, sabe fazer e é, e o que pode chegar a ser, saber fazer ou ser reticências52nota de rodapé , permitindo que conheça melhor as necessidades educativas dos alunos e, por meio delas, realize ajustes em sua ação pedagógica.

Os alunos que compõem a classe são heterogêneos, e é diante dessa realidade que a avaliação prognóstica adquire sentido. Ela ajuda o professor a entrar em contato com os conhecimentos prévios e variados dos alunos colhidos em suas vivências familiares e socioculturais, como também suas particularidades e seus jeitos próprios de aprender. Isso adquire ainda mais sentido quando se considera que: “A consciência de que a escola se situa em um determinado tempo e espaço impõe-lhe a necessidade de apreender o máximo o estudante: suas circunstâncias, seu perfil, suas necessidades”53nota de rodapé .

As três modalidades de avaliação abordadas até aqui – somativa, formativa e prognóstica – apresentam objetivos e funções específicos e, no entanto, podem ser partes integrantes de um processo avaliativo quando este é tomado em sua globalidade (observe o esquema).

Concepção ampliada da avaliação formativa como um processo contínuo

Esquema. Concepção ampliada da avaliação formativa como um processo contínuo. 
Há três quadros com informações ao redor da frase Aprendizagem e desenvolvimento do aluno. Os três quadros estão ligados por setas laranjas e circulares, formando um ciclo. 
Avaliação inicial (prognóstica) Conhecer o ponto de partida para melhor adequar o planejamento às necessidades dos alunos. 
Avaliação processual Acompanhamento contínuo do processo, ajustando o percurso às novas necessidades que se interpõem. 
Avaliação conclusiva (somativa) Apreciação global do processo ensino-
-aprendizagem, permitindo, além da certificação, a proposição de ações futuras em prol da melhoria contínua.

Fonte: RIBEIRO, Elizabete Aparecida Garcia. Avaliação formativa em foco: concepção e características no discurso discente. Dissertação de Mestrado. Centro de Educação, Comunicação e Artes. Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Estadual de Londrina. Londrina (Paraná), 2011. página 77.

O processo de avaliação deve incluir diferentes modalidades avaliativas, buscando sempre superar as dificuldades do professor ao ensinar e as do aluno para aprender. Vistas como complementares e não como excludentes, uma vez articuladas essas modalidades viabilizam ações essenciais a favor do processo formativo, devendo ser entendidas como diferentes fases de uma intervenção direcionada à promoção da aprendizagem. Essa articulação caracteriza o processo avaliativo em sua globalidade, estando presente antes, durante e depois do processo ensino-aprendizagem, mas sempre com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do aluno.

• Os critérios de avaliação em Geografia

Para se orientar sobre o que é importante ser avaliado em Geografia, recomendamos ao professor a leitura da Bê êne cê cê54nota de rodapé , de modo que conheça de fórma mais aprofundada os fundamentos pedagógicos mais amplos de uma educação integral como também as características peculiares do componente curricular Geografia nos Anos Finais do Ensino Fundamental. De acordo com esse documento, é fundamental desenvolver e avaliar o processo de ensino-aprendizagem com base em competências e habilidades.

No decorrer das unidades dos livros da coleção, acreditamos ser essencial atentar ao desenvolvimento do aluno quanto ao aprimoramento das expressões oral e escrita, averiguando também as aprendizagens relacionadas com noções e conceitos articulados aos objetos de conhecimento e habilidades do componente curricular, além dos aspectos valorativos, atitudinais e socioemocionais dos educandos. Isso, por um lado, requer que o professor esteja atento às intervenções do aluno em sala de aula, ao convívio social dele com os colegas e a comunidade escolar, à sua capacidade de reconhecer suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas; de outro lado, também demanda a atenção do professor à execução de atividades com comprometimento e responsabilidade, às dúvidas e opiniões expressas, aos registros feitos pelo aluno e se neles há protagonismo e autoria.

Devem-se valorizar ações como relacionar informações, acontecimentos e debates contemporâneos às discussões dos conteúdos e dos temas das aulas e dos volumes da coleção trabalhados em sala de aula. Isso sinaliza que os alunos estão sendo capazes de enriquecer seus horizontes conceituais e de pensamento, merecendo por esse motivo que tais ações sejam reconhecidas como critério de avaliação.

Os critérios de avaliação devem levar em conta a capacidade de observação, descrição, identificação, classificação, distinção e análise de informações, como também o uso e domínio de diferentes linguagens que são mobilizadas em Geografia. Dessa maneira, é válido e importante considerar a compreensão de textos e o estabelecimento de relações e correlações textuais por escrito ou oralmente (o que também implica observar a capacidade de os alunos realizarem associações com o conhecimento prévio e formularem hipóteses), além da compreensão, em particular, da linguagem cartográfica, tão importante para a Geografia.

De modo complementar, para a definição dos critérios de avaliação em Geografia, é importante buscar avançar em relação à lógica escolar usual, que costuma privilegiar conteúdos disciplinados estanques (substantivados). Nesse sentido, deve-se investir:

reticências em ações pedagógicas que priorizem aprendizagens através da operacionalidade de linguagens visando à transformação dos conteúdos em modos de pensar, em que o que interessa, fundamentalmente, é o vivido com outros, aproximando mundo, escola, sociedade, ciência, tecnologia, trabalho, cultura e vida”55nota de rodapé .

• Os instrumentos de avaliação e a autoavaliação

A avaliação na disciplina Geografia deve ser constituída preferencialmente por instrumentos e procedimentos variados e valorizar o uso de distintas linguagens56nota de rodapé . Entre os instrumentos de avaliação mais comuns destacam-se: provas objetivas e dissertativas, elaboração de textos diversos (fichamentos,

resenhas, resumos etcétera), apresentação e participação em seminários, murais e debates, elaboração e comentários de mapas, tabelas e gráficos, relatórios individuais produzidos depois de projetos temáticos ou de atividades práticas na escola ou em campo, entre outros.

São desejáveis a observação e a análise pelo professor do desempenho do aluno em fatos do cotidiano escolar ou em situações planejadas com o objetivo de obter uma avaliação sobre o desenvolvimento de suas dimensões cognitiva, afetiva e social. Nessa direção, por exemplo, nas atividades em grupo, pode-se avaliar se o aluno respeita a fala dos demais e eventuais diferenças de opinião, se é cooperativo, se atua de maneira autônoma, se apresenta interesse, iniciativa e responsabilidade na execução de tarefas individuais e em grupo.

De maneira complementar, o professor poderá aplicar a autoavaliação, uma prática que contribui para maior participação, autonomia e compromisso dos alunos em relação ao curso e que conduz “reticências a um diálogo mais profícuo entre os sujeitos da aprendizagem, à construção do conhecimento de fórma mais criativa e menos mecânica reticências57nota de rodapé .

De maneira mais específica, a autoavaliação consiste na autoavaliação do ensino, realizada pelo professor, e na autoavaliação da aprendizagem, efetuada pelo aluno. Em relação à primeira, é essencial ter em vista que:

reticências a avaliação não é apenas uma fórma de julgamento sobre o processo de aprendizagem do aluno, pois também sinaliza problemas com os métodos, as estratégias e abordagens utilizados pelo professor. Diante de um grande número de problemas na aprendizagem de determinado assunto, o professor deve ser levado a pensar que houve falhas no processo de ensino que precisam ser reparadas”58nota de rodapé .

Quanto à autoavaliação da aprendizagem realizada pelo aluno, ela pode ser feita individualmente ou em grupo, por meio da comunicação e da análise oral ou por escrito, podendo não somente contemplar aspectos relativos a atitudes e valores, como também permitir que os alunos reflitam sobre seus avanços em relação às suas aprendizagens específicas. Sugerimos que o professor reserve tempo adequado e forneça um roteiro para a sua realização. Uma vez concluída, a autoavaliação poderá ajudar o professor a planejar os próximos objetivos de aprendizagem, rever sua metodologia e prática de ensino, como também auxiliar na identificação de necessidades específicas do aluno.

O importante é que esses e outros instrumentos de avaliação sejam planejados e considerados pelo professor no sentido do processo avaliativo em sua globalidade, o que exige a articulação das avaliações formativa, somativa e prognóstica com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do aluno. É imprescindível ter em mente que nenhuma avaliação é formativa ou não em si mesma; o que a define como tal é a intenção dominante do avaliador.

Uma vez munido dessa orientação, o professor poderá utilizar como oportunidades para a realização da avaliação formativa as várias modalidades de atividades existentes na coleção, além de complementá-las com outras atividades e projetos. Poderá apoiar-se também nas atividades complementares presentes nas orientações específicas deste manual.

• Preparação para exames de larga escala

Nos últimos anos, os exames de larga escala se tornaram os principais instrumentos utilizados no país para avaliar os níveis de aprendizagem dos estudantes e, assim, buscar um diagnóstico para subsidiar o planejamento e promover melhorias do sistema educacional brasileiro. No Brasil, esses exames também são denominados de avaliações externas e são aplicados na rede pública e na rede privada, sob a coordenação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inépi).

O Sistema de Avaliação da Educação Básica (saébi), por exemplo, é composto de um conjunto de exames de larga escala, cujos resultados são utilizados para realização de uma análise detalhada sobre o desempenho dos estudantes dos Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Tais análises permitem identificar os fatores que podem prejudicar e potencializar o processo de ensino e aprendizagem na sala de aula.

Considerando a importância dos exames de larga escala e com vistas a contribuir para a preparação e o adequado desempenho dos estudantes neles, os volumes desta coleção disponibilizam abordagens e recursos diversificados que permitem desenvolver processos cognitivos e objetos de conhecimento, especificando competências e as aprendizagens esperadas ou, em outras palavras, as situações ou condições em que as habilidades devem ser desenvolvidas, considerando a faixa etária dos alunos59nota de rodapé , assegurando assim a efetiva apropriação do que é previsto na Bê êne cê cê.

A distribuição ou o sequenciamento didático dos conteúdos e temas abordados ao longo dos quatro volumes da coleção, por exemplo, foram elaborados de modo a viabilizar a mobilização dos eixos do conhecimento da Matriz de Referência de Ciências Humanas, proposta para os Anos Finais pelo saébi e publicada em 202060nota de rodapé . De maneira complementar, as sugestões de atividades, estratégias e práticas pedagógicas apresentadas no Livro do Estudante e no Manual do Professor contemplam os eixos cognitivos da mesma matriz de referência, considerando-se a faixa etária dos alunos e os diferentes graus de conhecimento, habilidades e perfis dos estudantes.

Matriz de Referência de Ciências Humanas

Eixos do conhecimento

Eixos cognitivos

A
Reconhecimento e recuperação

B
Compreensão e análise

C
Avaliação e proposição

1. Tempo e espaço: fontes de formas de representação

A1

B1

C1

2. Natureza e questões sociambientais

A2

B2

C2

3. Culturas, identidades e diversidades

A3

B3

C3

4. Poder, Estado e instituições

A4

B4

C4

5. Cidadania, direitos humanos e movimentos sociais

A5

B5

C5

6. Relações de trabalho, produção e circulação

A6

B6

C6

Fonte: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inépi). Matriz de Referência de Ciências Humanas do saébi. Brasília, Distrito Federal: Inépi, 2020. página 3.

6. Bibliografia

ANDRÉ, Claudio F. O pensamento computacional como estratégia de aprendizagem, autoria digital e construção da cidadania. Téquicóguis: Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, número 18, página 94-109, julho/dezembro, 2018. Disponível em: https://oeds.link/5iHTnp. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo dedicado a explorar como o pensamento computacional organiza a aprendizagem e o engajamento cidadão com base em métodos de raciocínio lógico e encadeamento de passos e etapas.

Auzúbel, David P. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Plátano, 2003.

Obra que apresenta a atualização da teoria de aprendizagem desenvolvida pelo médico-psiquiatra Deivid Pôl Auzúbel, que considera o conhecimento prévio do aluno um fator fundamental para o aprendizado.

Auzúbel, Deivid P.; NOVAK, Joséf D.; HANESIAN, Helen. Psicologia educacional. Tradução de Eva Nick e outros. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.

Obra que explora a teoria de aprendizagem significativa, discutindo os tipos de aprendizado e a fórma como uma nova informação se relaciona com a estrutura cognitiva do aluno.

BARETTA, Danielle; PEREIRA, Vera W. Compreensão literal e inferencial em alunos do Ensino Fundamental. Revista Signo, volume 43, número 77, página 53-61, 2018. Disponível em: https://oeds.link/a2PLDy. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo científico que resultou de uma pesquisa com um grupo fechado de alunos do Ensino Fundamental, do 6º e 7º anos de uma escola pública federal da cidade de Porto Alegre (Rio Grande do Sul), para análise das capacidades de compreensão literal e inferencial.

BOTELHO, Patrícia F.; VARGAS, Diego da S. Inferências e atividades de leitura: cognição e metacognição em sala de aula. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas (São Paulo), volume 63, página 1-14, 2021. Disponível em: https://oeds.link/TwHWKW. Acesso em: 27 abril 2022.

Artigo em periódico sobre experiências de análise inferencial e processos cognitivos nas práticas pedagógicas em sala de aula.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. 598 página

Documento de caráter normativo e em conformidade com o Plano Nacional de Educação (pê êne é), que define as aprendizagens essenciais que devem ser garantidas para os alunos na Educação Básica.

BRASIL. Lei nº 9 394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e as bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dezembro1996.

Documento de caráter normativo que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

BRASIL. Lei nº 13 185, de 6 de novembro de 2015. Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). Diário Oficial da União, Brasília, 6 novembro 2015.

Lei federal que instituiu o programa nacional de combate ao bullying, tipificando a prática e estabelecendo meios para combatê-lo.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, Dicei, 2013.

Documento que reúne as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica; apresenta os fundamentos, princípios e regulamenta em âmbito nacional o Ensino Fundametal de 9 (nove) anos, definindo abordagens, currículo, entre outros assuntos; estabelece a base nacional comum e orienta as propostas pedagógicas das redes de ensino do Brasil.

BRASIL. Ministério da Educação. Temas contemporâneos transversais na Bê êne cê cê: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília: Méqui, 2019. Disponível em: https://oeds.link/Mp6RcA. Acesso em: 16 março 2022.

Documento que apresenta a contextualização e os pressupostos pedagógicos dos Temas Contemporâneos Transversais (tê cê tês), além da fórma como se articulam com a Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê).

BRASIL. Ministério da Educação. cê êne Ê/séb. Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.

Documento de caráter normativo que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.

BRASIL. Ministério da Educação. cê êne Ê/séb. Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica.

Documento de caráter normativo que define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inépi). Matriz de referência de Ciências Humanas do saébi. Brasília: Inépi, 2020.

Documento que apresenta a Matriz de referência de Ciências Humanas, detalhando aspectos dos eixos do conhecimento e cognitivos propostos pelo saébi.

CALLAI, Helena Copetti. A educação geográfica na formação docente: convergências e tensões. In: SANTOS, Lucíola Licínio de C. Paixão êti ól (organizador). Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. (Coleção Didática e Prática de Ensino).

Trabalho que discute o sentido da formação do professor de Geografia, considerando as tensões existentes entre o conhecimento e as práticas de ensino escolar desse campo do saber.

CALLAI, Helena Copetti. A Geografia escolar e os conteúdos da Geografia. Anekumene: Revista virtual Geografía, cultura y educación, Bogotá, volume 1, número 1, página 131,janeiro/junho 2011. Disponível em: https://oeds.link/rQDz4R. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo que realiza uma análise do ensino da Geografia e suas práticas pedagógicas, considerando a definição de Educação Geográfica, o papel da escola e os desafios na escolha dos conteúdos curriculares.

CAMARGO, Fausto; DAROS, Thuinie. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018.

Obra que sugere um conjunto de metodologias ativas de aprendizagem, aplicadas pelos próprios autores em contextos de ensino diversificados, da Educação Básica ao Ensino Superior.

CAMPOS, Maria C. C.; NIGRO, Rogério G. Didática de Ciências: o ensino-aprendizagem como investigação. São Paulo: éfe tê dê, 1999. (Coleção Conteúdo e Metodologia).

Obra que sugere alguns recursos e práticas pedagógicas de Ciências, apresentando orientações gerais para que o processo de ensino-aprendizagem seja alcançado pelos professores e alunos em sala de aula.

CHAVES, Denise Raissa L.; SOUZA, Mauricio Rodrigues de. Bullying e preconceito: a atualidade da barbárie. Revista Brasileira de Educação, volume 23, página 1-17, 2018. Disponível em: https://oeds.link/0f0rW7. Acesso em: 27 abril 2022.

Artigo elaborado por pesquisadores da área de Educação com o objetivo de analisar a prática do bullying, associando-o a fórmas mais amplas de preconceito.

Déuisôla, Regina L. Péret. Inferência na leitura. In: FRADE, I. C. A.; VAL, M. da G. C.; BREGUNCI, M. das G. de C. (organizador). Glossário Ceale: termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte: ú éfe ême gê/Faculdade de Educação. Disponível em: https://oeds.link/WGRvcZ. Acesso em: 20 março 2022.

Glossário disponível on-line de termos específicos da área de Educação, com foco nos processos pedagógicos de ensino, leitura, escrita e alfabetização.

ESCOREL, Soraya Soares da Nóbrega et al. Bullying não é brincadeira. João Pessoa: Promotoria de Justiça da Infância e Juventude – Ministério Público da Paraíba / Gráfica jóta bê, junho de 2009.

Cartilha com textos e ilustrações produzida com o objetivo de alertar a comunidade escolar sobre as causas, consequências e fórmas de identificar vítimas e autores do bullying.

FAZENDA, Ivani C. A. (organizador). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 2005.

Obra que apresenta uma coletânea de trabalhos de diversos pesquisadores da área da Educação, com destaque para os desafios do processo de construção de práticas pedagógicas interdisciplinares.

FAZENDA, Ivani C. A. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro. São Paulo: loióla, 2002.

Obra que discute a necessidade de aprofundar os estudos a respeito da interdisciplinaridade no ensino brasileiro, mobilizando alguns conceitos fundamentais para a incorporação dessa perspectiva na formação dos professores e nas práticas escolares.

FAZENDA, Ivani C. A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 1994.

Obra que organiza os trabalhos desenvolvidos pela pesquisadora sobre o ensino interdisciplinar, com o objetivo de colaborar para a sistematização do conhecimento produzido na área da Educação brasileira.

FERNANDES, Cláudia de Oliveira; FREITAS, Luiz Carlos de. Indagações sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília: Méqui, 2007.

Documento que propõe uma reflexão sobre a avaliação escolar, considerando a legitimidade técnica e política desse instrumento, a importância e as implicações que ocorrem na formação dos estudantes.

GOMES, Cleomar F.; COFFANI, Maria Cristina R. da Silva. Estudos sobre juventudes: implicadores teóricos e metodológicos sobre culturas juvenis e Ensino Médio. Revista Caminhos da Educação (Camine), Franca (São Paulo), volume 10, número 2, página 3-28, 2018. Disponível em: https://oeds.link/lkxnHd. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo em revista especializada que faz um levantamento sobre as metodologias de observação e análise das culturas juvenis no contexto escolar.

GONÇALO, Mariana Fancio. Projetos de vida, felicidade e escolhas profissionais de jovens brasileiros: um estudo na perspectiva da Teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2016.

Pesquisa que analisa como os jovens determinam e definem projetos e escolhas de longo prazo a partir do contexto escolar.

í bê gê É. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2019. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2021.

Pesquisa realizada pelo í bê gê É com o objetivo de analisar a condição da saúde dos estudantes, do ponto de vista físico, emocional e da salubridade dos contextos escolares.

LEITE, Bruno Silva. Aprendizagem tecnológica ativa. Revista Internacional de Educação Superior. Campinas (São Paulo): GIEPES – Faculdade de Educação da unicâmpi /Riépes – Universidade do Oeste Santa Catarinense. volume 4, número 3, página 580-609, setembro/dezembro 2018. Disponível em: https://oeds.link/kIIqK9. Acesso em: 20 março 2022.

Trabalho que explora a Aprendizagem Tecnológica Ativa (á tê á), por meio de pesquisa qualitativa que considera a abordagem descritiva, interpretativa e dedutiva para compreender esse tipo de prática pedagógica.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2005.

Obra que defende a prática da avaliação da aprendizagem como um recurso para diagnosticar, acompanhar e reorientar o processo de aprendizagem dos estudantes, com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino brasileiro.

LUSSANI, Brendom da Cunha. Desenvolvimento da compreensão leitora com foco na estratégia de inferência no ano final do Ensino Fundamental. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre: Programa de Pós-Graduação em Letras, púqui-Rio Grande do Sul, 2021.

Pesquisa que analisa as fórmas pelas quais a prática da leitura viabiliza o desenvolvimento de processos inferenciais nos Anos Finais do Ensino Fundamental, em particular com base em dados que mostram a proficiência leitora de estudantes do 9º ano.

MACHADO, Nilson José. Epistemologia e didática: as concepções de conhecimento e inteligência e a prática docente. São Paulo: Cortez, 2011.

Obra que propõe uma reflexão a respeito de questões teóricas e práticas que envolvem o trabalho dos professores em sala de aula, evidenciando o caráter conscientizador e construtivo que a escola pode desempenhar na sociedade.

MIRAS, Mariana. O ponto de partida para a aprendizagem de novos conteúdos: os conhecimentos prévios. ín: COLL, César et al. O construtivismo em sala de aula. São Paulo: Ática, 2006.

Artigo que sugere estratégias e práticas pedagógicas que podem ser adotadas pelos professores em sala de aula com o objetivo de levantar os conhecimentos prévios dos estudantes, considerando, por exemplo, o perfil etário da turma.

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. quinta edição São Paulo: Contexto, 2019.

A obra explora o papel do cinema como um importante recurso a ser inserido no conjunto das práticas docentes, orientando procedimentos de análise e atividades em sala de aula, além de filmes para abordar temas interdisciplinares.

ôning, Lilian Isana G. Rocha. Adolescentes e ausência de projetos de vida: um estudo sobre o perfil dos “nem-nem”. Artigo científico apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação em Educação e Direitos Humanos da Universidade do Sul de Santa Catarina, 2016.

O artigo analisa a relação entre a ausência de projetos de vida, desemprego e baixa capacitação em grupos de jovens e adolescentes.

OLIVEIRA, Vitória Valentim de. Geografia escolar e tecnologias digitais: desafios da prática docente diante do ensino remoto emergencial (êre). Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Curso de Geografia, Fortaleza, 2020. Orientação: professor Doutor Christian Dennys Monteiro de Oliveira. Disponível em: https://oeds.link/PEtqi9. Acesso em: 18 março 2022.

O trabalho analisa os efeitos do ensino remoto com base no uso de tecnologias digitais da informação e comunicação na prática docente de Geografia.

OLWEUS, Dan. A profile of bullying at school. Massachusetts: EBSCO Publishing, 2003. Disponível em: https://oeds.link/sUzekX. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo on-line que apresenta uma definição sobre bullying e mapeia o ciclo que configura esse tipo de prática intimidatória nas escolas.

OLWEUS, Dan. Bully/victim problems in school: facts and intervention. European Journal of Psychology of Education, volume 21, número 4, 1997. página 495-510. Disponível em: https://oeds.link/Ngbpf0. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo científico elaborado para identificar fatores de geração de bullying e possíveis soluções nas escolas escandinavas.

RIBEIRO, Elizabete Aparecida Garcia. Avaliação formativa em foco: concepção e características no discurso discente. Dissertação de Mestrado. Londrina: Centro de Educação, Comunicação e Artes. Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Estadual de Londrina. Londrina (Paraná), 2011.

Pesquisa acadêmica que discute a concepção e as características da avaliação formativa, instrumento docente responsável por promover ajustes e readequações das práticas de ensino em sala de aula.

RODRIGUES, Rejane Cristina de Araújo; SANTANA, Fábio Tadeu de Macedo; Ertal, Leopoldo Carriello. Aprendendo com filmes: o cinema como recurso didático para o ensino de Geografia. Rio de Janeiro: Lamparina, 2013.

Obra que defende a utilização de filmes como um importante recurso didático capaz de despertar o interesse dos estudantes sobre os conteúdos curriculares trabalhados em sala de aula.

sígan, carl. O mundo assombrado pelos demônios. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

Obra que discute a importância do papel da ciência na desconstrução de discursos que fornecem explicações místicas e ficcionais para fenômenos da realidade.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.

Obra clássica do geógrafo Milton Santos que apresenta conceitos fundamentais para compreender o espaço geográfico a partir da perspectiva proposta pela Ciência Geográfica.

SILVA, Alexandre José de Carvalho. Guia prático de metodologias ativas com uso de tecnologias digitais da informação e comunicação. Lavras: ufla, 2020.

Guia traz orientações de como trabalhar metodologias ativas utilizando tecnologias digitais de fórma estruturada.

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying. Cartilha 2016 – Projeto Justiça nas Escolas. Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2016.

Cartilha que trabalha os conceitos básicos para observar e reagir à ocorrência do bullying.

UNESCO. Glossário de terminologia curricular. Brasília: unêsco, 2016.

Documento no qual se apresenta a definição de conceitos, termos e expressões amplamente utilizados na área da Educação e das práticas pedagógicas, representando um instrumento de referência para professores, pesquisadores, elaboradores de currículos e demais profissionais que trabalham nessa área.

unicéfi Brasil. Cyberbullying: o que é e como pará-lo: 10 coisas que adolescentes querem saber sobre cyberbullying. Disponível em: https://oeds.link/8aZUXB. Acesso em: 27 abril 2022.

Artigo direcionado aos jovens com perguntas e respostas sobre cyberbullying e proteção infantojuvenil.

VICARI, Rosa Maria; MOREIRA, Álvaro Freitas; MENEZES, Paulo Fernando B. Pensamento computacional: revisão bibliográfica. Porto Alegre: u éfe érre gê ésse, 2018. Disponível em: https://oeds.link/wZlmo3. Acesso em: 20 março 2022.

Livro que apresenta um levantamento bibliográfico sobre o desenvolvimento do conceito de pensamento computacional.

WIGGINS, Grant; McTIGHE, djêi. Planejamento para a compreensão: alinhando currículo, avaliação e ensino por meio do planejamento reverso. Porto Alegre: Penso, 2019.

Obra que explica a lógica do planejamento reverso como um instrumento que possibilita criar melhores experiências de aprendizagem na sala de aula.

Uín Jeannette. Computational thinking. Communications of the ACM, volume 49, número 3, página 33-35, 2006. Disponível em: https://oeds.link/qNpSej. Acesso em: 20 março 2022.

Artigo em periódico sobre os benefícios do pensamento computacional para áreas do conhecimento e disciplinas não necessariamente relacionadas com as Ciências da Computação.

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: artimédi, 1998.

Obra que propõe alguns critérios que podem ser utilizados para tornar a prática educativa mais reflexiva e, ao mesmo tempo, coerente com as condições de conjuntura no contexto escolar.

três TRABALHANDO COM O VOLUME DO 7º ANO

1. Introdução ao volume do 7º ano

As unidades e os percursos do volume do 7º ano buscam contribuir para que a metodologia e a prática de ensino se concretizem, no decorrer do ano letivo e em sala de aula, alinhadas ao desenvolvimento das competências gerais e específicas, objetos de conhecimento e aprendizagens essenciais (habilidades) que devem ser assegurados, em Geografia, aos alunos desse ano do Ensino Fundamental – Anos Finais.

• Objetivos e justificativas do volume do 7º ano

A seguir, explicitamos os objetivos gerais do volume do 7º ano, organizados por objetos de conhecimento, bem como suas justificativas e relações com os objetos dos anos anteriores e posteriores, referentes ao componente curricular Geografia, de acordo com a Bê êne cê cê.

No que tange à unidade temática O sujeito e seu lugar no mundo, no 7º ano o objeto de conhecimento Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil desenvolve a análise de estereótipos veiculados nos meios de comunicação sobre as paisagens e o processo de formação territorial no Brasil. Esse conhecimento pode ser relacionado às habilidades desenvolvidas no 6º ano, no âmbito do objeto de conhecimento Identidade sociocultural, na medida em que ambos problematizam tanto mudanças ocorridas nas paisagens (rurais e urbanas) como também identidades e multiculturalidades presentes nos espaços geográficos, ressaltando as modificações ao longo do tempo em decorrência da ocupação de diferentes tipos de sociedade. Esses conhecimentos contribuem para o desenvolvimento das noções de pertencimento e identidade, sensibilizando os alunos sobre a dinâmica das relações sociais e o respeito em relação a diferentes contextos socioculturais. Espera-se, desse modo, que desenvolvam o sentido de alteridade, reconhecendo a si mesmo e ao outro, como sujeitos sociais e protagonistas na construção de uma sociedade democrática e solidária. Nessa perspectiva, no 8º ano dá-se continuidade a essas aprendizagens, no entanto proporcionando ao aluno estudá-las em outra escala de análise, levando-o a debater os deslocamentos populacionais em escala mundial.

Os conteúdos desenvolvidos no 7º ano referentes à unidade temática Conexões e escalas trabalham habilidades relacionadas aos objetos de conhecimento Formação territorial do Brasil e Características da população brasileira. Abordam as tensões históricas e contemporâneas dos fluxos econômicos e populacionais, contextualizando o processo de formação territorial, salientando ainda as principais características naturais e culturais do território brasileiro, as territorialidades e identidades dos povos tradicionais e demais grupos sociais, e a distribuição da população no espaço brasileiro, correlacionando-a com aspectos de idade, renda e sexo, por meio de tabelas, gráficos e mapas.

Em relação aos conteúdos abordados no 8º ano, as aprendizagens citadas permitirão ao aluno melhor compreender a atual situação do Brasil, em relação à América Latina e à ordem econômica e geopolítica mundial. No 8º ano, o aluno terá melhores condições de reconhecer as atuais relações econômicas do país com os Estados Unidos e a China, ou mesmo a importância de organismos de integração do território americano na atualidade, como o Mercosúl, entre outros.

No que diz respeito à unidade temática Mundo do trabalho, no 7º ano são desenvolvidas aprendizagens relacionadas com o objeto de conhecimento Produção, circulação e consumo de mercadorias. Uma de suas habilidades solicita ao aluno conhecer, diferenciar e avaliar criticamente as mudanças do período mercantilista para o capitalismo. Esse conteúdo relaciona-se com os conhecimentos anteriores desenvolvidos no 6º ano, no âmbito da mesma unidade temática e do objeto de conhecimento Transformação das paisagens naturais e antrópicas, quando foram abordadas as transformações das fórmas de produção, do artesanato à manufatura e à indústria moderna para desenvolver habilidades cujo objetivo foi explicar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização, como também as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades. Em relação aos conhecimentos do 8º ano, esse conjunto de aprendizagens será fundamental para que o aluno amplie e aprofunde a

sua visão de mundo ao estudar habilidades do objeto de conhecimento Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. Nesse momento, munido de uma visão histórica construída nos anos anteriores, conhecerá e avaliará criticamente os principais problemas estruturais das cidades latino-americanas (como a segregação socioespacial), relacionados à população e condições de vida e de trabalho, como também os riscos associados ao modelo de desenvolvimento adotado, como a degradação ambiental acentuada e a perda da identidade cultural e das tradições, entre outros.

Ainda no que diz respeito à unidade temática Mundo do trabalho, no 7º ano também é desenvolvida outra habilidade relacionada com o objeto de conhecimento Produção, circulação e consumo de mercadorias, cuja abordagem é essencial para a compreensão dos conhecimentos posteriores do 8º ano. Trata-se de habilidade que trabalha o uso consciente dos recursos, levando o aluno a identificar, analisar e debater os impactos socioambientais das ações da sociedade nas esferas da produção, circulação e consumo, como também a relacionar a produção de mercadorias com a distribuição desigual de riquezas para o consumo. Essa aprendizagem articula-se com outras que serão construídas posteriormente no 8º ano, no âmbito do objeto de conhecimento Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. A partir do desenvolvimento dessa habilidade, o aluno deverá ser capaz de avaliar criticamente a importância dos recursos hídricos e reconhecer seus principais usos na América Latina.

Por fim, quanto à unidade temática Mundo do trabalho, cabe ainda salientar que no 7º ano o desenvolvimento das duas habilidades associadas ao objeto de conhecimento Desigualdade social e o trabalho é imprescindível para os conhecimentos que serão desenvolvidos no 8º ano. Espera-se que no 7º ano o aluno seja capaz de entender e avaliar criticamente como as redes de transporte e comunicação alteram a configuração do território brasileiro da produção, e como a industrialização e a tecnologia se relacionam com as mudanças socioeconômicas no país. No 8º ano, por meio das habilidades do objeto de conhecimento Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção, o aluno ampliará a escala de análise desses fatores e processos, reconhecendo-os no espaço mundial, e aprenderá como alteram as relações e os tipos de trabalho do campo e da cidade, em particular na América e na África; além disso, no mesmo volume, o aluno analisará processos atuais de produção econômica compreendendo, em escala global, a tendência de desconcentração industrial, contextualizando a posição do Brasil e aprofundando a compreensão sobre a sua industrialização.

Quanto à unidade temática fórmas de representação e pensamento espacial, associada no 7º ano ao objeto de conhecimento Mapas temáticos do Brasil, as habilidades desenvolvidas nesse volume dedicam-se à leitura, interpretação e elaboração de mapas temáticos e históricos referentes à população e à economia brasileiras, além de gráficos referentes a dados socioeconômicos. Tais conhecimentos se articulam com o que foi trabalhado no 6º ano, no objeto de conhecimento Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras, quando o aluno adquiriu aprendizagens essenciais sobre como diferenciar os códigos de representação cartográfica, relacionar escala cartográfica (numérica e gráfica) e a representação dos fenômenos, escala e a expressão de dados espaciais por meio de gráficos, e medir distâncias com o uso de escala. Em relação ao 8º ano – no qual essa unidade temática se associa com o objeto de conhecimento Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África –, esses conhecimentos permitirão ao aluno ler e interpretar distintas representações cartográficas sobre a América e África, como as relacionadas às dinâmicas do campo e da cidade e que permitem analisar as redes e o ordenamento territorial de uso e ocupação do solo nesses continentes. Soma-se a isso a maior complexidade das aprendizagens cartográficas no 8º ano, quando o aluno também se defrontará com a anamorfose geográfica.

Sobre a unidade temática Natureza, ambientes e qualidade de vida, o livro do 7º ano aborda habilidades do objeto de conhecimento Biodiversidade brasileira. Nelas são enfatizados conhecimentos que permitem ao aluno identificar, compreender e qualificar tanto as dinâmicas dos componentes físico-naturais do Brasil, incluindo-se características da biodiversidade dos domínios morfoclimáticos, como também a distribuição no território nacional de suas alterações pelas atividades humanas e a importância do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (isnuqui).

Essas aprendizagens avançam em face do que foi trabalhado no 6º ano, em relação às habilidades dos objetos de conhecimento Biodiversidade e ciclo hidrológico e Atividades humanas e dinâmica climática. Por meio delas, o aluno aprendeu a reconhecer, de modo geral, como a sociedade se relaciona com a natureza, como também estudou as consequências da interferência humana na dinâmica climática, os riscos associados ao consumo dos recursos hídricos e o uso das bacias hidrográficas,

como também a questão do esgotamento dos recursos naturais caso não sejam utilizados de modo sustentável. No 7º ano, o foco de análise das questões tratadas no 6º ano é direcionado para o território brasileiro; na sequência, no 8º ano, esse foco será redimensionado e ampliado para que o aluno compreenda, por exemplo, a importância da Antártida para as pesquisas sobre o ambiente global, ou, no caso dos países latino-americanos, a diversidade ambiental e as transformações de suas paisagens decorrentes de atividades antrópicas. Desse modo, vistas em conjunto, as aprendizagens trabalhadas no 6º e 7º anos preparam o aluno para expandir e aprofundar conhecimentos pertinentes e com elas correlacionados no 8º ano.

• Objetivos das unidades do 7º ano

O volume do 7º ano é composto de oito unidades que mobilizam múltiplas competências – gerais, das Ciências Humanas e da Geografia –, além das habilidades específicas desse componente curricular. Cada unidade do livro mobiliza recursos didático-pedagógicos variados, de acordo com seus conteúdos e objetivos de aprendizagem específicos, que são a base temática das aulas, além de oferecer recursos necessários para o trabalho do professor.

A seguir, são apresentados os objetivos específicos e a pertinência deles em cada unidade proposta para o volume do 7º ano.

Objetivos da Unidade 1

Os conteúdos da Unidade 1 têm por objetivo levar o aluno a conhecer os principais aspectos da localização, formação, ocupação e uso do território brasileiro, relacionando-os à construção de seu espaço geográfico e à compreensão de sua atual configuração e regionalização. A caracterização dos domínios morfoclimáticos e das Unidades de Conservação (ú cê ésse) possibilita o conhecimento da natureza brasileira e dos impactos que algumas atividades humanas a ela impõem, suscitando nos estudantes a conscientização em relação às suas causas e às ações necessárias para a preservação e conservação.

Os objetivos da Unidade 1 são:

  • Associar a extensão latitudinal do território brasileiro à diversidade climática e paisagística do país.
  • Calcular o horário de diferentes localidades do mundo com base na análise dos fusos horários.
  • Explicar as diferentes modalidades de bandeirismo, explicitando as condições degradantes pelas quais os povos indígenas foram submetidos durante o período das bandeiras.
  • Listar as principais atividades econômicas que contribuíram para a construção do espaço geográfico brasileiro entre os séculos quinze e dezenove.
  • Apresentar a definição do conceito de regionalização.
  • Identificar a construção de estereótipos a respeito das paisagens brasileiras nos meios de comunicação (jornais, revistas, sites etcétera), selecionando exemplos.
  • Distinguir os domínios morfoclimáticos brasileiros, reconhecendo os principais impactos ambientais associados a eles.
  • Localizar Unidades de Conservação (ú cê ésse) nos domínios morfoclimáticos brasileiros, diferenciando as unidades de proteção integral das unidades de uso sustentável.

Objetivos da Unidade 2

Ao longo da Unidade 2, os alunos são levados a analisar diversos aspectos da população do Brasil: grupos formadores; densidade demográfica; distribuição territorial, etária e por setores de atividades; taxas demográficas; recenseamento; migrações; presença da mulher no mercado de trabalho; entre outros. Essas análises contribuem para a compreensão da dinâmica demográfica brasileira, dos fluxos populacionais (suas causas e consequências na formação social e econômica do país), das desigualdades que marcam a população brasileira (desigualdades de gênero, de rendimentos e racial), além de promover a valorização da diversidade étnico-cultural e os direitos humanos por meio do combate ao preconceito e à discriminação.

Os objetivos da Unidade 2 são:

Comparar a densidade demográfica média do Brasil com a distribuição territorial da população no território, reconhecendo a existência de áreas mais e menos povoadas.

  • Descrever os fatores que contribuíram para a redução das taxas de natalidade e de mortalidade no Brasil.
  • Associar o aumento da taxa de urbanização do Brasil à migração campo-cidade (êxodo rural).
  • Relacionar fatores econômicos e sociais às características dos fluxos migratórios no Brasil em diferentes períodos e regiões.
  • Explicar a relação entre a distribuição da população economicamente ativa (péa) por setores de produção e as características econômicas de um país ou região.
  • Caracterizar a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro, descrevendo avanços e desigualdades.
  • Explicar as características demográficas do Brasil, em diferentes períodos, com base na análise de pirâmides etárias.
  • Citar os mecanismos legais que asseguram aos quilombolas o direito à propriedade de suas terras, explicitando a importância histórica e cultural das comunidades remanescentes de quilombos.
  • Reconhecer os grupos étnicos que formaram a população brasileira, identificando a influência deles na construção cultural do país.

Objetivos da Unidade 3

Os conteúdos apresentados na Unidade 3 possibilitam aos alunos conhecer e relacionar os processos de industrialização e de inovação tecnológica às transformações sociais e econômicas ocorridas e em curso no Brasil. Também permitem que compreendam a influência das redes de transporte e de comunicação nos fluxos econômicos e sociais e na configuração do território brasileiro. A abordagem dos conteúdos ainda contribui para a reflexão sobre o consumismo e a necessidade de um modelo de produção ecologicamente sustentável.

Os objetivos da Unidade 3 são:

  • Caracterizar a industrialização brasileira, explicando os processos de concentração e relativa desconcentração industrial.
  • Identificar e descrever transformações socioeconômicas provocadas pela implantação de centros científicos e tecnológicos no território brasileiro.
  • Descrever problemas ambientais e sociais provocados pelo aumento do consumismo.
  • Distinguir o consumo ostentatório do consumo consciente.
  • Caracterizar a distribuição espacial das redes de transporte no Brasil, considerando aspectos econômicos, políticos e naturais.
  • Explicar a predominância do rodoviarismo sobre os outros modais de transporte no Brasil.
  • Descrever a relação entre a distribuição das redes de comunicação e transporte e o desenvolvimento de atividades econômicas.
  • Comparar o rendimento médio dos domicílios brasileiros com o acesso da população às redes de comunicação e informação.

Objetivos da Unidade 4

Os conteúdos da Unidade 4 abordam temas da Região Norte do Brasil e fornecem subsídios para que os alunos conheçam suas principais características físico-naturais, a construção histórica de seus espaços geográficos, os conflitos sociais na região, os impactos ambientais causados principalmente pelo desmatamento e o desenvolvimento sustentável. Esses conteúdos colaboram para que os estudantes analisem e reflitam sobre a necessidade de elaboração de políticas públicas para o povoamento da região, o desenvolvimento de atividades sustentáveis e a preservação da Floresta Amazônica.

Os objetivos da Unidade 4 são:

  • Relacionar os aspectos físicos da Região Norte à distribuição da sua população no território.
  • Identificar os tipos de clima predominantes na Região Norte.
  • Mencionar as atividades econômicas que impulsionaram a construção do espaço geográfico da Região Norte entre o fim do século dezenove e o início do século vinte.
  • Indicar iniciativas governamentais que visaram aumentar os fluxos migratórios e dinamizar as atividades econômicas da Amazônia a partir de 1950.
  • Descrever os conflitos de interesses e as disputas ligadas à territorialidade na Amazônia, destacando seus principais protagonistas sociais.
  • Caracterizar problemas ambientais e sociais causados pela intensificação do desmatamento da Amazônia.
  • Explicar a importância da criação das reservas extrativistas para a manutenção da biodiversidade e dos modos de vida dos povos que vivem na Amazônia.
  • Explicar as funções e as fórmas de atuação das ônguis.

Objetivos da Unidade 5

Os conteúdos da Unidade 5 abordam as características físico-naturais da Região Nordeste e de sua ocupação, revelando aspectos da construção dos espaços geográficos de suas sub-regiões e permitindo aos alunos compreender temas socioeconômicos da atualidade nordestina que, em razão de questões políticas, se perpetuam na região. A discussão de tais temas é fundamental para desmistificar a visão estereotipada do Nordeste como “região problema”.

Os objetivos da Unidade 5 são:

  • Relacionar os aspectos físico-naturais do Nordeste às suas subdivisões regionais.
  • Descrever as características produtivas da Zona da Mata açucareira, da Zona da Mata cacaueira e do Recôncavo Baiano.
  • Citar as principais atividades econômicas desenvolvidas na sub-região Agreste.
  • Relacionar a fórma do relevo do Planalto da Borborema às condições climáticas do Agreste.
  • Mencionar impactos positivos e negativos relacionados à transposição das águas do Rio São Francisco para irrigar o Sertão nordestino.
  • Caracterizar aspectos econômicos e políticos que contribuem para o agravamento dos problemas sociais relacionados à sêca no Sertão da Região Nordeste.
  • Indicar os fatos históricos que contribuíram para a construção inicial dos espaços geográficos da sub-região Meio-Norte.
  • Reconhecer as formações vegetais que compõem as paisagens naturais da sub-região Meio-Norte.

Objetivos da Unidade 6

Os conteúdos propostos na Unidade 6 permitem que os alunos conheçam características físico-naturais da Região Sudeste e compreendam os processos de ocupação e de desenvolvimento agrário, urbano e industrial, assim como a influência dos fluxos populacionais na construção dos espaços geográficos da região. Tais conteúdos também possibilitam que os alunos analisem como esses processos impactaram o ambiente e a sociedade, em seus diferentes aspectos.

Os objetivos da Unidade 6 são:

  • Identificar o domínio morfoclimático predominante na Região Sudeste com base na análise das características do seu meio físico-natural.
  • Analisar as áreas de vegetação nativa remanescentes de Mata Atlântica na Região Sudeste, explicitando as causas do desmatamento e a importância da preservação dessas áreas.
  • Descrever as mudanças causadas pela mineração, entre os séculos dezessete e dezoito, na produção dos espaços geográficos e nos fluxos populacionais de Minas Gerais.
  • Explicar o processo de expansão da cafeicultura na Região Sudeste, reconhecendo aspectos positivos e negativos da produção cafeeira.
  • Explicitar a relação entre a expansão das ferrovias destinadas ao transporte de café na Região Sudeste e seu pioneirismo industrial.
  • Indicar os fatores que impulsionaram a industrialização, o desenvolvimento urbano e a prestação de serviços na Região Sudeste durante o século dezenove.
  • Identificar contradições relacionadas à alta produtividade agrícola na Região Sudeste e as condições de trabalho e de vida dos trabalhadores agrícolas.
  • Analisar a distribuição dos recursos naturais da Região Sudeste com base na interpretação de representações cartográficas.

Objetivos da Unidade 7

Os conteúdos abordados na Unidade 7 possibilitam que os alunos conheçam as principais características dos elementos físico-naturais da Região Sul, bem como do processo de ocupação e do desenvolvimento das atividades humanas, contribuindo, assim, para que compreendam a construção dos espaços geográficos dessa região. Os conteúdos da unidade também permitem que os alunos analisem os fluxos populacionais considerando a forte influência europeia na organização do espaço geográfico nessa região e percebam como isso se reflete em seus aspectos sociais, econômicos e culturais.

Os objetivos da Unidade 7 são:

  • Descrever as características do clima predominante na Região Sul, considerando a influência dos fatores climáticos (latitude, altitude e massas de ar).
  • Associar a variação das médias de temperatura de diferentes localidades da Região Sul às suas altitudes.
  • Explicar a articulação econômica entre Minas Gerais e a Região Sul entre os séculos dezessete e dezoito.
  • Caracterizar o processo de colonização da Região Sul pelos grupos de imigrantes europeus e asiáticos durante os séculos dezenove e vinte.
  • Descrever as paisagens vegetais da Região Sul, identificando as ações humanas que causaram a devastação de extensas áreas.
  • Identificar os impactos ambientais causados por atividades antrópicas nos estados da Região Sul, reconhecendo suas consequências sociais e econômicas.
  • Explicar a importância dos acordos feitos entre os estados da Região Sul e o Mercosúl no que se refere à dinamização econômica.
  • Comparar a esperança de vida ao nascer da Região Sul com a das outras regiões do Brasil com base em análise de gráfico.

Objetivos da Unidade 8

Os conteúdos da Unidade 8 abordam temas da Região Centro-Oeste e fornecem subsídios para que os alunos conheçam suas principais características físico-naturais. A análise dos fluxos populacionais leva os alunos a conhecer como se deu a ocupação da região, permitindo relacionar o processo de interiorização nacional ao estabelecimento de redes de transporte e comunicação. A abordagem dada aos conteúdos possibilita, assim, a compreensão da construção dos espaços geográficos do Centro-Oeste. Essa abordagem também permite uma reflexão sobre a expansão das atividades agrárias e as consequências ambientais para a região.

Os objetivos da Unidade 8 são:

  • Relacionar os tipos de clima aos regimes pluviométricos da Região Centro-Oeste.
  • Caracterizar as fórmas do relevo da Região Centro-Oeste com base na interpretação de perfil topográfico.
  • Comentar a relevância do trabalho de Marechal Rondon para o reconhecimento físico e cultural do território da Região Centro-Oeste.
  • Descrever a importância da implantação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil no que se refere à articulação das regiões Centro-Oeste e Sudeste.
  • Identificar os problemas ocasionados pelos projetos de colonização na Região Centro-Oeste para os povos originários e comunidades tradicionais.
  • Explicar transformações socioeconômicas causadas pela construção de Brasília, a capital político-administrativa nacional, no espaço geográfico da Região Centro-Oeste.
  • Elaborar argumentos que explicitem aspectos positivos e negativos do modelo econômico agroexportador praticado na Região Centro-Oeste.
  • Descrever impactos ambientais provocados pela expansão da fronteira agrícola na Região Centro-Oeste.

• Objetos de conhecimento e habilidades no livro do 7º ano

No quadro a seguir, apresentamos a articulação dos conteúdos do volume do 7º ano com os objetos de conhecimento e habilidades da Base Nacional Comum Curricular (Bê êne cê cê), identificadas pelos seus respectivos códigos alfanuméricos.61nota de rodapé

ARTICULAÇÃO DOS CONTEÚDOS COM OS OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES DA BNCC

OBJETOS DE CONHECIMENTO

Conteúdos do Livro do Aluno que subsidiam o desenvolvimento das habilidades da BNCC

Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil

EF07GE01

Percurso 4 – Domínios naturais: ameaças e conservação
• Paisagens e estereótipos
Percurso 16 – Amazônia: o desenvolvimento sustentável
Percurso 20 – O Meio-Norte
Percurso 24 – Região Sudeste: população e economia
Percurso 28 – Região Sul: população e economia
Percurso 32 – Região Centro-Oeste: população, economia e meio ambiente
Ao final das unidades que se dedicam ao estudo das Grandes Regiões do Brasil, propõe-se uma atividade de pesquisa com base na qual se espera que o aluno, amparado pelos conhecimentos obtidos ao longo das unidades 4, 5, 6, 7 e 8, possa analisar e interpretar criticamente informações divulgadas na mídia acerca das Grandes Regiões e paisagens brasileiras.

Formação territorial do Brasil

EF07GE02

Percurso 2 – A formação do território brasileiro e a construção de espaços geográficos
• Formação territorial do Brasil dos séculos XVI ao XXI
• Capitalismo industrial e as transformações do espaço geográfico brasileiro
Percurso 6 – Brasil: migrações internas e emigração
• Migrações internas no Brasil de 1950 a 2010
• Êxodo rural
Percurso 14 – Região Norte: a construção de espaços geográficos
• Ocupação da Amazônia pelos portugueses e conflitos entre colonizadores e indígenas
• Extração das drogas do sertão e do látex para exportação
• Declínio da produção da borracha
• Produção agrícola e mineral na Região Norte no século XX
• Ações governamentais de desenvolvimento e integração regional da Amazônia
Percurso 15 – Amazônia: conflitos, desmatamento e biodiversidade
• Entrada do grande capital na Amazônia Legal em tempos recentes
• Desmatamento, problemas ambientais, expansão da agropecuária e biopirataria na Amazônia
Percurso 22 – Região Sudeste: ocupação e povoamento
• Povoamento pelos colonizadores portugueses
• Interiorização da ocupação pelos bandeirantes
• Influência das atividades mineradora e cafeicultora sobre a produção de espaços no Sudeste
Percurso 23 – Região Sudeste: a cafeicultura e a organização do espaço
• Expansão da cafeicultura em direção ao interior de São Paulo
• Cafeicultura e imigração estrangeira
Percurso 26 – Região Sul: a construção de espaços geográficos
• Reduções jesuíticas e bandeirismo
• Imigração de açorianos para RS e SC
• Articulação do Sul com as Minas Gerais
• A imigração e a produção de espaços no Sul
Percurso 31 – Região Centro-Oeste: a dinamização da economia
• Expedição Roncador-Xingu
• Implantação de áreas de colonização
• Migrações e expansão da fronteira agropecuária
• Construção de Brasília
• Infraestrutura e integração regional

Formação territorial do Brasil

EF07GE03

Percurso 2 – A formação do território brasileiro e a construção de espaços geográficos
• Apropriação de territórios indígenas
• O imaginário social sobre os indígenas
Percurso 8 – Brasil: a diversidade cultural e os afro-brasileiros
Povos indígenas do Brasil
• Comunidades remanescentes de quilombos
Percurso 13 – Região Norte: localização e meio natural
• Conflitos entre governo e grupos indígenas em decorrência da construção de hidrelétricas na Amazônia
Percurso 16 – Amazônia: o desenvolvimento sustentável
• Reservas extrativistas
Percurso 20 – O Meio-Norte
• Remanescentes de quilombos em Alcântara (MA)
Percurso 30 – Região Centro-Oeste: a construção de espaços geográficos
• Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga
Percurso 32 – Região Centro-Oeste: população, economia e meio ambiente
• Modelo econômico agroexportador

OBJETOS DE CONHECIMENTO

Conteúdos do Livro do Aluno que subsidiam o desenvolvimento das habilidades da BNCC

Características da população brasileira

EF07GE04

Percurso 5 – Brasil: distribuição e crescimento da população
• Distribuição da população pelo território brasileiro
• Contribuição da imigração na formação populacional brasileira
Percurso 6 – Brasil: migrações internas e emigração
• Migrações internas no Brasil em tempos recentes
Percurso 7 – População e trabalho: mulheres, crianças e idosos
• Mulheres e desigualdades no mercado de trabalho
• Mulheres e homens: desigualdade de rendimentos
• Pirâmide etária do Brasil
Percurso 8 – Brasil: a diversidade cultural e os afro-brasileiros
• Grupos formadores da população brasileira
• Afro-brasileiros no Brasil atual
• Desigualdade de rendimento segundo a cor

Produção, circulação e consumo de mercadorias

EF07GE05

Percurso 2 – A formação do território brasileiro e a construção de espaços geográficos
Formação territorial e construção de espaços geográficos no Brasil do século XVI ao século XX (do mercantilismo ao capitalismo industrial)

EF07GE06

Percurso 10 – A sociedade de consumo e o meio ambiente
• Sociedade de consumo, desperdício e impactos ambientais
• Sociedade de consumo
versus recursos naturais
• Impactos do consumismo sobre o espaço urbano
• Desenvolvimento ecologicamente sustentável
Percurso 15 – Amazônia: conflitos, desmatamento e biodiversidade
• Conflitos territoriais na Amazônia
• Desmatamento e expansão da pecuária na Amazônia
• Biopirataria na Amazônia
Percurso 17 – Região Nordeste: o meio natural e a Zona da Mata
• Atividades canavieira e cacaueira na Zona da Mata
• A indústria no Recôncavo Baiano
Percurso 23 – Região Sudeste: a cafeicultura e a organização do espaço
• Interiorização da cafeicultura
Ferrovias, cafeicultura e produção de espaços geográficos
Percurso 24 – Região Sudeste: população e economia
• Atividades agropecuárias e agroindustriais modernas e o setor de serviços no Sudeste
• Extrativismo mineral
• Contaminação da bacia do Rio Doce por rejeitos de mineração após rompimento de barragem em Mariana (MG)
Percurso 27 – Região Sul: problemas ambientais
• Produção de espaços geográficos e a natureza
• Desmatamento, arenização e problemas ambientais em bacias hidrográficas na Região Sul
• Degradação do solo pela agricultura
Percurso 28 – Região Sul: população e economia
• Atividades agropecuárias e extrativismo mineral
• Atividade industrial e Mercosul
Percurso 32 – Região Centro-Oeste: população, economia e meio ambiente
• Fronteira agropecuária e preservação ambiental

Desigualdade social e o trabalho

EF07GE07

Percurso 9 – A industrialização brasileira
• Concentração e relativa desconcentração industrial
Percurso 11 – Redes de transporte no Brasil
• O papel das redes de transporte e comunicação na configuração do território brasileiro
• Redes rodoviária, ferroviária, aquaviária e aérea no Brasil
Percurso 12 – Redes de comunicação no Brasil
• Redes de comunicação e integração do espaço geográfico
• Redes de comunicação no Brasil
Percurso 13 – Região Norte: localização e meio natural
• O complexo fluvial da Bacia Amazônica
Percurso 19 – O Sertão
• Rio São Francisco e integração regional
Percurso 20 – O Meio-Norte
• Ferrovia Norte-Sul
Percurso 23 – Região Sudeste: a cafeicultura e a organização do espaço
Ferrovias, cafeicultura e produção de espaços geográficos
Percurso 30 – Região Centro-Oeste: a construção de espaços geográficos
• Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e articulação com o Sudeste
Percurso 31 – Região Centro-Oeste: a dinamização da economia
• Construção de rodovias e integração regional
• Hidrovia da Bacia do Paraná
• Rodovia Ferronorte
• Gasoduto Bolívia-Brasil

OBJETOS DE CONHECIMENTO

Conteúdos do Livro do Aluno que subsidiam o desenvolvimento das habilidades da BNCC

Desigualdade social e o trabalho

EF07GE08

Percurso 9 – A industrialização brasileira
• Avanço da industrialização no Brasil ao longo do século XX
• Indústria, inovação tecnológica e transformações socioeconômicas do território
• Parques científicos e tecnológicos no Brasil
Percurso 17 – Região Nordeste: o meio natural e a Zona da Mata
• Industrialização do Recôncavo Baiano
Percurso 23 – Região Sudeste: a cafeicultura e a organização do espaço
• Trabalho assalariado, formação de mercado interno, imigração e industrialização
Percurso 28 – Região Sul: população e economia
• Atividade industrial na Região Sul

Mapas temáticos do Brasil

EF07GE09

Percurso 3 – A regionalização do território brasileiro
• Regionalizações do Brasil
Percurso 14 – Região Norte: a construção de espaços geográficos
• Elaboração de mapa pictórico
Percurso 22 – Região Sudeste: ocupação e povoamento
• Mapas históricos acerca das bandeiras dos séculos XVII e XVIII e das atividades mineradora e cafeicultora (séculos XVIII e XIX)
Percurso 28 – Região Sul: população e economia
• Brasil: esperança de vida ao nascer
Percurso 30 – Região Centro-Oeste: a construção de espaços geográficos
• O bandeirismo e as áreas de mineração (século XVIII)

EF07GE10

Percurso 5 – Brasil: distribuição e crescimento da população
• Elaboração e interpretação de gráficos de linha e circulares
Percurso 7 – População e trabalho: mulheres, crianças e idosos
• Elaboração e interpretação de gráficos de barras e de colunas
Percurso 24 – Região Sudeste: população e economia
• Elaboração e interpretação de histograma
Percurso 32 – Região Centro-Oeste: população, economia e meio ambiente
• Participação das Grandes Regiões no PIB brasileiro

Biodiversidade brasileira

EF07GE11

Percurso 4 – Domínios naturais: ameaças e conservação
• Domínios morfoclimáticos do Brasil
• Impactos ambientais sobre os domínios morfoclimáticos do Brasil
Percurso 13 – Região Norte: localização e meio natural
• Aspectos físicos da Região Norte
• Ecossistemas amazônicos
Percurso 17 – Região Nordeste: o meio natural e a Zona da Mata
• Condições naturais da Zona da Mata
Percurso 18 – O Agreste
• Condições naturais do Agreste
Percurso 19 – O Sertão
• Condições naturais do Sertão
• Desmatamento da Caatinga
Percurso 20 – O Meio-Norte
• Condições naturais do Meio-Norte
Percurso 21 – Região Sudeste: o meio natural
• Meio natural da Região Sudeste
Percurso 25 – Região Sul: o meio natural
• Meio natural da Região Sul
Percurso 29 – Região Centro-Oeste: localização e meio natural
• Meio natural da Região Centro-Oeste
• Pantanal

EF07GE12

Percurso 4 – Domínios naturais: ameaças e conservação
• Unidades de Conservação (UCs)
Percurso 16 – Amazônia: o desenvolvimento sustentável
• Reservas extrativistas e conservação da biodiversidade
Percurso 19 – O Sertão
• Parque Nacional Serra da Capivara
Percurso 27 – Região Sul: problemas ambientais
• Unidades de Conservação na Ilha de Santa Catarina

Nota: Nesse quadro, indicamos apenas os conteúdos dos percursos cuja articulação com os objetos de conhecimento e habilidades da Bê êne cê cê é mais direta.

Vale ressaltar que a distribuição das habilidades nos volumes da coleção não segue necessariamente a ordem numérica sequencial apresentada na Bê êne cê cê. Isso se deve ao fato de que, de acordo com o próprio documento, “os critérios de organização das habilidades na Bê êne cê cê (com a explicitação dos objetos de conhecimento aos quais se relacionam e do agrupamento desses objetos em unidades temáticas) expressam um arranjo possível (entre outros). Portanto, os agrupamentos propostos [na Bê êne cê cê] não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos”62nota de rodapé . Desse modo, há habilidades distribuídas nas obras, tendo suas partes trabalhadas em diferentes trechos dos volumes, sempre com intencionalidade, não de maneira secundária, e com vistas a garantir o seu pleno desenvolvimento.

2. Textos complementares

Com o objetivo de contribuir para a formação e atualização do professor em relação aos conteúdos e aprendizagens essenciais desenvolvidos no volume do 7º ano, sugerimos textos complementares que fornecem subsídios teóricos e metodológicos à prática docente.

 TEXTO 1 

Sugerimos o texto a seguir para subsidiar reflexões sobre o raciocínio geográfico, cujo desenvolvimento é muito importante para a Educação Geográfica e para a Bê êne cê cê. O raciocínio geográfico corresponde a uma maneira de exercitar o pensamento espacial junto aos alunos na construção das aprendizagens essenciais do componente curricular Geografia.

Ensino de Geografia e raciocínio geográfico

“O raciocínio geográfico pode ser concebido como a capacidade de estabelecer relações espaço-temporais entre fenômenos e processos, em diferentes escalas geográficas. Sua origem precede o processo de sistematização do campo disciplinar da Geografia ocorrido no final do século dezenove, a partir das obras de Kant, rrambolti, ríter, Ratzel e La Blache. Está na necessidade das primeiras sociedades humanas (nômades e seminômades) de se organizarem e se projetarem espacialmente, construindo para isso estratégias espaciais, fundamentais para a sobrevivência em um momento no qual proteção e alimento eram elementos escassos. Por isso, era necessário interpretar e produzir o espaço a partir dos interesses e estratégias de sobrevivência do grupo.

Segundo Claval reticências antes de ser um conhecimento sistematizado, construído e transmitido a partir de certas regras e valores aceitos na ciência moderna, a Geografia e o raciocínio geográfico que lhe dá aporte é um saber diretamente vinculado à vida dos sujeitos em suas relações com os diversos espaços-tempos nos quais vivem, produzem e contemplam. Tal percepção da Geografia da vida está no fundamento do raciocínio geográfico e se baseia na afirmação do autor de que ‘todo homem é geógrafo’. No entanto, a Geografia conteudista, mnemônica, que ainda é ensinada produz um apartamento entre estas experiências geográficas dos sujeitos e os conhecimentos geográficos sistematizados e ensinados nas escolas. Muitas vezes, a Geografia que se ensina parece não estar vinculada à vida dos sujeitos, apresentando-se somente como uma lista de lugares, nomes, fórmas que precisam ser decoradas e devolvidas durante o momento da prova. reticências

Com isso, novos desafios são postos aos professores de Geografia, sendo os principais deles a necessidade de produzir uma leitura de mundo que não seja apenas repetição das informações que os alunos recebem por meio dos diferentes meios de comunicação. Esta concorrência, por muitas vezes desleal, entre as aulas de Geografia e as informações difundidas pelas mídias configura-se como importante elemento de compreensão daquilo que o autor denomina de perda do monopólio informativo que durante muito tempo sustentou a autoridade do professor de Geografia. No momento atual, tais professores se deparam com uma realidade na qual os conteúdos e as informações geográficas estão amplamente acessíveis, o que não significa que a interpretação e compreensão das mesmas também estejam. reticências

Partimos da concepção de currículo enquanto um território de conflitos e disputas, permeado por diferentes sujeitos e suas concepções de mundo, educação e sociedade. reticências

Tal discussão nos leva a pensar que a ação de planejamento docente em Geografia deveria partir da realidade, de situações problemáticas presentes no cotidiano dos alunos. Escolher situações

geográficas significativas e não meros conteúdos tradicionalmente presentes no currículo e/ou nos livros didáticos, provocando o estudante a enxergar a Geografia na vida. Os conteúdos tornam-se, assim, meios para a compreensão das situações escolhidas, o que resulta em movimento de planejamento no qual a realidade é o ponto de partida e chegada.

Outro ponto reticências defende que o planejamento do trabalho de estudantes e professores na escola deve levar em consideração a interrelação entre os diferentes complexos que irão nortear as atividades. Tal ação se faz necessária para que os estudantes possam compreender as diferentes conexões existentes na realidade, contribuindo assim para a superação da visão fragmentada da totalidade social.

No caso do ensino de Geografia, tal proposição nos leva a considerar o conhecimento geográfico e sua contribuição para que o estudante construa uma compreensão da realidade atual. reticências Destaca-se, então, a necessidade que o estudante, ao se apropriar dos conceitos, conteúdos, linguagens e ferramentas da Geografia, possa construir um raciocínio geográfico sobre o mundo em que vive. Não se trata, dessa fórma, de formar um sujeito que apenas entende de Geografia, mas pouco sabe sobre o mundo em que vive.

Daí a importância do papel do professor em ser um provocador, um questionador. Muito mais do que dar respostas, vociferando conteúdos e conhecimentos aparentemente prontos, o professor deve ser um problematizador, criando situações nas quais os alunos sejam provocados a colocar em questão aquilo que já sabem sobre o referido objeto. Para isso, é preciso conceber a aprendizagem, ao mesmo tempo, como um processo e um produto, não como algo estanque, predefinido.

O professor deve dialogar criticamente com aquilo que o educando já sabe. Mas para que tal diálogo seja mais frutífero, é fundamental criar as condições para que os educandos sejam os principais sujeitos deste diálogo, criando situações nas quais os mesmos já não consigam responder aos problemas da realidade com os conhecimentos, sentidos e significados que possuíam, sendo instigados a buscar outros caminhos interpretativos, outras fórmas de compreender e interpretar a realidade.

No caso específico do ensino de Geografia, os alunos já chegam as nossas aulas com uma série de informações sobre as diversas situações essencialmente geográficas e por isso, o tempo todo, nos desafiam com questões instigadoras sobre as mais diversas problemáticas cotidianas. Por isso, é preciso estar atento para o papel que tem desempenhado a mídia no processo de construção dos esquemas de conhecimentos feitos pelos alunos, como intuito de mobilizá-los e com isso colocá-los em movimento. reticências

Para tanto, é fundamental reconhecer o papel de sujeito do aluno no processo de construção do conhecimento. reticências

A construção do raciocínio geográfico pelos alunos pressupõe uma ação docente que considere a realidade atual como ponto de partida e chegada do planejamento e das práticas educativas. Com isso, a prática de planejamento não pode ser uma via de mão única, mas múltiplos caminhos que levem para lugares semelhantes, não impedindo, porém, o desenvolvimento do aluno como condutor de sua aprendizagem. Dessa elaboração pessoal pode resultar a aprendizagem significativa na qual os alunos são capazes de dar sentido ao que constroem, colocando em diálogo os seus conhecimentos prévios com aquilo que constrói a partir das indagações trazidas pela realidade e mediadas pela ação docente. reticências

Para a construção do raciocínio geográfico, é fundamental que o professor possibilite aos alunos situações didáticas que lhes permitam desenvolver a capacidade de localizar, orientar-se, descrever, relacionar, interpretar fenômenos nas mais diferentes escalas geográficas de acontecimentos. O desenvolvimento destas capacidades é fundamental para a construção do raciocínio geográfico e nos ajudam a delimitar as contribuições que a Geografia pode trazer ao aluno para a compreensão da realidade atual.

Dessa fórma, é fundamental reelaborarmos nossa concepção de planejamento didático em Geografia, indo além da reprodução do conteudismo reticências. É preciso sair de um planejamento pautado apenas nos conteúdos para um planejamento pautado na realidade, nos seus problemas, processos e sujeitos. É nesta concepção que surge a proposta do planejamento a partir de situações reais, colocados na vida dos sujeitos, nas suas contradições, como parte da totalidade social. Com isso, constrói-se parte do caminho necessário para que os alunos possam elaborar um raciocínio geográfico sobre o mundo que vivem e assim transformá-lo.”

GIROTTO, Eduardo Donizeti. Ensino de Geografia e raciocínio geográfico: as contribuições de Pistrak para a superação da dicotomia curricular. Revista Brasileira de Educação em Geografia, Campinas, volume 5, número 9, página 71-86, janeiro/junho 2015. página 72-85. Disponível em: https://oeds.link/AhJTYl. Acesso em: 19 maio 2022.

 TEXTO 2 

O texto a seguir contribui para o debate e a reflexão sobre a diversidade cultural, assunto abordado no Percurso 8 da Unidade 2. Em particular, favorece o trabalho tanto nesse como em outros percursos e unidades da obra com o tema contemporâneo Diversidade Cultural, além de auxiliar na construção da habilidade ê éfe zero sete gê ê zero três da Bê êne cê cê.

Direito à territorialidade

“Para as comunidades quilombolas, a territorialidade é um princípio fundamental. Não se trata de segregação e isolamento. A terra é muito mais do que possibilidade de fixação; antes, é condição para a existência do grupo e de continuidade de suas referências simbólicas reticências.

reticências o território quilombola se constitui como um agrupamento de pessoas que se reconhecem com a mesma ascendência étnica, que passam por numerosos processos de mudanças culturais como fórmas de adaptação resultantes do processo histórico, mas se mantêm, fortalecem-se e redimensionam as suas redes de solidariedade.

A terra, para os quilombolas, tem valor diferente daquele dado pelos grandes proprietários. Ela representa o sustento e é, ao mesmo tempo, um resgate da memória dos antepassados, onde realizam tradições, criam e recriam valores, lutam para garantir o direito de ser diferente sem ser desigual. Portanto, a terra não é percebida apenas como objeto em si mesmo, de trabalho e de propriedade individual, uma vez que está relacionada com a dignidade, a ancestralidade e a uma dimensão coletiva.

Há que se considerar, portanto, as distinções entre terra e território quando pensamos a questão quilombola. O território diz respeito a um espaço vivido e de profundas significações para a existência e a sustentabilidade do grupo de parentes próximos e distantes que se reconhecem como um coletivo por terem vivido ali por gerações e gerações e por terem transformado o espaço em um lugar. Um lugar com um nome, uma referência forte no imaginário do grupo, construindo noções de pertencimento. Trata-se de um espaço conquistado pela permanência, pela convivência, que ganha importância de uma tradicionalidade ao servir de suporte para a existência de um grupo de pessoas aparentadas por afinidade e consanguinidade ou até mesmo por uma afiliação cosmológica. reticências

reticências é impossível imaginar uma cidadania concreta que prescinda do componente territorial, já que o valor do indivíduo depende, em larga escala, do lugar em que está. Dessa fórma, a igualdade dos cidadãos supõe para todos uma acessibilidade semelhante aos bens e serviços, sem os quais a vida não seria vivida com um mínimo de dignidade. Isso significa um arranjo territorial desses bens e serviços de que, conforme a sua hierarquia, os lugares sejam pontos de apoio, levando a uma densidade demográfica e econômica da área e sua fluidez. Em um território onde a localização dos serviços essenciais é deixada à mercê da lei do mercado, tudo colabora para que as desigualdades sociais aumentem. É o caso da sociedade brasileira. reticências

Portanto, pensar a questão quilombola e o território é compreender a fórma complexa como se entrelaçam direito, autodeterminação dos povos e superação de desigualdades. Para as comunidades quilombolas, a questão fundiária incorpora outra dimensão, visto que o território tradicional – espaço geográfico-cultural de uso coletivo – diferentemente da terra, que é uma necessidade econômica e social, é uma necessidade cultural e política, vinculado ao seu direito de autodeterminação. reticências

reticências não se pode esquecer, nesse contexto, da importância da opção de reivindicação quilombola pela titulação coletiva, ao invés do parcelamento individual de propriedades. Ela é parte dessa luta pelo território. A valorização de práticas e regimes fundiários em ampla medida baseados no uso comum da terra é resultado e condição das territorialidades construídas no seio das comunidades. Essas são marcadas pela coletividade, e a comunalidade entendida como condição para a vida, em oposição à valorização da individualidade. No caso dos quilombos da atualidade, isso se relaciona diretamente com as origens comuns, advindas da ancestralidade africana e/ou laços sanguíneos entre os membros do grupo. reticências

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, Dicei, 2013. página 418-420.

 TEXTO 3 

A abordagem das Grandes Regiões brasileiras é iniciada na Unidade 4, tendo a Região Norte como foco de estudo. A seguir, o texto apresentado expõe algumas reflexões sobre as relações entre a educação geográfica e a educação ambiental, o que poderá auxiliar o trabalho com esta unidade.

reticências A Geografia, enquanto ciência que trata do espaço no contexto das relações sociedade-natureza, busca explicitar a realidade de vida das populações quanto à dimensão espacial dos fenômenos, no sentido de onde ocorrem, como ocorrem e por que ocorrem: não somente localiza os elementos físicos e humanos sobre a superfície terrestre, como analisa as dinâmicas inter-relacionais desses elementos em diversas escalas, conforme os objetivos de estudo (local, regional, nacional e mundial) e as razões das interações, sob enfoques de compreensão criteriosa dos determinantes da construção organizacional do espaço pelo homem. Assim, a ciência geográfica comporta uma explícita relação com as interdependências do homem e do meio e, ainda mais, com as consequências dessa interação sobre o próprio espaço envolvente reticências.

A geografia escolar, a partir do sentido da Geografia enquanto ciência, guarda uma íntima relação com a Educação Ambiental. Pelo seu papel formativo no desenvolvimento do educando, ao orientá-lo na leitura do espaço, desde o imediato ao mais remoto, a educação geográfica envolve-se, motivada e justificadamente nos dias de hoje, com as questões ambientais. No trato das dinâmicas naturais e das relações entre sociedade e natureza, emergem problemas de várias dimensões, até por experiência dos alunos, que levam a questões de preservação e conservação ambiental e, pouco a pouco, à construção de uma compreensão da sustentabilidade ambiental – em conexão com atitudes e habilidades práticas relativas ao ambiente de vida dos alunos.

A formação de um raciocínio geográfico pelo educando é o objetivo fundante da geografia escolar: desde a identificação e a distribuição de elementos no espaço vital, passando pela apreensão de fenômenos sob crescentes representações escalares, pela apreensão de relações causais de localização e variações espaciais e alcançando a compreensão das fórmas de organização e construção humana do espaço, no contexto das relações sociedade-natureza. Nessa sequência progressiva de amplitude cognitiva e de penetração analítico-interpretativa, o educando estará se capacitando a ser um ator situado no mundo enquanto espaço relacional. Ao pensar relações geográficas também estará apreendendo e pensando interdependências ambientais, na perspectiva de mudanças e transformações desejáveis, por meio de estratégias adequadas, em vista de estilos de desenvolvimento socioeconômico compatíveis com a qualidade de vida, nos âmbitos locais e em diferentes lugares, povos ou nações. E aí entra a atuação da escola, do professor, da professora de Geografia, para valorizar o tempo curricular desta disciplina como educação geográfica – na linha de um compromisso profissional, portanto competente e ético, para com a efetivação da dimensão ambiental da educação escolar reticências.”

CARNEIRO, Sônia Maria Marchiorato. A dimensão ambiental da educação geográfica. Educar em Revista, volume 18, número 19, Curitiba, janeiro até junho 2002. página 44-45. Disponível em: https://oeds.link/R9a6xj. Acesso em: 14 junho 2022.

quatro ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS

Conheça a parte específica deste manual

Páginas de livro. Destaque para a abertura, respostas, habilidades da Base Nacional Comum Curricular e reprodução da página do livro do estudante.

Reprodução da página do Livro do Estudante

Abertura

Os principais temas abordados são identificados no início de cada unidade e percurso.

Respostas

As respostas às atividades estão dispostas nas laterais e abaixo das páginas do Livro do Estudante.

Para as atividades orais sistemáticas e questões propostas no boxe No seu contexto, as respostas aparecem na página do Livro do Estudante, próximo às questões.

Habilidades da Bê êne cê cê

As habilidades que podem ser desenvolvidas com base nos temas estudados são identificadas na abertura dos percursos, por meio de seus códigos alfanuméricos. Os recursos disponíveis para sua abordagem são identificados neste ponto e ao longo do percurso.

Página de livro. Destaque para Interdisciplinaridade; atividades complementares; temas contemporâneos transversais.

Interdisciplinaridade

São sugeridas estratégias de trabalho com outros componentes curriculares com o objetivo de ampliar o desenvolvimento de habilidades e promover maior apreensão dos assuntos estudados.

Atividades complementares

Com o objetivo de aprofundar a abordagem dos assuntos tratados na unidade ou apoiar estratégias de trabalho com alunos com diferentes perfis e níveis de aprendizagem, ao longo do manual são propostas atividades complementares às do Livro do Estudante.

Temas contemporâneos transversais

As possibilidades de trabalho com temas contemporâneos transversais são identificadas para apoiar o professor, estando geralmente associadas às seções Rotas e encontros e Cruzando saberes.

Página de livro. Destaque para comentários e orientações e competências.

Comentários e orientações

Textos apresentados ao longo do Manual do Professor identificam os temas de estudo, sugerem estratégias de abordagem e explicam o significado de termos ou aprofundam conceitos.

Competências

Sempre que oportuno, os assuntos apresentados no Livro do Estudante são relacionados às competências gerais da Educação Básica e às competências específicas da área de Ciências Humanas e do componente curricular Geografia.

Nota de rodapé
1
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2017. página 8.
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2
Idem, pê ponto 28.
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3
Idem, página 29.
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4
Idem, página 365-366.
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5
CALLAI, Helena Copetti. A educação geográfica na formação docente: convergências e tensões. In: SANTOS, Lucíola Licínio de Castro Paixão êti ól (organizador). Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. página 412. (Coleção Didática e Prática de Ensino).
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6
Idem. A Geografia escolar e os conteúdos da Geografia. Anekumene: Revista virtual Geografía, cultura y educación, Bogotá, volume 1, número 1, página 131, janeiro a junho 2011.
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7
sígan, carl. O mundo assombrado pelos demônios. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. página 305.
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8
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. p. 360.
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9
Ibidem, p. 362.
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10
CALLAI, Helena Copetti. A Geografia escolar e os conteúdos da Geografia. Anekumene: Revista virtual Geografía, cultura y educación, Bogotá, volume. 1, número 1, página. 136-137, jan.-jun. 2011.
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11
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 361.
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12
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. página 86.
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13
Ibidem, página 196.
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14
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 381.
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15
Leia-se a respeito: Aussubel Dêivid Paul Novác Joséf Dônald Ranesian Élen. Psicologia educacional. tradução Eva Nick e outros. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980; Aussubel Dêivid Paul Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Plátano, 2003.
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16
CAMPOS, M. C. C.; NIGRO, R. G. Didática de Ciências: o ensino-aprendizagem como investigação. São Paulo: éfe tê dê, 1999. página 78-97.
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17
MIRAS, M. O ponto de partida para a aprendizagem de novos conteúdos: os conhecimentos prévios. In: COLL, C. êti ól O construtivismo em sala de aula. São Paulo: Ática, 2006. página 57-76.
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18
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 9.
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19
Ibidem, página 366.
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20
LEITE, Bruno Silva. Aprendizagem Tecnológica Ativa. Revista Internacional de Educação Superior. Campinas (São Paulo), volume 4, número 3, setembro/dezembro 2018. página 580-609. Disponível em: https://oeds.link/kIIqK9. Acesso em: 27 abril 2022.
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21
CAMARGO, Fausto; DAROS, Thuinie. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018.
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22
Déuisôla, Regina L. perrê. Inferência na leitura. In: FRADE, I. C. A.; VAL, M. da G. C.; BREGUNCI, M. das G. de C. (organizador). Glossário Ceale: termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte: ú éfe ême gê/Faculdade de Educação. Disponível em: https://oeds.link/WGRvcZ. Acesso em: 19 março 2022.
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23
BOTELHO, P. F.; VARGAS, D. da S. Inferências e atividades de leitura: cognição e metacognição em sala de aula. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas (São Paulo), volume 63, página 4 e 5, 2021. Disponível em: https://oeds.link/LXXRtR. Acesso em: 12 maio 2022.
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24
VICARI, R. M.; MOREIRA, A. F.; MENEZES, P. F. B. Pensamento computacional: revisão bibliográfica. Porto Alegre: u éfe érre gê ésse, 2018. página 25 e 30. Disponível em: https://oeds.link/wZlmo3. Acesso em: 20 março 2022.
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25
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, sébi, 2018. página 474.
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26
ANDRÉ, Claudio F. O pensamento computacional como estratégia de aprendizagem, autoria digital e construção da cidadania. Téquicóguis: Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, número 18, página 105, julho/dezembro 2018. Disponível em: https://oeds.link/5iHTnp. Acesso em: 20 abril 2022.
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27
BRASIL. Lei norteº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e as bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dezembro 1996.
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28
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, Dicei, 2013.
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29
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 16.
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30
Sugerimos as seguintes leituras sobre interdisciplinaridade: FAZENDA, Ivani C. A. (organizador). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 2005; Idem. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro. São Paulo: Loyola, 2002; Idem. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 1994; MACHADO, Nilson José. Epistemologia e didática: as concepções de conhecimento e inteligência e a prática docente. São Paulo: Cortez, 2011.
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31
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 16.
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32
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, Dicei, 2013. página 118-119.
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33
UNESCO. Glossário de terminologia curricular. Brasília: Unesco, 2016. página 81.
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34
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, Dicei, 2013. página 29.
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35
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 19.
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36
BRASIL. Lei norteº 13185, de 6 de novembro de 2015. Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). Diário Oficial da União, Brasília, 6 novembro 2015. Disponível em: https://oeds.link/mmwTsj. Acesso em: 22 abril 2022.
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37
ESCOREL, Soraya Soares da Nóbrega; ESCOREL, Alley Borges; BARROS, Ellen Emanuelle de França. Bullying não é brincadeira. João Pessoa: Promotoria de Justiça da Infância e Juventude – Ministério Público da Paraíba / Gráfica jóta bê, junho de 2009. página 6.
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38
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying. Cartilha 2016 Projeto Justiça nas Escolas. terceira edição Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2016. página 11.
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39
unicéfi Brasil. Cyberbullying: o que é e como pará-lo: 10 coisas que adolescentes querem saber sobre cyberbullying. Disponível em: https://oeds.link/8aZUXB. Acesso em: 27 abril 2022.
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40
GOMES, Cleomar; COFFANI, Maria Cristina. Estudos sobre juventudes: implicadores teóricos e metodológicos sobre culturas juvenis e ensino médio. Revista Caminhos da Educação (Camine), Franca (São Paulo), volume 10, número 2, 2018, página 22.
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41
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 383.
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42
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 9.
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43
BRASIL. Méqui. cne/séb. Resolução norteº 7, de 14 de dezembro de 2010: Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos. página 9.
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44
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, Dicei, 2013. página 52.
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45
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2003. página 47.
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46
BRASIL. MEC. cê êne Ê/séb. Resolução nºnota de rodapé 4, de 13 de julho de 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. página 15.
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47
BRASIL. MEC. cê êne Ê/séb. Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. página 9.
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48
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, Dicei, 2013. página 123.
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49
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 17.
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50
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, Dicei, 2013. página 123.
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51
Ibidem, página 124.
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52
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: artimédi, 1998. página 199.
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53
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, Dicei, 2013. página 53.
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54
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018.
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55
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, Dicei, 2013. página 53.
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56
De acordo com o inciso segundo do Artigo 32 da Resolução cê êne Ê/séb 7/2010: “segundo utilizar vários instrumentos e procedimentos, tais como a observação, o registro descritivo e reflexivo, os trabalhos individuais e coletivos, os portfólios, exercícios, provas, questionários, dentre outros, tendo em conta a sua adequação à faixa etária e às características de desenvolvimento do educando” (BRASIL. Méqui. cê êne Ê/séb. Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. página 9).
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57
FERNANDES, Cláudia de Oliveira; FREITAS, Luiz Carlos de. Indagações sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília: Méqui, sébi, 2007. página 34.
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58
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: Méqui, sébi, Dicei, 2013. página 123.
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59
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Méqui, 2018. página 30.
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60
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inépi). Matriz de Referência de Ciências Humanas do saébi. Brasília, Distrito Federal: Inépi, 2020.
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61
Consulte a descrição completa das habilidades da Bê êne cê cê relativas ao 7º ano do componente curricular Geografia no quadro na página nove.
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62
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. página 365-366.
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